A Santa Sé considera que a prioridade no Iraque é a estabilidade, para que no país se instale uma democracia, e pede a todos os países que esqueçam as suas posições a respeito desta guerra e ajudem na construção de um novo Estado.
O Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, lembra que “embora na Europa ainda se discuta sobre a legitimidade do novo executivo, há que considerar isso um facto: este filho nasceu. Será ilegítimo, mas agora está aí, e há que educá-lo e criá-lo”.
“Os terroristas sabem que se uma democracia estável se instalasse em Bagdad, isso afectaria a situação de países vizinhos, como o Irão e a Arábia Saudita, onde ainda se vai para a prisão por possuir um Crucifixo”, advertiu.
O braço direito de João Paulo II falou ao jornal italiano “La Stampa” ao receber em Nova Iorque o prémio “Path to Peace”, da Fundação com o mesmo nome.
“Os juízos sobre a actual situação no Iraque são muito contraditórios segundo a orientação política de quem tenta examinar a situação com uma visão de conjunto, mas todos deveríamos estar de acordo sobre um ponto: agora temos de ajudar as populações que vivem entre o Tigre e o Eufrates a viver em paz e a reconciliar-se entre si”, vincou.
O Cardeal Sodano anunciou que o governo iraquiano terá, brevemente, um embaixador na Santa Sé e recordou que o representante do Papa em Bagdad, o núncio D. Fernando Filoni, “permaneceu sempre no Iraque, mesmo nos tempos mais difíceis”.
