Vaticano

Voto de confiança no futuro do Iraque

Fundação AIS
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Para os bispos do Iraque as eleições do passado domingo vão ficar para a História como o ponto de viragem para promover uma sociedade mais livre e pluralista. Os prelados iraquianos classificaram de “espantosa” a participação dos cristãos neste processo eleitoral. Apesar de não existirem ainda números oficiais sobre a percentagem de votantes iraquianos nas eleições do passado domingo, as estimativas apontam para uma participação entre 60 a 80 por cento dos eleitores. O reforço da segurança evitou a ocorrência de atentados e minimizou a violência terrorista. Contudo, só no dia 30 de Janeiro, morreram ao todo cerca de 30 pessoas no Iraque. Em Bagdade, o Bispo Auxiliar caldeu, D. Andraos Abouna, informou a Ajuda à Igreja que Sofre que o reforço da segurança na capital iraquiana ajudou a afastar os receios da população. O prelado ficou impressionado ao ver um polícia, que foi ferido numa perna, continuar a garantir a segurança nas mesas de voto da capital iraquiana. Quanto à população de Bagdade, D. Andraos Abouna salientou a coragem dos que nesse dia acorreram às urnas: “Quando as pessoas viram outros sair de casa para ir votar, vieram para a rua dizendo: «Não devemos ter medo»”. Mais a norte, na cidade de Kirkuk, o Arcebispo D. Louis Sako testemunhou um cenário semelhante. “Ninguém esperava que a população saísse para ir votar e, no entanto, as ruas de Kirkuk encheram-se de pessoas de todas as idades que foram votar”, referiu D. Louis Sako. Devido à grande participação dos cristãos iraquianos nas eleições, o Arcebispo de Kirkuk tem esperança que os cristãos possam emergir como a terceira força no novo executivo iraquiano. D. Louis Sako espera também que, no caso da maioria xiita vencer as eleições, os grupos étnicos e os grupos religiosos minoritários voltem a ser respeitados. Os resultados eleitorais só serão conhecidos dentro de uma semana. Os bispos iraquianos consideram que as comunidades cristãs querem esquecer “o caos e o terrorismo” que tiveram de enfrentar nos últimos meses. Há apenas duas semanas foi sequestrado (e libertado um dia depois) o Arcebispo sírio-católico de Mossul, D. Basile Casmoussa. Este rapto foi visto como uma tentativa de intimidar os cristãos de Mossul, de modo a afastá-los das urnas no dia 30 de Janeiro. A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre vai publicar brevemente em Portugal um relatório sobre a situação das várias comunidades cristãs no Iraque e irá promover uma campanha de angariação de donativos para auxiliar os cristãos iraquianos. Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre


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