Vaticano: Papa incentiva Igreja a ter «voz» na «defesa e promoção» das pessoas com deficiência
Francisco critica prática de abortos nestas situações
Cidade do Vaticano, 21 out 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco defendeu hoje no Vaticano que a “catequese” e a Igreja devem saber como integrar as pessoas com deficiência.
“A catequese, em particular, é chamada a descobrir e experimentar formas consistentes, para que cada pessoa, com os seus dons, as suas limitações e deficiências, mesmo graves, possa encontrar Jesus no seu caminho e abandonar-se a Ele com fé”, disse aos participantes do encontro ‘A catequese e as pessoas com deficiência’, do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.
No discurso publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o Papa observou que o crescimento da consciência da dignidade de cada pessoa, “especialmente os mais fracos”, motivou “posições corajosas” para a inclusão das pessoas com deficiência.
Francisco disse que a nível cultural ainda “há expressões que contradizem a dignidade” das pessoas com deficiência, pela “prevalência de uma falsa conceção de vida”.
“Por uma visão muitas vezes narcisista e utilitária, infelizmente, não poucas pessoas consideram como marginais as pessoas com deficiência, sem aproveitar as suas multiformes riquezas humanas e espirituais”, desenvolveu.
O pontífice assinalou também que “é ainda demasiado forte na mentalidade comum”, uma atitude de recusa desta condição, como “se ela impedisse de ser feliz e de realização”.
“A tendência de suprimir os bebés por nascer que apresentam alguma forma de imperfeição é uma prova desta atitude”, alertou aos participantes do encontro.
Para o Papa Francisco, a resposta é o amor “real, concreto e respeitoso”, porque na medida em que as pessoas são “acolhidas e amadas, incluídos na comunidade e acompanhadas a olhar para o futuro com confiança” se desenvolve o verdadeiro percurso da vida e faze-se a “experiência da felicidade duradoura”.
“A Igreja não pode ser ‘sem voz’ na defesa e promoção das pessoas com deficiência”, destacou, acrescentando que a sua “proximidade às famílias ajuda-os a superar a solidão” em que muitas vezes correm o risco de ficar, por falta de atenção e apoio.
Neste contexto, o Papa aludiu à responsabilidade que existe na geração e formação na vida cristã e, especialmente, “a Liturgia Dominical terá de saber como incluir as pessoas com deficiência".
“O encontro com o Senhor Ressuscitado e com a própria comunidade pode ser uma fonte de esperança e coragem no caminho da vida que não é fácil”, acrescentou, referindo que os limites físicos e mentais não podem ser “um impedimento para esta reunião, porque o rosto de Cristo brilha dentro de cada pessoa”.
Na Sala Clementina, Francisco concluiu com votos que mais pessoas com deficiência possam ser catequistas.
CB/OC
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