Vaticano

Últimas horas para Terri Schiavo

Octávio Carmo
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Tubo de alimentação será retirado pelas 13h00 locais, 18h00 em Lisboa

Apesar dos vários apelos lançados em favor da vida da norte-americana Terri Schiavo, as tentativas de evitar a retirada dos tubos de alimentação e hidratação parecem destinadas ao fracasso. Ontem à tarde, o Supremo Tirbunal da Florida recusou um apelo dos pais da doente, enquanto o parlamento do Estado norte-americano não chegou a acordo sobre uma proposta legislativa para assegurar o direito à alimentação de qualquer pessoa que se encontre em estado vegetativo permanente. Por mandato judicial, o tubo de alimentação será retirado pelas 13h00 locais, 18h00 em Lisboa, o que levará a uma morte por inanição em menos de três semanas. Terr Schindler-Schiavo apresenta graves danos cerebrais desde 1990, e enquanto seu marido deixou claro que não quer mantê-la viva por nenhum meio artificial, como o tubo de alimentação, os seus pais alegam o contrário e clamam pelo direito à vida da sua filha. O estado vegetativo de Terri Schiavo não é considerado profundo, dado que ela é capaz de reagir a estímulos externos, interagindo com o ambiente que a rodeia. Do Vaticano chegou uma dura reacção de condenação, pela voz de D. Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, que classifica a decisão judicial como “eutanásia directa”. “Se tomamos em conta exclusivamente os aspectos médicos e antropológicos deste caso, sentimo-nos com o dever de afirmar que esta decisão vai contra dos direitos da pessoa da senhora Terri Schiavo e constitui, portanto, um abuso da autoridade jurídica”, apontou.


Eutanásia/Bioética