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Sínodo 2015: Trabalhos vão ao encontro de quem se sente «excluído»

Agência Ecclesia
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Vaticano apresenta nova metodologia de trabalho, dedicando cada semana a um tema

Cidade do Vaticano, 23 jun 2015 (Ecclesia) – O cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, disse hoje no Vaticano que há algumas “exclusões” na relação da Igreja com as famílias, defendendo que é preciso “ver se alguns destes muros podem ser derrubados”.

O responsável falava na apresentação do documento de trabalho (instrumentum laboris) da próxima assembleia geral ordinária do Sínodo, que vai ter lugar no Vaticano entre os dias 4 e 25 de outubro deste ano, sobre o tema ‘A Vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo’.

A mesma ideia foi defendida por D. Bruno Forte, secretário-especial desta assembleia sinodal, para quem é urgente uma “conversão da linguagem” que assuma a necessidade de “mediação cultural”.

A segunda etapa do Sínodo sobre a família procura “integrar”, porque ninguém deve sentir-se recusado ou excluído” pela Igreja Católica, falando sobretudo nas “situações de fragilidade, famílias feridas”.

“Nesses casos, como expressar a atitude de amor, de proximidade, de misericórdia do Senhor?”, questionou.

O cardeal Baldisseri assinalou o “notável interesse” que suscitou este processo, que já incluiu uma assembleia sinodal extraordinária em outubro de 2014.

As propostas enviadas à Santa Sé chegaram de conferências episcopais, dioceses, organizações católicas, universidades, centros de investigação e estudiosos,

Para o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, as contribuições ajudaram a um “enriquecimento temático” neste documento de trabalho.

O cardeal italiano alertou ainda para o facto de a assembleia sinodal ser um espaço de diálogo e não “um Parlamento”, cabendo a última palavra ao Papa.

A conferência de imprensa adiantou que a assembleia de outubro do organismo consultivo, com representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, vai ter uma nova metodologia.

Os trabalhos vão ser divididos em três semanas, abordando cada uma das partes do instrumento de trabalho (desafios, vocação e missão da família) com intervenções gerais e trabalhos de grupo (círculos menores) semanais.

Portugal vai ter como delegados o presidente da Conferência Episcopal, D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, e o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco.

Segundo D. Lorenzo Baldisseri, os últimos meses foram “extremamente úteis” para aprofundar o texto preparatório, divulgado em dezembro de 2014.

O cardeal Peter Erdo, relator-geral da 14ª assembleia geral ordinária do Sínodo, disse aos jornalistas, por sua vez, que a resposta da Igreja deve prestar particular atenção à preparação dos jovens para o Matrimónio.

O responsável sustentou que os trabalhos sinodais têm como referência os “ensinamentos de Jesus”, inclusive sobre o “adultério”.

Para o cardeal húngaro, a afirmação de uma atenção pastoral em relação aos homossexuais não implica o reconhecimento como “casamento” da união entre duas pessoas do mesmo sexo.

OC



Sínodo dos Bispos