Vaticano

Santa Sé pede que Conferência de Madrid seja sinal de esperança para o Iraque

Octávio Carmo
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O representante da Santa Sé na Conferência de países financiadores da reconstrução do Iraque - realizada na passada semana em Madrid - considera que «o mais importante é recuperar a confiança do povo iraquiano». O arcebispo Paul Josef Cordes, presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, constata que há uma grande preocupação na Santa Sé pela situação do povo iraquiano. «As agências de ajuda católicas estão a trabalhar lá há muitos anos e João Paulo II enviou-me pessoalmente durante uma semana, logo após o encerramento da guerra, para poder comprovar em primeira mão a miséria na qual está submersa o país», recorda. Para o enviado do Papa, a Conferência de Madrid, «supõe um importante sinal de boa vontade dos países participantes, e eu pessoalmente estou impressionado pelas grandes personalidades presentes, como Kofi Annan ou o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell». O arcebispo alemão assinala, contudo, que o risco neste momento é «ver o problema da reconstrução do Iraque do ponto de vista exclusivamente económico, quando o primordial nesta reconstrução é recuperar a confiança das pessoas para que não se veja nesta ajuda um sinal de imperialismo ou de coacção da liberdade dos iraquianos». Neste momento, segundo o presidente de Cor Unum, «as agências humanitárias católicas conquistaram com a sua presença a confiança de muita gente no Iraque, não só dos cristãos iraquianos». D. Josef Cordes manifestou a sua intenção de convidar «os governos para colaborar com esta rede de ajuda humanitária, precisamente para que não se crie a impressão de domínio ou de imperialismo sobre o país». O Conselho Pontifício Cor Unum é o organismo vaticano encarregado de alentar e coordenar em nome do Papa a acção das instituições assistenciais católicas de todo o mundo.


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