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Paulo Rocha
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Tomás Cortes
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Foto de capa: Agência ECCLESIA
Foto da contracapa: DR
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo Aguiar Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Bom Pastor Estrada da Buraca, 8-12 1549-025 LISBOA Tel.: 218855472; Fax: 215849514. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Encontro Nacional de Leigos |
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![]() Paulo Rocha Agência ECCLESIA |
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Pinharanda Gomes deixou para a História de Portugal investigações únicas. Trabalhos que exigem paciência, contacto com muitas fontes e leituras atentas da bibliografia de cada época. E um dos âmbitos que mereceu a atenção deste historiador refere-se à realização dos “Congressos Católicos em Portugal”. Assim se intitula um livro que publicou em 1984, editado pelo Secretariado Nacional para o Apostolado dos Leigos no cinquentenário da fundação da Ação Católica Portuguesa. Uma obra onde elenca os congressos católicos desde 1870 até 1980. A leitura deste livro, que consiste num inventário dos congressos e que por acaso me veio parar às mãos nas vésperas do IV Encontro Nacional de Leigos, permite identificar variáveis interessantes sobre estas reuniões, realizadas a nível nacional |
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ou diocesano, para analisar temas de interesse transversal à sociedade ou de setores específicos que a compõem. O “Congresso dos Escritores e Oradores Católicos”, que aconteceu entre os dias 17 de dezembro de 1871 e 5 de janeiro de 1872, é, de acordo com a investigação de Pinharanda Gomes, o mais antigo congresso católico. Depois, seguiram-se congressos diocesanos ou regionais e também os que emergiram do nacionalismo português do início do século XX, todos comprometidos com causas sociais. A partir de 1915, com o primeiro Congresso dos Médicos Católicos Portugueses, começou a diversificação de temas e de abrangências nestes encontros do laicado católico. A criação da Conferência Nacional das Associações de Apostolado dos |
Leigos (CNAL), em 2011, marca o início de uma nova época no laicado católico português, dando nova expressão à condição comum da maioria dos batizados e procurando iniciativas que aproximem todos os que enfrentam o desafio de viver o Evangelho para lá dos ambientes litúrgicos, no seu quotidiano profissional e nas relações humanas de todos os dias e com todas as pessoas. A realização dos Encontros Nacionais de Leigos é uma expressão dessa intenção e vai conseguir concretizá-la na medida em que se esquecerem agremiações e pertenças particulares para afirmar em conjunto o seguimento do mesmo Mestre. Também na justa medida em que debates, encontros e análises forem expressão de um compromisso com uma sociedade mais justa e pacificadora. É essa a determinação do IV Encontro Nacional de Leigos, no dia 18 de novembro, em Viseu, porque "Este é o tempo". Vemo-nos por lá? |
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web summit lisbon |
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«Difunda-se sempre mais uma cultura do encontro capaz de derrubar todos os muros que ainda dividem o mundo!» Papa Francisco rede social Twitter, 09 nov 2017
“O apoio de Portugal é fenomenal. Já disse anteriormente: é um casamento perfeito”, CEO Web Summit, Paddy Cosgrave, 09 nov 2017
“Vocês estão a fazer uma. Vocês são os transformadores porque estão a mudar o mundo. Estão a mudar a sociedade, economias, cultura e a forma de viver”, presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, na Web Summit 2017
"Está a ser preparada a possibilidade de vir um comboio com água, diário, durante a noite, que descarregaria em Mangualde”, presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques
“Uma cultura de vida não pode tolerar, mas sim evitar esta violência armada sem sentido, em todas as suas formas”, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, D. Daniel DiNardo, sobre atentado na igreja Batista de Sutherland Springs (Texas) |
O dia em que a Igreja Católica foi à Web Summit
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A plataforma católica ‘Click to Pray’ foi apresentada esta terça-feira na Web Summit, num sinal de que a proposta religiosa já ganhou um lugar no ambiente tecnológico e que dever ser aposta firme da Igreja Católica. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre António Valério, atual diretor |
nacional da Rede Mundial de Oração do Papa, falou sobre a presença do projeto ‘Click to Pray’ numa das maiores feiras de tecnologia, a nível mundial, e as perspetivas de futuro que a partir dela se poderão abrir. De acordo com o sacerdote, “só o facto de uma aplicação católica |
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estar num evento como a Web Summit chamou muito a atenção das pessoas”. “Quem passava pelo nosso stand tinha muita curiosidade para saber o que era, não só portugueses mas muitas pessoas de outros países não faziam ideia que a Igreja poderia ter tecnologia associada à oração, que a Igreja também se movia nestes meios”, conta aquele responsável. Outras pessoas, já familiarizadas com a app, “sobretudo jovens que sabiam que o Click to Pray estava aqui, queriam conhecer quem é que estava por trás da aplicação e dizer que as ajudava muito na vida de oração, a estarem sintonizados com as intenções do Papa”. “Tivemos manifestações muito bonitas de agradecimento por esta aplicação”, frisa o padre António Valério, para quem este é um sinal de que a Igreja tem lugar e deve continuar a apostar na presença no meio tecnológico, com diferentes projetos. Criada em 2014 pelo Apostolado de Oração em Portugal, a plataforma ‘Click to Pray’ integra hoje a Rede Mundial de Oração do Papa Francisco, permitindo às pessoas acederem a momentos de oração diários e também às intenções mensais propostas pela Santa Sé. Atualmente, o aplicativo está |
disponível através da internet e em vários formatos – windows, android e ios – também nas redes sociais youtube e facebook. Para além da presença no stand A154 da Web Summit, a presença do ‘Click to Pray’ na feira tecnológica passou também pela participação num ‘pitch’ de apresentação de projetos, juntamente com outras 200 startups previamente selecionadas. “Pudemos sobretudo dar-nos a conhecer, apresentar o nosso projeto e estabelecer contactos com pessoas interessadas em contribuir numa nova versão da aplicação, que tem crescido muito no número de utilizadores e está a precisar de desenvolver-se”, explica o padre António Valério. Sobre parcerias futuras, o sacerdote destacou uma ideia que ficou na retina: Colaborar com “instituições que possam financiar ou ajudar a promover a aplicação em meses em que as intenções de oração propostas tenham a ver com os temas que essas empresas trabalham no terreno”. “Isto é algo que poderá passar também depois pela venda de produtos, de livros sobre a oração, que estejam relacionados com a vida de oração, com a vida da Igreja, a formação cristã e o Papa. Abre-se aqui todo um mundo que estamos a explorar”, salienta o sacerdote. |
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Arquidiocese de Braga atenta a divorciados recasados |
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A Arquidiocese de Braga anunciou que vai constituir um grupo para acompanhamento dos cristãos divorciados recasados, admitindo a possibilidade de acesso aos sacramentos, “de acordo com um processo de discernimento individual”. A resolução foi aprovada esta quarta-feira, “por unanimidade”, no Conselho Presbiteral, onde foram definidas orientações para a renovação da Pastoral Familiar. O grupo que irá acompanhar os divorciados que vivem em nova união será composto por leigos e sacerdotes. “Para além de informar e aconselhar sobre processos de declaração de nulidade do matrimónio, a equipa irá acompanhar cada caso, para que após um processo de discernimento pessoal seja reavaliado o acesso aos sacramentos e a possibilidade de virem a ser padrinhos/madrinhas”, adianta uma nota publicada pela Arquidiocese de Braga. O Papa propõe na sua exortação apostólica sobre a família, ‘Amoris Laetitia’, publicada em 2016, um caminho de “discernimento” para os católicos divorciados que voltaram |
a casar civilmente, sublinhando que não existe uma solução única para estas situações. O objetivo da resolução assumida pela Arquidiocese de Braga passa por integrar a pessoa na comunidade cristã após um “verdadeiro processo de discernimento”, que conduzirá a “uma conversão, um trabalho sério da consciência”. “Há que evitar dar a entender que se trata de uma ‘autorização’ geral para aceder aos sacramentos. De facto, trata-se de um processo de discernimento pessoal, no foro interno, acompanhado por um pastor com encontros regulares, que ajuda a distinguir adequadamente cada caso singular à luz do ensinamento da Igreja”, pode ler-se no documento intitulado ‘Construir a Casa sobre a Rocha’. |
Caminhada pela Vida mobilizou milhares
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A 7ª Caminhada Pela Vida, que decorreu este sábado, mobilizou milhares de pessoas em Lisboa, Aveiro e Porto, contra “todas as formas de violação da vida humana”. O evento organizado pela Federação Portuguesa Pela Vida reuniu mais de 6 mil pessoas em Lisboa, 600 no Porto e 500 em Aveiro, “para se manifestar a favor da vida, contra a eutanásia e o aborto”. José Maria Seabra Duque, coordenador-geral da Caminhada Pela Vida, lamenta em comunicado enviado à Agência ECCLESIA o silêncio “quase total” da Comunicação Social sobre a iniciativa. O responsável contrapõe a este facto a “vasta cobertura mediática concedida aos movimento pró-eutanásia”. “O constante silêncio sobre as atividades políticas da Federação Portuguesa pela Vida, assim como dos vários movimentos pró-vida, desvirtua o debate sobre estes temas e cria, junto do grande público, uma sensação, falsa, de aparente unanimidade”, adverte José Maria Seabra Duque. O Papa dirigiu uma mensagem aos promotores da iniciativa, evocando |
a “batalha contra o aborto, eutanásia e demais atentados à vida humana”. O cardeal-patriarca de Lisboa também manifestou o seu apelo à Caminhada pela Vida 2017, deixando um apelo “forte e comprometido” em favor da participação na iniciativa. A 7ª edição da Caminhada teve como objetivo “dar testemunho público da defesa do direito à vida desde a conceção até à morte natural”. A organização retomou a campanha “Toda Vida tem Dignidade” que deu origem a petição com o mesmo nome que está neste momento a ser debatida no Parlamento. A Caminhada pela Vida teve origem nas campanhas para os referendos sobre o aborto de 1998 e 2007 e foi retomada de modo anual a partir de 2012. |
A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Porto: Diocese propõe criação de «um pé-de-meia» para os mais necessitados
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Fundação pontifícia quer «devolver» presença cristã a Mossul
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Missa sem telemóveis
