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Paulo Rocha D. Manuel Linda LOC/MTC Henrique Matos Sínodo Diocesano de Lisboa
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Capa: Manuel Costa
Foto de capa: Ricardo perna
Foto da contracapa: DR
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo Aguiar Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Centenário das Aparições em Fátima |
Festas de Natal |
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Paulo Rocha |
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Entre as muitas festas de Natal que acontecem em cada ano, há uma que se realiza há quase trinta e que é particularmente significativa. Não sou convidado nem depende de mim seja o que for para que ela seja muito importante, como tem sido. Normalmente vejo imagens do que acontece, ouço relatos, acolho experiências. Por vezes, contribuo para que outros possam ver essas imagens, ouvir os relatos e conhecer muitas das experiências que por lá passam. Claro que a Festa de Natal por excelência é a que acontece na “Noite de Feliz”, onde tudo é sinal do Mistério que se celebra. E mesmo que o ambiente criado para uma época do ano nem sempre tenha na sua origem convicções crentes, esse Acontecimento Maior da História da Humanidade, capaz de determinar uma viragem de era, de antes de Cristo para depois de Cristo, é sempre a referência cultural. Até quando é negada. Mais do que combater símbolos estranhos ao Natal, sons que não afinam com esta quadra e hábitos que se distanciam de marcas da tradição, é bem mais estimulante ser cúmplice de histórias que recriam, em cada tempo, o ambiente natalício de luz e de paz. Uma Festa de Natal só acontece quando há luz e paz de Belém para partilhar. Tudo o resto é esquecido. Até os presentes! Basta recordar como foram as festas de Natal das crianças que nos são mais próximas, nomeadamente os filhos. O que saiu do embrulho, o doce daquele dia ou o piscar |
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da iluminação que rapidamente se fundiu talvez esteja perdido na memória. Mas a luz e a paz que se notavam no rosto de todas as crianças, tanto as que representavam o Menino Jesus, o pastor ou de outra personagem de um presépio permanecem como marca desse Natal. Mas esta não é a tal festa particularmente significativas. Trata-se de uma festa com frágeis da sociedade, com pessoas que, por circunstâncias várias, têm a rua por abrigo... Por uns dias, são convidados para uma Festa de Natal: a Festa de Natal da Comunidade Vida e Paz. Realiza-se há quase 30 anos e é uma oportunidade para oferecer afeto |
e segurança a quem vive na solidão. Mais do que uma refeição e uns brindes natalícios, esta Festa oferece o Natal! Cria o conforto físico e emocional para que mulheres e homens em situação de sem-abrigo possam reencontrar um projeto de vida, porque encontram um ambiente facilitador à resolução de problemas que pareciam sem solução, seja no âmbito da saúde, da higiene e até de apoio jurídico que possibilita recuperar, também por essa via, a cidadania. Felizmente, há muitas festas como esta, não só a pensar nas pessoas que vivem em situação de sem-abrigo. Basta que ofereçam a luz e a paz de Belém. O Natal! |
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Cerimónia de homenagem às vítimas do acidente aéreo com a comitiva da Chapecoense, Brasil @ Agência Lusa |
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“O Estado iraquiano solicitou informação adicional para poder tomar uma decisão e a PGR entendeu que a melhor forma de fornecer essa informação adicional era mesmo transmitir ao Estado iraquiano os elementos constantes do processo”. Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruxelas, 07.12.2016
"O presidente da República não pode apoiar mais. Tudo o que depender dele, até ao limite dos seus poderes constitucionais - e a leitura que o presidente faz dos seus poderes constitucionais é aquela que sempre fez como constitucionalista, mais aquela que deriva da legitimidade decorrente dos compromissos eleitorais que assumiu, e que foram sufragados". Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa, sessão dos 40 anos da CCP - Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, Lisboa, 07.12.2016
“Acho que os jornais e a comunicação social têm imenso interesse em fazer comentários sobre o que um diz e o que o outro diz. Eu não sou comentador do senhor presidente da República e portanto não vou responder". Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, Lisboa, 06.12.2016
"Creio que o senhor deputado sabe bem porque a administração [da Caixa Geral de Depósitos] se demitiu, porque foi aprovado nesta Assembleia da República uma iniciativa legislativa proposta pelo seu partido que a administração da Caixa entendeu que lhes diminui as condições para o exercício das suas funções". António Costa, primeiro-ministro, em resposta ao líder do PSD, Pedro Passos Coelho, Lisboa, 07.12.2016
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Academia Portuguesa de História premiou obras sobre Igreja Católica
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A Academia Portuguesa de História entregou esta quarta-feira o ‘Prémio Lusitania’ à obra ‘História da Diocese de Viseu’ e uma menção honrosa à obra ‘Clavis Bibliothecarum: Catálogos e Inventários de livrarias de instituições religiosas em Portugal até 1834’. À Agência ECCLESIA, o coordenador da obra ‘História da Diocese de Viseu’ |
considerou a atribuição do ‘Prémio Lusitania’ como um reconhecimento externo do “trabalho sério, rigoroso e profundo” realizado e também um reconhecimento dos “méritos inovadores” da publicação. “Tem uma proposta analítica de abordagem da história da diocese que é profundamente inovadora não |
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existe em Portugal, nem na Europa, nenhum modelo aproximativo da história de uma diocese com as perspetivas que nós temos”, disse José Pedro Paiva. O diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra explica que uma das características desse modelo foi a “análise evolutiva e comparativa”, numa perspetiva holística”, do que foi a presença do cristianismo num território, com um olhar “constante” desde o período medieval à contemporaneidade. A ‘História da Diocese de Viseu’ apresenta um período de cerca de 1500 anos de presença do cristianismo naquele território e foi publicada em três volumes. A obra, editada pela Diocese de Viseu e pela Imprensa da Universidade de Coimbra, envolveu um trabalho de equipa de pessoas especializadas em “diversas cronologias”, como “historiadores, arqueólogos, historiadores de arte”. A edição 2016 dos prémios da Academia Portuguesa de História atribuiu também uma menção honrosa à obra ‘Clavis Bibliothecarum: Catálogos e Inventários de livrarias de instituições religiosas em Portugal |
até 1834’, de Luana Giurgevich e Henrique Leitão, editada pelo Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja. “É o reconhecimento da existência de um continente bibliográfico pouco explorado, quase desconhecido, e extremamente importante para a compreensão da cultura e história portuguesa”, disse Luana Giurgevich, sobre a distinção ao projeto realizado ao longo de seis anos. A sessão extraordinária de encerramento do Ano Académico da Academia Portuguesa de História e entrega dos prémios contou com a presença do presidente da República Portuguesa. “Felicito os premiados pelas obras. Prémios que se reforça pelo conjunto dos estudos tão ricos nos tópicos abordados”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa. Com promessa de regressar em 2017 com a comunicação ‘Reflexão acerca da história dos poderes presidenciais em Portugal’, o presidente da República Portuguesa manifestou a sua “satisfação” pelo facto de os galardões estarem abertos a cientistas lusófonos ou estrangeiros, “porque a história não se faz com fronteiras nacionais”. |
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“É o reconhecimento da existência de um continente bibliográfico pouco explorado, quase desconhecido, e extremamente importante para a compreensão da cultura e história portuguesa”, disse Luana Giurgevich, sobre a distinção ao projeto realizado ao longo de seis anos.
A sessão extraordinária de encerramento do Ano Académico da Academia Portuguesa de História e entrega dos prémios contou com a presença do presidente da República Portuguesa. “Felicito os premiados pelas obras. Prémios que se reforça pelo conjunto dos estudos tão ricos nos tópicos abordados”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa.
Com promessa de regressar em 2017 com a comunicação ‘Reflexão acerca da história dos poderes presidenciais em Portugal’, o presidente da República Portuguesa manifestou a sua “satisfação” pelo facto de os galardões estarem abertos a cientistas lusófonos ou estrangeiros, “porque a história não se faz com fronteiras nacionais”.
Cáritas celebra 60 anos em Portugal |
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A Cáritas Portuguesa vai assinalar este sábado os 60 anos da aprovação oficial dos seus primeiros estatutos, numa homenagem a todos os que nestas décadas têm sido vítimas da pobreza e exclusão social. “Temos presentes as pessoas que sofrem a pobreza e a exclusão, violentamente, agravadas nos últimos anos. Procuramos atuar nas manifestações e nas causas desses problemas, cooperando entre nós e com cada pessoa e família atingidas”, refere o presidente da organização católica, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA. Eugénio Fonseca afirma que os portugueses têm sido confrontados com “muitas exigências, muitos cortes, muitos medos” e foram “obrigados a repensar a sua vida”. O programa comemorativo do sábado começa com uma Eucaristia às 11h30, na igreja Paroquial de S. Maximiliano Kolbe, Bairro de Chelas, em Lisboa. “Neste dia, com esta celebração, queremos lembrar todo este esforço e todas as lutas que já foram travadas pelo nosso país e nas quais a Cáritas foi chamada a concretizar”, escreve Eugénio Fonseca. A Cáritas Portuguesa escolheu assinalar os 60 anos desde a |
aprovação oficial dos seus primeiros estatutos no Dia Internacional dos Direitos Humanos, para “reafirmar” que a sua ação “se guiará sempre” por essa concretização. Às 15h30, começa o concerto da Camarata de Cordas da Orquestra Municipal Geração da Amadora, no Teatro da Trindade, de entrada livre. “Queremos também manifestar a nossa alegria por todos os que conseguimos servir com dignidade, construindo com todos a esperança de uma vida mais humana”, refere o presidente da Cáritas Portuguesa. A organização católica, a nível nacional, diocesano e paroquial, vai aproveitar ainda o Dia Internacional dos Direitos Humanos para associar-se ao “número incontável de pessoas” que procuram um mundo mais equitativo. |
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Escutismo: Nova liderança no CNE |
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O chefe eleito para a Junta Central do Corpo Nacional de Escutas (CNE) afirmou que o seu mandato vai seguir “seis vetores fundamentais” e deseja chegar aos 100 mil membros no ano do centenário do movimento, em 2023. Em entrevista à Agência ECCLESIA, Ivo Faria disse que o objetivo da patrulha que venceu as eleições nacionais do CNE, realizadas este domingo, tem a determinação de “não utilizar o objetivo numérico dos 100 mil” sem “refletir sobre as condições que é necessário criar para que essa meta possa ser exequível”. O dirigente da Região de Braga, que vai liderar o maior movimento juvenil em Portugal entre 2017 e 2020, referiu que o programa educativo do Corpo Nacional de Escutas (CNE) e a sua “oferta pedagógica para as crianças e para os jovens” é o primeiro de seis “vetores fundamentais”. Depois a Junta Central tem por objetivo ajudar os dirigentes adultos “a estarem o melhor capacitados possível” para enfrentar “desafios e aplicar as soluções e oferta pedagógica”. Segundo Ivo Faria outro fator é a simplificação dos processos administrativos e financeiros |
para “tentar garantir” que os adultos “libertam o máximo de tempo para estar com as crianças e os jovens”. O projeto de Comunicação, ou seja, a forma como comunicam internamente “com dirigentes e jovens” e externamente com a sociedade é o quarto vetor fundamental e os dois últimos são a “representação e relações externas” e o “envolvimento” de toda a associação “nas decisões e futuro” que querem desenvolver através de “uma discussão centrada no todo que é o país”. A equipa que venceu este domingo as eleições para a Junta Central tinha como projeto e mote ‘Geração futuro’ e o chefe nacional eleito sublinha a importante da preparação dos escuteiros do CNE para “serem cidadãos mais ativos” e “jovens com causas”, cada vez mais integrados na Igreja Católica. |
A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Mártires jesuítas no Japão
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Uma oração pelas crianças do mundo
