A visita de George W. Bush ao Vaticano, que vai ocorrer no dia 4 de Junho, será aproveitada por João Paulo II para pedir ao presidente dos EUA que mude a sua política para o Iraque e o Médio Oriente, abandonando o uso da força.
O homem que João Paulo II enviou aos EUA em Março de 2003, o cardeal Pio Laghi, referiu ao jornal italiano “Il Corriere della Sera” que a posição do Vaticano continua igual ao pré-guerra no Iraque. “O Papa seguramente repetirá ao presidente Bush « advertência que lhe transmitiu e que o governante decidiu não escutar”, referiu.
O prelado recordou a mensagem de João Paulo II para o Dia Mundial da Paz de 2004, onde este “fez um apelo para organizar um nível superior de ordem internacional e advertiu que a luta contra o terrorismo não pode ser somente repressiva, mas deve começar com a eliminação das causas da injustiça”.
“Estamos à beira de um precipício. Diz-nos isso o horror desencadeado pelas torturas aos prisioneiros iraquianos, a decapitação do refém americano e o escárnio dos corpos dos soldados americanos”, afirma D. Laghi.
O Cardeal Laghi confessa que não esperava as notícias sobre as torturas no Iraque. “Temia que a guerra fizesse ainda mais violenta a praga do terrorismo e que haveria massacres, mas não a tortura de prisioneiros”, confidencia na entrevista.
No que se refere à solução do conflito iraquiano, o Cardeal explica que “as forças presentes no Iraque não só não devem estar sob as ordens dos Estados Unidos, como nem devem dar sequer a impressão disso”.
“Tem de haver uma presença multilateral, que não esteja submetida a quem promoveu a guerra”, conclui.