“Nestes momentos em que João Paulo II não pode pronunciar palavras, por causa da traqueotomia, ele fala ao mundo desde a cátedra do sofrimento”, assegura um dos teólogos mais conhecidos actualmente, o arcebispo Bruno Forte.
Membro da Comissão Teológica Internacional, D. Forte considera que o testemunho do Papa nestes momentos pode ter um impacto maior do que muitas palavras. “O Santo Padre fala desde a ‘cátedra indiscutível do sofrimento’, oferecido por amor e vivido na fé”, afirmou o arcebispo italiano de Chieti esta segunda-feira em declarações à “Rádio Vaticano”.
Recordando os minutos em que o Papa veio à janela do seu quarto no hospital Gemelli, o prelado afirma: “esta cátedra não tem necessidade de palavras. O gesto de abençoar a multidão e depois de levar a mão onde foi realizada a traqueotomia fala de maneira eloquente, como que dizendo não posso falar, mas tudo ofereço a Deus por vós”.
“Creio que esta eloquência, que não é feita de palavras, tem um impacto maior no nosso tempo do que o das próprias palavras. Deste modo, o Papa fala verdadeiramente a todos os homens, a cada homem, em qualquer tempo, pois fala através de uma linguagem que todos podem ver e compreender, a do sofrimento e a do amor com que o oferece”, acrescenta.
