Vaticano

Sínodo 2015: Preparação para o Matrimónio exige maior investimento das comunidades católicas

Agência Ecclesia
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Foto: Ricardo Perna
Foto: Ricardo Perna

Relatório final propõe que casais assumam responsabilidades no acompanhamento dos mais jovens

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 24 out 2015 (Ecclesia) – O relatório final do Sínodo dos Bispos sobre a família propõe uma aposta mais séria na ação da Igreja Católica a respeito da preparação para o Matrimónio e dos jovens casais.

“O Matrimónio cristão não se pode reduzir a uma tradição cultural ou a uma simples convenção jurídica: é um verdadeiro chamamento de Deus que exige discernimento atento, oração constante e amadurecimento adequado”, assinala o texto, divulgado pelo Vaticano após a votação que teve lugar esta tarde, com a aprovação de todos os 94 pontos.

Os participantes na assembleia sinodal propõem a criação de “percursos formativos” que acompanhem os jovens católicos, tanto numa preparação “remota” para o casamento, que começa em cada família, como na catequese “pré-matrimonial” e a preparação “próxima” para a celebração do sacramento.

A este respeito, o documento fala numa sexualidade que está “desvinculada de um projeto de amor verdadeiro”, pedindo que estes percursos de educação dos jovens e dos noivos ajudem a “descobrir a beleza da sexualidade no amor”.

“O itinerário formativo deveria assumir a fisionomia de um caminho orientado para o discernimento vocacional pessoal e de casal”, pode ler-se.

O relatório final apela à responsabilização dos casais mais velhos, capazes de “acompanhar os noivos antes do casamento e nos primeiros anos da vida matrimonial, valorizando assim a dimensão ministerial conjugal”.

O documento convida também a comunidade católica, a começar pelos sacerdotes, a valorizar a celebração do Matrimónio, onde encontra muitas pessoas que habitualmente não vão à Igreja.

Os bispos apresentam depois os primeiros anos de casamento como um “período vital e delicado” para os casais católicos, o que exige um “acompanhamento pastoral que continue após a celebração do sacramento”, com o compromisso de todas as paróquias e a ajuda de “casais especialistas”, associações ou movimentos.

A este respeito, recorda-se que as dificuldades em ter filhos podem levar “rapidamente” a uma separação, pelo que as comunidades católicas devem oferecer um “apoio afetuoso e discreto”.

O texto conclusivo do Sínodo valoriza a dimensão familiar na preparação do clero e dos religiosos, defendendo em particular uma “maior presença feminina na formação sacerdotal”.

Aos padres é pedido também que acompanhem as famílias em situações de “emergência”, provocadas por “casos de violência doméstica e de abusos sexuais”.

OC



Sínodo dos Bispos