Santa Sé: Especialista brasileiro em neurociências chamado para Academia Pontifícia

Cidade do Vaticano, 05 Jan (Ecclesia) – Bento XVI nomeou hoje como membro da Academia Pontifícia das Ciências o brasileiro Miguel Nicolelis, neurocientista, que se tem destacado, entre outros, pelo seu trabalho em neuropróteses e sobre a doença de Parkinson.

O professor de neurociências, de 49 anos, é tido como uma das esperanças do Brasil para receber um prémio Nobel.

Nascido em São Paulo, em Março de 1961, Miguel Nicolelis é um dos directores do centro de neuroengenharia na Universidade de Duke (Carolina do Norte, EUA) e director científico do Instituto internacional Lily Safra para as neurociências, em Natal (Rio Grande do Norte, Brasil).

O Vaticano apresenta Nicoelis como “um pioneiro no desenvolvimento e implementação de um novo método neurofisiológico” que abriu um “novo campo” nesta área de investigações.

Em particular, o seu trabalho concentra-se na “medição da actividade simultânea e da interacção de grandes populações de neurónios sobre o cérebro”.

Miguel Nicolelis, acrescenta o Vaticano, é “conhecido, sobretudo, pelos seus estudos pioneiros sobre as interfaces cérebro-máquina e as próteses neurais com pacientes humanos ou primatas não humanos”.

O objectivo desta tentativa de integrar o cérebro humano com máquinas é desenvolver próteses neurais para a reabilitação de pacientes que sofram de paralisia corporal.

Nicoelis desenvolveu ainda uma “abordagem integrada ao estudo das doenças neurológicas e psiquiátricas”, incluindo a doença de Parkinson, a epilepsia, a esquizofrenia e os distúrbios ligados ao défice de atenção.

A Academia Pontifícia das Ciências foi fundada em Roma em 1603, com o nome de Academia dos Linces (da qual Galileu Galilei foi membro), e é composta por oitenta «académicos pontifícios» nomeados pelo Papa, a partir da proposta do corpo académico, sem discriminações de qualquer tipo.

Os actuais moldes da Academia foram definidos em 1936, pelo Papa Pio XI.

OC