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O Papa Francisco rezou pelas crianças abandonadas, durante uma homenagem à Virgem Maria, na Praça de Espanha, Roma, tradição anual que decorre no dia da Imaculada Conceição. “Trago-te, Mãe, as crianças, especialmente as sós, abandonadas, e que por isso são enganadas e exploradas”, declarou, na oração proferida diante da imagem, na capital italiana. |
O Papa, que saiu do Vaticano num carro utilitário, disse levar no seu coração as pessoas que lhe foram confiadas “na cidade de Roma e no mundo inteiro”. A intervenção evocou em particular “os irmãos pobres, doentes, desprezados”, pedindo o compromisso das comunidades católicas para “levantar quem caiu e apoiar quem vacila”. |
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Francisco rezou ainda pelas famílias, especialmente as que passam por maiores dificuldades por causa de “problemas internos e externos”. “Trago-te, Mãe, todos os trabalhadores, homens e mulheres, e confio-te sobretudo que, por necessidade, se esforça por cumprir um trabalho indigno, quem perdeu o trabalho ou não consegue encontra-lo”, prosseguiu. O Papa pediu que as pessoas possam “reencontrar” a capacidade de olhar para o mundo com “respeito e reconhecimento”, ao encontro de quem está só, sem ceder ao “desencorajamento”. A deslocação à Praça de Espanha, junto do monumento à Imaculada Conceição, que recorda em Roma o dogma proclamado por Pio IX, é uma tradição iniciada pelos predecessores de Francisco; o Papa levou flores até junto da imagem que foi colocada nesta praça, em 1857. Francisco passou largos minutos a cumprimentar doentes, pessoas com deficiência, crianças e idosos que acorreram ao local. O dogma da Imaculada Conceição de |
Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original. A solenidade da Imaculada Conceição tinha sido assinalada ao meio-dia de Roma (menos uma em Lisboa) com a recitação do ângelus, na Praça de São Pedro. Nessa ocasião, Francisco contrapôs o “sim” de Maria a Deus ao “não” da humanidade, relatado pelo livro do Génesis. “E como o ‘não’ das origens tinha fechado a passagem do homem a Deus, assim o ‘sim’ de Maria abriu o caminho para Deus entre nós. É o ‘sim’ mais importante da história, o ‘sim’ humilde que derruba o ‘não’ soberbo das origens, o ‘sim’ fiel que cura a desobediência, o ‘sim’ disponível que derrota o egoísmo do pecado”, sustentou. Antes de regressar ao Vaticano, esta tarde, o Papa deslocou-se à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para rezar diante da imagem de Nossa Senhora, ‘Salus Populi Romani’. |
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Papa defende espaço público para a religião |
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O Papa Francisco defendeu que a religião deve manter o seu espaço na vida pública, numa relação de “sã laicidade” com o Estado, reforçando a sua rejeição da violência em nome de Deus. “Há uma sã laicidade, por exemplo, a laicidade do Estado. Em geral, o Estado laico é bom, é melhor do que um Estado confessional, porque os Estados confessionais acabam mal”, referiu, numa entrevista ao semanário católico belga ‘Tertio’, divulgada na quarta-feira. A entrevista aborda depois a preocupação com o diálogo inter-religioso, com o Papa a reafirmar que “nenhuma religião como tal pode fomentar a guerra”. “Não se pode fazer a guerra em nome de Deus ou em nome de uma atitude religiosa. Não se pode fazer a guerra, em nenhuma religião. Portanto, o terrorismo, a guerra, não estão relacionados com a religião, usam-se deformações religiosas para a justificar”, explicou. No centenário da I Guerra Mundial, Francisco lamenta que o apelo de “guerra nunca mais” não tenha sido “levado a sério”, porque se vive numa “terceira guerra mundial” com conflitos na Ucrânia, Médio Oriente, África ou Iémen. |
"Hoje em dia fazem falta líderes. A Europa precisa de líderes, líderes que avancem", refere. A entrevista tem como pano de fundo a recente celebração do Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro2016), uma ideia que o Papa confessa ter tido “de repente”, na sequência da atenção que os seus predecessores dedicaram ao tema. Francisco fala depois do que entende por “Igreja sinodal”, ou seja, onde “Pedro [o Papa] é Pedro, mas acompanha a Igreja e a faz crescer, escuta-a”, à imagem do que aconteceu nas assembleias do Sínodo dos Bispos, sobre a família (2014, 2015). O Papa conclui com o desejo de que os meios de comunicação sejam “muito limpos e muito transparentes”. |
Francisco desafia líderes
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O Papa Francisco alertou para a urgência de encontrar a “melhor forma” para responder-se ao “sofrimento e necessidades” dos mais pobres e excluídos, na audiência aos responsáveis económicos mundiais que participaram numa iniciativa da Revista ‘Time’. “O nosso grande desafio é responder aos níveis globais de injustiça, promovendo um sentido local e mesmo pessoal de responsabilidade para que ninguém seja excluído da participação na sociedade”, referiu Francisco, na Sala Clementina, no Vaticano. Na audiência de sábado, o Papa disse que a “renovação, purificação e fortalecimento” de modelos económicos sólidos depende da “conversão pessoal e generosidade” de cada um às pessoas mais necessitadas. Aos cerca de cerca de 400 participantes no encontro promovido pela revista «Time», desde ontem em Roma, destacou que o tema ‘O Desafio do Século XXI: Criar um novo Pacto Social", “é muito oportuno” e aponta para a necessidade urgente de modelos económicos “mais inclusivos e equitativos”. |
Para Francisco, o evento permitiu uma “troca substancial de ideias e partilha de informação” e assinalou que agora não se exige um “novo pacto social abstrato” mas “ideias concretas e ações decisivas” que vão beneficiar todas as pessoas e “responder às questões urgentes” da sociedade atual. “Quando ignoramos os gritos de tantos irmãos e irmãs em todo o mundo, não lhes negamos apenas os seus direitos e valores dados por Deus, mas também rejeitamos sua sabedoria e impedimos de oferecer talentos, tradições e cultura”, desenvolveu, no discurso publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé. No evento, que passou pelo Vaticano, estiveram diretores-gerais das 500 empresas mais bem-sucedidas do momento e vários líderes económicos, académicos e religiosos. |
A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Papa propõe Natal livre do «egoísmo» e da «corrupção»
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A misericórdia é artesanal;
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D. Manuel Linda Armadas e Forças de Segurança |
Quando ardeu a casa da Zulmira, a resposta comunitária não se fez esperar: ao apelo do Pároco e da Junta, os vizinhos congregaram-se e cada um disponibilizou o que tinha, desde a madeira ao dinheiro, da mão-de-obra às roupas, dos alimentos ao mobiliário. E se o fogo lhe consumiu o casebre, o povo colocou-a numa casinha arejada, limpa e digna. Impressionou-me aquele agregado de pessoas que deixou os seus afazeres para trabalhar em prol da mais pobre lá da terra: a labuta daqueles homens e mulheres que, sob a coordenação do meu pai, então autarca, cavavam alicerces, empurravam pedras, erguiam tijolos, colocavam traves, pregavam soalho, espalhavam telhas e acertavam portas e janelas. Mas o que mais mexeu com os meus sentimentos infantis foi o gesto do meu bisavô que, quando as obras já tinham terminado, me colocou nas mãos uma cesta com duas galinhas e me ordenou: “Leva-as à Zulmira, porque ela precisa de recomeçar a vida. São para dar ovos e fazer criação”. Pois é. Ontem, como hoje, os «sábios» e os políticos teorizam sobre os indicadores de desenvolvimento, os critérios de progresso e os factores ditos de modernização, mas as desigualdades aumentam e os pobres passam fome; o povo, porém, suja as mãos na realidade e cria as condições de vida efectiva que os grandes desprezam. Os de cima, ao confiarem à ciência
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abstracta e à burocracia sem alma a resolução de todos os problemas, recusam o compromisso; a grei aproxima-se, faz sua a causa do desditoso, ajuda-se se for possível ou, pelo menos, reparte com ele uma dor que, assim, se torna mais suportável. Os primeiros, em nome de um individualismo libertário, instauram a insolidariedade e fomentam a sociedade burguesa; os segundos vivem uma cultura da misericórdia, de base cristã, que não só empresta uma imensa fantasia criativa ao timbre do real compromisso com quem sofre como instaura os laços da colectividade humanizada e cooperante. Na recente Carta Apostólica com que assinala o termo do ano jubilar, |
o Papa Francisco diz que “as obras de misericórdia são «artesanais», pois nenhuma delas é a cópia da outra”. Sim, possuem imenso valor porque são ditadas pela criatividade de um amor que se alia à circunstância e se compromete com ela. Precisamente o contrário da eutanásia que, face à situação, arremete contra a pessoa e aniquila-a para que esta não a importune. A eutanásia é, pois, um subproduto só vendável na feira dos trapos: parece de boa marca, mas não passa de obra contrafeita, de fabrico rápido e cheia de defeitos. Eis, então, duas culturas que não se reconhecem nem encontram. Mas qual interessará, efectivamente, à pessoa individual e colectiva?
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Povo e Democracia |
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LOC/MTC Movimento de trabalhadores Cristãos |
Realizou-se, no Vaticano, em Roma, de 3 a 5 de Novembro de 2016, o III Encontro de Movimentos Populares, e no seu encerramento, o Papa Francisco proferiu um interessante discurso. Pela sua importância transcrevemos alguns extratos da sua intervenção: “Povo e democracia. Uma relação que deveria ser natural e flúida corre o risco de descaracterizar-se até ser irreconhecível. A brecha entre os povos e as nossas formas atuais de democracia aumenta cada vez mais como consequência do enorme poder dos grupos económicos e mediáticos que parecem dominá-las. No nosso último encontro, na Bolívia, [], falámos da necessidade de uma mudança para que a vida seja digna, uma mudança de estruturas; também falámos de como vós, os movimentos populares, sois agentes dessa transformação, [] e também enumerámos algumas tarefas imprescindíveis para caminhar em direção a uma alternativa humana frente à globalização da indiferença: Pôr a economia ao serviço dos povos; Construir a paz e a justiça; Defender a Mãe Terra. A palavra mudança estava carregada de grande conteúdo, estava vinculada a coisas fundamentais que vós reivindicais: trabalho digno para os excluídos do mercado laboral; terra para todos os camponeses e povos nativos, habitação para todas as famílias sem teto; integração urbana para todos os bairros populares; erradicação da |
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discriminação, da violência contra a mulher e das novas formas de escravidão; o fim de todas as guerras, do crime organizado e da repressão; liberdade de expressão e comunicação democrática; ciência e tecnologia ao serviço dos pobres. No entanto, essa germinação que é lenta, que tem o seu tempo, como todas as gestações, está ameaçada pela velocidade de um mecanismo destrutivo que opera em sentido contrário. Há forças poderosas que podem neutralizar este processo de amadurecimento de uma mudança que seja capaz de desalojar a primazia do dinheiro e coloque novamente no centro o ser humano. O dinheiro. Como governa? Com o chicote do medo, da iniquidade, da violência económica, social, cultural e militar que gera mais e mais violência numa espiral que parece não ter fim. “O imperialismo internacional do dinheiro” (Pio XI, QA nº 109 – 1931) A “nova forma abusiva de ditadura económica no campo social, cultural e inclusive político” (Paulo VI, OA nº 44, 14.05.1971) tolera a cooperativa, o refeitório comunitário, a horta agroecológica, o microempreendimento, o desenho dos planos assistenciais,… até aí tudo bem! |
Enquanto se mantiverem no campo das “políticas sociais” e não questionem a política económica ou a Política com letra maiúscula, toleram-se. Quando vós, a partir do vosso enraizamento de proximidade, a partir da realidade cotidiana, a partir do bairro, a partir da paragem, a partir da organização do trabalho comunitário, a partir das relações pessoa a pessoa, vos atreveis a questionar as “macrorelações”, quando levantais a voz, quando gritais, quando pretendeis assinalar ao poder um caminho mais integral, aí já não se tolera tanto porque se estão a meter no terreno das grandes decisões, que alguns pretendem monopolizar em pequenas castas. Assim, a democracia atrofia-se, converte-se em nominalismo, uma formalidade, perde representatividade, vai-se desencarnando porque deixa de fora o povo na sua luta cotidiana pela dignidade, na construção do seu destino. Vós, organizações dos excluídos e tantas organizações de outros sectores da sociedade, estais chamados a revitalizar, a refundar as democracias que passam por uma verdadeira crise.”
