Apelo de D. Jaime Gonçalves, presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, a propósito do tráfico de órgãos humanos
“Vamos continuar a trabalhar para que o crime termine e a tranquilidade volte. Queremos voltar a circular livremente em Moçambique sem o perigo de sermos apanhados e nos extraiam órgãos internos” – denunciou à Agência ECCLESIA D. Jaime Gonçalves, Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), a propósito do tráfico de órgãos humanos na província de Nampula, no norte daquele país lusófono.
D. Jaime Gonçalves referiu também que a Conferência Episcopal de Moçambique “já denunciou, em dezembro passado, junto do Presidente da República, certos crimes que se praticam no país”. E adianta: “desaparecimento de crianças, exportação de pessoas e cadáveres sem órgãos internos”. Sobre estes órgãos retirados às crianças, o prelado sublinha que “não sabemos o que é” mas “pode ser tráfico”. Perante estes casos – salienta D. Jaime – o Presidente da República “prometeu-nos acompanhar os acontecimentos e colocar no terreno algumas estruturas”. O Conselho Permanente da CEM “está atento” e na terça – feira passada “estivemos reunidos e reflectimos no assunto”. Mas tarde “poderemos pronunciarmo-nos novamente” - afirmou
Depois das denúncias feitas pela irmã Maria Ililda, do mosteiro de Mater Dei, e a hipótese de ser expulsa do país, o presidente da CEM disse que “não sabe qual a atitude do governo” mas “ela fez um bom trabalho, um lindo trabalho de denúncia”. E acrescenta: “a imprensa local também denunciou o caso” e “os pais das crianças também” mas “o risco é maior”. Neste estado de ebulição, “ela corre risco tal como os pais que também são ameaçados”.
Depois de encontrada morta, terça-feira, a missionária brasileira Doraci Edinger, da Igreja Luterana, D. Jaime Gonçalves não sabe “se o caso está relacionado com as denúncias”. As primeiras informações que o prelado recebeu davam-lhe indicação que “tinha sido a irmã Ililda assassinada”. Sobre a irmã luterana, “não conheço bem o trabalho delas e não posso relacionar a sua morte e a denúncia dos crimes”.