Vaticano

Santa Sé pede solução para o problema da dívida externa

Octávio Carmo
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A Santa Sé denunciou as consequências que a dívida externa acarreta para o desenvolvimento de países pobres e pediu que se crie um sistema financeiro que evite estes problemas no futuro. Esta posição vem na sequência do pedido de perdão da dívida externa dos países africanos na 58ª sessão plenária da Assembleia geral das Nações Unidas (ver notícias do dia 21 de Outubro). «Estas crises recorrentes da dívida provocaram uma perda geral de recursos financeiros ao longo dos anos, facto que priva as nações pobres dos seus recursos essenciais para o seu desenvolvimento básico, inclusive dos níveis mínimos de saúde e educação», denunciou o arcebispo Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas. O representante católico voltou à carga nesta sexta-feira, ao intervir no Comité da Assembleia Geral das Nações Unidas que analisava o tema «Crise da dívida externa e desenvolvimento». «O total da dívida externa dos países em desenvolvimento passou dos 1,5 mil milhões de dólares em 1990 aos 2,4 mil milhões em 2001», constatou o representante vaticano. «O programa para os Países Pobres Altamente Endividados (HIPC, siglas em inglês) não encontrou ainda uma solução duradoura para as suas dívidas e para os problemas relacionados com estas», assegurou em seguida. «É imperativo intervir nesta tendência», reconheceu o arcebispo Migliore sublinhando que para isso a comunidade internacional enfrenta dois desafios: “em primeiro lugar a necessidade de encontrar soluções para todos os problemas pendentes da dívida; em segundo lugar, é necessário criar um sistema financeiro duradouro e adequado para o desenvolvimento de todos os países”. «As actividades que têm consequências duradouras para a vida de populações inteiras, sobretudo nos seus sectores mais pobres, merecem particular consideração e um atento exame moral», concluiu.


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