Que todos contribuamos para tornar realidade, estas mensagens do Papa. |
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É proibido defender a vida! |
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Henrique Matos
Agência ECCLESIA
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De França chega um sinal inquietante de como a liberdade é um conceito que pode ser definido segundo as simpatias de um grupo parlamentar. Ao conjunto de obstáculos que impedem a interrupção da gravidez, e que ali são punidos por lei, a França acrescenta agora os suportes digitais. A Assembleia Nacional Francesa, numa votação de braço no ar, aprovou uma proposta de lei que classifica as páginas na Internet das associações de defesa da vida, como obstáculos ao cumprimento da lei. Estas páginas na internet que promovem a vida e que apelam à maternidade, alegam os promotores da iniciativa, “induzem deliberadamente em erro, intimidam e exercem pressão psicológica ou moral a fim de dissuadirem o recurso à interrupção voluntária da gravidez”. As vozes que tradicionalmente encabeçam as campanhas de liberdade de expressão e que rejubilam com as novas formas de democracia participativa nas redes sociais, ficaram em silêncio. Aparentemente a voz não deve ser dada a todos, apenas aos que interessam... ideologicamente. Esta iniciativa parlamentar, que ainda pode ser travada no Senado, surge após a França ter abolido da lei, o período de reflexão de alguns dias, que devia ser respeitado por quem decidisse abortar. Georges Pontier, Presidente da Conferência Episcopal Francesa escreveu ao Presidente Hollande dizendo que “a interrupção voluntária da gravidez representa um ato pesado e difícil que questiona profundamente a consciência. Em situações difíceis, são numerosas as mulheres que não sabem se hão de levar ou não até ao fim |
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a gravidez e sentem necessidade de falar com alguém, pedir um conselho”. Com o fim deste período de reflexão, acrescenta o Arcebispo de Marselha, “as mulheres já não têm nenhum apoio oficial às suas interrogações de consciência”. As associações pró-vida centram a sua ação neste apoio e no apontar alternativas e suporte social que permita acolher e educar um filho compensando assim, a ausência de lugares de escuta e acolhimento por parte do Estado. Sem sair de França, é nesta linha que percebemos a decisão de um tribunal superior em decretar a proibição de um anúncio cujas imagens ou mensagem “nociva” era apresentar crianças que aparentavam felicidade e que eram portadoras de síndrome de Down. A decisão visava proteger as mulheres que teriam recorrido ao aborto perante diagnóstico semelhante. Assim vai a liberdade no país da revolução das luzes. Por cá, falam-nos de um Referencial de Educação para a Saúde, um documento elaborado pelas Direcções-Gerais da Educação e da Saúde que prevê a introdução, nos primeiros ciclos do sistema de ensino, de temas ligados à educação sexual, como a interrupção voluntária ou involuntária da gravidez. Pretende-se |
que se respeitem as “diferentes opções individuais face à sexualidade...”. Maria João Marques, no Observador, era direta “Repugnam-me as decisões francesas e a proposta dos ministérios da Saúde e da Educação que pretendem impor a glorificação do aborto e a equivalência moral entre abortar ou manter uma gravidez.
Liberdade, fraternidade e igualdade não serão valores universais, mas conceitos privatizados por uma certa linha ideológica que se julga no direito de os adequar aos seus interesses para depois os impor aos outros. Deixo palavras do Arcebispo francês, “o mínimo encorajamento a pôr termo a uma gravidez poderá ser um dia qualificado como pressão psicológica e moral?” |
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O cardeal-patriarca de Lisboa assinou e apresentou hoje a 8 de dezembro a Constituição Sinodal, que encerra a assembleia consultiva convocada em 2014, na qual se insiste em “virar as comunidades mais para fora”. D. Manuel Clemente disse aos jornalistas, no final da Missa a que presidiu nos Mosteiro dos Jerónimos, que é preciso “estar mais presente”, sobretudo “onde dói”. O também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa deu como exemplos os problemas ligados ao desemprego e falta de perspetivas para os jovens, idosos e reformados, os doentes; a reinserção dos presos; ou o acolhimento dos refugiados e migrantes. “Tudo isto são fronteiras em que, passe o termo, quem é cristão, cristã, está lá”, precisou. O cardeal-patriarca recordou que a Constituição Sinodal “resume os trabalhos” levados a cabo nos últimos dois anos e meio, a partir da reflexão de “muitos grupos” sobre a exortação ‘A Alegria do Evangelho’, do Papa Francisco. “As comunidades cristãs, todas as nossas comunidades, que não se reúnam só para dentro, reúnam-se para fora”, defendeu. A “enorme realidade” do Patriarcado de Lisboa, com dois milhões e meio de pessoas, exige o anúncio de fé de todos os católicos nos maios diversos meios, bem como a reflexão sobre o que deve ser melhorado, ponto de partida para uma mudança efetiva. “Foi bom até aqui, a partir daqui tem de ser melhor”, observou D. Manuel Clemente. Uma reflexão que está presente ao longo das próximas páginas, com documentos, depoimentos e testemunhos sobre este processo sinodal, nos 300 anos da qualificação patriarcal da Diocese de Lisboa.
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Mais acolhimento, mais missão,
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D. Manuel Clemente apresentou em conferência de imprensa as “grandes ideias” da assembleia sinodal, a última fase do Sínodo Diocesano, sugerindo que as comunidades sejam “uma porta aberta a todos” e “treinem ser mais acolhedoras” para com as muitas pessoas que as procuram.
- Parece-lhe possível atingir os objetivos propostos pela Assembleia Sinodal sem mexidas nas estruturas de funcionamento do Patriarcado de Lisboa? D. Manuel Clemente (MC) – Naturalmente que haverá mexidas, mas nós seguimos a indicação do Papa Francisco. No documento que serve de base a isto tudo, que é a exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”, o sonho missionário de chegar a todos, um documento de 2013, ele diz: não comecem pelas estruturas, comecem por incrementar o dinamismo missionário das comunidades. Esse dinamismo missionário, essa necessidade de chegar aonde ainda não chegam, de apoiar a quem ainda precisa, de estar presente nos meios que ainda são pouco tocados pelos |
cristãos, esse dinamismo missionário depois é que vai reforçar, remodelar ou criar estruturas. A metodologia do Papa, ele é muito claro nesse ponto, ele chegou mesmo a dizer – está escrito – que se nós começássemos pela formação das estruturas, não dava nada.
- O que é que é preciso fazer de novo? MC – Novo é aquilo a que ele chama a conversão missionária das comunidades, que elas não existam naquele sentido ‘pronto, está bem, agora somos menos mas estamos bem, sentimo-nos aqui, somos todos muito amigos, temos umas missas muito bonitas, o telhado está arranjado, a igreja é agradável, lá vamos conseguindo arranjar uma ou outra colaboração para a catequese dos miúdos’. Não, o Papa quer é que nós pensemos naquilo que falta fora, e como podemos lá chegar. E é exatamente esta prioridade da missão que depois obriga a remexer em muita coisa.
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- E como é que pode ser feita essa conversão missionária das comunidades? MC – Eu creio que esta insistência do Papa é que é a chave. À medida que isto for entrando na cabeça das pessoas. Porque todas as comunidades fazem projetos, em todos os anos. A generalidade das vossas paróquias, dos vossos serviços diocesanos, das vossas instituições religiosas e sociais, das ordens religiosas presentes no Patriarcado, todos os anos fazem projetos. Mas fazem projetos em relação a quê?
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Na medida em que esta prioridade missionária vier ao de cima, isto irá com certeza levar a outros modos de ação. Aquilo que for valorizado na ação, por exemplo arranjar o telhado da igreja: fizeram aqui um grande peditório, uma quermesse, entrava chuva e agora não entra. Poderia ser uma prioridade, às vezes é uma prioridade física não é? Mas se a prioridade não for essa, se for ali naquele bairro em que constantemente há problemas, qual é a participação dos católicos desta comunidade para que aquilo se resolva? |
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MC - Temos 30 por cento de pessoas que vivem sós aqui neste bairro. Com certeza temos aqui um centro social paroquial e apoio domiciliário. Está bem, mas que apoio realmente é que se deu a essas pessoas, em termos humanos, de afeto, de integração social? Temos quantas pessoas com deficiência que às vezes nem podem sair, ou seja, temos aquela escola em que os próprios professores às vezes se sentem muito atrapalhados para resolver problemas, até disciplinares. Como é que nós lá estivemos ou pelo |
menos nos dispusemos a ajudar? Há aqui uma zona, um aspeto sociocultural que falta cobrir. Temos aqui muita rapaziada que tem muito tempo livre e que não tem atividades úteis, produtivas, criativas. À medida que este tipo de questões vier ao de cima, isso vai forçar pouco a pouco a tal renovação das estruturas tendo em vista a missão. Por isso é que o Papa diz para não começarmos pela renovação das estruturas, não se oleia uma máquina sem saber para que é que ela serve. O que há aí mais é maquinaria parada.
