Vaticano

Um Cinema diferente

Francisco Perestrello
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A qualidade ou talento de um realizador vai sendo, de forma geral, definido ao longo da sua carreira. E quando um cineasta de relevo entra no mercado, a atenção é despertada, mesmo antes da estreia. Chen Kaige, nascido em Pequim e hoje com 56 anos, ficou na primeira linha sobretudo a partir de "Adeus minha Concubina" (1993), tendo conseguido, não só com este filmes mas com quase todos os de sua autoria, o acesso ao mercado ocidental, divulgação muito importante para a rentabilização da sua obra, sobretudo quando a própria China lhe começa a pôr reservas. Das onze longas-metragens que realizou (a que se juntou a participação no filme colectivo "Chacun son Cinema"), dez entraram no circuito comercial em Portugal, na sua maioria em sala, os restantes na televisão e no DVD. É uma percentagem elevada, mas que obrigou os distribuidores a sacrifícios e riscos muito para além da importação dos chamados "filmes comuns", ou seja americanos ou de sua directa influência. De tal forma se consolidou a imagem deste realizador que nem a redução de actividade por parte da Atalanta Filmes - distribuidor habitual de obras de qualidade de difícil comercialização - impediu que a presença de Chen Kaige se mantivesse no mercado cinematográfico português. "A Promessa" ("Wu Ji", 2005) não será das obras mais conseguidas do seu autor, mas uma distribuidora de actividade reduzida, a New Líneo Cinemas, (com apenas 4 filmes no ano corrente), correu o risco de uma estreia em sala, permitindo ao público continuar a ter uma visão global da obra do seu autor. Tal como outros pequenos distribuidores fura-se o domínio de um mercado extremamente concentrado, dominado pelo grupo Lusomundo e com uma presença muito significativa de vários outros, entre os quais a Castello Lopes, a Atalanta a Columbia, a Vitória Filme e, até, a LNK. O ligeiro crescimento de pequenos distribuidores contribui para a diversidade dos filmes apresentados. Francisco Perestrello


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