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O Papa Francisco iniciou um novo ciclo de reflexões no Vaticano, dedicado à Eucaristia, prometendo responder a “perguntas importantes” sobre este sacramento, que apresentou como “coração” da Igreja. “Nas próximas catequeses gostaria de dar resposta a algumas perguntas importantes sobre a Eucaristia e a Missa, para redescobrir, ou descobrir, como através deste mistério de fé resplandece o amor de Deus”, disse aos milhares de peregrinos reunidos |
na Praça de São Pedro para a audiência pública semanal. A intervenção evocou o “grande número de cristãos” que ao longo de dois mil anos deram a sua vida para “defender a Eucaristia” e os que, ainda hoje, arriscam a vida para participar na Missa dominical. Um dos casos apresentados foi o de um grupo de cristãos do norte de África, em 304, presos durante as perseguições de Diocleciano, tendo respondido ao procurador romano: |
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“Sem o domingo não podemos viver”. “Estes cristãos do norte de África foram mortos. Deixaram o testemunho de que se pode renunciar à vida terrena por causa da Eucaristia, porque ela nos dá a vida eterna, tornando-nos participantes da vitória de Cristo sobre a morte”, assinalou o Papa. Francisco questionou os presentes sobre a sua participação na Missa, lamentando que nas celebrações da Praça de São Pedro seja possível ver telemóveis levantados, “não só de fiéis, mas de alguns padres e também bispos”. “A Missa não é um espetáculo: é ir ao encontro da Paixão e da Ressurreição do Senhor. Por este motivo é que o sacerdote diz «corações ao alto». O que é que isso quer dizer? Lembrem-se: nada de telemóveis”, advertiu. O Papa convidou todos a regressar aos “fundamentos”, ao que é essencial na celebração dos Sacramentos, sublinhando a importância da renovação litúrgica levada a cabo no Concílio Vaticano II (1962-1965) e da formação dos católicos. |
"Já viram como as crianças fazem o sinal da cruz? Não sabemos o que estão a fazer, se é o sinal da cruz ou um desenho. Precisamos de ensiná-las a benzer-se bem. Assim começa a Missa, assim começa a vida, assim começa o dia", exemplificou. A intervenção recordou a memória litúrgica dos Santos Mártires, cujas relíquias estão guardadas na Basílica de São Pedro, recordando “os muitos cristãos perseguidos” na atualidade. Francisco deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, desejando-vos que cresçam “no amor e na adoração da Eucaristia”. “Que este Sacramento possa continuar a plasmar as vossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o coração do Pai. De bom grado vos abençoo a vós e aos vossos entes queridos!”, concluiu. |
João Paulo I a caminho da beatificação |
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O Papa Francisco aprovou a publicação do decreto que reconhece as “virtudes heroicas” de João Paulo I, pontífice que faleceu em 1978, 33 dias depois da sua eleição. O documento foi publicado na sequência de uma audiência entre o Papa Francisco e o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, esta quarta-feira. Albino Luciani nasceu em Canale d'Agordo, Diocese de Belluno, no Véneto, a 17 de outubro de 1912; era patriarca de Veneza quando foi eleito Papa a 26 de agosto de 1978, assumindo o nome de João Paulo I; ficou conhecido como o "Papa do Sorriso". Foi o primeiro pontífice, desde Clemente V, a recusar uma coroação formal, e não quis ser carregado na cadeira gestatória. A 28 de setembro de 1978, 33 dias após a eleição pontifícia, viria a ser encontrado sem vida, no seu quarto. O reconhecimento das “virtudes heroicas” é uma fase central do processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, penúltima etapa para a declaração da santidade. A aprovação de um milagre é agora o passo necessário para |
A jornalista Stefania Falasca, vice-postuladora da causa de canonização de João Paulo I, lançou esta terça-feira um novo livro sobre o Papa italiano, que desmonta “teorias da conspiração” sobre a sua morte. O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, fala da obra como uma reconstrução efetuada com “uma pesquisa histórica rigorosa, com base numa documentação de exceção, até agora inédita”. Stefania Falasca, autora do livro, disse à Rádio Vaticano que procurou reconstruir “os últimos instantes da morte do Papa” italiano, com testemunhos e documentação médica, tendo chegado à certeza de que João Paulo I “morreu por causa de um acidente isquémico que provocou um enfarte”. “Esta é a verdade nua e crua”, acrescentou. |
I Dia Mundial dos Pobres |
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O Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (Santa Sé) preparou um conjunto de subsídios para a semana que antecede o I Dia Mundial dos Pobres, criado pelo Papa Francisco, pedindo que as comunidades católicas abandonem uma atitude “passiva” neste campo. “A Igreja não pode ser uma espectadora passiva diante do drama da pobreza, nem os cristãos podem contentar-se com uma participação esporádica e fragmentária para fazer calar a consciência”, escreve o presidente do organismo da Cúria Romana, D. Rino Fisichella. A celebração de 19 de novembro, penúltimo domingo do ano litúrgico na Igreja Católica, é proposta pelo Papa como ocasião de “verdadeiro encontro com os pobres”, para “dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida”. D. Rino Fisichella realça que o Papa Francisco “quis dar o exemplo paradigmático de São Francisco de Assis”, o qual “não se contentou com abraçar o leproso e dar-lhe esmola, mas compreender que a verdadeira caridade consistia em estar junto dele”. “A cultura do encontro resolve-se na partilha, em que o outro já não é um estranho, mas é olhado e |
tratado como um irmão que precisa de mim”, acrescenta o arcebispo italiano. “O pobre pode entrar em casa, quando, de dentro da casa, se compreendeu que a ajuda é a partilha”, observa o presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização. O Papa vai presidir à Missa na Basílica de São Pedro, neste I Dia Mundial dos Pobres, a partir das 10h00 (menos uma em Lisboa). Um conjunto de organizações católicas de solidariedade vai assinalar a data em Lisboa; a iniciativa, promovida pela Cáritas Portuguesa, começa no Largo da Trindade e prossegue às 11h00, na igreja de São Roque, presidida por D. António Vitalino, bispo emérito de Beja e vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Papa lamenta «ato de incompreensível violência» no Texas
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«O Vídeo do Papa» - Francisco convida a rezar pela minoria cristã na Ásia
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Entre ser info-excluido e info-exclusivo |
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Miguel Oliveira Panão Professor Universitário
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Uma amiga partilhou-me que um dia ao ir à missa, chegando antes, deu conta da presença de duas pessoas leigas e dois sacerdotes no interior da Igreja. Entrou delicadamente pensando que rezavam e não queria perturbar esse momento. Porém, a realidade era outra. Os quatro estavam ao telemóvel. É cada vez mais comum encontrar pessoas que durante uma Eucaristia consultam o telemóvel. Não sei se para quebrar algum tédio, ou satisfazer uma necessidade urgente de ver se alguém lhe enviou uma mensagem importante. Mas, estou seguro que Deus não lhes enviará uma mensagem SMS quando está diante deles na Eucaristia ou presente no sacrário. A questão que coloco é se - como cristãos católicos - acreditamos realmente na Sua presença. Para entender melhor o que se está a passar partilho-vos ter visto recentemente uma TED talk de Cal Newport, Professor na Universidade de Georgetown. Intitula-se “Quit Social Media”, isto é, “Desista das Redes Sociais”. Muitos acharão que a ideia em si é absurda e que não faz sentido atualmente. Eu percebo. Também uso as redes sociais. Mesmo indirectamente, Até o Papa usa o Twitter para espalhar mensagens de esperança e paz. As redes sociais podem ser usadas para o bem ou para o mal (lembrem-se do fenómeno Baleia Azul). A questão não é essa. Quem nunca teve - como Cal Newport - ou simplesmente saiu das redes sociais é conotado como info-excluido. Como se isso fosse uma coisa má e a pessoa vivesse no século passado, ou mais atrás ainda. Mas eu questiono se não corremos |
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o risco de nos tornarmos info-exclusivos quando tanto da nossa atenção e período do dia está em contacto frequente e permanente com as redes sociais. Os estudos em psicologia mostram a razão por ser mais fácil interagir numa rede social do que face-a-face. Diante do rosto do outro há uma série de sinais não verbais impossíveis de esconder. Os sinais não verbais conferem um nível de profundidade maior à interacção entre duas pessoas, mas exigem esforço emocional e cognitivo. As interacções online entre as pessoas são mais casuais por não haver necessidade de estarem atentas aos sinais dos outros. Um exemplo trágico disto é a história conhecida de Sharon Seline, uma mãe que trocou diversas mensagens com a sua filha que estudava fora, numa Universidade de outra cidade americana, perguntando como estavam as coisas. Ela respondia com afirmações positivas seguidas de emojis, grandes sorrisos e corações. Felicidade. Nessa noite a filha de |
Sharon tenta suicidar-se. E nos dias seguintes percebeu-se que passava os dias no seu quarto, fechada, a chorar e mostrava sinais de depressão. Uma realidade completamente diferente da que transmitia nas redes sociais através do Facebook e Twitter. As interacções com outras pessoas são fundamentais porque nos envolvem emocionalmente, exigem esforço cognitivo e activação cerebral. E isso é bom. Mas… se é assim com outras pessoas, como seria se o nosso olhar se concentrasse e voltasse mais para… Deus? De olhos fechados, ou contemplando um ícone, ou diante do sacrário, podemos ser totalmente transparentes com Aquele que nos escuta sempre com sinais não verbais, ou verbalizáveis, porque a linguagem do amor expressa-se de muitas maneiras. Não me parece que contemplando um écran de telemóvel seja uma delas. Faço um exame de consciência e convido o leitor a fazê-lo também.
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"Porque é que, a certa altura, o sacerdote diz ‘corações ao alto? “Ele não diz telemóveis ao alto para tirar fotos! Não! É feio! Digo-vos que me causa muita tristeza quando celebro aqui na Praça ou na Basílica e vejo tantos telemóveis levantados… não apenas dos fiéis, até de alguns sacerdotes e mesmo bispos. Por favor! A Missa não é um espetáculo: é ir ao encontro da Paixão e da Ressurreição do Senhor. Por este motivo é que o sacerdote diz «corações ao alto»?. Lembrem-se: nada de telemóveis” (Papa Francisco, 08-11-2017) |
XIX FÓRUM ECUMÉNICO JOVEM, EM BRAGA«Eis que faço novas todas as coisas»
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Os 500 anos da Reforma proposta à Igreja por Martinho Lutero serviram de inspiração para o FEJ 2017, realizado em Braga, no Auditório Vita e no Seminário da Sra da Conceição, a 4 de novembro. Participaram mais de 300 jovens (com alguns menos jovens à mistura!).
Reforma, 500 anos depoisTudo começou com o acolhimento e a Celebração Inicial na Capela renovada da Senhora da Conceição. Teve um |
momento penitencial (para pedir perdão pelas rupturas entre cristãos), a leitura do Apocalipse que deu tema ao FEJ (Ap 21, 1-7), a proclamação da parábola do semeador e o reconhecimento dos dons mais defendidos pela Reforma (Cristo, a Palavra, a Fé, a Graça, a Salvação, o Louvor).
