Vaticano

Um dia no Sínodo dos Bispos

Agência Zenit
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O Sínodo dos Bispos está a converter-se na oportunidade mais adequada, desde o início do pontificado, para que Bento XVI tenha um panorama global e em primeira mão da vida da Igreja nos diferentes continentes. Nestes dias de assembleia sinodal sobre a Eucaristia, começada a 3 de Outubro passado, o Papa não pôde participar em todas as congregações por causa de seus compromissos de trabalho, mas salvo alguma excepção, nunca perde nem a primeira nem a última da jornada. A última, das 18h00 às 19h00, é a sessão de intervenções livres, nas quais cada um toma a palavra para discutir brevemente alguns dos temas do Sínodo. É também uma maneira para o Papa tomar o pulso à vida da Igreja e aos diferentes pontos de vista nela existentes. Bento XVI participa também na oração da manhã e na primeira sessão, interrompida por uma pausa para café. Nessa altura, o Papa aproveita para conversar pessoalmente com os Bispos, divididos segundo os grupos de trabalho (círculos menores) por idiomas. Este encontro, segundo explicou Isidro Catela, porta-voz para os jornalistas de língua espanhola, aconteceu todos os dias numa sala próxima da Sala das audiências gerais Paulo VI. Nele participam umas quarenta pessoas os Bispos aproveitam para transmitir detalhes da vida das suas dioceses. Enquanto isso, entre 10h30 e 11h00 da manhã, os restantes participantes no Sínodo conversam durante o momento para o lanche. É a oportunidade para trocar opiniões sobre o Sínodo, saudar velhos amigos ou fazer novas amizades entre os novos rostos episcopais que chegaram a esta assembleia. Nos momentos livres entre as congregações, os padres sinodais podem ligar-se à Internet graças a dez computadores colocados perto da sala sinodal. A Internet torna-se, assim, no meio privilegiado para muitos prelados receberem as informações mais urgentes da vida das suas dioceses. Cada um tem também uma caixa de correio para que o resto dos participantes do Sínodo possa transmitir-lhe as suas mensagens. Nesses momentos de pausa, os Bispos têm à disposição dois postos de venda de fotografias sobre as sessões de trabalho do Sínodo ou outras celebrações, como por exemplo, a eucaristia de abertura presidida pelo Papa na Basílica de São Pedro. O único jornal que se distribui nestes espaços é «L’Osservatore Romano», o diário do Vaticano. Durante as intervenções na Sala do Sínodo, aparece o nome do Bispo que está no uso da palavra, num ecrã gigante, bem como um mapa do mundo no qual se indica a diocese que governa. Outros quatro monitores menores oferecem, através da sala, a imagem do Bispo que fala para que todos passam vê-lo com clareza. Pode-se tomar a palavra em seis idiomas (alemão, inglês, italiano, francês, espanhol, e latim), de maneira que muitos são vistos na sala com os auriculares para poder contar com o serviço de tradução simultânea. Tanto de manhã como de tarde, a pedido da assembleia sinodal, pode ter-se uma hora de adoração diante da Eucaristia, na capela que se encontra no mesmo edifício da sala do Sínodo. A maioria dos participantes estão alojados na Casa Santa Marta (a mesma em que se alojaram os Cardeais durante o Conclave) ou no Instituto Maria Menina, ambos em território vaticano. No Sínodo participam 252 padres sinodais. Estão vazias as quatro cadeiras dos Bispos chineses que haviam sido convidados por Bento XVI e que não foram autorizados a vir. A partir da próxima quinta-feira, deverão começar as sessões de trabalho por grupos linguísticos para começar a redigir as primeiras propostas das «proposições». Estas, depois de ter sido discutidas e corrigidas na assembleia geral, deverão recolher as conclusões deste Sínodo. Após o encontro são apresentadas ao Papa para que lhe possam servir de base para a redacção da carta apostólica pós-sinodal.


Sínodo dos Bispos