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Octávio Carmo
A Igreja na transição democrática
LOC/MTC
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Foto da capa: D.R. Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,. Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Trabalho, dom e maldição |
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Octávio Carmo
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A ideia de que a “verdadeira liberdade” passa por não trabalhar pode ser muito tentadora, em particular num momento em que muitas pessoas vivem presas a um emprego precário, mal pago e que não as realiza ou sofrem em busca de um trabalho que lhes permita ganhar o seu pão e assegurar um nível de vida digno. Não é por acaso, também, que muitos tresleem o relato do Génesis: o trabalho não é um castigo de Deus pela desobediência de Adão, é mais uma marca da imagem divina no ser humano. A esta luz se percebe que, no pensamento católico, o trabalho seja visto como um “bem” e um direito fundamental para que o ser humano se possa |
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realizar na sua plenitude. Mais do que atividade “útil”, é algo que pertence à vocação de cada pessoa e na qual esta se pode exprimir. A Igreja ensina o valor do trabalho, recordando o seu caráter de necessidade e a sua importância na vida social. São João Paulo II dizia que o trabalho, como o nascimento, o amor ou a morte, são “acontecimentos fundamentais da existência”. A divinização de estilos de vida
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estéreis e fúteis contraria em tudo esta visão. Em última instância, atrevo-me a dizer, ajuda a fomentar uma mentalidade que secundariza quem vive do trabalho e é, infelizmente, visto cada vez mais como um ser humano de categoria inferior, do qual se pode dispor em função de interesses económicos e financeiros. É a humanidade que, em última instância, tem vindo a transformar o trabalho na maldição que nunca deveria ser. |
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Que a tragédia no Nepal,
não ofusque este |
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- «O Papa anda a ser acusado de não ser um teólogo, mas, apenas um pastor. É uma tentativa ridícula para dizer o quanto ele os incomoda.» (Frei Bento Domingues, Jornal «Público» 26 de Abril de 2015) |
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- «O lamentável episódio, presenciado por milhões de portugueses, mas testemunhado apenas por meia dúzia deles, revela tão-só que Lopetegui não conhece as excentricidades verbais de Jesus…» (Jorge Barbosa, Jornal «Record» 29 de abril de 2015) |
Presidente da República elogia
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O presidente da República Portuguesa elogiou no Palácio de Belém o trabalho das instituições sociais em favor dos “mais frágeis” da sociedade, em particular os “atingidos” pela atual crise económica. “Devemos dar graças a Deus por termos a rede de Instituições de Solidariedade Social que temos em Portugal”, defendeu Aníbal Cavaco Silva, no Dia Europeu da Solidariedade e Cooperação entre Gerações. A data foi assinalada com uma cerimónia na qual o presidente português agraciou várias
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personalidades e instituições de Solidariedade Social com a Ordem do Mérito. "A ação das vossas instituições e das outras instituições de solidariedade no nosso país foi decisiva para enfrentar as situações de pobreza e de exclusão social, incluindo as das crianças", referiu. Segundo Cavaco Silva, foram a “dedicação” e o “altruísmo” das instituições do setor solidário que evitaram um maior “sofrimento” por causa da crise económica e financeira, elogiando a “ação decisiva” desta rede para dar “respostas de emergência” |
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aos novos pobres. A intervenção sublinhou que o Estado é incapaz de dar resposta a “todas as dificuldades”, pedindo “vigilância” às Instituições de Solidariedade Social, a quem reconheceu pelo seu “trabalho notável”. "Muito, muito obrigado por aquilo que têm feito por Portugal", concluiu. Na cerimónia foi distinguido presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), padre Lino Maia, com o grau de grande-oficial. O sacerdote recordou o trabalho por um “Portugal mais coeso |
e com lugar para todos” feito pelas mais de 4 mil instituições do setor, com os seus profissionais e voluntários, agradecendo ao presidente da República por fazer da solidariedade um “desígnio nacional”. O diácono Albino Martins e a sua esposa, Cláudia Martins, da Diocese do Algarve, receberam a medalha do grau de oficial da Ordem do Mérito, que se destina a “galardoar atos ou serviços meritórios praticados no exercício de quaisquer funções, públicas ou privadas, que revelem abnegação em favor da coletividade”. |
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Semana da Vida 2015
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A Igreja Católica vai promover de 10 a 17 de maio a Semana da Vida 2015, com a qual quer reafirmar a ‘opção pelos mais fracos’ da sociedade, denunciando as práticas aborto e da eutanásia. “A Semana da Vida, este ano com o tema ‘Vida com dignidade – opção pelos mais fracos’, inscreve-se neste esforço de rumos novos, procurando suscitar o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos e condições, com uma atenção muito especial à gravidade do aborto e da eutanásia, sem descurar outros momentos e aspetos da vida”, refere o Departamento Nacional |
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da Pastoral Familiar (DNPF). Recordando vários números da Exortação Apostólica ‘A Alegria do Evangelho’, do Papa Francisco, o organismo da Igreja Católica reafirma que a “defesa da vida nascente está intimamente ligado à defesa de qualquer direito humano”, nem é “opção progressista pretender resolver os problemas, eliminando uma vida humana”. Neste contexto, de preferência pelos “mais fracos”, o Departamento Nacional da Pastoral Familiar propõe um guião que, em cada dia, dedica atenção aos “nascituros, crianças, doentes, pobres e idosos”. |
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Francisco confirma intenção
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O Papa Francisco confirmou a sua intenção de visitar Portugal em 2017, no centenário das aparições de Fátima, durante uma audiência privada que concedeu a D. António Marto, este sábado. Segundo nota publicada pelo site da diocese e pelo Santuário de Fátima, Francisco disse ao bispo de Leiria-Fátima que, “se Deus [lhe] der vida e saúde”, quer estar na Cova da Iria daqui a dois anos”, autorizando a "divulgação pública da sua intenção”. O bispo de Leiria-Fátima entregou ao Papa uma oferta monetária do Santuário, "destinada às ações de ajuda aos pobres" do pontífice argentino, que se mostrou "especialmente sensibilizado por este gesto". A mensagem de Fátima ocupou grande parte da conversa, em que o Papa |
Francisco quis saber um pouco mais sobre o dinamismo pastoral do Santuário e a afluência de peregrinos, tendo apreciado a informação sobre a parceria em curso entre Fátima e o santuário brasileiro de Aparecida, que comemorará também em 2017 os seus 300 anos. “Também conversamos sobre os processos de canonização dos Pastorinhos, mas sem grandes pormenores”, conta o bispo diocesano, referindo que “o Papa aproveitou o tema de Fátima para falar sobre a misericórdia”.