Ecumenismo hojeO Auditório Vita acolheu o segundo momento do FEJ. D. Jorge Ortiga, |
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como anfitrião, deu as boas vindas, lembrando a imperfeição que marca as nossas vidas, sendo urgente pô-las em sintonia com o Evangelho. Renovar é uma palavra chave da Igreja. D. Jorge Pina Cabral recordou este longo caminho ecuménico jovem que leva 19 anos. Disse que relemos hoje a história da Igreja para percebermos o que somos chamados a fazer. Citou Martinho Lutero que propôs um caminho de retorno à Sagrada Escritura. Valorizou o papel dos leigos, na diversidade de dons e ministérios. Apresentou o FEJ como um lugar único e insubstituível no caminhar das Igrejas em Portugal. Após um vídeo que mostrou Braga aos jovens, foi projetado um programa ‘70x7’, da RTP2, que fez eco da ida do papa Francisco à Suécia para se associar às comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante. Foi dito e repetido que é muito mais o que nos une que aquilo que nos separa, embora possa ser longo e difícil o caminho que leva à unidade plena entre as Igrejas. O P. João Aguiar Campos, jornalista, moderou um painel neste fórum em que ele viu jovens capazes de ouvir o Espírito, reflectir e rezar juntos. Joana Teixeira, metodista, disse ser importante renovar sempre a relação com Deus para olhar o futuro comesperança. O P. José Pedro partilhou a experiência ecuménica |
que se vive em Guimarães e que ele transformou em tese académica. Eva Michel, pastora presbiteriana, recordou a importância dos abraços entre católicos e protestantes, após tanta guerra, dizendo que o futuro ecuménico exige ‘boa terra, coração e coragem’. João Duque, perito em ecumenismo, defendeu que é importante olhar para o caminho feito sem descuidar o que falta percorrer.
Do almoço ao envioO almoço foi partilhado, seguindo-se workshops que garantiram a Festa de Cristo com as aportações que cada grupo trouxe de regresso ao Auditório Vita: música, teatro, pintura /grafitti, política /sociedade, oração. O FEJ concluiu com o Gesto de Envio em que todos levaram um pequeno pinheiro para cuidar e fazer crescer, recordando também a urgência ecológica e o drama dos incêndios. Na bagagem, os jovens levaram ainda duas grandes interpelações: uma feita pelo Papa na Suécia e amplificada pela Pastora Eva Michel: ‘vamos fazer a grande revolução da ternura?’; outra lançada pelo P. João Aguiar Campos:’Vamos levar mais a sério a Semana da Unidade dos Cristãos’?. O próximo FEJ, a realizar em 2018, será a edição número 20. Tony Neves Equipa Ecuménica Jovem |
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Não é um véu… É uma capa magna |
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Luis Filipe Santos |
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Alguns portugueses têm uma teimosia obstinada… Viram fotografias nas redes sociais de um cardeal com uma indumentária diferente e, no lugar de investigarem, começaram logo a tirar ilações. «Agora as noivas andam com aqueles véus?»; «Os padres também estendem passadeiras vermelhas?»; «A igreja faz passagem de modelos para angariar fundos?» e «Naquele dia, o padre devia estar cheio de frio?». Observações que os dois ouvidos do redator deste texto sentiram na epiderme. É difícil explicar o que se passou… aquilo não é um véu, é uma capa magna que o cardeal Raymond Burke gosta de utilizar. Ele utiliza-a e está no seu pleno direito, ainda que II Concílio do Vaticano a tenha desaconselhado. As vestes cardinalícias contemplam estes ornamentos. Desconheço as razões porque utilizou aqueles metros quadrados de tecido que ofuscaram a sua mensagem. Há sempre o perigo da capa ser o centro e não o Evangelho. Sinceramente, gostei de ver as fotos daquele espetáculo. Quando se acusam os cristãos de serem pessoas tristonhas e com rostos quaresmais, a passagem daquela capa magna do cardeal Burke transfigurou-me. Senti que poderia haver um novo impulso na economia têxtil e, quem sabe, no nascimento de várias startups que poderiam ser divulgadas na Web Summit que decorre em Lisboa. Basta pensar um pouco… A capa magna defende dos ventos traseiros e laterais. Para a arrastar |
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são necessários elementos do séquito. Ao contrário das passagens de modelos sem tecido… Aquela indumentária é vasta e protege das tentações. Portugal está na moda… O turismo é uma realidade visível. Se a onda que McNamara surfou na Nazaré era gigante, a ondulação daquela capa magna é uma mais-valia para as terras têxteis do Vale do Ave (Braga). Esqueci-me de falar do essencial… Durante o II Concílio do Vaticano também se levantaram ondas, todavia estas não foram tão exuberantes e exteriores como a capa magna do cardeal Raymond Burke. Elas nasceram nas profundezas da humanidade. Brotaram do interior dos signatários. Ganharam força e deram brilho ao maior acontecimento eclesial do século XX. Aquele documento - «O Pacto das |
Catacumbas» - assinado por dezenas de padres conciliares dizia: “Procuraremos viver segundo o modo ordinário da nossa população, no que concerne à habitação, à alimentação, aos meios de locomoção e a tudo que daí se segue. Cf. Mt 5,3; 6,33s; 8,20” e “Para sempre renunciamos à aparência e à realidade da riqueza, especialmente no traje (fazendas ricas, cores berrantes), nas insígnias de matéria preciosa (devem esses signos ser, com efeito, evangélicos). Cf. Mc 6,9; Mt 10,9s; At 3,6. Nem ouro nem prata”. Por falar em matéria preciosa… Para além do véu para uns e capa magna para outros, espero que a mensagem da Boa Nova tenha saído para o exterior e não tenho ficado apenas naquela startup de rendinhas tecnológicas.
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A Conferência Nacional das Associações de Apostolado dos Leigos (CNAL) vai promover a 18 de novembro o seu 4.º Encontro Nacional em Viseu, subordinado ao tema “Este é o tempo”. O Semanário ECCLESIA dedica o seu dossier a esta iniciativa, com relatos, na primeira pessoa, de leigos empenhados nos mais diversos setores da vida da sociedade. O “lançamento do Encontro para Jovens (dos 15 aos 35 anos)” decorre no dia 17 de novembro, com um concerto de Samuel Úria, às 21h00. Durante a manhã do dia 18 de novembro serão abordados os temas “A esperança que trazemos em nós” e “O trabalho pela justiça e pela paz”. Durante a tarde haverá diversos ateliês, relacionados com as temáticas “Fé e sentido para a vida”, “Espiritualidade”, “Território”, “Família”, “Trabalho” e “Cidadania”. Às 19h00 será celebrada a eucaristia na Sé de Viseu. O programa contempla ainda um festival de cinema, que já teve quatro sessões e se encerra a 16 de novembro. “Este é o tempo para esperar contra toda a esperança, para trabalhar pela justiça e pela paz, para amar as pessoas, para amá-las uma a uma”
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Uma aventura no Bairro 6 de MaioA história de Tomás Cortes no Bairro 6 de Maio começou em 2014, pouco depois do início do semestre pós-Verão, quando pela primeira vez ouviu falar do projeto ‘Maria Ajuda Seis de Maio’. Uma aventura que marcou a sua vida e o tornou, para sempre, vizinho da estação ferroviária Santa Cruz/Damaia. Entrevista conduzida por Paulo Rocha
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Agência ECCLESIA (AE) – Sei que esteve no Bairro 6 de Maio, em Lisboa, a fazer uma experiência de voluntariado. Como surgiu essa ideia? Tomás Cortes (TC) – A experiência surgiu porque estou inserido no movimento Schoenstatt. Este projeto não nasce de mim, mas de outros jovens onde estava incluído. Depois de ouvir testemunhos de amigos interessei-me… Com as histórias e experiências deles, cresceu, em mim, vontade de abraçar o projeto.
AE – Como se chamava esse projeto? TC – Tinha o nome de «Maria ajuda».
AE – Um nome sugestivo. De que forma concretizavam esse projeto e «Maria» foi ajudando o Bairro 6 de Maio? TC – Uma característica do nosso movimento – e também de Maria - é a criação de ambientes familiares e onde as pessoas se sintam bem
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e acolhidas. A imagem feminina de Nossa Senhora é exemplar. A nossa ideia também não passava por grandes projetos e ambições. Apostámos numa cultura de proximidade e de acolhimento. Acima de tudo queríamos dar tempo às pessoas e fazê-las sentir bem.
AE – Uma atenção permanente ao outro… TC – Atenção e valorização do outro. No fundo, era a criação de espaços para que o outro se sinta bem e se possa desenvolver. Uma das caraterísticas do bairro é ser duro, de rua, com lixo, droga e crime. Apesar destas situações havia boas pessoas. O espaço era estragado, sujo e triste. Todavia, nós – através do acolhimento – dávamos alegria às pessoas.
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AE – No espaço estragado era difícil encontrar lugares para momentos bons? TC – Não há dúvida que o espaço influencia e tem um papel importante nas nossas vivências. Uma criança que cresça a ver pancada e traficantes… Talvez, isso não seja o melhor para o seu desenvolvimento. Apesar de termos também famílias estáveis e felizes.
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AE – O projeto «Maria ajuda», no Bairro 6 de Maio, consiste, essencialmente, na presença de universitários no local. TC – Existe outra caraterística que está de mão dada com o acolhimento que é a presença constante. Às vezes perguntavam… Porque não fazem – como se faz noutros sítios – e dão explicações duas ou três vezes por semana? Nós achávamos que a |
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presença constante e a disponibilidade para estar em todos os momentos eram fundamentais. A presença constante abraça toda a vida da pessoa e toda a sua dinâmica. Queríamos que a nossa presença fosse sentida… Assim tornaríamos mais forte o nosso impacto.
AE – E a vossa vida de estudante universitário mantinha-se no ritmo normal? TC – Cada participante do projeto fala por si… No meu caso, não tive problema algum. Só tive de me adaptar às circunstâncias.
AE – É uma opção entre a vida académica e as solicitações em torno das universidades ou reservar tempo livre para quem necessita? TC – Existem pessoas que se entregam muito às atividades da faculdade. Mas sempre gostei destas atividades e sempre estive ligado a grupo de jovens. Nunca achei que fosse incompatível. É uma dimensão da minha vida…
AE – Também ajudavam as pessoas no seu quotidiano? TC – Tínhamos atividades planeadas e aquelas que surgiam na altura. Tínhamos o terço semanal onde íamos rezar a casa das pessoas e o apoio à missa. Reuniões com grupos de jovens e apoio nas explicações. Todavia, |
a chave de tudo isto eram os momentos que não estavam marcados. Muitas vezes deixava o estudo para uma hora depois e ia jogar futebol com eles ou brincar com a malta na rua. Através destes momentos, os laços eram fortalecidos.
