O Vaticano vai recomendar às Igrejas locais que trabalham mais de perto com os especialistas das várias áreas da ciência para prevenir e enfrentar eventuais crises de abuso sexual, como a que acontece neste momento nos EUA.
O relatório “Abuso sexual na Igreja Católica: perspectivas legais e científicas”, que deverá ser publicado em breve, pede aos líderes das dioceses que procurem ajuda para “identificar possíveis prevaricadores e assegurar que eles não farão mal aos jovens”.
O texto de 220 páginas representa o primeiro esforço deste género, no Vaticano, para examinar as recentes descobertas na área das causas psicológicas e dos tipos de abuso sexual, efeitos nas vítimas e possíveis terapias para os abusadores.
De acordo com a agência católica norte-americana CNS, o relatório critica a política de “tolerância zero” dos bispos do país, esclarecendo que a melhor solução para todos é “manter os padres abusadores no sacerdócio, mas longe das crianças”.
O texto, da responsabilidade da Academia Pontifícia para a Vida, recolhe as conclusões de um seminário, no Vaticano, que decorreu à porta-fechada em Abril do ano passado.
O encontro contou com a presença de figuras destacadas da Santa Sé e médicos internacionais especializados em questões relacionadas com a pedofilia. O Director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, confirmou que o encontro reuniu especialistas médicos para analisar, em conjunto com representantes da Cúria Romana, o problema do abuso sexual de menores “de um ponto de vista estritamente científico e clínico”.