Vaticano

Terrorismo no Iraque é uma ferida de morte

Octávio Carmo
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O arcebispo católico de Bagdad, Jean Benjamin Sleiman, considera que os actos de terrorismo no Iraque “matam o Islão” quando são justificados por motivos religiosos. O prelado, em visita à Polónia, referiu, de acordo com a AFP, que “no Iraque tudo é uma questão política, não religiosa”. “A guerra no Iraque não nem nunca foi entre religiões, porque todas se lhe opuseram. Não é um conflito de civilizações”, assegurou. Já esta manhã, o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz lamentou que a comunidade internacional não tenha optado pela via do diálogo para resolver o problema iraquiano. “Sadddam estava pronto para fazer o que Mouammar Kadhafi está a fazer, mas não quiseram esperar nem ouvir o Papa”, criticou o Cardeal Renato Martino, que foi durante muitos anos o representante da Santa Sé na ONU. No local, é cada vez mais clara a percepção de que se as forças dos Estados Unidos e do governo interino iraquiano continuarem a matar civis inocentes, poderia ser declarada uma “guerra santa” em escala nacional no Iraque. “Se esses assassinatos, o extermínio de pessoas inocentes, os ataques às propriedades e a violação da honra continuarem, nós acreditamos que restará ao povo iraquiano apenas uma opção, que é a guerra santa, um levantamento popular de norte a sul do Iraque”, advertiu Mohammed Bashar al-Faidhi, porta-voz de uma associação de clérigos sunitas.


Guerra do Iraque