AE – Havia tempo também para escutar as pessoas? TC – Claro. E um sinal evidente disso são as relações que ficam mesmo depois das pessoas saírem do bairro. Mesmo não estando a viver no bairro fiquei ligado a algumas pessoas. Eu ajudei, mas as aquelas pessoas também me ajudaram a crescer através das suas experiências. Essa partilha acontece, sobretudo nos momentos não planeados.
AE – Depois de um ano de experiência no bairro, a imagem deste bairro transformou-se? TC – Sim. Claro. Quando fui para lá nem fazia ideia o que era o Bairro 6 de Maio. Nem sabia que existia. Começaram a dizer-me que era um bairro de lata e para ter cuidado. Inicialmente, assustei-me um bocadinho. Eram dimensões que estavam presentes… Não posso negar e dizer que aquilo era jardim no paraíso. Mas fiquei surpreendido com a outra dimensão… A dimensão de comunidade e família que é muito forte. Espantou-me ver como |
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as pessoas, no meio daquela confusão e dureza toda, serem exemplares. Perceber isso, foi fundamental para mudar a minha imagem do bairro.
AE – Com esta experiência, aconteceu-lhe alguma transformação interior? TC – Foi uma experiência longa e rica. Acho que mudei. Fiquei com a perceção que é fundamental ter tempo para os outros e também valorizar os outros. Só assim percebemos quem são os outros. Não se deve julgar logo as pessoas. Devemos eliminar essa tentação porque não conhecemos as vivências anteriores das pessoas. Cheguei a presenciar violência entre miúdos… E perguntava porquê? Depois vinha a saber que o pai estava preso e a mãe lhe batia. Histórias familiares muito difíceis. Acho que me tornei mais humilde com estas experiências.
AE – No meio daqueles ventos contrários… Ainda existem pessoas com caracter? TC – Verdade. No meio de tanta turbulência via pessoas tranquilas e despostas a ouvir os outros. Naquele bairro, recebi muito das pessoas. Ajudaram-me a crescer. O ouvir alguns elogios também causa impacto
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em nós. As irmãs tinham uma comunidade no bairro há 40 anos e faziam um trabalho espetacular, mas de forma discreta. O trabalho das religiosas fez pensar no conceito de humildade e no perigo do orgulho.
AE – Essa via da escuta, do acolhimento e da partilha é uma forma de lhes dar esperança? Através desse trabalho constrói-se um mundo diferente? TC – Acho que sim e sei que é por aí. Essa é a única maneira de chegar às pessoas e ter um diálogo com ganhos para os dois lados. Os programas dogmáticos e materialistas não vão ao encontro da pessoa. São ideias frias que muitas vezes não resultam. Acho que a via do desenvolvimento é a via do diálogo e o amor criado entre as pessoas. A força para superar os problemas nasce das relações entre as pessoas.
AE – Depois deste desafio… Outro está no horizonte. TC – É verdade daqui a umas horas irei para Timor [A entrevista foi realizada em setembro]. Vou seis meses para o outro lado do mundo. Estou muito entusiasmado e com vontade de começar. |
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AE – O que te leva a partir? TC – No bairro sabia ao que vinha… Para Timor, estou mais aberto e na perspetiva do encontro e conhecer novas realidades. A partilha é essencial. Pretendo fomentar esta afinidade entre Portugal e Timor. Estive na Índia a estudar e conheci lá uns seminaristas timorenses. Eles incentivaram muito… Diziam-me que os timorenses gostam muito dos portugueses. Nos emails trocados com uma religiosa de Timor,
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disse-lhe que pretendia ensinar português, mas estou aberto para outras necessidades: grupos de jovens; catequese…
AE – Expectativas pessoais para esta nova experiência? TC - Talvez a distância criada entre o nosso quotidiano. Essa distância pode refletir um bocado sobre a nossa vida. É uma forma de pensar sobre o nosso dia-a-dia e conhecer um novo mundo. Estou expectante… |
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Estimular os cristãos a enfrentar o mundo
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A coordenadora do encontro da Conferência Nacional de Associações de Apostolado dos Leigos (CNAL) considera que é fundamental “estimular os cristãos a enfrentar o mundo” e não se deixar abater “com as tragédias do tempo atual”. A realizar na cidade de Viseu, dias 17 e 18 de novembro, o IV encontro do CNAL tem como mote ‘este é o tempo para esperar contra toda a esperança’, porque “só trabalhando em conjunto se pode responder às necessidades do tempo contemporâneo”, disse à |
Agência ECCLESIA Alexandra Viana Lopes. Uma cosmologista na Universidade da Pensilvânia, nos EUA, um artista do Centro Aleti, de Itália, um historiador e ensaísta francês, uma educadora do Quénia e um uruguaio coordenador do Living Peace International vão estar em Viseu para dizer porque se afirma que ‘Este é o tempo’ de esperança, de construir a justiça e a paz. O assistente religioso da CNAL afirmou que o encontro na Diocese de Viseu tem presente a dimensão das |
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“interpelações do tempo presente”, com o objetivo de “partir para a ação”. “É tempo de agir, não é só nas estruturas, nas organizações, nas nossas reuniões, mas na nossa exigência quotidiana. É aqui que a ação dos fiéis leigos tem o seu lugar teológico primordial”, referiu o padre Luís Marinho à Agência ECCLESIA. O sacerdote explica que a proposta do Encontro Nacional de Leigos 2017 é “partir para a vida”, a de cada um, “a vida deste mundo e a vida deste tempo”. “Há um tempo para a oração, para o templo, para a reunião do movimento mas tudo para que a vida real, quotidiana, possa ser transformada pelo sabor e beleza do Evangelho”, acrescenta o assistente religioso da CNAL. O sacerdote realça que a Igreja existe “não para reunir só as pessoas à sua volta, para ter grande número de seguidores”, mas “para servir a vida, a vida quotidiana pela força do Evangelho”. “É preciso desacomodar-nos e deixarmos que este mundo nos interpele”, observa. Para o padre Luís Marinho, não se |
pode estar “à espera da eternidade” para “fazer qualquer coisa”, todo o Evangelho conduz a olhar para o tempo que se vive e saber “discernir o que é preciso fazer”. “É hoje que somos chamados a transformar este mundo pela força do fermento do Evangelho. Misturada com a sociedade, com as suas contradições, com os seus desafios é capaz de a fazer transformar a partir de dentro”, desenvolve. O sacerdote que é também o assistente nacional do CNE, os escuteiros católicos, recorda que o Papa Francisco convida muitas vezes os jovens a saírem do sofá. A Conferência Nacional das Associações de Apostolado dos Leigos, aprovada pela Conferência Episcopal Portuguesa a 5 de Maio de 2011, é constituída por associações de fiéis, movimentos eclesiais e novas comunidades de apostolado dos leigos. |
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CONVITE Hoje, com atualidade e significado, o Cristianismo desafia cada homem e cada mulher a viver o tempo presente, nos espaços concretos e diversos da experiência humana, onde se pode esperar contra toda a esperança, trabalhar pela justiça e pela paz, amar as pessoas uma a uma! Por esta razão, a CNAL- Conferência Nacional de Associações de Apostolado dos Leigos convida todos os cristãos e não cristãos a vir a Viseu, que acolherá Portugal de 19 de outubro a 18 de novembro de 2017. A partir de Viseu, propõe-se um percurso de contemplação, de reflexão e de festa, a culminar no Encontro Nacional do dia 18 de novembro! O festival de cinema, de 19 de outubro a 16 de novembro, proporá, através de diferentes obras, autores e abordagens, a reflexão sobre a realidade e a humanidade, no drama da sua complexidade e das suas contradições, como fecundas e portadoras de mistério e de promessa, onde é possível a entrega radical e o bem maior. O concerto com o Samuel Úria, na |
noite de 17 de novembro, destinado principalmente a jovens dos 15 aos 35 anos, oferecerá um tempo de celebração da vitalidade do tempo presente atraído pela certeza do futuro. O 4º encontro nacional de leigos, no dia 18 de novembro, convocará todos os homens e mulheres, de todas as idades e condições, de norte a sul de Portugal, para o encontro, reflexão e missão, na convicção que a comunhão abre caminhos amplos para servir a pessoa inteira e construir uma sociedade melhor. Com conferências gerais sobre a esperança, a justiça e a paz, durante a manhã, e com painéis setoriais sobre a fé e a espiritualidade, o território, a família, o trabalho e a cidadania, durante a tarde, contar-se-á com um leque de mais de 50 oradores internacionais e nacionais, que proporcionarão uma oportunidade única de inspiração. Que não falte ninguém! Porque Este é o Tempo para esperar contra toda a esperança, para trabalhar pela Justiça e pela Paz, para amar as pessoas, para amá-las uma a uma. CNAL |
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CONVITE
Hoje, com atualidade e significado, o Cristianismo desafia cada homem e cada mulher a viver o tempo presente, nos espaços concretos e diversos da experiência humana, onde se pode esperar contra toda a esperança, trabalhar pela justiça e pela paz, amar as pessoas uma a uma!
Por esta razão, a CNAL- Conferência Nacional de Associações de Apostolado dos Leigos convida todos os cristãos e não cristãos a vir a Viseu, que acolherá Portugal de 19 de outubro a 18 de novembro de 2017.
A partir de Viseu, propõe-se um percurso de contemplação, de reflexão e de festa, a culminar no Encontro Nacional do dia 18 de novembro!
O festival de cinema, de 19 de outubro a 16 de novembro, proporá, através de diferentes obras, autores e abordagens, a reflexão sobre a realidade e a humanidade, no drama da sua complexidade e das suas contradições, como fecundas e portadoras de mistério e de promessa, onde é possível a entrega radical e o bem maior.
O concerto com o Samuel Úria, na noite de 17 de novembro, destinado principalmente a jovens dos 15 aos 35 anos, oferecerá um tempo de celebração da vitalidade do tempo presente atraído pela certeza do futuro.
O 4º encontro nacional de leigos, no dia 18 de novembro, convocará todos os homens e mulheres, de todas as idades e condições, de norte a sul de Portugal, para o encontro, reflexão e missão, na convicção que a comunhão abre caminhos amplos para servir a pessoa inteira e construir uma sociedade melhor.
Com conferências gerais sobre a esperança, a justiça e a paz, durante a manhã, e com painéis setoriais sobre a fé e a espiritualidade, o território, a família, o trabalho e a cidadania, durante a tarde, contar-se-á com um leque de mais de 50 oradores internacionais e nacionais, que proporcionarão uma oportunidade única de inspiração.
