A Basílica romana de São Paulo Fora dos Muros foi restaurada antes da abertura solene do Ano Paulino. O objectivo era acolher os peregrinos que irão chegar do mundo inteiro até ao próximo dia 29 de Junho de 2009, data em que encerra o Ano Paulino.
Segundo explicou ao L'Osservatore Romano, um dos responsáveis pelos trabalhos, o director dos Serviços Técnicos do Governo do Estado da Cidade do Vaticano, Pier Carlo Cuscianna, as obras de restauração concentraram-se sobretudo no pórtico, no claustro, na cobertura e na fachada da abadia, edificados na Via Ostiense.
No primeiro caso, o pórtico, restauraram a fachada e o nártex. Ambos são obra de Guglielmo Claderoni, Luigi Poletti e Virginio Vespignani, realizadas entre 1890 e 1928.
“Em 1999 iniciou-se a restauração de uma parte, mas só em 2006 se decidiu começar a restauração completa, com a determinação de terminar os trabalhos antes do início das celebrações do Ano Paulino”, explica Cuscianna.
O processo contemplou o restauro das pinturas de nártex, que representam figuras de bispos, dos apóstolos ao lado do Cristo abençoado nas lunetas da fachada oeste e dos 28 medalhões pintados a têmpera e falso mosaico com imagens simbólicas de origem paleo-cristã nos braços Norte e Sul do pórtico.
Também se restauraram as 10 colunas de granito rosa do nártex, as frentes de mármore, assim como as cornijas e os capitéis coríntios, num total de cerca de 1.400 m2 de superfície de mármore.
As duas estátuas de São Pedro e São Paulo, assim como a estátua de Paulo situada no centro do pórtico também foram alvo de restauro.
Melhoraram também as pinturas a têmpera e ao pão de ouro, “de acordo com os modos tradicionais”, explica Cuscianna.
Recuperar o antigo esplendor
O segundo grande trabalho de restauração foi o Claustro, uma das secções da Basílica que conserva mais vestígios do passado, já que a construção principal data do século XII. A última vez que este espaço foi alvo de uma importante intervenção foi em 1915, quando se reformaram as coberturas.
“Durante anos, as infiltrações de água na cobertura de tecto do claustro foram danificando a madeira, que se apresentava com manchas de humidade. Mesmo depois da impermeabilização realizada por ocasião do ano 2000, as cores e a decoração realizadas no início do século passado, estavam apagadas”, afirma.
Assim, foi feito um trabalho de restauração do tecto, desinfecção, reparação de fissuras e substituição das partes irrecuperáveis. Foi também limpa a fachada externa de mármore e as decorações do claustro, assim como a cor das paredes e o pavimento, de pedra de Assis. Foi aplicada uma nova iluminação, tanto externa como interna. Com estes trabalhos, assinala Cuscianna, “devolveu-se o esplendor original”.
Maior segurança
Desde 2006 que começaram os trabalhos de restauração das coberturas da abadia, sobretudo na vertente sobre a Via Ostiense, “não tanto pelo Ano Paulino, mas pela própria sobrevivência do edifício”, explica Cuscianna. Uma secção da cobertura sobre a Sala Eugênio IV estava quase a ceder.
A fachada sobre a Via Ostiense foi também restaurada, pois já se encontrava “em evidente estado de degradação”. O processo de restauro foi feito através da injecção de resinas e impermeabilização dos muros para evitar infiltrações de água. Foram reabertas as janelas já existentes debaixo do tecto.
A iluminação foi melhorada, tanto da nave central como na abside e no transepto. Foram instaladas duas telas para a transmissão dos actos do Ano Paulino, nos extremos das naves laterais da basílica. A transmissão é da responsabilidade do Centro Televisivo Vaticano.
Redacção/Zenit