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-Como é que a Igreja pode fazer face às atuais preocupações económicas e sociais no país, enquadrando-as nessa tal conversão missionária? MC – Aí entra também o acolhimento, ou seja, efetivamente nós não encontramos muitas instâncias na sociedade portuguesa onde se encontre gente, sensibilidades tão distintas, mesmo da ordem política, do leque partidário vasto, também perspetivas culturais, de origem social, etária, tão diversificadas como se encontra numa comunidade cristã, no nosso caso católica. E isso torna as comunidades cristãs num bom laboratório de conversa, como agora se diz de tolerância, de conseguir avançar em causas comuns com gente que naturalmente é distinta e tem opções distintas. Só para dar um exemplo dos muitos que apareceram neste Sínodo: no passado mês de novembro tivemos um congresso das associações de profissionais católicos do Patriarcado de Lisboa. Foi muito interessante ouvirmos estes testemunhos, ouvir um representante de gestores, de empresários católicos dizer como conseguiram, em |
colaboração com os representantes dos operários católicos, chegar a um texto comum que apresentaram nesse congresso, em várias reuniões. O facto de termos médicos, psicólogos, professores, engenheiros católicos, entre outros, e termos estas oportunidades de encontro, de reflexão, isto depois dá à sociedade portuguesa uma capacidade de resolver em conjunto causas que, fundamentalmente, são comuns. Sem que os católicos, com certeza, deixem de se apresentar com aquilo que são e com a convicção que têm, isso não deixam, mas em conjunto, é um exercício de pluralismo. Eu às vezes, só para ser ainda mais sugestivo, costumo dar este exemplo com uma pergunta um pouco rápida e tosca – O que faz a Igreja em Portugal? Nós podemos avançar logo com o rol das imensas obras de todo o tipo que a Igreja sustenta, mas eu não vou por aí. |
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MC - Eu faço esta pergunta: O que é que seria a nossa sociedade se de repente deixasse de existir algo que leva a maior parte da nossa vida de padres, que são as chamadas missas dominicais, de sábado e domingo? Desaparecia da sociedade portuguesa a única oportunidade de, de uma maneira habitual porque não é um feriado nacional - todos os domingos, 52 por ano - de se juntarem novos e velhos, gente de cá e de fora, gente só e gente acompanhada. Nós não temos outra oportunidade, e ainda por cima para ouvir textos bíblicos e evangélicos que têm sido sempre uma fonte de grande aproximação das pessoas. Se isto não existisse nós nem imaginamos, era quase um blackout em termos de convivência, e as iniciativas que depois surgem daí. Há muita coisa que não se dá conta, isto é tão natural que não damos conta. Mas há muitas iniciativas que têm acontecido na sociedade portuguesa em que as pessoas conversam, encontram, antes ou depois da missa, com qualquer coisa que ouviram nas leituras, na Palavra de Deus ou na homilia, e que depois sai daí. Se nós potenciarmos isto ainda mais, |
com mais acolhimento, mais sentido missionário, cá estamos. Não estamos para fazer tudo mas Jesus dizia que era para ser fermento na massa, fazer crescer as coisas.
- Que desafio representa também a atual configuração do Patriarcado? MC – Nós temos realidades distintas, o Patriarcado começa em Lisboa e vai até Alcobaça, e depois começa a leste na Azambuja e vai até ao mar. Neste território estarão dois milhões ou mais de pessoas, é difícil determinar porque muitos já estão na margem sul do Tejo mas trabalham em Lisboa, mas a margem sul já é Diocese de Setúbal mas são lisboetas, trabalham em Lisboa mas arranjaram lá casa mais barata, é difícil determinar neste território e nesta população. Até aos anos 60 isto ainda era mais ou menos arrumado em termos sociológicos, e nós ainda hoje somos devedores de uma organização pastoral que é dos anos 60, 1966 ou 1967 ou muito perto disso, quando se criou a região de Lisboa, a região Termo, que são todos estes concelhos que vêm desde Vila Franca de Xira a Azambuja, vão Loures até Sintra e Cascais. Uma zona imensa, onde |
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vive a maioria da população. E depois o Oeste, de Mafra para cima. E as coisas estavam mais ou menos arrumadas. Isto hoje está tudo muito mais confundido porque como sabemos, mesmo aqui em Torres Vedras, basta ver de manhã o que é o corrupio dos autocarros Expressos para Lisboa. As pessoas estão aqui a dormir mas depois vão para Lisboa. Mas isto também acontece mais para cima, com gente da Lourinhã, das Caldas |
da Rainha, e repito é muito difícil definir o Patriarcado hoje, em termos de território. Estudantes, profissionais, compras e vendas, superfícies profissionais, tudo isto circula de tal maneira que o território é uma base, apesar de tudo é diferente morar em Torres Vedras, na Charneca ou no Chiado, em Lisboa. Agora as pessoas que circulam entre estase outras terras é que muitas vezes são as mesmas, ao longo da semana. |
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MC - Uma vez ouvi num conselho pastoral uma frase muito sugestiva, que os nossos diocesanos são urbanos de semana, porque trabalham geralmente em centros urbanos; rurais de fim-de-semana porque vão à terra; e são litorais de Verão porque vai tudo para a praia. De maneira que, de onde é que eles são? Paróquias que antes eram muito populosas no centro de Lisboa hoje praticamente não têm habitantes. O que não quer dizer que não tenham muito movimento, mas de gente que vem de todo o lado. Nós podemos encontrar aqui em Torres ou lá em cima em Alcobaça pessoas na missa dominical pessoas que durante a semana não estão lá. Com certeza que há distinções, mas já não são o que eram nos anos 60 quando foi feita esta divisão. Isto hoje é tudo muito interterritorial não é? E, claro, nós temos dentro da nossa Ação Católica uma Ação Católica Rural, temos aqui a Casa do Oeste, em Ribamar, na Lourinhã, com as suas atividades, a sua dinâmica, pensam os problemas da nova e da antiga agricultura, sobretudo dos agricultores que sobram e os do |
futuro, que estão a aparecer, em termos novos. Mas tudo isto é muito, muito mexido e remexido constantemente porque ou fisicamente, porque é de um lado para o outro, ou mesmo sempre parado no mesmo sítio, porque estão todas ligadas à rede… De onde é que elas são? É outra coisa e um fator novo que não nos podemos esquecer, é que hoje no Patriarcado moram cerca de 100 nacionalidades distintas. E crescem e têm filhos que estão felizmente já nas |
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nossas escolas e a integrar-se, pouco a pouco, na nossa sociedade. Isto muda completamente o panorama, não é? Daí que, tendo nós por este território espalhadas quase 300 comunidades e tantas outras ligadas a institutos religiosos e por aí fora, se cada uma delas estiver mais atenta a esse sentido de acolhimento e for mais, como agora se diz, proativa em termos de ensaio de missão, ir ali onde ainda não vai. Esperemos, certamente, criaremos um futuro que ainda não sabemos muito bem qual vai ser. O futuro desta sociedade e desta sociologia é muito difícil, será outra coisa, de certeza, já não para falar da Europa, que dizem os demógrafos que em meados deste século - nós já estamos à beira, já estamos em 2017, no último mês de 2016 - daqui a 20 e tal anos, 30 anos, a maioria da população europeia não será autóctone. Não será de origem europeia, isso dizem os demógrafos, a maioria dos habitantes do nosso continente, em meados deste século, não será de origem europeia. Serão europeus, mas serão novos europeus. Com novas culturas, até com novas crenças. Mas isso já começa a existir em Lisboa, daí que não saibamos |
muito bem o que vai ser. Sabemos o que não queremos que seja. Por exemplo, não queremos que seja cada um para o seu lado, com uma série de guetos sucessivos, que não comunicam entre si. Isso não queremos. Que as comunidades estejam muito atentas - aqui entramos no aspeto cultural - a tudo isto e vão tentando! |
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As reflexões feitas antes do Sínodo vão estar disponíveis? A primeira parte da Constituição Sinodal é uma reflexão que nós fizemos em conjunto, que envolveu mais de 20 mil pessoas. Isto começou em 2014, 2015, já estamos no fim de 2016, houve centenas de grupos e participaram mais de 20 mil pessoas, além de outras que mandaram sugestões, textos escritos, grupos, etc. É um trabalho de muitíssima gente e isso já é uma coisa ótima. Teria sido |
fácil a qualquer bispo diocesano, quando vem o documento ‘A Alegria do Evangelho’, do Papa Francisco, para a tal conversão missionária das comunidades, chegar à Universidade Católica e ir buscar um sociólogo, um biblista, um teólogo, um catequeta, e dizer assim: agora os senhores, que são quatro grandes pensadores, com muitos livros publicados nesta área, fazem um documento sobre isto, aqui no Patriarcado. E se calhar saía uma obra ótima, para meia dúzia de |
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interessados e para ficar lá na prateleira. Mas isto não, é um documento que tem na base a reflexão de dois anos e tal, de mais de 20 mil pessoas. Por acaso, estas linhas, mesmo quando parecem ser algo teóricas, é uma teoria preenchida, foi partilhada pelas pessoas, tem vida dentro. Se fixarmos estas três prioridades, percebemos o documento: mais acolhimento, mais missão, mais trabalho em conjunto. E manter o ritmo, foi sugerido que tenhamos mais oportunidades de avaliar a implementação destas linhas de força, vamos ver.
Os jovens poderiam ter estado mais representados, aqui? Parte destes textos vieram exatamente da Pastoral Juvenil, mas um Sínodo é uma instância canónica que tem representações dos setores, também o da juventude aqui esteve. Mas eles jovens fizeram uma reflexão, que aqui foi tida em conta.
Que preocupações, olhando para o mundo fora da Igreja, é que a Igreja tem que o leva a estabelecer estes princípios que ainda há pouco |
apontava? São sobretudo preocupações sociais, neste mundo em mudança? Nas comunidades cristãs temos pessoas, que têm as preocupações que qualquer um de nós tem ou pode vir a ter. Como é que nós estamos atentos a esses problemas, no sentido de os resolver, realmente? Ou de os ajudar a resolver, porque muitas vezes não somos nós que os vamos resolver nem podemos. Mas estar atentos. É isso que eu quero dizer quando falo em acolhimento, não é um acolhimento abstrato. Por exemplo, falou-se muito na rede familiar. Tantas famílias, tantos bocados de família, tantos sem-família. É uma lógica completamente diferente de olhar para a realidade. Incrementar esta lógica familiar é uma das coisas que também se mencionou, ter comunidades “famílias de famílias”, é outra coisa. É disso que se trata, ou seja, ter um olhar mais apurado, que seja certeiro, e que depois leve a tomadas, não só, a atitudes concretas, de resposta mais objetiva. Depois há, mencionei pouco, mas apareceu aí a temática cultural, todas as questões da vida, da educação, à volta do laicidade e do laicismo. |
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Papa Francisco associa-se ao sonho missionário do Sínodo |
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O Papa enviou uma mensagem pela conclusão do Sínodo de Lisboa, nos 300 anos da qualificação patriarcal da Diocese de Lisboa, elogiando o desenvolvimento desta assembleia consultiva sob o “sonho missionário” de ir ao encontro de todos. O texto de Francisco foi lido pelo núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) em Portugal, D. Rino Passigato, na Missa celebrada no Mosteiro dos Jerónimos, sob a presidência de D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca. O pontífice argentino pediu que as comunidades católicas da capital portuguesa vão ao “encontro de todas as pessoas e situações que esperam o anúncio do Evangelho de Cristo”, continuando o “assinalável esforço missionário” de Lisboa, ao longo dos séculos. O Papa elogiou o envolvimento de milhares de pessoas, que “estudaram e rezaram” os vários capítulos da exortação ‘A Alegria do Evangelho’, com o lema do “sonho missionário de chegar a todos”. “Obrigado pela alegria que me dais: |
que as vossas comunidades se abram cada vez mais, a fim de alcançar todas as pessoas que vivem no seu território, para que chegue a todas a carícia de Deus”, escreveu. Francisco fala num “tempo da misericórdia” que exige o acolhimento da “pessoa do Senhor ressuscitado”, num caminho de “verdadeira conversão”. As decisões sinodais, acrescentou o Papa, “espelham o rosto e o coração do patriarcado latino de Lisboa”. “Ao deparar-vos com as limitações humanas e as dificuldades que sempre aparecem, nunca percais de vista a promessa que o Senhor vos fez: Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos”, concluiu. No fim da Missa, o cardeal-patriarca de Lisboa assinou e apresentou o documento conclusivo do Sínodo Diocesano. A Constituição resulta da Assembleia Sinodal, que se realizou entre 30 de novembro e 4 de dezembro, com 137 participantes, entre leigos, clérigos e religiosos. O documento propõe a vivência |
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do Evangelho como “caminho para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna”, alertando, por outro lado, para as consequências de uma “mentalidade demasiado individualista e burocrática” e os “problemas na própria organização e ação eclesiais”. O texto assinado pelo cardeal-patriarca de Lisboa fala da |
necessidade de criar maior compromisso dos leigos católicos e das famílias, como “Igrejas domésticas”. |
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Sete Opções para Lisboa |
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A caminhada sinodal aponta alguns caminhos de renovação eclesial especificados nas seguintes opções:
SANTIDADEAssumir a vocação à santidade como apelo divino e caminho para todos os discípulos missionários; Cultivar a vida de oração a nível pessoal e comunitário, contributo essencial para a fecundidade pastoral da missão; Acolher a Palavra de Deus, proclamada e realizada nos sacramentos, como fonte e alimento da vida em Cristo; Incrementar a lectio divina (leitura orante da Palavra) como prática habitual nas comunidades cristãs.