Que não falte ninguém! Porque Este é o Tempo para esperar contra toda a esperança, para trabalhar pela Justiça e pela Paz, para amar as pessoas, para amá-las uma a uma.
CNAL
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Programa do 4º Encontro Nacional de Leigos |
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08h30- 09h15| Expocenter Credenciação
09h15 | Sala de Congressos da Expocenter Sessão de abertura
09h45 | Sala de Congressos da Expocenter A esperança que trazemos em nós
A grandeza da nossa esperança- “Felizes os que esperam n’O Senhor, Nosso Deus, O Criador do Céu e da Terra”.
A beleza da nossa esperança Moderação: Maria Quintela
11h30 | Sala de Congressos da Expocenter O trabalho pela justiça e pela paz
A política pela justiça e pela paz- “Ser cristão na política, num mundo que já não o é mais”.
A responsabilidade pela justiça- “O combate contra a pobreza em África”
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A responsabilidade pela paz- “A educação para a fraternidade e para a paz” Carlos Palma Lema (Porto). Moderação: José Pedro Ramos- Ascensão
13h00 | Expocenter Almoço
15h00 | 17h00 Ateliers- Meios, lugares e tempo para a esperança, para o trabalho pela justiça e pela paz, para o amor Ateliers 1 e 7 – Fé e sentido para a vida | Auditório Centro Pastoral Diocesano
15h00 | Encontrar a fé – fonte de esperança
Gabriel Magalhães Moderadora: Ana Marília Tomás Ferreira
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17h00 | Encontrar sentido para a vida – caminho de esperança
João Ermida Moderadora: Alberta Marques Fernandes
Ateliers 2 e 8- Espiritualidade | Auditório Mirita Casimiro 15h00 | Alimentar a esperança pela oração
Teresa Dinis Cardoso Moderador: Juan Ambrósio
17h00 | Desenvolver a esperança pela cultura
Maria de Fátima Eusébio Moderador: José Augusto Bernardes |
Ateliers 3 e 9- Território | Auditório do Seminário Diocesano de Viseu
15h00 | Repensar o agir no território
Maria José Aguilar Madeira Moderador: Damião Gonçalves Pereira
17h00 | Cuidar, empreender e desenvolver no território
João Nunes Moderadora: Liliana Carona Ateliers 4 e 10 – Família | Auditório Universidade Católica 15h00 | Refletir e cuidar da família
João Duque Moderadora: Lurdes Gameiro
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17h00 | Proteger e promover as famílias na periferia da pobreza
Rita Lobo Xavier Moderadores: António e Idalina Cruz Nogueira Ateliers 5 e 11 – Trabalho | Auditório do IPDJ
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15h00 | Pensar o valor e a missão do trabalho
Graça Franco Moderador: João Anacoreta Correia
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17h00 | Apoiar e criar trabalho e novas relação produtivas
P. Samuel Guedes Moderador: Maria de Fátima Almeida Ateliers 6 e 12- Cidadania | Auditório da Escola Superior de Saúde
15h00 | Educar para a esperança, a justiça e a paz
Isabel Almeida e Brito Moderador: Jorge Pires Ferreira |
17h00 | Trabalhar por uma cidadania que sustente e cuide de todos e o todo dos homens e mulheres Tiago Duarte
Marta Balula Dias Moderador: Luís Manuel Pereira da Silva
19h00 Sé de Viseu Missa |
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Papel dos leigos é «chegar onde a Igreja não consegue estar» |
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António Fonseca faz parte da organização do 4.º Encontro Nacional de Leigos e realça a necessidade dos cristãos saberem viver hoje a sua missão no mundo, e sobretudo “levar a mensagem e os valores cristãos a sítios onde a Igreja Católica não consegue estar”. “É esta a ideia do encontro, que leigos dos mais diversos carismas, integrados em movimentos ou obras, comprometidos na sua paróquia |
ou diocese, se juntem num dia para pensar o que é específico dos leigos, estar no mundo e ser sal e luz em locais onde a Igreja não chegaria”, explica aquele responsável, em entrevista à Agência ECCLESIA. O 4.º Encontro nacional de Leigos, organizado pela Conferência Nacional das Associações de Apostolado de Leigos, vai decorrer nos dias 17 e 18 na cidade de Viseu, subordinado ao lema ‘Este é o tempo para esperar contra |
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toda a esperança’. “Ser cristão na política”, “o combate contra a pobreza em África”, “a educação para a fraternidade e para a paz” ou “repensar o agir pelo território”, neste caso muito centrado no problema dos incêndios em Portugal, são alguns dos temas que vão estar em cima da mesa. “Não é fácil, sabemos que o ambiente não é o mais favorável, mas Deus quer-nos aqui neste tempo, quer-nos a trabalhar e a arregaçar as mangas”, salienta António Fonseca, que recorda que há “um trabalho” que “não tem de ser dos sacerdotes”, que não tem |
de partir do clero ou das estruturas formais da Igreja. A questão dos fogos é um dos exemplos onde o empenho dos leigos é essencial, aponta a organização do encontro, que acontece num dos territórios mais afetados pelas chamas. “Temos Portugal ardido, temos Viseu ardido, isto é um problema que para crentes e não crentes temos de abordar. Obviamente que para nós há uma dimensão de cuidar da criação que Deus nos confia. Para outros isto não tem esse nome mas também se preocupam com isso. A Casa é |
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Comum e portanto temos que trabalhar com todos pela mesma casa”, frisa António Fonseca. A edição deste ano do Encontro Nacional de Leigos conta com duas novidades: um ciclo de cinema que tem estado a decorrer todas as quintas-feiras no Palácio do Gelo, em Viseu, dedicado aos temas que estão incluídos no programa do evento. E na véspera do encontro, dia 17 de novembro às 21h00, na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu, acontece um concerto de Samuel Úria. “O Samuel assume-se como cristão e aborda temas comuns e esta necessidade de trabalhar neste mundo com todos e chegar e transmitir uma mensagem positiva e humana, os valores cristãos, numa linguagem que não tem necessariamente de falar de Cristo, tem que falar ao homem de hoje”, destaca António Fonseca. António Fonseca integra o movimento laical Mambré, um movimento de batizados e sacerdotes com cerca de 30 anos de existência, atualmente presente em Portugal e Espanha, e mais recentemente em Cabo Verde. Deste projeto “fazem parte pessoas dos mais variados âmbitos e setores da pastoral, comprometidas com |
a dinâmica eclesial e que procuram “ser pedras vivas da Igreja” e “ajudar a humanizar a Igreja e a sociedade”. A formação social, espiritual e teológica é uma componente essencial do movimento, e os seus membros são chamados a participar em diversos encontros de formação ao longo do ano. Sobre o modo como vive a sua condição de leigo, António Fonseca realça que o faz primeiramente “na família, na forma como vive o matrimónio, a educação da filha, as suas relações sociais”, e depois “também no trabalho”. “Sempre estive ligado à comunicação, trabalhei em vários sítios. Nos últimos anos consegui conciliar os talentos que tenho, que sinto que Deus me deu, também com uma missão da Igreja”, refere o jovem formado em Comunicação Audiovisual, atualmente a trabalhar na Paulus Editora. “É uma editora católica que procura estar presente não só no meio católico mas abrindo caminhos e chegar ao homem de hoje através dos livros, da cultura”, acrescenta António Fonseca, que conta também no currículo com várias outras atividades, desde a colaboração em órgãos de |
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comunicação social à missão como dirigente no Corpo Nacional de Escutas. Poder viver, no trabalho e na vida do quotidiano, a sua condição de cristão, é para António Fonseca “um privilégio”. “É o não sentir que tenho uma vida dupla, mais sim uma vida unificada. Isto não quer dizer que seja melhor do que uma pessoa que vive a sua fé na paróquia semanalmente e depois |
trabalha num setor não ligado à Igreja, as duas coisas são válidas e necessárias”, aponta aquele responsável. A vida como cristão e leigo na sociedade “concretiza-se nas decisões, é um percurso que se vai descobrindo”. “Também é o bonito da fé, que não é uma carta fechada, vai-se construindo ao longo da vida”, conclui António Fonseca. |
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Cultura e diálogo com o cinema |
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O Encontro Nacional de Leigos foi antecipado por um ciclo de cinema, proporcionando o visionamento de um filme e da participação num debate. “É a primeira vez que lançamos a ideia de, durante o mês antecedente ao encontro, exibir cinco filmes diferentes, em estilos, temas e realização, que, enquanto forma de expressão artística, permitem debates muito interessantes”, explica à Agência ECCLESIA Rosário Lupi Bello, da organização do encontro. Desde o dia 19 de outubro, o Palácio do Gelo, em Viseu, acolheu os filmes e as pessoas interessadas no seu visionamento e na reflexão de questões que cruzam a humanidade, a ciência, o desenvolvimento e a fé. A 16 de novembro, o ciclo encerra-se com a projeção do filme «Dos homens e dos Deuses», de Xavier Beauvois. “Tentámos abordagens muitos diferentes: a família, o desenvolvimento social, a fé como caminho de pertença… é muito variado para que as pessoas possam escolher o tipo de realizador e tema que mais gostam”, traduz a responsável também professora de Teoria da Literatura com |
interesse na área cinematográfica. O debate após o visionamento dos filmes tem-se revelado “uma aposta ganha”. Rosário Lupi Bello acredita que as manifestações artísticas podem ser “formas de manifestar uma certeza na vida, na esperança, que vem da fé e de um encontro que se fez, e que serve de base para a justiça e a paz”. “Não somos donos de nenhuma resposta. É preciso uma grande humildade e simplicidade quando se fala nas questões da fé”, sublinha a responsável que, acredita, que as pessoas das artes têm “uma grande inquietação, são abertas à pergunta”. “Há um diálogo, que é um desafio fantástico para os dois lados, porque se está diante de pessoas com perguntas e à procura. Se a pergunta existe, a resposta não é menor”. Para Rosário Lupi Bello os cristãos leigos têm o valor acrescentado de “poderem estar abertos” ao diálogo, “com abertura e capacidade de escuta”.
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Os olhos de André“Esta é uma história verdadeira, representada pelas pessoas que a viveram” , assim começa o filme “Os olhos de André”. A paisagem de Arcos de Valdevez serve de cenário para recriar, com as mesmas pessoas, uma história verdadeira. Aí, um pai tenta reconstruir a sua vida, depois de uma separação, para acolher o seu filho André e voltar a unir uma família. Pelo olhar de António Borges Correia e a perspetiva da sua câmara, os seus atores seguem as sugestões que uma nova ficção cria a partir daquilo que já se viveu, dando-nos a conhecer, pelo cinema, uma vida real de um país verdadeiro. Mas são os olhos luminosos do jovem André a reunir o seu grande foco: aquilo que perdeu na sua família, o seu desejo de ver reconhecido o seu talento para o futebol profissional, e aquilo que ele resguarda, das suas várias figuras familiares, nesse seu jovem olhar.
