"Culturas e religiões" foi o título da Jornada de estudo promovida no Vaticano pelos Conselhos Pontifícios para a Cultura e para o Diálogo Inter-religioso.
O encontro foi realizado na presença dos dois presidentes destes dicastérios da Cúria Romana – o arcebispo Gianfranco Ravasi e o Cardeal Jean-Louis Tauran – e de personalidades internacionais do mundo cultural e religioso. O tema em debate foi o diálogo, seja do ponto de vista cristão, seja do ponto de vista de quem não professa a fé católica.
Para o Cardeal Tauran, no decurso da história o cristianismo permaneceu uma iniciativa e uma fonte. "O cristianismo não é uma moral, não é um conjunto de dogmas, mas é esta mensagem viva de um Deus que fala e do homem que responde, e que encontra neste diálogo a inspiração para os seus compromissos quotidianos", afirmou.
Por sua vez, D. Gianfranco Ravasi falou de culturas e de religiões. Segundo o prelado, para as colocar em diálogo, podem-se seguir três caminhos. O primeiro é a luta contra os extremismos: de um lado, o fundamentalismo que sufoca e, do outro, o sincretismo que dissolve as especificidades.
O segundo é a luta contra a falta de memória, sobretudo perante um Islão que tem uma identidade muito forte, uma consciência do seu património cultural.
“E finalmente - afirmou o arcebispo Gianfranco Ravasi, deve reencontrar-se a base comum que nos une: uma moralidade que, infelizmente, foi substituída nos nossos dias pela amoralidade, pela indiferença”.
Todavia, observou D. Ravasi, hoje, os homens de fé são um estímulo para as consciências, justamente sobre as grandes questões ou os grandes valores da existência, num tempo no qual o homem deixou de interrogar-se e, portanto, de ter uma direcção.