MISSÃOFazer da missão o paradigma da ação evangelizadora da Igreja, saindo ao encontro de todas as periferias; Centrar o conteúdo da evangelização no querigma, fazendo ressoar em todas as partes o primeiro anúncio da fé; Propor de novo o caminho da fé aos indiferentes e afastados; Desenvolver uma autêntica missão ad gentes nos diversos âmbitos
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geográficos, sociais e culturais; Atender às dimensões sociais do querigma, nomeadamente na edificação da comunidade humana e no compromisso com os outros.
COMUNIDADEAdotar, efetivamente, um estilo sinodal de viver e decidir em Igreja; Incentivar nas comunidades uma atitude constante de acolhimento, como casa de Deus para todos; Atender sempre à pastoral de conjunto; Valorizar o papel dos movimentos e outras comunidades eclesiais no âmbito da pastoral diocesana; e. Fomentar a dinâmica familiar e comunitária da vida cristã.
INICIAÇÃO CRISTÃPromover a iniciação cristã como pedagogia catecumenal e vocacional da fé; Dinamizar a catequese e a formação de todos em ordem ao encontro com Deus, à integração na comunidade – «família de famílias» – e ao testemunho apostólico; Personalizar os itinerários de iniciação e de re(iniciação) em ordem à vida cristã, alimentada pela Palavra de Deus e pelos sacramentos. |
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FAMÍLIACaminhar com todas as famílias, anunciando-lhes o Evangelho que as ilumina e promove; Propor o Matrimónio cristão como caminho de vida e santidade, apostando na sua preparação na juventude e no tempo de namoro; Desenvolver as dimensões próprias da espiritualidade conjugal; Reforçar o contributo da família como sinal credível e sujeito ativo para a evangelização; Apoiar sempre as famílias, renovando-as na esperança e na confiança em Deus.
VOCAÇÃOSalientar a dimensão vocacional da existência e da vida da fé; Dinamizar a pastoral vocacional junto dos jovens acompanhando-os no seu caminho; Cultivar a vocação sacerdotal e a formação nos seminários em resposta às necessidades da vida da Igreja e do mundo atual; Cuidar das vocações de especial consagração, indispensáveis à Igreja e ao mundo, como sinais do Reino; Reconhecer a responsabilidade própria dos leigos no mundo como agentes transformadores da sociedade.
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SINODALIDADEPromover uma autêntica cultura da sinodalidade como estímulo à corresponsabilidade de todos na vida da Igreja e no serviço ao mundo; Implementar as atuais instâncias de participação, como experiência de sinodalidade criativa; Estabelecer modos e tempos de avaliação do caminho sinodal da Igreja de Lisboa. (Constituição Sinodal de Lisboa, conclusão) [ Ler mais ] |
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Comunidades Missionárias |
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O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou na homilia da Missa de encerramento da assembleia sinodal que as comunidades missionárias, paroquiais ou outras, são o que a diocese tem de “mais convincente e promissor” para propor num mundo “complexo”. “O que a Igreja de Lisboa tem de mais convincente e promissor reside precisamente nas comunidades, paroquiais ou outras, em que se têm sempre presentes os horizontes largos ou próximos da missão e se fazem permutas de experiências missionárias de além e aquém mar”, disse D. Manuel Clemente. O cardeal-patriarca de Lisboa sublinhou que essa dimensão missionária “está no âmago” do Sínodo Diocesano e valorizou também experiências de missão, de clérigos ou leigos, em “que tanto acrescem com o mesmo espírito as comunidades de origem”, e as paróquias onde a avaliação pastoral tem presente “as pessoas que se procuraram”, “os sós” que a comunidade passou a acompanhar, “os ambientes que se conseguiram evangelizar”. O Patriarcado de Lisboa iniciou em 2014 o Sínodo Diocesano sobre o lema ‘O sonho missionário de |
chegar a todos’, tendo como base a exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ do Papa Francisco, analisada por 20 mil pessoas em 1000 grupos, em toda a diocese, cujas conclusões estiveram na base dos trabalhos da assembleia sinodal, que terminou hoje. Na homilia da Missa de encerramento da assembleia sinodal, o cardeal-patriarca de Lisboa referiu-se também ao mundo de hoje, considerando que está “quantitativa e qualitativamente mais complexo, desigual e desencontrado, entre um passado que já foi e um futuro que ainda não divisamos bem”. “Complexo, porque habitado por uma centena de povos de vários continentes, com diversos níveis de instalação e convivência sociocultural – os que vão além da mera sobrevivência… Desigual, e parecendo até conformado com desigualdades gritantes, antigas e recentes. Desencontrado, pois ainda estamos para nos retomar mais à frente, quando incluirmos, em pluralidade legítima e criativa, todos quantos chegaram entretanto”, acrescentou. D. Manuel Clemente referiu que, com o Papa Francisco, o Patriarcado |
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de Lisboa quer “reforçar o olhar evangélico sobre a cidade”, que se traduz em palavras como “compaixão e misericórdia”. “Por ‘compaixão’ queremos dizer solidariedade e compromisso com todos os que sofrem, pelo que sofrem por si ou pelo que outros os fazem sofrer”, assinalou. “Por ‘misericórdia’ indicamos um modo de olhar a realidade a partir do que é mais frágil e pobre, esquecido e periférico”, acrescentou o cardeal-patriarca de Lisboa. D. Manuel Clemente disse ainda que os 137 membros da assembleia sinodal experimentaram “a força e a beleza de rezar em comum”, dando espaço a Deus para os “conduzir a outros como queira”. Recordando que sínodo significa caminho conjunto, indicou que é “sinodalmente” que querem continuar: “Só assim seremos fermento de uma sociedade que se reencontra e prossiga na senda da justiça e da paz.”
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O cardeal-patriarca de Lisboa manifestou “disponibilidade para concretização de uma sociedade de todos, para todos”, pois assim se reforçaram em sínodo “para dar glória a Deus nos serviços do próximo”. |
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Estamos à espera...
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Espera guardar nos nossos corações aquilo que foi semeado ao longo destes dois anos de caminho! Espera que o Sínodo dê à luz uma Constituição Sinodal que apontará caminhos novos e antigos para a nossa nova e antiga Diocese. Espera que o Espírito continue a falar à Igreja no escondido dos nossos corações! Espera que juntos continuemos a caminhar juntos!
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E lá diz o ditado: "Quem espera desespera!" Mas outro ditado diz também: "Quem espera sempre alcança! E eu gosto mais desta sabedoria que em vez de fechar, abre portas de esperança, É isso mesmo que espero deste Sínodo: alcançar o inesperado, o inacreditável! E espero alcançar o sonho! |
numa Constituição Sinodal que é sonhadora, que é missionária e que ambiciona chegar a todos!
Paula Jordão, Missionária Verbum Dei |
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O «grande desafio» de passar à prática «intuições» do sínodo |
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O diretor do CUPAV – Centro Universitário Padre António Vieira, ligado à Companhia de Jesus (Jesuítas) disse que vai ser “um grande desafio” passar à prática as “intuições” que se viveram na Assembleia Sinodal do Patriarcado de Lisboa. “Como é que agora se transmite às comunidades, como é que se faz a receção de tudo o que se viveu aqui nas comunidades, mas julgo que isso se vai fazer e se vai pôr em prática”, afirmou o padre João Goulão. Para o sacerdote Jesuíta, o que se viveu durante os quatro dias de assembleia sinodal “foi tão forte e tão bom” que os membros sinodais vão levar a mudança para as suas comunidades. “Só isso vai abrir a porta à receção”, considerou o diretor do CUPAV, observando que como qualquer estrutura humana “as mudanças estruturais levam sempre imenso tempo”. A assembleia sinodal foi constituída por 137 representantes de toda a Diocese de Lisboa - sacerdotes, religiosos, leigos, famílias e jovens – que reuniram e para o
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entrevistado “as coisas não podem ter representatividade diferente do que são na realidade”. “Na realidade este é o patriarcado e diocese que temos. De fato quereríamos avançar para ter mais leigos, mais religiosos, mais casais, mas o que foi já permitiu sonhar isso”, desenvolveu o padre João Goulão. Segundo o responsável pelo Centro Universitário Padre António Vieira na Casa de Espiritualidade do Turcifal, em Torres Vedras, viveram quatro dias “incríveis de unidade de Igreja”. Neste contexto, o sacerdote Jesuíta destacou a “unidade”, “tanta gente que não estaria junta a falar, a discutir, a pensar” sobre a sua própria Igreja. |
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Recomendações a uma Igreja com uma «amplitude de serviço e de ação muito grande»
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O presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) disse no final da assembleia sinodal que indicava dois aspetos ao Patriarcado de Lisboa como caminho e começou por assinalar que “o grande desafio é fazer discípulos”. “Não é a Igreja de Cristo que tem uma missão mas é a missão de Cristo que tem uma Igreja que tem de ser humilde, disponível, acessível, aberta, desperta, atenta para os outros”,
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é a segundo recomendação de João Pedro Tavares. À Agência ECCLESIA, o engenheiro civil, atualmente ligado à área da consultadoria, destaca ainda que “viver o amor e a verdade como critérios básicos” são outros aspetos fundamentais. Depois, acrescenta, é preciso dividir os grandes desafios em desafios mais pequenos que “sejam poucos, práticos, possíveis, progressivos,
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partilhados e alcançáveis”. “Não se esperem grandes transformações do dia para a noite porque há muito de positivo naquilo que a Igreja faz e creio que é um caminho que se vai fazer passo a passo”, desenvolveu “seguro que essas mudanças vão acorrer”. João Pedro Tavares considera que existe vontade de mudança e observa que mais do que “uma época de mudanças” há uma “uma mudança de época” que tem de estar aberta aos sinais do mundo. “Nós estamos no mundo sem ser do mundo para transformar o mundo. Importa ir um pouco ao mundo e levar esta mensagem de formas diferentes”, disse o presidente da ACEGE. Neste âmbito, indica que é preciso analisar a forma como se comunica, são precisas “novas linguagens, novas imagens, novos marcos” para chegar a uma multiplicidade de pessoas “a quem a Igreja tem de transformar a vida”. No final de quatro dias de assembleia sinodal, João Pedro Tavares sentia uma “paz enorme” pela “grande riqueza” e diversidade presente nos |