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Tratamos e cuidamos de pessoas |
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Depois de 19 anos como enfermeiro, Olivério Ribeiro é atualmente docente na escola superior de Saúde de Viseu, desde 2002. Na sua vida alinha a defesa dos valores da vida à luz da fé. “São as linhas orientadoras do meu percurso” é assim que define a sua vida, profissional, social e relacional.
À missão da enfermagem junta o ensino e tenta fazer a diferença.
“Nós que tratamos da pessoa, não é de máquinas ou serviços, mas cuidamos da pessoa, apelo à vertente do conhecimento e à vertente técnica mas apelo muito mais à parte relacional, ao que vemos no outro, com limitações e necessidades afetadas, onde o isolamento está latente.
Uma palavra amiga, um toque, o estar disponível, o ouvir faz a diferença de um profissional que segue os princípios que pensamos ser maravilhosos”, explica de olhar brilhante. Para Olivério Ribeiro a “fé veio do berço” e tornou-se natural a integração na catequese e movimentos bem como toda a relação com a Igreja.
Atualmente é presidente do núcleo regional da associação católica de |
enfermeiros e profissionais de saúde de Viseu e essa responsabilidade leva-o a ter contacto com a realidade de várias paróquias e dioceses.
Em Viseu faz parte da equipa que organiza o 4º encontro nacional de Leigos, uma diocese onde se sente os leigos bem presentes.
“Os leigos vivem aqui muito o catolicismo, integrados em muito movimentos, uma diversidade que é bem vivenciada sinto que é uma região que participa bastante”, aponta.
Olivério Ribeiro confessou ainda sentir que falta espaços de debate dentro da Igreja sobre determinados temas.
“A sociedade em si e a comunicação social põem em causa alguns valores, por exemplo a eutanásia, o aborto, a questão de género… e a Igreja não se deve pôr de lado, deve discutir, debater e defender os próprios valores para esclarecer a população.
Se não participarmos, não debatermos as temáticas vai haver outros fatores que manifestam o seu peso e depois os valores saem defraudados”. É neste contexto que Olivério Ribeiro |
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sente o 4º encontro nacional de leigos como uma “grande oportunidade de debate, sendo um espaço para a reflexão e a partilha”.
Por vezes um leigo não está esclarecido e tem receio de debater, de se expor e estes encontros servem para esclarecer”.
“Este é o tempo” é a temática deste encontro que acontece em Viseu, no dia 18 de novembro, e este enfermeiro diz que este tempo tem de ser para olhar o outro. “Saber estar perante o outro, estar ao dispor, preocupar com a pessoa, com o ser humano quando está mais debilitado, somos um povo dado ao outro e tentamos resolver os problemas do outro”. |
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Leigos: É tempo de cuidar melhor da «ética»
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Agência ECCLESIA desafiou um dos membros da organização do 4.º Encontro Nacional de Leigos, que vai decorrer em Viseu entre 17 e 18 de novembro, a responder à questão que domina o evento: “Este é o tempo…”. Para a professora universitária Isabel Martins, de 57 anos, este é o tempo para cuidar melhor da “ética” e saber a que coisas devemos dizer “sim” e aquelas a que temos de dizer “não”. “Em todos os tempos a ética foi sempre uma questão muito |
complicada, e este é o tempo de assumir o que é sim e o que é não. E sabemos todos o que é bom e o que é mau, deixemo-nos de coisas”, salienta a docente de contabilidade, que refere-se de forma implícita aos casos que dominam a atualidade e onde a falta de ética é evidente. “Nos dias que vão correndo há muita gente que chegou a determinado sítio sem ter sido contrariada ao longo do percurso, e não tem coluna vertebral para chegar ao sítio certo”, frisa |
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aquela responsável, para quem é fundamental que as pessoas saibam os limites que devem pisar. Mesmo em outros casos como no drama dos incêndios. “Se nós tivéssemos um olhar para natureza desde sempre com esse deslumbramento de que o Homem jamais era capaz de construir esta infinidade bela de coisas que temos, e que não há nada mais belo…”, realça Isabel Martins. Para isso é preciso cuidar de uma cultura diferente “desde o berço”, tendo como intervenientes a “família”, a “escola” e também a Igreja, os valores cristãos. No caso de Isabel Martins, a formação cristã começou “ainda nem andava na primária”, com a convivência com o seu avô. A professora recorda os serões em que ele “rezava o terço no seu quarto e os filhos respondiam, a neta respondia”. O seu percurso mais empenhado na comunidade e na Igreja começou como catequista, depois quando entrou no mercado de trabalho e casou “deixou de ter tanto tempo”. Mas curiosamente foi quando chegaram as filhas e os netos, que |
vieram aos pares, é que voltou a estar mais ativa, também “na procura de algo que a ajudasse quer na profissão quer como mãe”. Entrou para um grupo chamado “Mães de Paula Frassinetti”, um movimento laical ligado às Irmãs Doroteias e que nasceu em Viseu. Hoje é presidente do movimento da Mensagem de Fátima, como que regressando ao berço e às memórias do avô a passar o terço. “Fátima é Portugal, somos nós, e é tão natural que se embrenha em qualquer um”, aponta Isabel Martins. Sobre a participação no 4.º Encontro Nacional de Leigos, e enquanto membro da organização, a professora universitária espera uma grande adesão por parte das pessoas num evento que procura abordar alguns dos temas mais prementes da atualidade, e o papel que os leigos cristãos deverão assumir neste contexto. “Este é o tempo de dar o exemplo e irmos todos juntos, de divulgarmos e fazermos as coisas acontecer”, frisa Isabel Martins. |
O papel dos leigos «é contínuo» |
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Maria do Céu Lopes é formada em Matemática Aplicada e transformou a sua fé na Prelatura da Opus Dei, que conheceu quando estudava em Lisboa. Atualmente, já está aposentada da docência universitária, por isso, dedica mais tempo, por exemplo, a “colaborar numa forma mais generosa” no Encontro Nacional de Leigos. “O papel dos leigos é muito mais importante do que estas participações que são esporádicas. O nosso papel é continuo. Estamos nas entranhas da sociedade e somos chamados a levar Deus ao mundo e levar o mundo a Deus”, afirmou em declarações à Agência ECCLESIA. Maria do Céu Lopes explica que na Prelatura habituou-se a ir às periferias como na catequese no bairro periférico da Pedrulha, em Coimbra, onde também preparou os catequistas “para o Crisma”. Depois da docência na Universidade de Coimbra, onde ficou mais perto da terra Natal (Trancoso), a entrevistada mudou-se para Viseu, ainda mais perto, onde “ajudou a Escola Superior de Tecnologia a nascer” sem deixar de colaborar “em atividades de formação”. |
“O ano passado dei um curso de formação Cristã para adultos numa paróquia. Na minha terra natal preparei os jovens para receber o sacramento do Crisma”, referiu, revelando que tem 65 anos. Regressando às periferias, Maria do Céu Lopes, formada em Matemática Aplicada, considera que as periferias intelectuais “são, às vezes, das mais esquecidas”. Neste contexto, explica que na moderação e apresentação do filme ‘O homem que viu o infinito’, no Festival de Cinema que está a decorrer e antecede o Encontro Nacional dos Leigos, convidou um matemático, “porque a história é sobre um matemático”, e um astrónomo: “Se calhar estas pessoas por vezes são um bocadinho esquecidas, se estivermos nesses meios podemos ajudar também.” “Tudo começa na família”, realçou sobre se é a Igreja que esquece os intelectuais ou se são os intelectuais que estão tão absorvidos que esquecem a Igreja. “Se não tivesse tido a educação cristã que tive na família provavelmente não estava aqui, ao longo da minha vida seria difícil beber. Na altura da |
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juventude, quando se vai para a universidade, acaba por ter umas quebras mas depois vemos as coisas a sério e afinal é a fé cristã que sacia a nossa ânsia de infinito”, desenvolveu. Maria do Céu Lopes realça que “a fé não muda” sendo preciso “usar uma linguagem para chegar às tais periferias de acordo com as pessoas e o público-alvo”. As pessoas a quem a fé se destina não usa a mesma linguagem hoje que usava há 80 anos, “nem sequer há 30”. “Por exemplo, o uso das tecnologias de informação hoje é fundamental e a Igreja está a compreender e a acompanhar justamente estas diferenças”, acrescenta. Nesse âmbito, a professora universitária sublinha que a linguagem “tem de ser adaptada a todos” e considera que o Espirito Santo, “como aconteceu no Pentecostes”, ajudou a que todos que ali estavam, independentemente, da sua cultura compreenderam o que Deus queria dizer através dos apóstolos “e hoje também é assim”. “A coerência entre a vida e a fé” é algo que se pede aos leigos porque ”a solução está na vivência autentica”. Segundo a professora aposentada não se pode ser “uma pessoa na Igreja e outra na vida familiar, profissional e social”. |
“A fé tem de impregnar todo o nosso viver, todo o nosso respirar, se formos assim testemunhos levedaremos a massa que é toda a sociedade”, afirma. O testemunho é para Maria do Céu Lopes a grande maneira de fazer com que as pessoas vejam e revela que na universidade “não dava catequese” aos alunos mas o facto deles verem a professora “ir à Missa podia ajudar”. “Nalguma ocasião que vão tirar dúvidas acabamos por lhes explicar usando uma linguagem que eles entendem abrir horizontes sobrenaturais que não quer dizer que sejam antinaturais, estão para além do natural, esses é que saciam a nossa fome de verdade”, concluiu a leiga da Prelatura do Opus Dei que está agora empenhada na organização do Encontro Nacional de Leigos.
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Humanismo ao serviço do doente
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Embrenhado na preparação do Encontro Nacional de Leigos, Paulo Batista defende que este é o tempo de expor a fé no trabalho que faz. Médico internista, segue o lema do encontro de Viseu para defender: “Este é o tempo de pormos o humanismo ao serviço do doente”.
O profissional sente a profissão como uma concretização da sua fé. “Isso foi algo que cresceu em mim, desde o início dos estudos”. Com um grupo de colegas acabou por formar um grupo de jovens, |
na Faculdade de Medicina, com assistência de uma religiosa, em Lisboa. “Não posso dissociar o médico do cristão, até porque ser cristão melhor a minha interação com os doentes”, explica.
