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Sri Lanka procura recomeçar a vida após a tragédia

Fundação AIS
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Alguns dos sobreviventes não querem voltar a ver o mar

Na costa leste do Sri Lanka, a mais afectada pelo maremoto, mais 200 mil pessoas aguardam que as suas casas sejam reconstruídas. Segundo o Bispo de Trincomalee-Batticaloa, alguns dos sobreviventes ficaram tão traumatizados que não querem voltar a ver o mar. D. Joseph Swampillai é Bispo de Trincomalee-Batticaloa, uma diocese com cerca de 60 mil católicos na costa leste do Sri Lanka, onde 20 mil pessoas (metade das vítimas em todo o país) perderam a vida na sequência do maremoto. A violência das ondas causou uma enorme destruição em quase todas as igrejas na costa leste. Só nesta diocese 13 igrejas ficaram completamente destruídas. Em entrevista concedida à Ajuda à Igreja que Sofre, D. Joseph Swampillai recordou como no dia do maremoto (26 de Dezembro) recebeu um telefonema de um padre diocesano pedindo ajuda. O prelado partiu imediatamente para a zona atingida pelo tsunami e encontrou gente em pânico que procurava desesperadamente familiares e amigos. O bispo contou também como nesse trágico dia, as ondas atingiram uma igreja onde um grupo de crianças ensaiava cânticos de Natal. Algumas dessas crianças nunca mais foram encontradas. “Muitos habitantes ficaram tão traumatizados que dizem que nunca mais querem ver o mar”, confessa D. Joseph Swampillai. Actualmente, segundo o prelado, existem dezenas de milhar de pessoas nos campos de deslocados que desejam sair para construir abrigos temporários nas povoações que tiveram de abandonar. Alguns puderam, entretanto, juntar-se a familiares que ofereceram abrigo mas a grande maioria dos deslocados depende ainda da ajuda vinda do exterior para obter abrigo. O prelado explicou como foi fundamental o auxilio de emergência enviado pela Ajuda à Igreja que Sofre nos dias seguintes à calamidade, quando milhares de pessoas procuraram refúgio nas igrejas, conventos e escolas católicas. A pronta ajuda internacional foi também um importante auxílio no plano espiritual, como indicou D. Joseph Swampillai: “A angústia dos sobreviventes que perderam tudo tem sido minorada pelo sentimento de que há pessoas que se preocupam com eles e que os procuram ajudar”.


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