D. António Marto agradeceu ao Papa "a nova etapa de alegria e frescura que o seu pontificado veio trazer à Igreja", acrescenta a nota oficial. Francisco recebeu convites para visitar Portugal em 2017, dirigidos pelo Governo, a Conferência Episcopal e a Diocese de Leiria-Fátima. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt
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Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015
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Papa e ONU em defesa do ambiente |
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O Papa recebeu no Vaticano o secretário-geral da ONU, com quem conversou sobre a sua próxima encíclica, dedicada a temas ecológicos. Ban Ki-moon participa num encontro dedicado às mudanças climáticas, organizado em conjunto pela Santa Sé e as Nações Unidas. O responsável disse que é um “imperativo moral” defender a natureza e proteger o ambiente para as novas gerações. O encontro ‘Proteger a terra, nobilitar a humanidade. As dimensões morais das mudanças climáticas e da humanidade sustentável’ foi inaugurado por Ban Ki-moon, pelo presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, cardeal Peter Turkson, e o chanceler da APC, monsenhor Marcelo Sánchez Sorondo. O porta-voz do Vaticano adiantou que o encontro privado demorou na sede da Academia Pontifícia das Ciências, onde o Papa se deslocou. O secretário-geral da ONU abordou “alguns pontos do atual compromisso das Nações Unidos relativamente não só às questões ambientais mas também dos migrantes e das dramáticas situações humanas |
nas áreas do mundo atingidas por conflitos”, adiantou o padre Federico Lombardi. Após o encontro com o Papa, Ban Ki-moon disse que “ciência e religião não estão em desacordo sobre as mudanças climáticas”. O Papa Francisco tinha revelado em janeiro que a sua próxima encíclica, sobre a ecologia, vai ser publicada entre junho e julho deste ano, ainda a tempo de pressionar a comunidade internacional para “decisões corajosas” na Conferência do Clima 2015, em Paris (cop21). Até dezembro, em Paris, vão decorrer uma série de eventos destinados a definir um novo acordo climático global pós-2020, centrado na redução de emissões para limitar o aumento médio de temperatura em 2º. Os líderes religiosos e políticos, os cientistas e os representantes do mundo económico e social que participaram no seminário sobre a salvaguarda do planeta afirmaram que a próxima conferência de Paris sobre o clima poderia ser “a última ocasião efetiva” para negociar medidas que reduzam o aquecimento global. Na declaração assinada no final dos trabalhos foi frisado que os |
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representantes da comunidade mundial “têm uma especial responsabilidade de aprovar, na cop21, um tratado audaz sobre o clima” capaz de inverter o rumo. Os países mais ricos “devem ajudar a financiar as despesas da mitigação |
da mudança climática nos países com baixo rendimento”, favorecendo “uma rápida transformação do planeta num mundo alimentado por energias renováveis e por outra energia com baixa emissão de carbono e com uma gestão sustentável dos ecossistemas”. |
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Mediterrâneo sem vias seguras
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Um conjunto de organizações da Igreja Católica dirigiu recomendações a eurodeputados portugueses, que visam construir “vias seguras e legais” para a proteção de migrantes, refugiados e requerentes de asilo na União Europeia. “Apelamos a que sejam desenvolvidas medidas que disponibilizem vias seguras e legais de acesso à União Europeia para aqueles que têm de fugir a guerras, violência e violações graves dos direitos humanos”, refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS). O texto é dirigido a Ana Gomes, Carlos Coelho e Nuno Melo, membros da Comissão de Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu. Entre as recomendações encontram-se “o aumento das quotas de reinstalação, a promoção do acesso ao direito de reagrupamento familiar, a concessão de visto humanitário e a supressão da exigência de visto”. “Apelou-se a que as soluções ora propostas sejam refletidas na versão revista do Código de Vistos (cujos trabalhos se encontram em curso na referida Comissão) e que estas |
matérias sejam colocadas na agenda da discussão política e legislativa europeias”, assinala o comunicado de imprensa. Este documento surge como uma resposta à constatação de “falta de vias legais e seguras de acesso à proteção na Europa”, recordando os recentes naufrágios que vitimaram centenas de imigrantes no Mediterrâneo. A este apelo do JRS juntaram-se a Obra Católica Portuguesa de Migrações, a Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre), o CEPAC – Centro Padre Alves Correia, a Comissão Nacional de Justiça e Paz e a Cáritas Portuguesa, “organizações católicas portuguesas com um papel relevante no âmbito das migrações”. |
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Papa denuncia escândalo
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Francisco elogiou no Vaticano a “dignidade social” do casamento e disse que a igualdade entre homens e mulheres deve levar os cristãos a combater o “escândalo” da disparidade salarial. “Como cristãos, devemos tornar-nos mais exigente a este respeito, por exemplo apoiando com decisão o direito à igualdade de salário por trabalho igual. Porque é que se dá por adquirido que as mulheres devem ganhar menos do que homens? Não, têm os mesmos direitos”, disse, durante a audiência pública semanal. Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco assinalou que a disparidade salarial “é um puro escândalo ", apelando à valorização social da maternidade e da paternidade. “A semente cristã da igualdade radical entre cônjuges tem de trazer novos frutos ao nosso tempo. O testemunho da dignidade social do casamento torna-se persuasiva precisamente para este caminho, o caminho do testemunho que atrai, o caminho da reciprocidade”, complementou. Neste contexto, o Papa assinalou a importância da abertura das famílias aos mais necessitados, especialmente, em situações de |
“pobreza, degradação e violência doméstica". Francisco reconheceu que a sociedade hoje é “confrontada com menos casamentos”, uma crise que afeta muitos países onde os divórcios estão a aumentar e o “número de crianças a diminuir”. Para o Papa, os casamentos “desfeitos” afetam principalmente os jovens e a forma como estes olham para o matrimónio, entendendo-o “como algo temporário” e levando-os a “optar por não casar e preferir a convivência”. “Talvez haja medo do fracasso, que impede os homens e as mulheres de confiarem na promessa de Cristo, da sua graça à união no casamento e na família”, analisou Francisco, acrescentando que quase todos os homens e mulheres “sonham com uma segurança afetiva estável, um matrimónio sólido e uma família feliz”. |
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Encontro com a Comunidade de Vida Cristã - Liga Missionária Estudantil da Itália |
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Ordenação de 19 sacerdotes no Vaticano |
A indiferença e as suas vítimas |
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Para que, rejeitando a cultura da indiferença, cuidemos daqueles que sofrem, em particular os doentes e os pobres[Intenção Universal do Papa para o mês de maio]
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1. Durante o seu pontificado, Bento XVI lembrou, com frequência, a necessidade de combater a “ditadura do relativismo”, a imposição de uma cultura na qual tudo se equivale e é aceitável – excepto a afirmação de que essa equivalência é falsa. A “cultura da indiferença”, denunciada pelo Papa Francisco, tem as suas raízes nesta ditadura do relativismo, pois a indiferença instala-se apenas onde nada é diferenciado, onde tudo aparece igualmente merecedor de aceitação.
2. A brutalidade que vai tomando conta da nossa sociedade não precisa de nenhum estudo sociológico para ser explicada. Basta considerar o relativismo indiferenciado que a consome e a torna indiferente aos mais frágeis. Quando tal sociedade dá o passo seguinte, tratando determinadas vidas humanas como legalmente descartáveis, não pode senão tornar-se cada vez mais violenta e indiferente face à sorte das vítimas. Fá-lo, quase sempre, de modo inconsciente. A ignorância dos mecanismos que a movem, porém, não significa a inexistência de tais mecanismos, apenas que eles fazem parte da referida sociedade e constituem aspectos elementares do seu funcionamento. Estes mecanismos são fundamentais até para que as vítimas sejam olhadas como responsáveis pela sua vitimização: a criança não nascida vítima do aborto é “culpada” de ser um empecilho, de vir fora de horas, de não ser conveniente...
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3. Estes mecanismos são antigos, eventualmente tão antigos como as sociedades humanas. A luta evangélica, de séculos, tem sido trazê-los à superfície e identificá-los por aquilo que são. Em sociedades pós-cristãs, tais mecanismos voltam a mergulhar no inconsciente individual e colectivo, tornando possível a renovação dos processos de vitimização. A partir daí, resta apenas a escolha das vítimas culturalmente |
correctas, para que a indiferenciação social possa ser mantida pacificamente. Aos cristãos, por seu lado, continua a caber a tarefa de tornar relevante o Evangelho, ficando do lado das vítimas e recusando a sua culpabilização por uma sociedade prisioneira da ditadura do relativismo e afogada na cultura da indiferença.
Elias Couto |
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A Pastoral Juvenil em Portugal
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Em Outubro de 1969, o Sr. D. António Ribeiro, Bispo para a Acção Católica, pediu-me para assumir a orientação nacional da JEC (Juventude Escolar Católica). Vim a tomar posse em Setembro de 1970. Ao tempo, a JEC e a JUC tinham alguns problemas, tendo mesmo perdido a grande maioria dos militantes. Em Portugal vivia-se a Guerra do Ultramar (Colonial) e a Reforma da Educação o que constituiu um motivo de grande sofrimento para os jovens, na sua revisão de vida que a Acção Católica propunha. Esta dificuldade da JEC e da JUC agravou-se. Aconteceu também que a Revolução de 1974 obrigava a repensar toda a Pastoral dos jovens, até aí quase exclusivamente centrada nos grupos juvenis da Acção Católica. Em Novembro de 1975 a Conferência Episcopal Portuguesa pediu-me para ir a Roma, participar num encontro da Pastoral sobre “os jovens e o futuro da fé na Europa”. Foi aí que compreendi a importância de uma Pastoral Juvenil organizada em todas as paróquias. Apresentei o relatório deste encontro no Vaticano ao CEP (Conferência Episcopal Portuguesa)
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e fiz então a proposta da criação da Pastoral Juvenil, nas dioceses e nas paróquias. Foi possível mobilizar as dioceses para um encontro de jovens em Fátima, a 26 de Janeiro de 1976. A esse primeiro encontro de Fátima Jovem foi dado o nome de Jornada da Paz. A partir daí, Fátima passou a ser o centro das grandes iniciativas de Encontro da Pastoral Juvenil. Realizou-se a Páscoa Jovem em 1977, com cerca de 1000 jovens durante a Semana Santa. Depois, em 1978, realizou-se a Páscoa Libertação, com cerca de 2000 participantes também durante toda a Semana Santa, sendo a Pastoral Juvenil a orientadora das cerimónias do Tríduo Pascal, no Santuário de Fátima. A partir daí, a Pastoral Juvenil encarregou-se, em Fátima, da animação da vigília de oração, em todos os dias 12/13 nos meses de Maio e Outubro. A última vez que orientei esta vigília foi quando o Papa João Paulo II veio como peregrino a Fátima em 1982. O Papa João Paulo II, no dia seguinte, disse-me que esteve junto à janela do seu apartamento a acompanhar |
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a nossa oração de jovens, durante toda a noite. Entre 75 e 80 forma publicados 2 catecismos para orientação das reuniões de jovens nas comunidades paroquiais: “Jesus Cristo, um Messias diferente” em 3 volumes e “Levanta-te e Caminha” em 2 volumes. Estes catecismos eram acompanhados também com várias cassetes de cânticos compostas expressamente para a Pastoral Juvenil. Por curiosidade, refiro jovens que lideraram a Pastoral Juvenil nalgumas dioceses, e que são hoje figuras |
conhecidas da sociedade portuguesa: Carlos Azevedo (pelo Porto), João Figueiredo (por Lisboa), Eugénio Fonseca (por Setúbal), António Marujo (por Aveiro), António José Gonçalves Ferreira (por Beja), Ulisses Garrido (por Portalegre e Castelo Branco), Isabel Monteiro (por Lamego). Sacerdotes extraordinários acompanharam estes grupos de jovens e a Pastoral Juvenil ficou implantada em todo o País.
