A Santa Sé enviou, através das Igrejas locais, uma mensagem aos crentes nas religiões tradicionais ou tribais para convidá-los a contribuir na construção da paz. É a conclusão do congresso mundial encerrado este sábado no Vaticano sobre “Os recursos para a paz nas religiões tradicionais”, convocado pelo Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso.
Trata-se das religiões étnicas ou tribais, desenvolvidas num grupo étnico específico, particularmente na África, Ásia e América Latina, que comum e erroneamente são chamadas “animistas”.
Os participantes no encontro eram católicos, pois é difícil contar com representantes institucionais destas religiões - não têm este tipo de organização - e em certas ocasiões não se sentem com confiança para falar dos seus “segredos”, explicaram fontes do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso.
O arcebispo Michael Fitzgerald, presidente do Dicastério organizador, referiu aos microfones da Rádio Vaticano que “enviaremos nossa mensagem às Igrejas locais e às comissões para o diálogo. A elas corresponderá retomar a questão e avançar na direcção do diálogo para que todas as tradições religiosas possam contribuir à paz”.
O Pe. Theodore Mudiji, director do Centro de Estudos de Religiões Africanas e professor na Universidade Católica de Kinshasa, na República Democrática do Congo, revelou que o diálogo entre católicos e representantes destas religiões na África (60 milhões) experimentou nos últimos anos um “grande avanço”.