“Ser cristão é isto, entregarmo-nos aos outros”, acrescenta. Num mundo em que o ter vale mais do que o ser, este médico separa bem as águas e explica aqui o que lhe dá sentido à vida. Faz voluntariado, pertence à Associação dos Médicos Católicos, ajuda o Movimento |
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da Mensagem de Fátima no acolhimento aos peregrinos, essencialmente em maio, e costuma acompanhar doentes à Cova da Iria.
“Sem estar à espera de retorno, do ter, entrego-me a estas causas”, assinala.
Paulo Batista fala num tempo de grande agitação social, em que “há infelizmente cada vez mais segregação, distinção ricos-pobres”.
“E este é o tempo privilegiado que temos de expor a nossa fé, no trabalho que fazemos: tentar servir todos, sem distinção, melhorar a qualidade de vida de cada um”, sustenta.
“Este é o tempo de fazermos mudanças do paradigma do individualismo, colocando-nos ao serviço dos outros”, diz ainda.
Um trabalho que se faz “pelo exemplo”, de “retidão de vida”. “Não adianta estarmos a pregar muito às pessoas, não, é fazer pelo nosso exemplo”, defende.
Na opinião deste leigo, a Igreja pode sempre conseguir formas de cativar mais pessoas e se tornar mais dinâmica para “ir à procura” de quem se afastou, por diversos motivos. O entrevistado mostra-se |
convencido de que a Igreja “não se esquece do mundo intelectual”, mas admite que a busca da “evidência” faz com que muitos deixem de lado o que transcende o próprio ser humano. “Falta ver a beleza da natureza, de onde vem tudo isto, qual é a essência, que é invisível”, conclui.
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Investigador em História Medieval afirma que «este é o tempo» «cheio de potencialidades e a esperança é possível» |
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O investigador em História Medieval João Luís Fontes desde cedo que integra várias instâncias da Igreja, primeiro a catequese depois o trabalho com os jovens e considera que “este é o tempo de muitas coisas”, logo o tema do Encontro Nacional de Leigos (ENL) “é um desafio”. “Muitas vezes a nossa perspetiva é negativa sobre o tempo presente como se o que fosse bom é o que não existe ou a esperança do que pode vir”, refere o pai da Madalena e do Francisco. Em declarações à Agência ECCLESIA, o entrevistado explica que o tema ‘Este é o tempo’ procura situar no presente e “olhar para a realidade” que se vive hoje porque é o que é dado a viver e “perceber que, como todos os tempos, tem as suas dificuldades mas também cheio de potencialidades e onde a esperança é possível”. “Nós que saímos ou que, pelo menos, temos na nossa vida recente tempos difíceis por um lado desemprego em termos económicos mas, neste momento, algum desalento face |
aos trágicos acontecimentos dos incêndios dizer que apesar de tudo há sempre uma esperança, que é possível, este é sempre um tempo de recomeçar”, desenvolveu João Luís Fontes. Um contexto onde pode situar-se o subtítulo do ENL: ‘Para esperar contra toda a esperança, para trabalhar pela justiça e pela paz, para amar as pessoas, para amá-las uma a uma.’ “É sempre algo que só ganha espessura quando se torna concreto, quando encarna na vida das pessoas se não continuam só a ser ideias bonitas. É uma coisa que se faz todos os dias a todos os momentos, como uma vocação, implica sempre um sim repetido.” Para o leigo empenhado levar ao encontro pessoas que testemunhem a sua própria experiência é afirmar que “não é simplesmente uma esperança na cabeça” de cada um mas “é uma possibilidade que já acontece na vida de muitas pessoas”. “Isso pode ser um alento e um estimulo para que também sejamos |
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criativos na forma de ultrapassar os problemas e de fazer nascer a esperança na nossa vida e na vida dos outros”, assinala, observando que na sua opinião os leigos estão empenhados neste tempo e na ação a que são chamados. “O objetivo do encontro é mesmo esse de dar sobretudo a voz aos leigos, dar essa visibilidade, não só dentro da Igreja mas também para fora, para todo o mundo”, refere. Assim, o entrevistado destaca que o ENL é “bastante importante” porque pretende ser espaço de “consagração e diversidade de olhares” e |
diversidade de perspetivas onde se pergunta aos leigos como é que um determinado tema, na perspetiva cristã, “implica na sua vida concreta desde o nível profissional, familiar, da relação com o meio ambiente e até o seu compromisso na Igreja e com a Igreja”. Aos 45 anos, o investigador em História Medieval recorda que é, desde cedo, um leigo ativo na Igreja em várias instâncias, primeiro ao nível da catequese e depois no trabalho com os jovens correndo as várias etapas: Paróquia, vicarial (Torres Vedras), a nível diocesano e no Departamento |
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Nacional da Pastoral Juvenil. Da sua experiência, João Luís Fontesafirma que “nunca é fácil” aos jovens darem testemunho de vida cristã mas “sentem-se muito mais interpelados pelo testemunho concreto das pessoas”. “Em muitos aspetos o Evangelho é também uma contra corrente porque desmente muitas visões da realidade que estão em voga. Um desafio de grande liberdade e exigência”, explica. O Encontro Nacional de Leigos começa com um concerto para jovens do cantautor português Samuel Úria (17 novembro, Viseu) e o professor
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assinala que a temática juvenil foi uma “preocupação transversal a toda a edição”. Neste mesmo sentido, refere que o facto de terem escolhido alguém que tem uma “linguagem musical muito própria é muito desafiante”. “Não devemos ter medo de o fazer e ajudar a fazer com os jovens a leitura daquilo que se quer transmitir e porque se transmite naquela linguagem e dizer que nada daquilo que é linguagem e lhes é caro é estranho ao Evangelho ou à linguagem de dizer Deus ou aquilo em que acreditamos”, comenta. João Luís Fontes refere que cada um, |
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no concreto da sua vida, tem de aprender a melhor forma de responder aos “desafios” e todos fazem o “esforço” de procurar a resposta ao tema ‘Este é o tempo’. “Na minha vida vou procurando fazer isso se calhar pensando ou refletindo um bocadinho na forma sobretudo como construo a relação com as |
outras pessoas - na minha vida familiar, com a minha mulher, filhos, na vida profissional. Vamos aprendendo a fazer vivendo e refletindo sobre o que consegui fazer bem, o que tenho de melhorar e sobre as minhas atitudes concretas”, desenvolveu. |
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Ano dos Leigos no Brasil
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Após as comemorações do Ano Nacional Mariano, instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja no Brasil se prepara agora para celebrar a abertura do Ano do Laicado no próximo dia 26 de novembro. Com o tema “Cristãos Leigos e Leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema “Sal da Terra e Luz do Mundo”, a iniciativa de acordo |
com o Papa Francisco, deseja fazer crescer “a consciência da identidade e da missão dos leigos na igreja”. “O Ano do Laicado nos empolga e fomenta em nós uma feliz e agradável expectativa, para juntos escutarmos o que diz o Espírito Santo aos nossos corações e assumirmos a ação transformadora na Igreja e no mundo. A obra é de Deus e de todos nós”, afirma o presidente da Comissão |
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Episcopal Pastoral para o Laicado da CNBB, D. Severino Clasen. O bispo espera que no Ano do Laicado, a partir de cada reflexão, os leigos possam ouvir Jesus Cristo os chamando e os enviando para serem sal, luz e fermento na massa. “Vamos todos, através da oração e meditação da Palavra de Deus, de olhos abertos para a realidade onde vivemos, transformar as injustiças em relações de paz e amor”, exorta. Para o bom êxito do Ano Nacional do Laicado, que seguirá até o dia 25 de novembro de 2018, o assessor da Comissão para o Laicado, Laudelino Augusto dos Santos Azevedo, aponta que é preciso em primeiro lugar a abertura do coração, presença e participação de todos. “É participando que a gente vai adquirir conhecimentos, experiências, vai entender melhor a nossa identidade como cristão leigo e leiga, a nossa vocação, espiritualidade e missão”, garante. De acordo com a secretária da Comissão, Pietra da Silva os membros da Comissão Especial para o Ano do Laicado estão muito felizes com a procura do material pelas dioceses e paróquias. “A gente recebe muitos emails e telefonemas; todo mundo |
solicitando o material e é aí que a gente percebe que o Ano do Laicado está acontecendo e está acontecendo em todos os regionais e em todas as dioceses”, afirma. Para ela, ter esse contacto com o material é um momento também de aprendizado. “A partir do material que estamos produzindo, vamos aprendendo sobre qual é o nosso papel dentro da Igreja, dentro do mundo em que vivemos e também vamos passando isso para as pessoas que estão à nossa volta e as pessoas com as quais convivemos”, afirma.
Conferência Nacional de Bispos do Brasil |
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Confederação Nacional do Apostolado
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No próximo dia 18 irá decorrer em Viseu o 4º Encontro Nacional de Leigos, organizado pela Confederação Nacional do Apostolado dos Leigos (CNAL). Esta organização “que sucedeu ao Conselho Nacional de Movimentos e Obras, é uma pessoa canónica privada, constituída por 42 associações de fiéis, movimentos eclesiais e novas comunidades de apostolado dos leigos, aprovada em 2011 pela Conferência Episcopal Portuguesa”. Assim esta semana a minha proposta passa pela visita ao sítio www.cnal.pt. Este espaço «tem por finalidade proporcionar uma plataforma de comunhão entre os leigos em Portugal, no intuito de testemunhar as razões da sua fé, fomentar o conhecimento recíproco, promover o discernimento cristão comunitário das realidades contemporâneas e dos desafios da sua evangelização e, assim, contribuir para uma maior unidade de espírito e de ação no serviço dos leigos no mundo». Na página inicial atualmente em |
destaque está o encontro nacional cujo tema é “Este é o tempo” e que pretende ser um momento de “encontro, reflexão e missão, na convicção que a comunhão abre caminhos amplos para servir a pessoa inteira e construir uma sociedade melhor”. Em CNAL dispomos de um conjunto de informações que nos ajudam a conhecer melhor esta estrutura. Nomeadamente em história percebermos como foi constituída e quais os antecedentes que levaram à criação desta confederação. Ficamos ainda a saber que os principais objetivos são: “promover a comunhão entre os seus membros e entre estes e outras entidades eclesiais; fomentar o discernimento cristão das realidades contemporâneas e dos desafios da sua evangelização; contribuir para uma maior unidade de espírito e de ação no serviço dos leigos no mundo”. Na opção “membros do CNAL” é possível conhecer detalhadamente os mais de quarenta organismos que a compõem. Além da morada e contacto telefónico dispomos do endereço de email e a ligação para a respetiva |
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página online de cada membro. Caso pretenda aprofundar detalhadamente como foram os encontros nacionais prévios, é possível faze-lo clicando em “encontros nacionais”. Pode então ver as fotografias, os vídeos e alguns dos textos que foram apresentados nas anteriores edições. Este é claramente um excelente repositório do que de melhor se vai fazendo no que a esta matéria diz respeito. Por último no item “inscrições” pode obter todas as informações relativas |
ao 4º encontro em terras do Viriato. Desde acesso detalhado ao programa, informações de alojamento, localização, inscrição online e outras notícias relevantes. Aqui fica lançado o repto para que visite atentamente este espaço porque “este é o Tempo para esperar contra toda a esperança, para trabalhar pela Justiça e pela Paz, para amar as pessoas, para amá-las uma a uma.”
