Santa Sé: Cristãos são a comunidade mais discriminada no mundo
A liberdade religiosa continua a ser amplamente violada no mundo: a denúncia é do arcebispo Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, que interveio na assembleia-geral que decorre em Nova Iorque.
“Não obstante tudo aquilo que repetidas vezes foi proclamado pela comunidade internacional e especificado nos instrumentos legislativos internacionais, assim como na Constituição de muitos estados, o direito à liberdade religiosa continua a ser hoje amplamente violado”, afirmou D. Celestino Migliore, salientando que não existe no planeta nenhuma religião que esteja isenta de discriminação.
Actos de intolerância religiosa são perpetrados de muitas maneiras e são numerosíssimos os casos levados aos Tribunais e organizações que se ocupam dos direitos humanos.
E se a intolerância religiosa aumenta no mundo, os cristãos são o grupo religioso mais atingido - referiu o representante da Santa Sé. Mais de 200 milhões as pessoas, de várias confissões cristãs, sofrem discriminação no plano legal e cultural.
O arcebispo Celestino Migliore recordou os repetidos ataques ocorridos nos meses passados nalguns países asiáticos e do Médio Oriente contra as comunidades cristãs que causaram mortos e feridos, destruindo igrejas e casas.
Neste contexto a Santa Sé acolhe favoravelmente a promessa do governo do Paquistão de rever e de emendar leis que muito facilmente dão a oportunidade aos extremistas de perseguir quem livremente decide seguir uma tradição de fé diferente.
Leis que favoreceram “injustiça, violência sectária e violência entre as religiões”. Os Governos, pediu o observador da Santa Sé na ONU, devem abolir estas leis que servem como instrumentos de abuso.
“Por este motivo é imperativo – concluiu o arcebispo Celestino Migliore – que os povos de vários credos religiosos trabalhem juntos para crescer na compreensão recíproca. E aqui é necessária uma mudança autêntica das mentes e dos corações”.
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