A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), deverá apoiar a “função impulsionadora da agricultura nos processos de desenvolvimento”, trabalhando ao lado de Estados e governos para enfrentar a crise alimentar.
Esta é a visão da Santa Sé expressa pelo seu observador permanente junto daquela agência da ONU, o arcebispo Renato Volante, num discurso proferido perante a35ª sessão da Conferência da FAO.
Num cenário mundial dominado, em muitas áreas pobres do planeta, pela insegurança alimentar, o mundo rural deve ser particularmente levado em consideração pela FAO e pelos países ricos.
Os seus programas de ajuda devem ser moldados de maneira a “propor um ordenado equilíbrio” entre sistemas de produção inovadores e qualidade dos bens produzidos, garantindo assim tanto a segurança alimentar como a saúde das pessoas e dos ecossistemas.
É a “visão ideal” proposta por D. Volante aos membros da FAO reunidos para a sessão especial da Conferência da agência, que à distância de 63 anos da sua fundação aprovou um plano de reforma de mais de 42 milhões de dólares.
“Reformar a FAO significa hoje partilhar a ideia de que a luta contra a fome é uma questão determinada por múltiplos factores ”, observou o representante da Santa Sé.
Contudo – acrescentou -, as estratégias adoptadas muitas vezes têm o defeito de uma falta de “visão unitária” que “coloque no centro as exigências da pessoa”, enfrentando os problemas de modo sectorial.
Desta maneira penaliza-se o sector agrícola nas áreas onde “mais se agravam a pobreza, o subdesenvolvimento e a desnutrição, bem como a degradação ambiental”, salientou.
O arcebispo Renato Voltante exortou as autoridades à corresponsabilidade e à colaboração com a FAO, a fim de que esta “possa continuar a dispor de recursos”, e lembrou à agência a sua razão de ser, ou seja, uma “organização de pessoas ao serviço de outras pessoas e dos seus direitos fundamentais”.