Padre Vítor Feytor Pinto Pároco do Campo Grande, Lisboa |
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Semana de dias líquidos |
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Paulo Rocha |
A semana de dias “líquidos” começa por ser a ocasião para fazer memória – justamente – de muitos dias “sólidos”. Há 40 anos Portugal foi a votos livremente! A conquista da liberdade, um ano antes, em abril de 1974, gerou confrontos de ideias entre diferentes grupos, sociais e políticos, para a definição de um regime democrático a partir do qual se fundamentasse a construção e organização da sociedade. Dias, semanas e meses de acesos debates, manifestações de diferentes pontos de vista, não só de forma verbal mas também nas praças públicas, erguendo slogans e bandeiras da livre expressão de ideias. E ainda mais nos anos anteriores, mesmo na clandestinidade. Fazer memória dos acontecimentos de há quatro décadas tem de ser uma oportunidade de recomeço e de confronto com princípios fundadores, tendo-os sempre por horizonte de qualquer grupo ou organização. A memória da solidez de propostas, objetivos, compromissos e da determinação com que se atingiam metas contrasta com as formas como |
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hoje se desenvolvem campanhas para tentar por fim a outros dramas, maiores sobretudo porque são do presente. Não pela fragilidade das propostas, mas pela dificuldade em contagiar a “sociedade líquida” Um exemplo: os migrantes vítimas de tráfico e da morte em tantos naufrágios no Mar Mediterrâneo originaram uma onda de indignação mediática, esquecida tão rapidamente quanto surgiu; e motivaram, por exemplo, a promoção da campanha #todossomospessoas, com repercussão pouco mais do que “digital” porque não teve qualquer consequência no quotidiano dos cidadãos e ainda menos na vida dos que procuram melhores condições de vida longe da África. O continente digital, comum a pessoas de qualquer latitude, gera frágeis sentimentos de pertença, desligados frequentemente de qualquer compromisso. Declarar num mural de uma rede social a adesão a uma causa é bem diferente do que estampar mesma declaração num muro de |
uma cidades ou aldeia. E ainda é maior a diferença entre o compromisso gerado por um “like” e a exibição de uma bandeira ou o “retweet” de uma declaração e passos dados em qualquer manifestação pública em torno de cartazes e slogans. Há momentos para tudo e, mesmo hoje, o relevo e o alcance de qualquer causa podem atingir-se na manifestação em espaços públicos ou na partilha espontânea em ambientes digitais. Tudo depende das razões que o motivam e do compromisso que se coloca em cada gesto ou palavra. Podemos estar completamente aparelhados entre telefones ou tablets, sejam de sistemas iOS ou Android, mas continuar em permanente solidão; e podemos ligar-nos a todas as redes e manter a ausência de compromissos, pessoais ou sociais. A “modernidade líquida”, os “dias líquidos” que tendencialmente tendem a caraterizar o ambiente digital não são uma fatalidade. Basta que as motivações sejam sólidas! |
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O 1.º de Maio, considerado hoje na Europa o dia do trabalhador, foi nos fins do século XIX e princípios do século XX, um dia de reivindicações e mesmo de lutas violentas pela promoção da classe operária. A Igreja quis dar uma dimensão cristã a este dia. Nesse sentido, Pio XII, em 1955, colocava a «Festa do trabalho» sob a proteção de São José, operário durante toda a sua vida. O Semanário ECCLESIA assinala este dia com uma edição que conta com os contributos de Manuel Carvalho da Silva, da LOC/MTC e testemunhos concretos de quem abraçou novos projetos para se realizar profissionalmente. |
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A crise e a desvalorização do Trabalho
A celebração do 1.º de Maio serviu como pano de fundo para uma interpelação à Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) em Portugal sobre o impacto da crise económica e os caminhos de futuro que se podem abrir para superar as dificuldades criadas.
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Agência ECCLESIA (AE) - A crise económica afetou a relação entre empregador e trabalhador? LOC/MTC - Sim. Porque promoveu a desvalorização do trabalho e da contratação coletiva, a destruição de postos de trabalho e consequentemente a pobreza, o que afeta as relações de trabalho. Os trabalhadores não sabem, muitas vezes, para quem trabalham, nem sabem quem são os seus patrões. Funcionam como meros prestadores de serviços das empresas, como acontece com os recibos verdes e com as empresas de trabalho temporário. Trabalhadores, dentro da mesma empresa, são obrigados a assinar novos contratos, porque têm medo de perder os seus postos de trabalho e, desta forma, perdem direitos e confiança nos empregadores. Estão sob grande pressão nos seus locais de trabalho, devido à precariedade, à videovigilância e outras exigências |
que lhes são impostas, sentindo-se, assim, enganados, desmotivados e deprimidos. É notório, por parte de muitos empresários, o aproveitamento da situação para explorar os mais frágeis e vulneráveis, que perante as dificuldades vêem-se impotentes para se defenderem.
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AE - As boas práticas empresariais são uma exceção ou precisam de ser mais divulgadas? LOC/MTC - As boas práticas, as poucas que existem devem ser mais divulgadas de modo a servirem de exemplo, até mesmo a satisfação dos trabalhadores, os seus resultados e a diferença que tais práticas podem trazer. Há estudos que revelam que os trabalhadores motivados atingem melhores resultados, mesmo no |
trabalho que executam. A empresa não tem que ser vista apenas pelos lucros mas também como um serviço, um bem social, produtora de satisfação e promotora de pessoas felizes e realizadas. Entendem-se boas práticas quando a empresa respeita e aplica a legislação, reconhece os direitos e é um meio facilitador da vida e da dignidade dos seus trabalhadores. |
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AE - Como é que os princípios cristãos podem inspirar a vida das empresas nos dias de hoje? LOC/MTC - Os princípios cristãos e a doutrina social da Igreja podem inspirar a vida das empresas se forem mais divulgados, valorizados e interiorizados, por quem nelas trabalha e, principalmente, pelos empregadores e gestores. Se, de acordo com aqueles princípios, for dado mais valor às pessoas do que às máquinas e ao capital, a função social das empresas será uma realidade e a sua missão será cumprida, gerando justiça e equidade e promovendo o bem-estar de todos os que para ela contribuem. São conhecidos exemplos de maior sucesso, mesmo económico, em empresas onde os trabalhadores se sentem bem porque são reconhecidos e respeitados.
AE - A atenção do Papa Francisco às questões da dignidade do trabalho e aos problemas do desemprego ajudam a motivar as organizações cristãs que trabalham neste campo? LOC/MTC - É certo que a atenção que o Papa Francisco tem dado à valorização e dignidade do trabalho |
e dos trabalhadores, ajudam e incentivam os Movimentos de Trabalhadores Cristãos. Com os seus ensinamentos, principalmente os configurados na Exortação Apostólica “Alegria do Evangelho” , as suas atitudes e intervenções, temos sentido , que a nossa missão como cristãos no mundo do trabalho se identifica com o seu entendimento de missão da Igreja Católica junto dos trabalhadores, dos pobres e dos mais desfavorecidos. E isso anima-nos, como cristãos comprometidos a continuar a testemunhar e promover os valores e os princípios da dignidade humana, da unidade, da fraternidade, da solidariedade, da justiça e da valorização do trabalho.
AE - A precariedade laboral é uma condição indispensável para a sustentabilidade das empresas? Como contrariar o atual cenário português? LOC/MTC - Pelo contrário, não haverá sustentabilidade das empresas se elas trabalharem com base na precariedade laboral e em salários baixos. A necessária produtividade das empresas, não será possível sem uma participação estável e satisfatória |
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dos trabalhadores, sem organização do trabalho, sem modernização das empresas, sem métodos de gestão e sem bons níveis de qualificação quer dos trabalhadores quer dos empresários. Existem outros fatores que contribuiriam para essa estabilidade como sejam, a equidade fiscal, a redução de custos da energia, a facilidade de financiamentos e o aumento de poder de compra dos trabalhadores e das populações mais desfavorecidas.
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Um estudo da OIT-Organização Internacional do Trabalho, sobre Portugal, refere que as empresas foram afetadas por condições macroeconómicas apertadas que prevaleceram desde 2011. Mais de um quinto das pequenas e médias empresas referem que o acesso ao crédito é o seu problema mais premente – daí resultando menores oportunidades para a criação de emprego.
