Vaticano

Tribunal de Cabinda adia julgamento sobre agressão a bispo católico

Agência LUSA
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O Tribunal Provincial de Cabinda adiou o julgamento de 15 pessoas, entre as quais os padres Casimiro Congo e Raul Tati, acusadas de envolvimento na agressão ao administrador apostólico da diocese, D. Eugénio del Corso, ocorrida em Julho de 2005. "Não houve julgamento", disse à Agência Lusa o advogado Luís do Nascimento, que defende o padre Congo neste processo, acrescentando que ainda não foi informado sobre os motivos que originaram o adiamento. "Apresentei um requerimento a pedir o adiamento pelo facto de não ter tido acesso à acusação definitiva e não poder apresentar contestação, mas não sei se o adiamento se deve a esse requerimento ou a qualquer outra anomalia", afirmou Luís do Nascimento. O advogado salientou, por outro lado, que também não foi informado da nova data para o início deste julgamento, que deveria ter começado quinta-feira no Tribunal Provincial de Cabinda, enclave no norte de Angola. A agressão a D. Eugénio del Corso foi o culminar da contestação gerada entre a comunidade católica de Cabinda, na sequência da nomeação de D. Filomeno Vieira Dias, em Fevereiro de 2005, para liderar a diocese. A comunidade católica do enclave, que não questiona as qualidades do bispo nomeado, rejeita que o titular da diocese seja alguém que não tenha nascido no enclave. Esta contestação originou nos meses seguintes à nomeação uma série de incidentes com responsáveis da hierarquia da Igreja Católica que se deslocaram a Cabinda para tentar resolver o impasse. Os incidentes culminaram em finais de Julho com uma agressão a D. Eugénio del Corso, administrador apostólico da diocese, que foi impedido de celebrar missa na Igreja Paroquial da Imaculada Conceição. Na sequência desta agressão, ocorrida na sacristia da igreja, o Núncio Apostólico em Angola decidiu encerrar a Igreja da Imaculada Conceição e suspender alguns membros do clero local. Neste processo, o padre Casimiro Congo foi afastado da paróquia da Imaculada Conceição, enquanto o padre Raul Tati foi demitido do cargo de vigário-geral da Diocese de Cabinda. Na resposta, os sacerdotes decidiram suspender a celebração de missas no território, situação que se manteve até ao início de Dezembro, altura em que foi alcançado um acordo que permitiu reabrir as igrejas do enclave para a celebração de cerimónias eucarísticas. Apesar deste acordo, ainda não está marcada a data para a posse do novo Bispo de Cabinda, D. Filomeno Vieira Dias, nomeado em Fevereiro de 2005 pelo Papa João Paulo II.

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