O Vaticano vai recomendar às Igrejas locais que trabalham mais de perto com os especialistas das várias áreas da ciência para prevenir e enfrentar eventuais crises de abuso sexual, como a que acontece neste momento nos EUA.
O relatório “Abuso sexual na Igreja Católica: perspectivas legais e científicas”, foi enviado às conferências episcopais de todo o mundo e será publicado no final de Março. Nele se pede aos líderes das dioceses que procurem ajuda para “identificar possíveis prevaricadores e assegurar que eles não farão mal aos jovens”.
O texto de 220 páginas representa o primeiro esforço deste género, no Vaticano, para examinar as recentes descobertas na área das causas psicológicas e dos tipos de abuso sexual, efeitos nas vítimas e possíveis terapias para os abusadores.
O texto, da responsabilidade da Academia Pontifícia para a Vida, recolhe as conclusões de um seminário, no Vaticano, que decorreu à porta-fechada em Abril do ano passado.
Em comunicado, a Academia Pontifícia informou que o objectivo da mesma é exclusivamente “apresentar o estado da pesquisa científica sobre esse tema. Obviamente, não foi possível convidar todos os especialistas do sector, embora alguns deles, de altíssimo nível científico, tenham vindo a Roma”.
“João Paulo II chamou a atenção, com clareza e força, sobre a grave injustiça causada às vítimas. Pediu à Igreja que faça tudo o que esteja em seu alcance para aliviar a dor produzida e evitar futuros casos”, indicou D. Elio Sgreccia, vice-presidente da Academia Pontifícia para a Vida.