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A Dignidade do Trabalho
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Nestes tempos em que os poderes dominantes propiciam a uma ínfima minoria de indivíduos a apropriação desmedida de riqueza, colocando cada vez mais povos e países a viverem na miséria ou sob programas sociais e económicos de emergência, o Papa Francisco tem assumido uma denúncia certeira da idolatria do dinheiro, da financeirização, da “nova tirania invisível, por vezes, virtual” e das “forças cegas e da mão invisível dos mercados”, da “corrupção tentacular e evasão fiscal egoísta” – que estão por detrás dos sofrimentos humanos –, contrapondo os valores da solidariedade, da tolerância, da valorização e responsabilização da política, do preenchimento digno das nossas vidas, da dignificação do trabalho, da Paz. O Papa Francisco vem fazendo interessantes abordagens (e combate) às situações de exclusão e marginalização e à sua profunda relação com a ausência de trabalho (a “inatividade” e o desemprego) e as más condições de prestação e retribuição do trabalho, relembrando que “o trabalho é uma realidade |
essencial para a sociedade, para as famílias e para os indivíduos” e bem indispensável “da pessoa humana, porque a realiza como tal, com as suas atitudes e as suas capacidades intelectuais, criativas e manuais”. O trabalho a produzir bens e serviços úteis ao desenvolvimento humano, criativo, solidário, componente da realização da pessoa e não submetido, ou até destruído, pelos mecanismos modernos de criação e apropriação do dinheiro. Realço as afirmações do Papa Francisco que colocam o trabalho “estável e dignificado” como direito universal e “disponível para todos”, a sua denúncia de “um sistema económico que já não é capaz de criar trabalho”, num mundo que utilizando mais racionalmente apenas uma parte da riqueza produzida podia criar milhões e milhões de novos postos de trabalho de grande utilidade e valor. Neste 1º de Maio devemos fazer um esforço redobrado para reafirmar os valores da solidariedade concretizada na ação concreta da nossa vida no trabalho, rechaçando inevitabilidades e afirmando alternativas, recusando que planos de assistência em |
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emergência se instalem como programas políticos definitivos, pois “não é suficiente esperar que os pobres recolham as migalhas que caem da mesa dos ricos”. Digamos não às instabilidades, precariedades e inseguranças, ao |
brutal desemprego e à miséria, lutemos pelo emprego, pelo direito a salários dignos e a horários de trabalho que nos permitam realizar as nossas vidas.
Manuel Carvalho da Silva
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Construamos uma sociedade justa, |
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Trabalho digno e justo para todos, sem importar a cor da pele, o sexo, a religião ou o país de origem da pessoa, é algo pelo qual luta o Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) em conjunto com os seus movimentos. Desde 1889 (em que foi estabelecido o 1º de Maio como Dia dos Trabalhadores), muitos trabalhadores e trabalhadoras de todas as partes do mundo saem para as ruas no 1º de Maio para comemorar a luta que levou os sindicalistas em Chicago a obterem melhores condições de trabalho e mais dignas, na qual vários manifestantes perderam a vida. Com este apelo, o MMTC quer recordar o pouco progresso alcançado desde então em algumas partes do mundo e a importância de continuar a comprometer-se activamente para melhorar a situação. Apesar das muitas declarações e reivindicações por um trabalho digno, apresentadas por exemplo nas encíclicas sociais dos Papas, em numerosas publicações da OIT e em muitos outros documentos, a exploração e as condições de trabalho similares à escravatura continuam |
a ser frequentes. A maioria das pessoas nos países pobres trabalha sem qualquer tipo de regulamentação relativa ao dia laboral, à segurança no trabalho, à protecção social e à remuneração. A uma empregada numa família endinheirada, no Mali, prometeram dar-lhe o seu salário no final do ano. Mas, na altura, disseram-lhe que tinha partido tantas coisas (copos, jarras), que já não sobrava nenhum dinheiro do seu salário para lhe dar. Ela trabalhava 7 dias por semana e devia estar disponível o tempo todo. No fim, tinha trabalhado um ano inteiro sem ganhar ordenado. Este exemplo representa muitas pessoas em todo o mundo. Os movimentos membros do MMTC denunciam este tipo de situações, registam-nas nas instituições do Estado (policia) e ajudam para que as vítimas se mobilizem com o objectivo de melhorar a sua situação. Há muitos países em que se ignora por completo a regulamentação ao converter os empregados em trabalhadores “independentes”, que continuam a ser na mesma dependentes como antes, e em
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troca quase não têm direitos. Um exemplo disto são os condutores que entregam encomendas, mas, devem comprar o seu próprio veículo e assumir todos os riscos que isso implica. Muitas vezes conduzem mais de 10 horas por dia e com dificuldade conseguem alimentar uma família. Se tiverem algum problema com o carro, vêm-se obrigados a pedir um empréstimo, tornando-se ainda mais dependentes que antes. |
Escândalo maior é o facto de milhões de pessoas estarem fora do mercado laboral, pois apesar de realizarem grandes esforços, não conseguem encontrar um posto de trabalho. No sul da Europa, metade dos jovens estão desempregados. Para conseguir um lugar, têm que aceitar, com frequência, más condições de trabalho ou ir para outro país.
Sabe-se que na Asia, além disso, os salários são demasiado baixos, há |
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feridos graves por falta de segurança industrial. Em muitas fábricas têxteis não existe nenhum tipo de protecção contra incêndios, e nas tinturarias, muitos empregados trabalham com as pernas nuas em líquidos químicos. No Peru, os trabalhadores tentam impedir que se abra uma mina que ameaça causar enormes danos ambientais, de cuja exploração só se podem esperar salários baixos. Agora a multinacional americana pediu ao estado, que tinha assinado um acordo de proteção de investimentos, para indemnizar a empresa. Desta forma o governo peruano, em nome da dita multinacional, faz com que a polícia persiga estes trabalhadores, tendo já morrido alguns, durante as manifestações. É a Isto que chamam justiça? A ganância e o dinheiro contam muito mais que a natureza e a dignidade das pessoas. As multinacionais não têm o mais pequeno interesse nas pessoas, olham para elas como produtores ou como consumidores. “Desta forma o mandamento de “Não matar” estabelece um limite claro que assegura o valor da vida humana, hoje temos que dizer Não a uma |
economia de exclusão e desigualdade social. É uma economia que mata. É incrível que não se faça notícia quando um idoso, que se vê obrigado a viver na rua, morre de frio, enquanto se faz notícia de uma queda de 2 pontos na bolsa”. ( Diz o Papa na Evangelii Gaudium nr.53). Deixemo-nos inspirar pelo Papa. Os movimentos do MMTC lutam por isto, para que todos sejam considerados com a sua dignidade e a sua alma como criaturas de Deus, e não só como matéria disponível para servir os ricos e poderosos. Apoiemos regras mundiais que permitam levar uma vida digna. Unamo-nos e lutemos juntos por salário justo, dignidade, fraternidade e solidariedade. Construamos uma sociedade justa, fraterna e sustentável.
Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos |
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Partilhar talentos profissionais
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A plataforma de formação ‘Talentos’, que nasceu na família missionária Verbum Dei, quer ajudar a partilhar os “dons e experiências” profissionais aliando-os a valores de fé. “Foi o tentarmos unir a necessidade que temos de sermos bons profissionalmente, de nos especializarmos, e que essa formação não nos torne desumanos”, explica à Agência ECCLESIA o formador Ricardo Resende. O professor universitário revela que se reuniram pessoas com essa capacidade profissional e formativa e que a fé está presente “qual o fim último da profissão”, para além do objetivo de “aprender a ser mais eficiente”. O ‘talentos.verbumdei’ tem como objetivo facilitar a partilha dos dons e experiências de vida, na componente profissional. Segundo Ricardo Resende, a fé transparece nas formações “onde é mais evidente” pelo menos na “intencionalidade do formador”: “Eu estou aqui porque quero ajudar a trabalhar melhor, a servir melhor”. |
Há dois anos, as formações materializam-se em pequenos workshops, em várias áreas, que funcionam mediante a disponibilidade dos formadores e adesão dos interessados, cujo preço é simbólico. O professor universitário revela que também existem surpresas “interessantes” na participação dos alunos, como numa formação sobre Excel. “Estou à espera que apareçam jovens que estão na universidade, e aparece um ou outro, mas aparecem pessoas de 50 anos que diziam que tinham de aprender a trabalhar”, explica. Segundo o entrevistado, na formação talentos.verbumdei.org as sessões duram entre hora e meia a duas horas, nas quais os formandos “aprendem qualquer coisa”, mas funcionam sobretudo como “arranque, semente”. Depois há uma formação noutro tema, as pessoas voltam e dizem que já fazem algumas coisas no Excel”, exemplifica Ricardo Resende, para quem é “inesperado” ver pessoas com 50, 60 anos com “vontade de aprender”. Neste contexto, |
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o formador comenta que recebe a “alegria de partilhar e ser útil” porque gosta de dar aulas “principalmente” quando os alunos estão “muito interessados”. “Ali tenho pessoas que querem mesmo estar e até partilharam qualquer coisa”, comenta o interlocutor, que não recebe nenhum valor monetário.
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No contexto do Dia do Trabalhador, no 1.º de Maio, o programa ECCLESIA apresentou ao longo da semana a experiência de plataformas e projetos de formação, às 22h45, na Antena 1 da rádio pública.