137 membros que estiveram reunidos no Turcifal, em Torres Vedras. O entrevistado sublinhou que “foi uma riqueza pessoal muito grande” assistir à diversidade que existe na Diocese de Lisboa, numa igreja que “tem que acudir a imensas necessidades” pessoais, comunitárias, sociais, económicas, entre outros níveis. “É uma Igreja muito ampla com uma amplitude de serviço e de ação muito grande”, observa. Da experiência vivida na assembleia sinodal que teve momento de reunião de grupo, plenário e oração, líder da ACEGE destaca ainda o “respeito” que houve pela diversidade que foi também um aspeto que “marcou muito”. Outro fator “muito marcante” foi terem celebrados a memória litúrgica de santos como São Francisco Xavier ou a Mãe Clara. “Vivemos muito esta espiritualidade do serviço, da missão, do partir, do ser e levar até às últimas consequências o chamamento de Cristo”, afirmou João Pedro Tavares. |
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Membros da assembleia sinodal destacam vontade de mudança |
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Os participantes da assembleia sinodal do Patriarcado de Lisboa destacam a vontade de mudar saída dos trabalhos que decorreram no Centro Diocesano de Espiritualidade e que vai estar expressa no documento final. “Fica a certeza de que tudo o que se disse é importante, tudo o que está escrito é importante. As palavras têm uma força enorme mas têm de passar a atitudes, a gestos que têm de se concretizar, em mudanças de vida, de atitude”, disse Isabel Figueiredo à Agência ECCLESIA. Para a entrevistada, que participou nos trabalhos, “não se pode dizer” que a assembleia sinodal terminou, antes que foi um “ponto-chave” em todo o processo do caminho que o Patriarcado de Lisboa está a fazer desde 2014. “Abre novas perspetivas. Agora temos de pôr mãos à obra e trabalhar. Há confiança, sinto que é possível”, destacou. Os 137 elementos da assembleia sinodal – bispos, padres, diáconos, leigos, consagrados – estiveram reunidos durante quatro dias, desde quarta-feira, na Casa de |
Espiritualidade do Turcifal, em Torres Vedras, “perfeitamente integrados”, como comprovou o decorrer dos trabalhos de grupos. “Toda a gente disse o que pensava, sentia, gostava. Há muito realismo e estamos conscientes que é uma seara enorme”, disse Isabel Figueiredo, acrescentando que a dimensão da família deveria estar mais “estar presente”, uma vez que só havia um casal a acompanhar o sínodo. Para Teresa Quintela De Brito a caminhada sinodal “começou agora”, sendo preciso “repensar as estruturas” depois de “definir muito bem os caminhos”. A entrevistada da Vigararia 2 destacou da assembleia o trabalho de equipa com “muita autenticidade, entusiamo, grande desejo de mudar e grande preocupação pela família e presença da Igreja junto das famílias”. Jorge Sá Nogueira, da comunidade Verbum Dei de Lisboa e da Paróquia Campo Grande, leva da assembleia sinodal a “alegria e esperança” que encontrou em muitas pessoas “comprometidas”. “Tivemos um trabalho com muitas sensibilidades, onde as pessoas tiveram |
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oportunidades de dizer o que pensam, o que intuem, o que o Senhor chama a dizer”, recorda. O também membro do Conselho Pastoral Diocesano observou que o documento final do sínodo, que foi aprovado ponto por ponto, este sábado, traduz essas “várias sensibilidades e inquietações”, onde o essencial “é a vontade de renovar a Igreja de Lisboa”, a ação missionária e a forma como chega “aos outros”.
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Por sua vez o jurista Pedro Vaz Patto considera que a assembleia sinodal foi uma experiência de “Igreja comunhão” que serve de “luz para o futuro”, para tudo aquilo que se fizer a partir de agora. “É neste âmbito de Igreja comunhão, de partilha, diálogo, comunhão de dons, também das nossas diferenças, que encaramos este desafio que é o sonho missionário de chegar a todos”, explicou o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz. |
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Mais protagonismo para os leigos e definição da «pastoral em relação aos jovens» |
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Os jovens também participaram na assembleia sinodal, mais concretamente, e em declarações à Agência ECCLESIA, Manuel Albuquerque da ‘Missão País’ para quem não ficou concretizada linhas de ação para este setor. “Sinto que falamos muito dos jovens |
mas depois não ficou muito concretizado qual era a pastoral em relação aos jovens e o que se iria fazer”, afirmou jovem representante do projeto católico de universitários. Neste sentido, Manuel Albuquerque de quatro dias de reunião sente que se querem “ouvir os leigos” apesar de
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achar que podia haver “mais presença laical e, sobretudo, de juventude” na assembleia. “Venho de uma realidade de jovens e era preciso outras realidades. Não consigo perceber o que se passa de mal noutros sítios e o que é que podíamos melhor”, observou o membro do projeto ‘Missão País’, acrescentando que quando se conhecem outras realidades podem ajudar-se uns aos outros. O entrevistado explica que a ‘Missão País’ pode dar um “grande contributo” à Igreja diocesana porque a iniciativa é dos jovens, é dos leigos, e o clero “apenas” dá apoio “espiritual”. “Dá um apoio muito forte mas quem tem de dar a cara somos nós, a instituição está para ajudar a construir as bases mas quem tem de ter a iniciativa são os leigos porque eles é que vão para o terreno”, desenvolveu De quatro dias reunidos em assembleia sinodal, Manuel Albuquerque levou consigo a informação que na diocese “querem ouvir os leigos”. “Cada vez mais têm de que ser os leigos na linha da frente com o clero a apoiar e dar-lhes a eles o |
protagonismo, apoiá-los para terem ideias, serem dinâmicos”, afirmou o jovem da ‘Missão País’. Manuel Albuquerque comentou ainda outra realidade no Patriarcado de Lisboa que são os NEC – Núcleos de Estudantes Católicos que se “inspirou” no “entusiasmo pós-Missão País’”. “Há grande impulso para conseguirmos viver a experiência de amor no nosso trabalho. Na ‘Missão País’ conseguimos ter uma semana onde conseguimos amar intensamente o outro, dar Jesus”, revelou. Nos Núcleos Católicos universitários treinam para depois quando estiverem no mercado de trabalho conseguirem “amar as pessoas”, e a frequentar o curso de Medicina, Manuel Albuquerque acrescenta que “é amar os doentes como Jesus amou”. |
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De D. Rodrigo da Cunha ao século XXI
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O cardeal-patriarca inaugurou a 30 de novembro os trabalhos do Sínodo Diocesano, que decorrem até domingo no Centro Diocesano de Espiritualidade, Turcifal (Torres Vedras), a primeira assembleia consultiva do género desde 1640. D. Manuel Clemente começou por evocar, diante dos mais de 130 participantes, a figura do arcebispo de Lisboa D. Rodrigo da Cunha (1635-1643), que convocou o último Sínodo, sublinhando depois que a atual reunião tem “outro perfil e objetivo”. O debate lançado em 2014 partiu |
das propostas apresentadas pelo Papa Francisco na exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’, “visando essencialmente a ‘conversão missionária das comunidades cristãs’, que não vivem para si, mas para Deus em louvor e para os outros em missão, nos novos contornos geográficos e socioculturais que esta hoje apresenta”. A intenção de promover uma assembleia sinodal foi anunciada por D. Manuel Clemente a 22 de janeiro de 2014. “Assim começou a nossa caminhada sinodal de Lisboa, |
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em que tantos fiéis participaram, pela oração, os grupos sinodais e vários ensaios de iniciativas evangelizadoras inspiradas pela exortação apostólica do Papa Francisco”, referiu o cardeal-patriarca de Lisboa. Os contributos deram origem a um documento de trabalho, cuja segunda versão vai orientar a assembleia conclusiva, lançando propostas |
para que D. Manuel Clemente redija a “constituição sinodal de Lisboa”. “Devemos acertar aqui, com base no que o documento de trabalho nos oferece, em critérios, opções e prioridades que, sendo de todos, também hão de ser para todos, como inspiração do setorial ou local”, referiu o cardeal-patriarca. |
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O presidente da República Portuguesa saudou a realização do Sínodo Diocesano de Lisboa, que acontece no contexto dos 300 anos da qualificação patriarcal da diocese e 376 anos depois da realização do anterior. Numa mensagem divulgada na página da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa “saúda esta iniciativa, no quadro da liberdade religiosa consagrado na Constituição da República”. |
iMissio às 9/21 |
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Em pleno tempo litúrgico do Advento contínuo com propostas, no âmbito da presença no mundo digital, que nos ajudem melhor a preparar o Natal de Jesus. Assim, esta semana, proponho o sítio criado precisamente no Advento do ano de 2012. O projeto iMissio continua a ser um dos mais interessantes que utiliza a internet como meio privilegiado de Evangelização. Conforme refere o responsável, Bento Oliveira, o “iMissio é um projeto de evangelização que tem como objetivo criar uma comunidade que está convicta que a internet é um ambiente de evangelização que desafia o modo de pensar a fé. A rede é um ambiente no qual vivemos, com um modo de pensar, conhecer, comunicar e viver próprios. A nossa tarefa é a de acompanhar o homem no seu caminho, e a rede faz parte integrante deste percurso de modo irreversível. Os cristãos refletem na rede porque foram chamados a ajudar a humanidade a compreender o significado profundo da própria rede no projeto de Deus”. |
Ao digitarmos o endereço www.imissio.net encontramos um espaço simples e graficamente muito bem conseguido, onde os conteúdos disponíveis são iminentemente informativos, mas que se tornam interativos devido aos desafios regularmente apresentados. Na página inicial estão dispostos os artigos mais recentes e um menu com todas as opções disponíveis. Clicando em “menu” é apresentado um conjunto interessante de opções, onde algumas são apenas formas diferentes de olharmos para as notícias publicadas (categorias, autores, arquivo), mas outras mostram-nos conteúdos muito agradáveis. Em twitter, além de serem mostradas as micro-mensagens publicadas na conta relativa a esta página, somos ainda presenteados com todos os twits do Papa Francisco. Concretamente para a vivência |
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de Advento a proposta deste ano intitula-se “advento 2016: às 9/21, no sítio do costume”. Somos então convidados a “um encontro “duplo” por dia: 9/21. Às 9 horas um vídeo inspirado na liturgia do dia. Às 21 horas uma oração/meditação para Rezar a Noite ou Rezar à noite”. E onde podemos encontrar estas sugestões de reflexão? Como não poderia deixar de ser, o projeto iMissio, encontra-se alicerçado e com uma forte presença nas redes sociais. |
Mais concretamente podemos então “beber” tudo o que é publicado no sítio, também no facebook e no instagram. Fica lançado o repto para que visitem este espaço porque neste tempo “o melhor presente é usares o tempo presente para te preparares para Aquele que se fez/faz PRESENTE em ti e através de ti nos outros”.
