A pressão internacional sobre o governo do Sudão não está a ter o efeito desejado para a população do Darfur, região ocidental daquele país, donde continuam a chegar relatos de ataques e perseguições da boca dos deslocados que vão chegando à área onde a Cáritas Internacional está a desenvolver o seu trabalho.
Segundo um comunicado deste organismo católica, pelo menos 5 mil pessoas foram expulsas das suas casas. Agora procuram refúgio e carecem de comida, água ou abrigo.
Segundo relatou uma das refugiadas, as milícias Janjaweed chegaram em cavalos e camelos, seguidas por soldados: “Começaram a disparar e saquearam toda aldeia”, refere.
Desde que a Cáritas iniciou o seu trabalho na região, o número de desabrigados internos disparou. O pessoal nos campos de refugiados está muito preocupado pelo perigo de fome que correm essas pessoas.
“Ainda há ataques em andamento dirigidos contra civis inocentes e o número de deslocados continua a aumentar”, alertam.
Entre 35 mil a 50 mil mortos e dois milhões de desabrigados internos é o resultado estimado dos combates que desde Fevereiro de 2003 envolvem grupos rebeldes - o Movimento para a Justiça e a Igualdade (JEM) e o Exército-Movimento de libertação de Sudão (SLA-M) - e o governo de Cartum.