Vaticano

Secretário pessoal de João Paulo II publica obra sobre os seus últimos dias

Octávio Carmo
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“Deixem-me partir para a casa do Pai”: as últimas palavras de João Paulo II, pronunciadas pouco antes de morrer, estão entre as muitas histórias que fazem parte da obra do futuro Cardeal Stanislaw Dziwisz, secretário pessoal do Papa polaco ao longo de várias décadas e uma das pessoas que o acompanhou mais de perto nos momentos da sua morte. O sofrimento que antecedeu o dia 2 de Abril do ano passado e o relato dos últimos dias de Karol Wojtyla juntaram o actual Arcebispo de Cracóvia, o encarregado da edição polaca do “Osservatore Romano” (Czeslaw Drazek), o médico pessoal do Papa (Renato Buzzonetti), e D. Angelo Comastri, vigário pessoal do Papa para a Cidade do Vaticano. O livro terá como título “Deixem-me partir. A força na fraqueza de João Paulo II”, percorrendo os momentos mais dolorosos da vida de Wojtyla, desde a infância, passando pela ocupação Nazi, o atentado de Maio de 1981, os sucessivos internamentos na Clínica Gemelli e a doença de Parkinson. Para D. Dziwisz, o sofrimento vivido por João Paulo II foi “uma visita de Deus”, que tinha como objectivo “fazer nascer obras de amor para com o próximo”. O Arcebispo de Cracóvia assegura que, para o Papa polaco, “o amor de Cristo foi mais forte do que a morte, foi o seu conforto”. Já Renato Buzzonetti lembra o que o Papa sussurrou, em polaco quando era transportado para o hospital após os disparos de Ali Agca: “Jesus, Maria, minha mãe”. D. Angelo Comastri fala do funeral, no Vaticano, considerando-o “como uma experiência verdadeiramente extraordinária, na qual se percebeu, de certa maneira, o poder de Deus”.


João Paulo II