Fernando Cassola Marques |
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Sugestão de leituraRosto social da religiãoAutor: Roberto Mariz |
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O título do trabalho impele a investigação para a presença da religião na «cidade», na sociedade, na vida cívica e pública. Apontado este nível da investigação, sugere-se, simultaneamente, a resposta de que essa presença será objetiva e inegável na área social. Isso pressupõe, por outro lado, que a organização da intervenção social de uma instituição religiosa – neste caso, da igreja católica – seja suficientemente fundamentada nas suas próprias crenças, o que torna a atividade social (especificamente no âmbito da organização caritativa) uma dimensão da própria religião. Propomo-nos, por isso, investigar se é esse o caso nas instituições que escolhemos como campo de trabalho. Partiremos da hipótese de que essa referência religiosa existe, ainda que possa ser difusa. Que lugar para a religião na sociedade? Eis a questão de base para o trabalho de investigação que se segue: perceber onde, quando e como a religião tem legitimidade para ser presença operante na sociedade; |
entender como a religião se deverá «posicionar» no seio da sociedade e como a sociedade se deverá articular com a religião; em suma, enquadrar a «cidadania» de uma determinada religião no seio de uma determinada sociedade. |
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10 Milhões de Estrelas – Um Gesto Pela Paz
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A Cáritas Portuguesa apresenta, pelo 14º ano consecutivo, a iniciativa “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz”, uma ação focada no apoio a pessoas carenciadas em Portugal e que, este ano, conta com o apoio do Selecionador Nacional, Fernando Santos, como embaixador da iniciativa. Durantes os meses de novembro, dezembro e janeiro, todos os que quiserem juntar-se à Cáritas, |
participando na sua missão de estar ao lado dos mais pobres, poderão adquirir uma vela, pelo valor simbólico de 1€, ou de um pack de 4 velas por 4€, nas Cáritas Diocesanas, escolas e paróquias aderentes e na cadeia de supermercados Pingo Doce, que se mantém como parceiro da Cáritas Portuguesa. Neste Natal, acenda uma vela pela paz. Ler mais: www.caritas.pt/estrelas |
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II Concílio do Vaticano: A influência do «Pavilhão soviético» dos Dominicanos em Sá Carneiro |
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Os textos emanados do II Concílio do Vaticano (1962-65) influenciaram o pensamento de Francisco Sá Carneiro (1934-80), mas os diálogos com dois frades dominicanos – Bernardo Domingues e Bento Domingues – ajudaram a moldar a personalidade interventiva deste advogado e político portuense. Quando nos anos sessenta o casal Sá Carneiro passou a habitar na Rua Santa Joana Princesa (Porto), a Igreja do Cristo-Rei ficava a poucos metros de distância. É o templo portuense da «Ordo Praedicatorum», conhecida por Ordem Dominicana, em referência a Domingos de Gusmão, seu fundador. Nesse convento viviam os irmãos Domingues: Bernardo e Bento. “Um e outro encontram Francisco. Um e outro, a seu modo, marcar-lhe-ão a vida” (In: Fernando Gomes Perpétua; «Francisco Sá Carneiro – Um Católico na Política»; Lisboa, Aletheia Editores). Após o casamento, Francisco Sá Carneiro e a sua esposa Isabel passam a integrar as «Equipas de Nossa Senhora», movimento de espiritualidade conjugal, nascido em França. Os casais que formam a equipa encontram-se uma vez por mês, em casa de cada casal, rotativamente. Jantam. Conversam. Depois, sob a orientação de um padre, “inicialmente frei Vargas, mas depois, frei Bernardo Domingues, discutem textos bíblicos, rezam, partilham a vida”. (Obra citada anteriormente). Ao ler e meditar os textos conciliares, Francisco Sá Carneiro sente o imperativo da ação e quer libertar-se do “círculo atávico do seu espaço de conforto”. Atravessa
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a rua e do outro lado, dois homens que abraçaram o ideal dominicano recebem-no. Frei Bento e frei Bernardo Domingues ouvem Francisco e percebem as suas inquietações. “Comungam muitas delas”. A afinidade entre Francisco e os dois frades cresce e estes passam a frequentar a casa de Isabel e Francisco. Empurrados pelos ventos de mudança do concílio, a Juventude de Cristo-Rei organiza uma exposição fotográfica onde mostra rostos de sofrimento e pobreza, homens e mulheres socialmente excluídos e de liderem de movimentos de libertação das |
colónias portuguesas. Os movimentos juvenis de direita mobilizam-se em direção ao que “chamam ser o «pavilhão soviético» dos Dominicanos” (Obra citada). Frei Bento antevê problemas e tenta evitar o confronto. Vários jovens são detidos e frei Bento e seu irmão são convidados por D. Florentino de Andrade e Silva, administrador apostólico do Porto, a abandonar, de imediato a cidade. Obedientes acatam a decisão. Sá Carneiro fica indignado, mas a amizade com estes dominicanos nunca se perdeu. A luta de ambos tinha uma raiz conciliar. |
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dezembro 2016 |
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Dia 10 de Dezembro* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI - Festival nacional da Canção de Mensagem da Pastoral Juvenil
*Lisboa - Lumiar (Monjas Dominicanas) Conferência «Manual de instruções para a construção de um presépio» por Alice Vieira integrada no ciclo «Viver uma mística de olhos abertos».
* Bragança - Igreja da antiga Sé - Concerto de Advento na igreja da antiga Sé
* Viseu - Sessão de encerramento do programa comemorativo dos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia.
* Bragança - IV Encontro de Coros e Bandas Filarmónicas da Diocese de Bragança-Miranda
* Porto - A Santa Casa da Misericórdia do Porto abre uma loja solidária com “milhares de artigos a preços atrativos” que foram produzidos por utentes e clientes de diversos estabelecimentos.
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* Portalegre – Crato - Inauguração do presépio da Casa Museu Padre Belo no Crato
* Celebração do Dia Mundial dos Direitos Humanos
* Lamego - Moimenta da Beira - Encontro de preparação para o Natal com o tema «À procura de...»
*Porto - Casa de Vilar - Encontro de Natal do Movimento de Educadores Católicos com reflexão do padre Amaro Gonçalo.
* Lisboa - A Cáritas Portuguesa vai assinalar este sábado os 60 anos da aprovação oficial dos seus primeiros estatutos, numa homenagem a todos os que nestas décadas têm sido vítimas da pobreza e exclusão social.
* Bragança - Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão - Apresentação do livro «O Escutismo na região de Bragança» pela Junta Regional de Bragança do Corpo Nacional de Escutas (CNE).
* Santarém – Sé - Concerto de Advento e Natal
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* Porto - Igreja dos Clérigos - Concerto para os sem-abrigo na Igreja dos Clérigos organizado pelo Centro de Reflexão e Encontro Universitário (CREU) da Companhia de Jesus.
*Aveiro – Sé - Coro Polifónico da Lapa (Porto) atua na Sé de Aveiro. Este concerto, de coro e órgão, encerra as celebrações no âmbito da festa da padroeira da Paróquia de Nossa Senhora da Glória.
* Amarante - Apresentação da obra «Cuidados Paliativos - Diagnóstico e Intervenção Espiritual» do padre Alberto Mendes (10 e 11 de dezembro)
Dia 11 de Dezembro* Évora - Cerimónia nacional de receção e partilha da «Luz da Paz de Belém» pela Junta Regional de Évora do Corpo Nacional de Escutas
* Aveiro, Lisboa e Porto - Cerimónia nacional de homenagem a crianças e jovens que perderam a vida com o convite “acenda uma vela” e dinamizada pela «Cfeliz - Centro para o Equilíbrio Emocional» |
Dia 12 de Dezembro*Vaticano - Festa de Nossa Senhora de Guadalupe presidida pelo Papa Francisco
* Braga - Último dia da iniciativa «Correio da Esperança», escrever uma carta a um recluso.
* Vaticano - Reunião do Conselho de Cardeais que aconselha o Papa na reforma da Cúria Romana (12 a 14)
Dia 13 de Dezembro*Fátima - Casa de Nossa Senhora das Dores - Conselho permanente da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa)
*Bragança - Ação de formação sobre “Comunicação e relação com os meios de comunicação social” para o clero da Diocese de Bragança-Miranda pelo padre Américo Aguiar, director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais. (13 e 14) |
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Vaticano, 09 dezembro - Inauguração da árvore de Natal na Praça de São Pedro, no Vaticano, às 16h30 locais (menos uma em Lisboa), juntamente com o presépio, da ilha de Malta. A iluminação conta com 18 mil lâmpadas led, das quais 1400 cintilantes, num consumo de apenas 1,7 KW.
Fátima, 10 dezembro - Departamento Nacional da Pastoral Juvenil dinamiza o Festival Nacional Jovem da Canção de Mensagem. (ver cartaz)
Porto - Concerto para os sem-abrigo na igreja dos Clérigos organizado pelo Centro de Reflexão e Encontro Universitário (CREU), da Companhia de Jesus, a partir das 21h00.
Évora, 11 dezembro - Junta Regional de Évora do Corpo Nacional de Escutas acolhe a cerimónia nacional de receção e partilha da «Luz da Paz de Belém». Celebração presidida pelo arcebispo D. José Alves, a partir das 17h00, na Sé.
Vaticano, 12 dezembro - Santa Sé vai divulgar a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2017 – celebrado a 1 de janeiro – que tem como tema‘’
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
Domingo: 10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Entrevista de Aura Miguel
Segunda-feira: 12h00 - Informação religiosa
Diariamente 18h30 - Terço
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RTP2, 13h00
Segunda-feira, dia 12, 15h00 - Entrevista a Henrique Joaquim, presidente da Comunidade Vida e Paz.
Terça-feira, dia 13, 15h00 - Informação e entrevista a Catarina Martins e Ana Morais sobre o Musical D. Bosco no concerto de Natal da Fundação AIS
Quarta-feira, dia 14, 15h00 - Informação e entrevista a Francisco Moura sobre o livro "Viajar pelo Mundo".
Quinta-feira, dia 15 de dezembro, 15h00 - Informação e entrevista ao padre António Júlio Trigueiros sobre o filme "Silêncio".
Sexta-feira, dia 16, 15h00 - Análise à liturgia de domingo com o frei José Nunes e padre Vitor Gonçalves
Antena 1 Domingo, dia 11 - 06h00 - Em tempo de Advento: literário Pedro Mexia a encontrar Deus na literatura não confessional.
Segunda a sexta-feira, dias 12 a 16 de dezembro - 22h45 - O advento com Maria: Congregações femininas dão testemunho do papel de Maria no quotidiano |
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Ano A – 3.º Domingo do Advento |
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Viver o Evangelho na alegria |
O Evangelho deste terceiro domingo de Advento descreve-nos, de forma bem sugestiva, a ação de Jesus, o Messias: Ele vem dar vista aos cegos, fazer com que os coxos recuperem o movimento, curar os leprosos, fazer com que os surdos ouçam, ressuscitar os mortos, anunciar aos pobres que o Reino da justiça e da paz chegou. É este quadro de vida nova e de esperança que Jesus nos oferece. O texto evangélico divide-se em duas partes. Na primeira, Jesus responde à pergunta de João e dá a entender que Ele é o Messias, enviado por Deus para libertar os homens e para lhes trazer o Reino. Na segunda, temos a apreciação que o próprio Jesus faz da figura e da ação profética de João. João é um profeta e mais do que um profeta, é aquele que tinha de vir antes, para preparar o caminho para o Messias. Neste tempo de espera, que já é presença salvadora e libertadora de Deus no meio de nós, somos convidados a aguardar a sua chegada. Os sinais que Jesus realizou enquanto esteve entre nós têm de continuar a acontecer na história. Agora, são os discípulos de Jesus que têm de continuar a sua missão e de perpetuar no mundo, em nome de Jesus, a ação libertadora de Deus. Questionemo-nos com clareza e radicalidade. Os que vivem amarrados ao desespero de uma doença incurável encontram em nós um sinal vivo do Cristo libertador que lhes traz a salvação? Os surdos, fechados num mundo sem comunicação e sem diálogo, encontram em nós a Palavra viva de Deus que os desperta para a comunhão e para o amor?
