Vaticano

Vida Consagrada em crise, mas sem medo do futuro

Agência Zenit
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José Maria Arnáiz, presidente do primeiro congresso do mundo sobre a vida consagrada, que foi apresentado esta sexta-feira em Roma, considera que «nós, os religiosos, estamos em um mundo de crise - e ai de quem não esteja em crise com estes desafios que nos propõe o mundo- , mas não temos de ter medo de nada». O religioso marista, secretário-geral da União de Superiores Gerais (IUSG), fez esta afirmação na sede de «Rádio Vaticano», durante a apresentação do encontro que se celebrará em Roma de 22 a 27 de novembro. O congresso unirá pela primeira vez homens e mulheres religiosos - um total de 850 participantes já confirmaram sua presença - sob o lema «Paixão por Cristo, paixão pela humanidade». «É o primeiro congresso mundial organizado de maneira conjunta pelas duas uniões internacionais, a União de Superiores Gerais (USG), em representação de duzentos mil religiosos, e a União Internacional de Superiores Gerais (UISG), em representação de oitocentas mil religiosas», ilustraram na conferência de imprensa. «Dos 850 participantes, 91 vêm da Ãfrica, 248 do continente americano, 95 da Ãsia, 17 da Oceania e 399 da Europa». Também participarão 113 delegados de conferências de religiosos, 17 directores de revistas de vida consagrada e 60 religiosos jovens, assim como 114 religiosos e religiosas teólogos. As sessões acontecerão no hotel Erfige de Roma e têm como objectivo «analisar os desafios que interpelam a vida consagrada masculina e feminina ao início do terceiro milénio». Entre estes desafios estão «situações que exigem urgentemente mudanças importantes», disse irmã Teresina Joana Rasera, presidente do congresso junto ao padre Arnáiz, e presidente da UISG. O congresso abordará temas como «a ambiguidade do mundo globalizado, sistemas económicos como o neoliberalismo injusto, uma cultura da morte e da guerra», indicou a religiosa. «Estamos chamados a inventar o futuro com o apoio mútuo entre congregações», assinalou irmã Maria Victoria González de Castejón, secretária da União Internacional de Superiores Gerais (ramo feminino). Em 1950 houve um congresso similar, ainda que não tivesse o mesmo alcance e, em 1997, os dois ramos de religiosos - masculino e feminino - organizaram um congresso conjunto dedicado aos jovens. Assim, este congresso de 2004 é a primeira experiência conjunta, motivo pelo qual «não se convidaram observadores ou delegados de outros tipos de vida religiosa de outras religiões: primeiro temos de fazer experiência conjunta», aponta Maria Victória González de Castejón.

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