A aprovação de uma nova lei da laicidade, em França, tem tido um impacto significativo em vários países da Europa, onde a questão do usos de símbolos religiosos, como o véu islâmico, mereceu um amplo debate.
Na Alemanha, o presidente Johannes Rau, que afirmou que "a proibição do véu é o primeiro passo no sentido de um Estado laico, que bane da vida pública símbolos religiosos".
O chefe de Estado alemão reiterou na semana passada que o veto de símbolos apenas para uma religião "não é compatível com a liberdade religiosa garantida pela Lei Fundamental", o que levou o presidente Rau a propor a proibição de cruzes e hábitos religiosos no meio escolar do país. Aqui parece estar o principal problemas, dado que o país, de grande tradição cristã, não veria com bons olhos uma proibição semelhante à ontem aprovada pelo conselho de ministros francês.
O respeitado cardeal Karl Lehmann, presidente da Conferência episcopal local, reagiu manifestando dúvidas sobre se os símbolos cristãos e muçulmanos são percebidos pela população da mesma maneira. “A cruz e os hábitos não têm traços de propaganda política, enquanto o véu islâmico não é, em si, um símbolo religioso”, explicou o prelado à revista Focus, criticando o significado político atribuído a toda esta questão.
Contrariamente ao que sucede em França, a Alemanha não é um Estado laico, mas "neutral" perante as religiões.