Vaticano

Sínodo: Documento final com novo rumo para sublinhar dimensão positiva da mensagem cristã

Agência Ecclesia
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Conferência de imprensa, 15.10.2014
Conferência de imprensa, 15.10.2014

Trabalhos em grupos linguísticos afastam discussão das situações problemáticas na família

Cidade do Vaticano, 15 out 2014 (Ecclesia) - Os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família, que decorrem no Vaticano, estão a centrar-se na dimensão positiva da mensagem cristã, procurando afastar a discussão, também na opinião pública, das situações problemáticas.

A revelação foi feita hoje em conferência de imprensa por três dos responsáveis pelos grupos linguísticos (círculos menores) que estão a apresentar emendas e propostas ao texto do relatório intercalar apresentado esta segunda-feira.

D. Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, observou que “a discussão é um elemento de crescimento, não de divisão” e que os participantes nesta assembleia geral extraordinária estão agora concentrados em “fazer emergir a beleza da família cristã”.

“Do ponto de vista cultural, não só no Ocidente, está a instaurar-se cada vez mais a prática de uma convivência que não acolhe em si a alegria da beleza do matrimónio. Por isso, apontar para uma dimensão positiva, para o testemunho dado pelas nossas famílias, é um ponto sobre o qual o Sínodo se pode exprimir mais”, exemplificou.

O arcebispo italiano referiu, por outro lado, que “há vários tipos de convivências” e é necessário distingui-las, porque algumas não estão “abertas” ao matrimónio.

“É certo que há elementos positivos, mas é preciso saber do que estamos a falar”, precisou, falando em “critérios de estabilidade, de fidelidade”.

O membro da Cúria Romana disse que há vários temas ainda por abordar até à definição de um texto final, no sábado, e revelou que nos debates que decorreram no seu grupo se aludiu à adoção como “gesto de amor, gesto de caridade”.

D. Rino Fisichella adiantou também que os leigos presentes pediram que se falasse mais “aprofundadamente” sobre os métodos naturais de regulação da natalidade.

Já o cardeal Martínez Sistach, arcebispo de Barcelona, disse que os últimos debates se têm centrado na “beleza do matrimónio, o Evangelho da vida”, tudo o que ajude os casais a viver “com amor fiel, indissolúvel, fecundo, para acolher os filhos”.

Nesse contexto, acrescentou, surge o discurso sobre a “atitude materna” da Igreja que quer “estar próxima e acolher” os casamentos que não cumprem este ideal, como no caso dos divorciados.

O arcebispo espanhol espera, por isso, que o relatório final consiga tratar os temas “no contexto da família” e não isolar os assuntos, sublinhando a importância de um “comportamento materno do acolhimento, da compreensão, do amor”.

Segundo este responsável, os debates continuam num “clima de comunhão, de fraternidade, de pastoralidade”, no “desejo de procurar, entre todos, o que mais convém à Igreja, para o bem das pessoas”.

Também presente no encontro com os jornalistas esteve o arcebispo Joseph Kurtz, presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América, para quem é fundamental “restaurar a confiança no casamento” e promover um olhar “missionário”, indo ao encontro das pessoas “onde elas estão”.

Recusando qualquer polémica por causa do texto do relatório intercalar, que considerou um “maravilhoso documento de trabalho”, o arcebispo norte-americano afirmou que existe “unidade” e “respeito” no seio do Sínodo.

Este responsável respondeu a uma questão sobre o tema específico do acesso à Comunhão por divorciados em segundo união, sustentando que o mesmo exige “mais estudo”.

Os trabalhos dos chamados 'círculos menores' vão decorrer até quinta-feira e o resumo das suas propostas serão publicadas nesse mesmo dia.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

OC



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