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Projeto de empreendedorismo no interior de Portugal com ajuda da Cáritas |
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A Geolife, uma empresa de animação turística de Idanha-a-Nova, desenvolveu-se numa situação de desemprego e tornou Rui Nunes e Susana Santos empreendedores na raia com o apoio do plano "CriaActividade", da Cáritas Portuguesa. “Esta ajuda surgiu em novembro de 2014, fomos convidados pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova para participar em reuniões com a Cáritas Portuguesa”, recorda Rui Nunes à Agência ECCLESIA. O projeto "CriaActividade" pretende apoiar iniciativas de empreendedorismo em várias fases que podem começar na conceção de uma ideia ou como no caso da Geolife cujo apoio “foi a nível da divulgação” e a possibilidade de entrarem numa plataforma de crowdfunding (financiamento colaborativo).
“Para angariarmos algum valor e ajudar no que fosse necessário”, explica o sócio que se dedica a tempo inteiro ao projeto. A empresa de animação turística pretende divulgar e valorizar o património histórico, |
cultural, paisagístico e humano na zona de Idanha-a-Nova. “Temos a noção que há muito potencial para explorar, as pessoas não conhecem e é por ai que queremos começar. Mesmo antes de estar desempregado já tínhamos as ideias no papel”, revela Rui Nunes para quem Portugal não é só Lisboa, Porto ou Algarve por isso querem levar os “turistas para o interior”. Engenheiro do ambiente, o empreendedor explica que complementa as “visitas guiadas, as caminhadas pela natureza” com a formação académica nesse sentido está “realizado” porque investe o seu “tempo e trabalho” numa área de que gosta. |
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Semear a Esperança
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A Cáritas Diocesana de Beja apresentou o projeto "Horta Nova Esperança", rientado para a ocupação, capacitação e reabilitação de jovens que caíram na toxicodependência e no alcoolismo. A iniciativa, cujo lançamento foi acompanhado pela Agência ECCLESIA, envolve os utentes da Comunidade Terapêutica Horta Nova, e conta com o apoio do centro de desenvolvimento e responsabilidade social da EDIA e da Escola Superior Agrária, do Instituto Politécnico de Beja. Para o bispo de Beja, D. António Vitalino, este projeto prefigura “uma boa prática” e “pode servir de bom exemplo” no que à ação social e solidária diz respeito. O prelado |
destacou depois as “múltiplas utilidades” da iniciativa, desde ajudar os “jovens que ali estão a recuperar” a começarem “uma vida nova”; até à própria dinamização da atividade agrícola na região. Com cerca de cinco hectares de terreno para cultivar, a ideia é apostar na diversidade de produtos e espécies, procurando contribuir para a promoção e bem-estar de todas as pessoas envolvidas. A Ecclesia traz a experiência do utente Joaquim Matos que olha agora o futuro com nova esperança.
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A importância de ter objetivos
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Bernardo Gomes esteve desempregado e, para além da persistência e vontade em voltar ao ativo, encontrou apoio na fé e no Grupo de Entreajuda na Procura de Emprego (GEPE), onde é formador, e aconselha a “nunca” “perder o foco”. “Vão servir às mesas, trabalhar a lançar faturas mas se o foco é outra área completamente diferente não o percam porque vão conseguir. Nós sabemos que a história é cíclica, há fases melhores e piores”, é a mensagem do entrevistado para o Dia do Trabalhador. Para Bernardo Gomes fazer o “sacrifício” de estar noutra atividade é algo que “todos” têm de fazer mas o essencial é manter os objetivos e “acreditar” porque esta atitude “vale a pena e dá resultados”. À Agência ECCLESIA, explica que depois de uma fase de afastamento da Igreja voltou a “acreditar em Deus” e a fé foi uma “grande ajuda” na vertigem do desemprego, algo que ainda o emociona. Formado em tecnologia de informação hoje trabalha na área da contabilidade e confessa-se uma |
“pessoa realizada”, começou as reuniões semanais no GEPE, com “pessoas na mesma situação de desemprego”, em março de 2013 onde agora é formador. Bernardo Gomes conheceu o Grupo de Entreajuda na Procura de Emprego, do Instituto Padre António Vieira, numa revista e como sabia que a empresa de construção civil onde estava a trabalhar ia “encerrar atividade” enviou um email e foi a uma entrevista em “dezembro de 2012”. Para o entrevistado que não era desempregado mas estava desempregado, “é uma situação como estar a trabalhar”, esta realidade não é “vergonha” mas reafirma a necessidade de “reagir” depois do “período de luto”, no máximo até dois meses. “Cada uma reage da sua maneira, uma mais cedo, outras mais tarde, umas mandam 50 currículos por dia, outras três. Não podem ser julgadas por isso, cada pessoa tem o seu ritmo, a sua maneira de ser e nós encontramos pessoas nas diversas fases”, contextualiza o interlocutor.
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Vaticano e Cáritas Internacional
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O Vaticano e a Cáritas Internacional acabam de lançar um documento conjunto que apela a um “reforço” da ação dos católicos no combate ao tráfico de pessoas e o trabalho escravo. “O tráfico humano é uma forma moderna de escravidão. Isso implicara controlar uma pessoa através da força, da fraude ou da coação com o propósito de submete-los a trabalhos forçados e exploração sexual”, refere a declaração. A campanha inclui um vídeo de dois minutos produzido pela ‘Caritas internationalis’ com o apoio da Embaixada dos Estados Unidos junto da Santa Sé. “Talvez fosse melhor não falar mais de tráfico mas diretamente de ‘escravidão moderna’ para evitar ambiguidades, desconfianças e equívocos”, explica Michelle Hough, do departamento de comunicação da confederação internacional da Cáritas. O vídeo concluiu o encontro que teve lugar no Conselho Pontifício para os Leigos, organizado para apresentar e promover ‘O compromisso cristão contra o tráfico’», da ‘Caritas Internationalis’ e do Conselho |
Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. A iniciativa recorda que há 21 milhões de pessoas que são vítimas de tráfico e conta com o apoio da COATNET - Organizações Cristãs contra o Tráfico de Seres Humanos. “Quando uma pessoa é vítima de tráfico torna-se muito difícil e frequentemente perigoso evitar aquela situação. Quando os sobreviventes do tráfico decidem fugir deparam-se inevitavelmente com muitíssimas dificuldades”, assinala a declaração conjunta. A Santa Sé e a Cáritas recordam que o tráfico “viola a dignidade da pessoa” e é “um crime” que deve ser combatido nos países de origem e nos países de destino. O documento, enviado à Agência ECCLESIA, condena um “negócio internacional” que cresce de forma rápida e é “altamente lucrativo”. Os membros da COATNET partilham experiências através da internet e oferecem “assistência técnica” nalguns casos.
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Trabalho, emprego e justiça |
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Não há dia que passe sem que ouçamos falar dos números do desemprego em Portugal, mas, ao mesmo tempo, damo-nos conta de que poucos querem discutir o grave problema que temos entre mãos, pois o desemprego é mais do que a soma dos problemas de cada um, é um problema da sociedade. A relação entre o emprego e o trabalho de cada um deve ser estável e não pender demasiado para um emprego sem trabalho, ou seja, um emprego que leva a pessoa a sentir que o seu trabalho não é mais do que aquilo a que Keynes se referia na célebre expressão – «pagar às pessoas para cavar buracos e logo de seguida tapá-los» – e que não está realmente a produzir algo útil para a sociedade. O dinheiro não pode ser a única preocupação em relação aos desempregados; também nos temos de preocupar com o trabalho que desempenharão tanto para o bem da sociedade como para a sua própria realização. Ao mesmo tempo, não podemos cair no erro de considerar que o dinheiro não importa, visto que na sociedade atual não se consegue viver dignamente sem dinheiro se não |
se depender de alguém. É pois necessário juntar ao trabalho produtivo de uma pessoa a devida recompensa pelo trabalho feito, de modo a ter uma vida digna e esperança num futuro melhor. Temos assim duas preocupações: que o trabalho seja recompensado devidamente e que seja produtivo. Só assim podemos começar a definir o que queremos para a nossa sociedade, em termos de níveis de desemprego, porque todos sabemos que os níveis atuais são insustentáveis, não só em termos económicos, pois o Estado gasta mais com os apoios sociais do que recebe em impostos, mas principalmente em termos de justiça, porque o desemprego é o maior fator de injustiça num país desenvolvido. Assim sendo, essa justiça não se atinge só com os direitos adquiridos, porque não é pelo facto de a Constituição nos proteger, ao dizer que todos devem ter direito ao emprego, que realmente o temos. É preciso agir, é preciso combater a injustiça que impera onde pessoas capazes e interessadas, aliás necessitadas de trabalhar, não o podem fazer e são obrigadas a pedir apoio, seja ele estatal ou da sociedade civil.
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O desemprego atinge hoje níveis demasiado elevados, todos concordamos, mas até que ponto devemos ir na nossa luta contra o desemprego? Porque antes de pensarmos em agir e no modo de agir temos de saber que níveis de desemprego a nossa sociedade acha aceitáveis.
