Vaticano

Sinais religiosos fora das escolas francesas

Octávio Carmo
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Laicismo preocupa Igrejas cristãs

Uma comissão independente aconselhou o Governo francês a decretar a proibição de símbolos religiosos nas escolas e a interdição de os alunos usarem véus islâmicos, kippas judaicas ou cruzes cristãs. A “Comissão Stasi†fala no seu relatório de símbolos “ostensíveis†e não de “ostentatóriosâ€, o que permitirá, ainda assim, que os estudantes tragam consigo sinais mais discretos como pequenas cruzes, estrelas de David ou mãos de Fatimah. A Comissão Stasi sublinha a necessidade de manter "o estrito respeito pelo princípio de neutralidade de todos os agentes públicos". Esta proposição implica também que os utentes dos hospitais públicos franceses respeitem as regras do pessoal de saúde, proibindo-os de rejeitarem ser atendidos por algum médico - muitas mulheres muçulmanas têm-se recusado a ser vistas por homens. Ao mesmo tempo, o documento sugere que as festas muçulmanas e judaicas se transformem também em feriados oficiais, tal como já acontece com as festividades cristã, e insta as empresas a permitirem aos seus trabalhadores tirarem folga nos feriados respeitantes ao seu credo. O presidente Jacques Chirac decidirá até dia 17 se a defesa da laicidade do Estado deve ser colocada em lei. As Igrejas cristãs na França já tinham criticado os trabalhos da comissão, ao defender que o laicismo "não tem a missão de constituir espaços vazios de religião, mas de oferecer um espaço no qual todos, crentes e não crentes" possam debater "sobre o tolerável e o intolerável, sobre as diferenças a serem respeitadas e aquelas a serem evitadas".


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