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As outras leituras sintonizam também com esta saliência do Evangelho. Na primeira leitura, o profeta Isaías apresenta um enviado de Deus, sobre quem repousa a plenitude do Espírito de Deus; a sua missão será construir um reino de justiça e de paz sem fim, de onde estarão definitivamente banidas as divisões, as desarmonias, os conflitos. A segunda leitura dirige-se àqueles que receberam de Jesus a proposta do Reino: sendo o rosto visível de Cristo no meio dos homens, devemos dar testemunho de união e amor, de partilha e entreajuda, de perdão e misericórdia, de harmonia entre |
nós e de acolhimento dos irmãos mais descartados, sempre a exemplo de Jesus. Converter-se! Reconhecer o pecado! Preparar o caminho do Senhor! Deixar o fogo do Espírito queimar-nos e transformar-nos! É a partir de cada um de nós que começa o mundo novo. É a partir do coração novo de cada um de nós que o mundo poderá ter um novo coração! Mais uma semana para rezar e praticar a conversão! Não adiemos esta essencial urgência!
Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
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Santuário apresenta
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O Santuário de Fátima vai disponibiliza a partir de 8 de dezembro um mosaico online intitulado ‘Mural de Testemunhos «Fátima e Eu»’, no qual vários peregrinos podem contar a “experiência de fé que fizeram neste lugar”. “O ‘Mural de Testemunhos «Fátima e Eu»’, disponível em muraldetestemunhos.fatima.pt, assume, neste contexto celebrativo, um importante papel na sublimação da experiência pessoal de Fátima – |
experiência de vivência e celebração da fé, de contemplação e fruição cultural e artística, de mera curiosidade ou de construção pessoal e identitária – que tantos têm podido realizar ao longo deste último século”, refere um comunicado da instituição, enviado à Agência ECCLESIA. Trata-se da segunda de duas iniciativas promovidas no âmbito do Protocolo de Cooperação celebrado entre o Santuário de Fátima e o Instituto Politécnico de Leiria, no contexto |
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da celebração do Centenário das Aparições (1917-2017). “Os testemunhos refletem a amplitude dessas vivências, tão numerosas e diferentes quanto os que as experimentam, e, simultaneamente, a singularidade, tantas vezes complementar, de cada uma delas”, acrescenta a nota de imprensa. A construção do Mural e a recolha dos testemunhos têm decorrido no âmbito do curso de Comunicação e Media, pela Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, do Instituto
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Politécnico de Leiria, responsável também pela edição e pós-produção destes vídeos. O Mural começa com 24 testemunhos, aos quais serão adicionados, progressivamente, novos registos. “Este mosaico dir-nos-á muito do significado de Fátima para quantos têm feito experiência deste lugar e da sua mensagem, expressões de um acontecimento historicamente marcante, profeticamente atual e pessoalmente vivenciado”, adianta o santuário. |
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Basílica de Nossa Senhora
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A Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima ergue-se no local onde os três pastorinhos brincavam «a fazer uma paredita» no dia 13 de maio de 1917 quando viram um relâmpago repentino que os surpreendeu e fez com que juntassem o rebanho, para regressarem a casa, com receio de que chovesse. O projeto foi concebido pelo arquiteto Gerardus Samuel van Krieken e continuado por João Antunes. A primeira pedra foi benzida em 13 de maio de 1928 pelo arcebispo de Évora e a dedicação celebrou-se em 7 de outubro de 1953. O título de basílica |
foi-lhe concedido por Pio XII, pelo breve Luce Superna, de 11 de novembro de 1954. O edifício tem 70,5 metros de comprimento e 37 de largura e foi totalmente construído em pedra calcária da região, branco de mar. O templo é constituído por uma grande nave com capela-mor, transepto e duas sacristias, uma das quais foi convertida em lugar de culto (Capela de S. José). Tem 14 altares laterais (de mármore de Estremoz, Pero Pinheiro e Fátima); em cada um deles está representado um mistério do Rosário, em baixos-relevos de bronze, da autoria de |
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Martinho de Brito e depois dourados por Alberto Barbosa. O 15.º mistério está representado na abóbada da capela-mor; trata-se de um alto-relevo de Maximiano Alves. Os vitrais dos altares laterais representam invocações da ladainha de Nossa Senhora e foram concebidos por João de Sousa Araújo. O arco cruzeiro ostenta em toda a volta um mosaico, feito nas Oficinas do Vaticano e oferecido pelos católicos de Singapura, onde se lê «Regina Sacratissimi Rosarii Fatimae Ora Pro Nobis» (Rainha do Sacratíssimo Rosário de Fátima, rogai por nós). Em 10 de abril de 1998, foi colocada nas paredes laterais uma Via-sacra, constituída por 15 painéis em mosaico, da autoria de Fred Pittino. No braço esquerdo do transepto encontra-se a capela em que repousam, desde 1 de maio de 1951, os restos
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mortais da Beata Jacinta e os da Irmã Lúcia, que para ali foi trasladada no dia 19 de fevereiro do ano seguinte. A imagem da Jacinta que aí se encontra é da autoria de Clara Menéres e foi benzida por João Paulo II no dia 13 de maio de 2000. No extremo oposto do transepto está a capela onde estão depositados desde 13 de março de 1952 os restos mortais do Beato Francisco. Naquele mesmo dia 13 de maio de 2000, João Paulo II benzeu a imagem do Francisco, obra do escultor José Rodrigues.
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Irmã Guadalupe: o exemplo admirável dos Cristãos síriosLivres até ao martírio |
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A Irmã Guadalupe esteve em Portugal. Falou das bombas que continuam a ensanguentar Alepo, descreveu a cidade sitiada por terroristas, explicou como é terrível sobreviver sem água nem electricidade durante quase todos os dias e contou por que razão, apesar de tudo isso, os cristãos da Síria são exemplo para todos nós.
Centenas de pessoas escutaram, sempre num impressionante silêncio, as histórias que a Irmã Guadalupe trouxe da Síria, mais concretamente |
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da cidade de Alepo, que a guerra civil transformou num autêntico matadouro. Esta freira argentina, de 43 anos, do Instituto do Verbo Encarnado, visitou o nosso país a convite da Fundação AIS para contar, olhos nos olhos, todas as histórias que presenciou da violência da guerra, da perseguição aos cristãos e do incrível testemunho de fidelidade que todos eles continuam a oferecer ao mundo. Em silêncio, centenas de pessoas escutaram as palavras da irmã Guadalupe em todos os encontros em que participou. “E acreditam que os Cristãos renegam a sua fé para salvar as suas vidas?” A pergunta ficou suspensa dos seus lábios durante alguns segundos. Depois, sorrindo, deu a resposta: “Quando os terroristas entram nos bairros e, um por um, ameaçam matar os Cristãos caso não se convertam, acreditam que eles renunciam à sua fé? De maneira alguma! São mártires. Morrem com um sorriso nos lábios. Morrem pronunciando o Santíssimo nome de Jesus Cristo. São os nossos mártires, a glória da Igreja dos nossos tempos.”
Pessoas comunsEstes novos mártires são pessoas concretas, comuns, “pessoas como nós, com as suas limitações e defeitos”. No entanto, disse também |
a Irmã Guadalupe, são pessoas “conscientes da única razão por que devem viver e da única razão por que devem morrer”. Para quem vive num Ocidente cada vez menos comprometido com a religião, as palavras da irmã – escutadas no Estoril, Lisboa, Porto e Almada – foram como que alfinetadas na nossa consciência. Ela veio dizer-nos que a fé é inegociável mesmo quando se tem uma arma apontada à cabeça. A Irmã Guadalupe esteve connosco para denunciar uma tragédia que o mundo teima em querer ignorar, mas, acima de tudo, veio pedir as nossas orações. “É doloroso recordar todas estas histórias. Mas é muito gratificante poder fazê-lo convosco. E é isso que continuamos a pedir: que rezem por eles porque realmente estão a sustentá-los com as vossas orações.” Os Cristãos de Alepo, na Síria, têm dado um exemplo de fé extraordinário ao mundo. Como a Irmã Guadalupe explicou, muitos destes cristãos têm o hábito, ancestral, de tatuarem a cruz de Cristo na própria pele. No entanto, eles têm demonstrado todos os dias, na violência da perseguição e da guerra, que, na verdade, têm a cruz tatuada é no coração. Por isso é que são verdadeiramente livres. São livres até ao fim. Até ao martírio.
Paulo Aido |
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Direitos Humanos, pois claro! |
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Tony Neves |
O Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo traz sempre um grande amargo de boca a quem lê. Continua a ser tristíssima a situação de milhões de crentes por esse mundo além, sem que se perceba qualquer movimento dos países mais poderosos para pôr cobro a esta violação frontal dos direitos humanos. As críticas que chegam de Bispos e Missionários no Iraque, na Síria e no Sudão do Sul são preocupantes. Falar de direitos humanos implica olhar de frente para quem não tem alimentação razoável, para os que não acedem a uma educação mínima, os que vivem em condições de habitação deplorável, os que não podem professar livremente a sua Fé, os que não têm trabalho em condições dignas e com salário justo, os que não podem dizer alto ou escrever o que sentem, os que não têm autorização para contestar ordens estabelecidas e decisões governativas que atentam contra a dignidade das pessoas. Enfim, são estas e outras situações, ainda tão comuns por esse mundo além, que este dia 10 de Dezembro quer contestar. Mas não basta demolir, protestar, deitar abaixo. Há que construir, apelar para o património vivo de solidariedade, justiça, paz e fraternidade. Há tanto caminho aberto em direcção ao respeito e vivência dos mais elementares direitos humanos, o que imprime uma marca positiva na história da humanidade. Não podemos falar de direitos sem apresentar os deveres correspondentes. Há muita gente que não alinha na exigência desta correlação, mas eu estou convencido de que, quando só olhamos aos |
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direitos que achamos ter, esquecemo-nos, com frequência dos nossos deveres e dos direitos dos outros. Muito mundo melhor estaria já construído se todos os habitantes da terra, ao longo dos séculos, tivessem arregaçado as mangas e trabalhado por mais justiça e solidariedade. Há, nesta ligação direitos-deveres muito preconceito a derrubar e muito futuro a construir. A consciência de cada pessoa é um santuário que ninguém tem o direito de violar. Bem formadas, as consciências são espaço de liberdade, de coerência, de bem-fazer. Por isso, quando certos governos se acham no direito de controlar a liberdade de consciência e de mutilar a liberdade de expressão, as pessoas vêem a sua dignidade calcada aos pés, perde-se a confiança na autoridade e abrem-se tempos de mentira e perseguição. Ninguém ganha, nem sequer aqueles que instituíram este procedimento |
de terror à procura de benefícios próprios! Celebrar o Dia Mundial dos Direitos Humanos é um exercício de cidadania responsável. Nada deve ficar como dantes. Tem de haver uma consciência mais límpida do bem que fazemos a cada humano quando o ajudamos a ser mais livre e participativo na construção de uma terra de todos. Ah, se os déspotas deste mundo percebessem isto!!! É caso para citar Jesus e dizer: ‘Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem!’. |
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