O desemprego atinge hoje níveis demasiado elevados, todos concordamos, mas até que ponto devemos ir na nossa luta contra |
o desemprego? Porque antes de pensarmos em agir e no modo de agir temos de saber que níveis de desemprego a nossa sociedade acha aceitáveis. Proponho convocar a esta reflexão o melhor dos casos: o pleno emprego, ou seja, uma taxa de desemprego reduzida num mercado de trabalho onde o número de empregos disponíveis seja maior que o número de pessoas à procura, de modo a que ninguém esteja desempregado durante longos
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períodos de tempo quando está disposto a trabalhar. Parece utópico falar de pleno emprego numa altura destas, mas, mais do que nunca, é preciso pensar no rumo que queremos como sociedade e, se é uma sociedade justa que queremos, não a podemos equacionar com níveis de desemprego como os de hoje. (…) Podemos então juntar vários pensamentos políticos, tanto de |
direita como de esquerda, e arranjar algumas soluções como as que se seguem. Em primeiro lugar, comecemos pelo Estado e pela solidariedade fiscal, que poderia aumentar e ao mesmo tempo beneficiar o crescimento do emprego através da descida dos impostos indiretos (em especial do IVA) e do IRC para as PME, aumentando o IRS de forma a compensar a quebra de receita e ampliando a solidariedade |
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pelo maior contributo de quem tem mais rendimentos. Em segundo lugar, a curto prazo, os trabalhadores com maiores rendimentos deveriam disponibilizar-se para ver o seu salário e os prémios reduzidos, enquanto os acionistas aceitariam pôr de lado parte dos seus lucros para aumentar a disponibilidade financeira das empresas para empregar mais pessoas. No longo prazo, a principal medida passa por não haver aumentos salariais sem que haja aumentos da produtividade e que os primeiros sejam menores que os segundos de modo a criar mais emprego. Em terceiro lugar, para que ter emprego signifique ter uma possibilidade de fugir à pobreza, devemos aumentar o salário mínimo porque neste momento quem o
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recebe corre o risco de viver abaixo do limiar da pobreza ou muito perto dele. Num país desenvolvido, é socialmente inaceitável que quem trabalhe não consiga deixar a pobreza. O desemprego é o nosso maior desafio atual porque é um grande desperdício de recursos humanos, potencia a pobreza, as doenças (devido à falta de cuidados higiénicos e má alimentação ou até falta dela) e a exclusão social, tendo chegado a um nível tal que a sociedade, como está organizada, não tem capacidade de acudir a tantas pessoas necessitadas. Esta incapacidade de proteger os que estão mais fracos deveria forçar-nos a repensar os nossos objetivos coletivos e a procurar uma sociedade mais justa e igualitária.
João Coelho Azevedo Licenciado em Economia |
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Departamento Nacional
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Entre os dias 2 e 3 de maio decorre mais um Fátima Jovem, “esse grande encontro de jovens cristãos em Portugal”. Promovido pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), “a peregrinação nacional de jovens a Fátima é um encontro de compromisso, que oferece aos jovens, de todas as dioceses, experiências únicas de fé, alegria e testemunho”. Assim esta semana proponho uma visita ao sítio virtual do DNPJ. Este espaço online apresenta uma imagem gráfica bastante atual e perfeitamente enquadrada com o público-alvo a que se destina. Ao entrarmos na página principal encontramos os habituais destaques, as principais notícias e uma forma muito inteligente e próxima de chegar ao público juvenil, referimo-nos às ligações para a presença do departamento nas redes sociais. Na opção Pastoral Juvenil, podemos perceber qual o enquadramento deste departamento que é da responsabilidade da comissão
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do laicado e da família, bem como, conhecer a constituição da equipa coordenadora. Em “conselho”, somos informados acerca da composição do conselho nacional da pastoral juvenil, qual o regulamento que o rege e ainda aceder aos comunicados emitidos por este órgão que integra “representantes das diversas instituições eclesiais que se ocupam da pastoral juvenil no âmbito nacional e da coordenação diocesana”. Caso pretenda aceder aos diversos contactos das dioceses e respetivos responsáveis diocesanos que trabalham com a pastoral juvenil, basta clicar em “pastoral juvenil – dioceses”. Por outro lado, se o seu objetivo passar pela obtenção dos contactos dos diversos movimentos eclesiais nacionais que trabalham com os jovens, clique em “ “pastoral juvenil – movimentos”. No espaço “blog” acedemos a uma área bastante interessante, denominada “Grão de Mostarda”. Aí somos presenteados com “um meio de aproximação, um contributo pessoal, um olhar, uma partilha, uma experiência de fé que se propaga. |
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Se não estivermos atentos, quase não damos conta, mas quando a acolhemos, lança raiz e expande-se abrindo à surpresa”. Por último em “recursos”, acedemos a uma zona onde se podem obter os mais variados materiais, sejam textos, apresentações multimédia, reflexões, mensagens do Papa e locais para retiros. |
Aqui fica apresentada mais uma forma de acompanharmos online este tão importante departamento que “tem por missão fomentar, a nível nacional, o encontro das diversas instituições eclesiais de pastoral da juventude”.
Fernando Cassola Marques fernandocassola@gmail.com |
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«Que fazes aí fechada?»A alegria e em liberdade da Vida Consagrada no feminino |
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O jornalista Filipe d’Avillez, autor do livro «Que fazes aí fechada?», quis apresentar “histórias fascinantes” de vida consagrada, incluindo duas religiosas de clausura, para superar preconceitos. “As histórias que contei são fascinantes porque são histórias de vida. Isto não são profissões, não são hobbies, são vidas inteiras que estão aqui com todas as complicações que por vezes têm”, disse à Agência ECCLESIA. O livro "Que fazes aí fechada?" relata a vocação de oito mulheres, sete portuguesas e uma albanesa, e nenhuma das entrevistadas está a “esconder-se ou a remoer corações partidos e desgostos amorosos”. “É muito fácil dizer que o livro é fantástico porque estou a elogiá-las e às suas histórias”, acrescentou o jornalista da Rádio Renascença, que sempre teve o “fascínio” de perceber o que leva as mulheres a “consagrar-se inteiramente a Deus”. A irmã Sara Pina, das Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, foi uma das entrevistadas e considera que |
a publicação é uma oportunidade de “refletir mais” sobre o significado e papel da vida consagrada na Igreja. “No fundo, abri-las ao mundo para conhecerem o que fazemos dentro de quatro paredes”, gracejou, explicando que aceitou este desafio como oportunidade de também dar a conhecer a sua congregação. O autor recorda a freira cujo pai “deixou de praticar” quando ela anunciou que ia entrar para o convento: “Não é uma história que tenha um final feliz, pelo menos do ponto de vista da irmã”. “Há uma variedade enorme de histórias que são todas de relação pessoal com Jesus. Isso foi uma história que me marcou muito como autor das entrevistas”, desenvolveu Filipe d’Avillez. O jornalista, que pretendia desmistificar ideias feitas e preconceitos, considera que o livro “consegue esse propósito” com a ajuda de religiosas jovens e “muito vivas”. “Há muita vida para dar, muita liberdade”, frisa, destacando que uma das freiras de clausura disse que |
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é “muito livre”: “As chaves estão do lado de cá”. “Que há de mais radical senão a oferta da própria vida”, escreveu no prefácio Maria João Avilez que revela ter sido “testemunha direta” deste “realizar-se”. A também jornalista conta a nona história de vida consagrada, de Verónica, sua filha que aos 28 anos com um emprego estável e namorado decidiu entrar para o Carmelo “com muito empenho, |
muito fôlego, muita vontade radical de Deus”. A publicação é da chancela da Aletheia Editores, cuja responsável espera que as pessoas “percebam” porque é que uma “jovem bonita, sem desgostos de amor, se vai fechar num convento”. Neste contexto, Zita Seabra refere que o livro “procura ser” um contributo para se perceber que “são opções de vida”. |
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II Concílio do Vaticano: O padre que estudou pela sebenta de Ratzinger |
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Quando o II Concílio do Vaticano foi convocado, o padre Peter Stilwell que vivia no centro da cidade de Lisboa, paróquia de Santos-o-Velho, notava que a frequência na missa “era bastante grande”, mas “muito distanciada da celebração”. O celebrante “estava de costas lá em cima”, recorda o padre português que, atualmente, é reitor na Universidade de São José, em Macau. Nascido a 4 de dezembro de 1946, em Lisboa, o padre Peter Stilwell sublinha à Agência ECCLESIA que as celebrações eram “todas em latim” e as pessoas sabiam “as respostas todas de cor”. Nesse período pré-conciliar, durante a celebração algumas pessoas, “com menos formação”, passavam o tempo a rezar “viradas para os altares laterais”. Era frequente, enquanto decorria a missa, um padre estar a confessar “no fundo da igreja”. As homilias não estavam sintonizadas com as leituras, mas com a “época litúrgica e recomendações morais”. A explicação das leituras e textos bíblicos “raramente” se fazia. Com raízes britânicas, o reitor da Universidade de São José revela que o desenvolvimento do catolicismo em Inglaterra, no século XIX e XX, “é muito marcado pelas migrações”, como foi o caso da Irlanda e dos países latinos, estes especialmente depois da II Guerra Mundial. As relações ecuménicas eram quase inexistentes em Inglaterra, conta o padre Peter Stilwell pelas histórias que ouvia da sua mãe. Este panorama mudou “radicalmente” com o II Concílio Vaticano (1962-1965). O sacerdote recorda-se perfeitamente da morte do Papa João XXIII, da eleição do Papa Paulo VI e da visita deste
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à Terra Santa. Entrou para o Seminário dos Olivais (Lisboa) no último ano do concílio e lembra-se do “entusiasmo” de alguns bispos portugueses e brasileiros que passaram por aquela casa de formação sacerdotal.“Percebia-se que tinham vivido um tempo muito intenso, como aquelas pessoas que saem de um retiro espiritual”, disse. Ao olhar para aquele período marcante na vida da Igreja do século XX, o padre Peter Stilwell destaca o papel que o grupo dos teólogos franceses (Yves Congar, Chenu, Lubac) desempenhou no desenvolvimento |
dos trabalhos conciliares. Ao falar dos protagonistas, o padre Peter Stilwell realça também o atual Papa emérito, Bento XVI, na altura Joseph Ratzinger. “Estudei o sacramento da Eucaristia com a sebenta de Joseph Ratzinger” porque, na altura, o professor era um espanhol. “Estávamos no início da Faculdade de Teologia em Portugal e alguns professores vinham de Espanha”. O teólogo Karl Rahner foi também “uma figura marcante” na formação deste professor português que faz parte, desde o início, da revista internacional «Communio». |
Maio 2015 |
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Dia 01 de maio* Beja - Vila Nova de Milfontes - Encontro dos consagrados da Província Eclesiástica de Évora.
