Vaticano

Sacerdote que sobreviveu a execução durante Guerra Civil espanhola morreu aos 94 anos

ACIdigital
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O sacerdote valenciano Eugenio Laguarda, conhecido como "o padre ressuscitado" por sobreviver à sua própria execução durante a perseguição religiosa na Espanha, faleceu aos 94 anos de idade. Conforme informou a agência Avan, o Pe. Eugenio Laguarda faleceu em sua casa de Bonrepós, onde vivia "depois de aposentar-se por completo de toda actividade" e trabalhar durante 28 anos como pároco da localidade valenciana de Villar, e capelão do hospital Arnau de Vilalona. O Pe. Laguarda era conhecido como "o padre ressuscitado" por ter sobrevivido às torturas e a um tiro na cabeça durante a perseguição religiosa vivida na Espanha na década de 30. Em 1936 foi detido quando ia a caminho de Valência, após se ter identificado como sacerdote, apesar de estar disfarçado de mecânico. As testemunhas da sua tortura e interrogatório relataram que "cada coronhada de fuzil o derrubava no chão, e quando já não podia mais levantar, dispararam na sua cabeça, auscultaram-no para ter certeza de que tinha morrido e em seguida atiraram o seu corpo para um barranco". Numa entrevista realizada ao Pe. Laguarda em 1999, o sacerdote relatou que "a bala entrou por debaixo do olho esquerdo, e alojou-se num pulmão, onde esteve durante muitos anos ". Quando os torturadores o abandonaram, o sacerdote levantou-se pelo seu próprio pé e regressou à estrada, onde foi recolhido por um autocarro. Os responsáveis pelo crime foram condenados à morte, mas a pena foi abolida graças a uma carta enviada pelo sacerdote católico, na qual pedia ao juiz que fossem perdoados. Em Março de 2001 foram beatificado 233 mártires valencianos. “Deus viu que eu não merecia estar entre eles, quis que eu trabalhasse por muitos anos”, dizia o Pe. Laguarda.


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