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* Algarve – Ferragudo - Iniciativa «Escola de Casais» promovida pelo Movimento dos Focolares (01 a 03)
02 de Maio* Lamego – Resende - Encontro nacional da ASEL (Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de lamego) presidido por D. António Couto.
03 de Maio
* Açores - Encerramento (início a 19 de abril) da quinzena vocacional promovida pela Diocese de Angra.
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* Lisboa - Igreja de São João de Deus - Missa de encerramento do centenário de São Bento Menni, fundador da Ordem de S. João de Deus, presidida por D. Manuel Clemente.
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* Porto - Centro de Cultura Católica - Sessão do ciclo sobre Santa Teresa de Jesus sobre «Teresa de Jesus: Figura, Vida e Escritos» pelo padre Jeremias Vechina, OCD
* França – Paris - Assembleia geral da Companhia das Filhas da Caridade com eleição da superiora geral (05 a 12 de junho).
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O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil vai promover entre sábado e domingo, em Fátima, a Peregrinação Nacional de Jovens ao santuário mariano, para divulgar a mensagem cristã através das artes, com momentos de formação e debate.
A Igreja Católica vai entregar dois prémios no Festival ‘IndieLisboa’, que decorre até domingo, distinguindo obras que privilegiem valores espirituais e humanistas, anunciou o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC). O prémio ‘árvore da Vida, a distinção mais antiga, destina-se às obras inscritas na Competição Nacional, longas e curtas-metragens portuguesas que têm, na sua maioria, a primeira apresentação mundial no festival.
O jornalista Joaquim Franco, da SIC, vai lançar esta segunda-feira em Lisboa (FNAC do Centro Comercial Colombo, 18h30 ) o seu livro ‘Com franqueza’. A apresentação está a cargo de Felisbela Lopes, Sampaio da Nóvoa, Ângela Roque e António José Teixeira.
Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja vai promover um encontro com jornalistas para apresentação da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015. A iniciativa vai contar com a presença do presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Pio Alves, e o jornalista Paulo Nogueira, partindo do tema escolhido por Francisco, ‘Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor’. A apresentação vai decorrer às 16h00, na livraria Paulinas Multimédia, Prior Velho (Rua Francisco Salgado Zenha, 11). |
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O que é o amor?
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h30
RTP2, 15h30 ![]() Segunda-feira, dia 04 - Entrevista a Lígia Pereira e Fernando Moita sobre a disciplina de EMRC. Terça- feira, dia 05 - Informação e entrevista a José Paixão, sobre o Dia do Trabalhador; Quarta-feira, dia 06 - informação e entrevista com Luís Reis Lopes sobre a Semana da Vida;
quinta-feira, dia 07 - informação e entrevista com a irmã Laurinda Faria sobre o Anod rada
Antena 1 Domingo, dia 3 de maio - 06h00 - Experiêncais de maternidade. Comentário com Paula Martinho da Silva.
Segunda a sexta-feira, 4 a 8 de maio - 22h45 - Fátima no mundo e outras histórias com realizador Manuel Arouca e a esposa Cristina Arouca. |
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Ano B – 5.º Domingo da Páscoa |
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Permanecer
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A Palavra de Deus deste 5.º Domingo da Páscoa vem recordar-nos que o acesso à vida verdadeira só acontece na união a Cristo. Permanecer em Cristo é a palavra de ordem. Afirmação óbvia mas nem sempre assumida! O Evangelho apresenta Jesus como a verdadeira videira que dá os frutos bons que Deus espera. Se permanecerem em Cristo, os discípulos serão verdadeiras testemunhas no meio dos homens da vida e do amor de Deus. A primeira leitura diz-nos que o cristão é membro de um corpo, o Corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo em conjunto o caminho do amor. A segunda leitura define o ser cristão como acreditar em Jesus e amar-nos uns aos outros como Ele nos ama. São esses os frutos que Deus espera de todos aqueles que estão unidos a Cristo, a verdadeira videira. Se praticarmos as obras do amor, temos a certeza de que estamos unidos a Cristo e que a vida de Cristo circula em nós. Fiquemos uns instantes no Evangelho. “Eu sou a vinha e meu Pai o agricultor”. Desta parábola, retivemos muitas vezes as palavras ameaçadoras: “Os ramos secos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem”. Mas isso é para quem não permanece em Jesus. O verbo “permanecer” aparece mais de dez vezes neste capítulo 15 do Evangelho segundo São João. Trata-se, antes de mais, de estar com o Senhor, porque Ele, o primeiro, é “Emanuel, Deus connosco”. Esta presença não é fugitiva. Inscreve-se na duração, na fidelidade. Quando Deus se une à humanidade no seu Filho feito homem, é para sempre. A Ressurreição de Jesus garante que este “estar connosco” não acabará jamais. |
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Se aceitamos permanecer com Jesus, Ele introduz-nos na sua intimidade. Jesus faz correr em nós a seiva da sua própria vida. Assim podemos dar frutos que terão o sabor de Jesus. Isso acontece de modo pleno na Eucaristia. Jesus alimenta-nos com o seu corpo e o seu sangue de Ressuscitado. Ele coloca em nós o poder da sua Vida. Tornamo-nos seus discípulos. É assim que se constrói e cresce a Vinha do Senhor, o Corpo de Cristo, que é a Igreja.
Se os nossos gestos não derramam amor sobre os irmãos que caminham ao nosso lado, se não lutamos pela |
justiça, pelos direitos e pela dignidade dos outros homens e mulheres, se não construímos a paz e não somos arautos da reconciliação, se não defendemos a verdade, estamos a trair Jesus e a missão que Ele nos confiou, a missão de testemunhar em gestos concretos o amor e a salvação de Deus. Que assim seja nesta semana, sempre alimentados pela única seiva que é Cristo e permanecendo unidos a Jesus Cristo e entre nós.
Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.pt |
Alegria maior de ser toda de Deus |
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“De pequenino é que se torce o pepino”, diz a sabedoria popular portuguesa, um provérbio que da agricultura estendeu-se às mais variadas situações da vida e pode aplicar-se à vocação da irmã Angélica Araújo que acredita ter nascido “pela oração” porque desde menina “gostava muito de rezar”. À Agência ECCLESIA, a freira da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena explica que desde os tempos de criança participava “ativamente da Igreja”, tendo sido catequista, cantava no coro, e do grupo de jovens também se envolveu na Pastoral da Juventude Estudantil no Brasil. “Rezava o terço todos os dias, participava ativamente na missa e também gostava de ler a vida dos santos”, exemplifica, acrescentando que começou a “sentir uma inquietude”, um chamamento que não sabia “exatamente para quê” mas acredita que a sua “vocação surgiu na oração”. A irmã Angélica Araújo acredita que “mesmo nas famílias que rezam pelas vocações” a opção de um filho/a pela vida consagrada “nem sempre” é |
acolhida com “muita tranquilidade”. “Penso que o desejo de todas as mães é ver a filha casando, vestida de noiva, e a minha família não foi diferente. Eu percebi uma certa resistência no princípio no entanto sempre recebi apoio quanto à minha decisão, sempre respeitaram o meu desejo de ser religiosa”, desenvolve. No claustro do Convento dos Cardaes, em Lisboa, recorda que já adulta tornou-se educadora e foi trabalhar com as irmãs dominicanas e foi o “o testemunho de alegria, de trabalho, de oração” destas consagradas que a “fascinaram”. A viver em Portugal há cerca de 18 meses, atualmente apoia das mulheres institucionalizadas, “com dificuldades múltiplas”, na área da informática. O Papa Francisco dedicou um ano à Vida Consagrada subordinado ao lema “Vida Consagrada na Igreja Hoje: Evangelho, Profecia e Esperança”. O evento pretende até 2 de fevereiro de 2016 ajudar os institutos religiosos e seculares a concretizarem três grandes objetivos: “Fazer memória agradecida do passado; abraçar o futuro com esperança” e “viver o presente |
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com paixão”. Esta iniciativa surge no contexto dos 50 anos do Concílio Vaticano II e, em particular, da publicação do decreto conciliar sobre a renovação da vida consagrada. Para a freira da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena este é o “momento propício” para todos os consagrados “enquanto Igreja” mostrarem ao mundo a “alegria de ser seguidor de Jesus Cristo nesta vocação”. “Todas as vocações são importantes e necessárias dentro da Igreja mas penso que é uma oportunidade |
de repensar a vocação, cada um enquanto consagrado, de propor aos jovens esse desafio de pensaram a própria vocação”, apensa a irmã Angélica Araújo. Voltando aos consagrados, a religiosa dominicana vê este ano também como uma “oportunidade” de agradecerem “a Deus as maravilhas” que Ele realiza na sua Igreja “através das diversas ordens e carismas”. “Eu particularmente poderia dizer, como a minha madre fundadora, Teresa de Saldanha, que não há alegria maior do que ser toda de Deus”, conclui a irmã Angélica Araújo. |
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Uma vida de doação |
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A irmã Maria da Gloria Bravo, religiosa da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, na timidez de quem não quer falar conta resumidamente que a sua vocação já “meio adulta” é uma doação aos outros. “A vida consagrada surgiu na minha vida a partir das necessidades que sentia daqueles que precisavam de ajuda, dos pobres, dos necessitados, dos marginalizados”, recorda sobre
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a vontade de “entrega” e “seguir Jesus Cristo” para estar mais de perto destas pessoas.
Natural de Angola, a irmã Maria da Gloria Bravo recorda à Agência ECCLESIA que as irmãs dominicanas têm uma casa no município onde vivia e “simpatizou” com elas.
“Ia sempre à missa, à igreja, à casa das irmãs e dali surgiu a vocação vendo o que faziam com as pessoas. Fiquei a gostar e fiquei cativada”, explica. |
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Testemunho de D. Augusto César
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Em Portugal, mais concretamente no Convento do Cardaes, a entrega da freira dominicana realiza-se no cuidado a “meninas com muitas deficiências” que não têm família e “sem recurso económico e social”. |
“É muito proveitoso”, acrescenta a irmã Maria da Gloria Bravo sobre um serviço que afirma fazer com “amor e carinho”, sobretudo às “meninas que são abandonadas” a quem aplica “toda a vida”.
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Síria: Irmã Annie lança grito de ajuda desde AleppoSilêncio que mata |
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Aleppo está a ferro e fogo. Desta cidade, que já foi o orgulho da Síria, chega-nos um grito de dor, chega-nos uma carta escrita em lágrimas. A Irmã Annie pede-nos ajuda. Antes que seja tarde de mais.
O mundo parece ter esquecido a cidade de Aleppo. A guerra civil na Síria dura há já quatro anos. O mundo parece que se anestesiou perante tanto sangue, tanto escombro, tanta notícia de morte. Mas há ainda quem viva lá, nessa cidade que já foi o orgulho da Síria, com uma história que atravessa séculos mas que parece não resistir às balas de agora, às metralhadoras que vomitam pólvora e sangue, aos bombardeamentos cegos dos aviões que riscam os céus. De Aleppo chega-nos uma carta. Escreve-nos Annie Demerjian, da Congregação das Irmãs de Jesus e Maria. Os seus dias são uma aflição. Annie escreve-nos como quem lança um grito. “Parece-me que a cidade de Aleppo foi esquecida e o mundo inteiro está em silêncio. Ninguém fala dos massacres contra a humanidade. Quanto tempo é que o mundo vai permanecer em silêncio a assistir |
a tudo como espectador?” Estas são palavras desesperadas. As ruas de Aleppo são cemitérios, têm cicatrizes da guerra, prédios em escombros, corpos por resgatar. A cidade é uma ruína, mas a guerra continua mais feroz ainda, incompreensível.
“Salvem as nossas famílias”Na memória de todos está ainda a Páscoa. Em Aleppo, chorou-se. Não há ninguém na cidade que não tenha perdido um ente-querido, um familiar próximo, um amigo ou um vizinho. Todos estão de luto. “Há dois dias – diz a Irmã Annie - 165 famílias abandonaram a cidade depois de terem chovido quarenta projécteis sobre Aleppo. A pacífica população, que só quer viver em paz, recebeu todo o tipo de bombas, quais presentes de Páscoa… Ouçam o meu grito: por favor salvem Aleppo, salvem as nossas famílias!” As populações estão sitiadas pelos bombardeamentos. Em todo o instante ouve-se o crepitar de metralhadoras, o silvo de bombas, os gritos de dor de quem foi atingido. Gritos de morte. Em Aleppo falta tudo: água, comida, medicamentos, |
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electricidade. Há meses, numa outra carta enviada à Fundação AIS, a Irmã Annie afirmava que conhecia pessoas que já tinham queimado “as próprias mobílias para se aquecerem”. Agora é ainda pior. Já não há nada. Já não há sequer mobílias para transformar em lenha. As ruas são um entulho e um precipício para a morte. Atravessar os escombros de um bairro é arriscar a própria vida. Há dias, escreve a irmã Annie, “encontrámos uma bomba |
debaixo da nossa cozinha e salvámo-nos graças à divina Providência. A maior parte das nossas janelas estão partidas”. A carta da Irmã Annie é toda ela um pranto. Perante o espanto da violência, quando as palavras já pouco podem dizer, restam as lágrimas. “Novamente faço um apelo a todo o mundo: por favor, não fiqueis em silêncio, fazei algo para salvar a nossa gente!” Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt |
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Liberdade e Confiança |
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Tony Neves |
O meu post no facebook a 9 de Janeiro levou a muitas reações. Escrevi: Liberdade e Confiança são valores da democracia e património de uma humanidade dignificada. As escravaturas deviam estar enterradas para sempre. Em tempos de globalização, o respeito pelos direitos humanos devia estar na cabeça e no coração de todos os humanos, nos quatro cantos da terra.
Tudo este discurso vem a propósito do atentado terrorista que matou doze pessoas na redação de um jornal satírico francês, no coração de Paris, a 7 de Janeiro. A França entrou em estado de choque e de sítio. A onda mediática tornou-se mais forte porque o ataque tocou no coração dos profissionais da comunicação social. As reações em cadeia multiplicaram-se ao infinito porque se reacendeu o fantasma do ’11 de setembro’ em Nova Iorque, com os assassinos a equiparar-se aos pilotos dos aviões de deitaram abaixo as Torres Gémeas. Gosto de chamar os bois pelo nome. Para mim, assassinos são assassinos…ponto final. Quem mata não tem argumentos para justificar o mais grave |
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atentado aos direitos humanos. É assassino. Tem de ser julgado e preso como pessoa perigosa para a sociedade. Atenta contra a segurança. Mas já não gosto de identificar crimes com raças, cores, instituições, países. É que, quer queiramos quer não, em todas as raças, cores, instituições e países há gente boa e má. Os que vivem com dignidade não merecem andar com um rótulo na testa a indicar que pode ser bandido, só porque alguém da sua afinidade cometeu um crime. Mesmo que sejam muitos a cometer crimes idênticos. Por todas estas razões, concordo com a decisão de condenar o atentado, de usar todos os meios para capturar, julgar e prender os assassinos de Paris. Todas as extrapolações do caso devem ser bem fundamentadas, para que não se cometam mais injustiças. Como cidadão do mundo e como jornalista fiquei chocado e consternado. Condenei por todos os meios o ataque assassino. |
Mas li e ouvi opiniões que foram muito além de uma simples condenação, pois ousaram entender o que se passa na cabeça e no coração de quem decide matar desta forma cruel. Há que apostar na educação para a liberdade e a democracia. Há que dar cada vez mais oportunidade e sentido de acolhimento a quem vem de outras culturas. Há que construir economias mais solidárias á escala planetária, para que povos inteiros não se sintam empurrados para uma emigração que exclui e convida ao fundamentalismo que abre as portas à morte. O dia seguinte a massacres acorda sempre com céu cinzento, mas há que ter a coragem de construir as sociedades sobre os pilares dos direitos humanos’. O dia Internacional da Liberdade de Imprensa, a 3 de Maio, deve ajudar-nos a reflectir sobre estas e outras ideias e eventos. Haja liberdade e responsabilidade, para bem de todos. |
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