Fernando Cassola Marques |
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Portugal Católico – A beleza na diversidade
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai apresentar, dia 21 deste mês, às 18h00, na aula magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, a obra «Portugal Católico – A beleza na diversidade». Para além de Marcelo Rebelo de Sousa, a obra – com direção de José Eduardo Franco e José Carlos Seabra Pereira - vai ser apresentada também pelo presidente da Conferência |
Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, realça o programa enviado à Agência ECCLESIA. Com a chancela do Círculo de Leitores/temas e Debates, no lançamento da obra realiza-se também uma sessão musical com Cuca Roseta, Rão Kyao e Teresa Salgueiro, lê-se. O livro “especial” foi preparado para assinalar a visita do Papa Francisco a Portugal. |
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O Papa Francisco saudou, a 20 de setembro, os responsáveis pelo projeto editorial «Portugal Católico. A beleza na diversidade», antes de receber uma edição especial da obra, no Vaticano. Segundo José Eduardo Franco, um dos responsáveis pela publicação, a obra apresenta uma “radiografia do catolicismo em Portugal na sua realidade dinâmica e multifacetada” frisou o responsável. A obra «Portugal Católico. A beleza na diversidade» reúne “204 textos-síntese, de 190 autores, intercalados com uma forte componente |
imagética, constituída por fotos (aéreas e terrestres), gravuras que acompanham os conteúdos escritos e um conjunto de poemas de diversos grandes autores portugueses que se distribuem em 14 capítulos”. A publicação conta com o apoio da Conferência Episcopal Portuguesa, da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, da Fundação Calouste Gulbenkian, da União das Misericórdias Portuguesas e da Santa Casa da Misericórdia do Porto; teve ainda o mecenato pessoal de Alexandre Soares dos Santos. |
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novembro 2017 |
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11 de novembro. Bragança - Bairro Artur Mirandela - Centro Social Paroquial dos Santos Mártires (Bragança) promove formação de música para a infância.
. Fátima - Jornadas Nacionais da Pastoral Familiar com o tema «O Evangelho da Família - Alegria para o mundo» - termina a 12 de novembro
. Leiria - Mercado de Sant´Ana - Campanha solidária da Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima - termina a 12 de novembro
. Aveiro - Encontro nacional da JOC - termina a 12 de novembro
. Fátima - Colégio do Sagrado Coração de Maria - As religiosas do Sagrado Coração de Maria (SCM) realizam o seu encontro nacional, em Fátima, com o tema «Enchei as talhas».
. Évora - Vila Viçosa - Reunião geral dos diáconos permanentes da Diocese de Évora
. Portalegre - Sertã (Santuário de Nª Srª dos Remédios), 09h30 - Jornadas do núcleo centro do Movimento
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dos Cursilhos de Cristandade com o tema «A Santificação dos Pastorinhos» e celebração presidida por D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco.
. Guarda - Seminário da Guarda, 09h30 - Dia Diocesano do Catequista
. Coimbra - Instituto Justiça e Paz, 09h30 - Conferência sobre os 50 anos da «Populorum Progressio» com o tema «Desenvolvimento, Justiça e Paz» e promovida pela Comissão Diocesana Justiça e Paz que contará com: Pedro Vaz Patto, (presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz), João Carlos Loureiro (membro da CDJP), Suzana Tavares da Silva (Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra), António Portugal (Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra) e Belmiro Pereira (Faculdade de Letras da Universidade do Porto).
. Vimioso, 20h30 - O Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil e Vocacional de Bragança-Miranda está a promover o ‘GODTALENT 2017’ para “os jovens talentos”, a partir das 20h30, em Vimioso.
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12 de novembro. Semana dos Seminários – até 19 de novembro
13 de novembro. Fátima - Casa das Dores - Assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (termina a 16 de novembro)
. Coimbra – Seminário, 19h30 - Apresentação da proposta «Caminho de Emaús» dirigida a rapazes e raparigas entre os 18 e os 35 anos da Diocese de Coimbra.
14 de novembro. Lisboa - Grande auditório do ISCTE - Congresso Nacional da Economia Social – termina a 15 de novembro
. Lisboa - Assembleia da Missão Press
. Fátima - Casa das Dores, 21h15 - Conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa
15 de novembro. Lisboa – UCP - Conferência «A questão sinótica e o Evangelho de Marcos» por Tolentino Mendonça |
. Sala Plana – FAUP, 15h00 - As provas públicas de doutoramento do arquiteto João Luís Marques vão decorrer às 15h00, na Sala Plana, FAUP, subordinadas ao tema 'A igreja na cidade, serviço e acolhimento, arquitectura portuguesa 1950-1975'.
. Santarém - Sala dos Atos, 21h00 - Conferência «Ser pobre: fatalidade ou desumanidade?» proferida por Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa.
16 de novembro. Lisboa - Escola de Hotelaria da cidade, 18h00 - A obra «Ao sabor da Bíblia» da autoria de Luis Lavrador vai ser apresentada dia 16 deste mês, em Lisboa (Rua Saraiva de Carvalho nº 41), na Escola de Hotelaria da cidade. |
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II Concílio do Vaticano: Renovação contextualizada no espaço e no tempo |
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No início do II Concílio do Vaticano (outubro de 1962), Portugal vivia numa “ditadura”, “com falta de liberdade”, “muita censura” e com “grande atividade da Polícia chamada PIDE”, disse à Agência ECCLESIA o bispo emérito de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva. Ordenado sacerdote em julho de 1954, D. Serafim Ferreira e Silva estudou também em Roma (Itália) e acompanhou “todo o percurso do pré-concílio, durante o concílio e pós-concílio” e acrescenta que até escreveu “alguns artigos” e “um livro” sobre este acontecimento da Igreja. Ao recordar estes tempos e os “50 anos desta caminhada” - o prelado – nascido em junho de 1930 e natural da Diocese do Porto (Maia) – realça que pede “a Deus que haja – não apressadamente, mas sem demora – um novo concílio”. No entanto, acrescenta o bispo emérito de Leiria-Fátima, o espírito conciliar deve “permanecer e desenvolver”. Defensor de um “novo concílio” nos próximos tempos, D. Serafim Ferreira e Silva deseja também que “haja uma renovação permanente da Igreja que é a mesma, mas que tem de se contextualizar no espaço e no tempo”. A mensagem que o II Concílio do Vaticano trouxe ao mundo e à Igreja “não está esgotada” porque “ultrapassa o tempo para fora do tempo”, mas aconselha a uma “renovação, visto que há culturas diferentes”, sublinhou. Quando se deu a abertura do II Concílio do Vaticano (11 de outubro de 1962), o bispo emérito estava em Portugal, mas foi a Roma – estava lá o seu bispo (D. António Ferreira Gomes) – e teve “a honra de entrar na aula conciliar”. E adianta que viveu “intensamente”
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este acontecimento convocado pelo Papa João XXIII. No diálogo que teve com D. António Ferreira Gomes (na altura estava exilado em Espanha), D. Serafim Ferreira e Silva recorda os “diálogos e as notícias dadas” pelo então bispo do Porto. O prelado – recebeu a ordenação episcopal em 1979, na Basílica do Sameiro (Braga) – confidenciou à Agência ECCLESIA que lhe apresentou “alguns votos” e ele foi “cumpridor” dos seus desejos, mas “era uma unidade no meio de uma pluralidade”. D. Sebastião Soares de Resende (bispo da Beira - Moçambique) e D. António Ferreira Gomes (bispo do Porto, mas exilado) foram os bispos portugueses que tiveram intervenções na |
primeira sessão do II Concílio do Vaticano que “marcaram a palavra pelo magistério”. Ordenado padre antes do concílio, D. Serafim Ferreira e Silva sublinha que o “mais fácil de fazer, foi colocar em prática as alterações litúrgicas” e “as alterações canónicas”. Ao nível das dificuldades, o prelado cita a “adaptação bíblica da «Verbum Dei», uma constituição que mantém toda a atualidade”, enquanto outros textos “envelheceram”. Para o prelado, “a «Gaudium et Spes», o documento sobre as comunicações sociais e a «Sacrosanctum Concilium» precisam de ser novamente reescritos”, visto que “o mundo alterou-se muito”. LFS |
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As religiosas do Sagrado Coração de Maria (SCM) realizam o seu encontro nacional, dia 11 deste mês, em Fátima, com o tema «Enchei as talhas». O evento decorre no Colégio do Sagrado Coração de Maria e conta com intervenções do padre Almiro Mendes e Fátima Pimparel que falarão sobre «Desafios de hoje», uma conversa moderada por Paulo Rocha, lê-se no programa enviado à Agência ECCLESIA.
O Departamento Nacional da Pastoral Familiar vai promover as suas jornadas nacionais com o tema ‘O Evangelho da Família, alegria para o mundo’, a 11 e 12 de novembro, no centro Paulo VI, em Fátima.
A Igreja Católica vai celebrar de 12 a 19 de novembro a Semana dos Seminários, apresentando estas instituições como “sinal da esperança para a Igreja e para o mundo”. A Semana dos Seminários de 2017 tem como lema ‘Fazei o que Ele vos disser’, inspirado numa passagem do Evangelho, as bodas de Caná.
A Conferência Episcopal Portuguesa vai encerrar os trabalhos da sua próxima Assembleia Plenária a 16 de novembro, na nova sede do episcopado, em Lisboa. A 193.ª Assembleia Plenária da CEP começa na segunda-feira, em Fátima, com o discurso do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, pelas 16h00, na Casa de Nossa das Dores. |
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h30 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
Domingo: 10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia;
Segunda-feira: 12h00 - Informação religiosa
Diariamente 18h30 - Terço
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![]() RTP2, 13h00Domingo, 12 de novembro - Viana do Castelo: Diocese há 40 anos
Segunda-feira, dia 13 novembro, 15h00 - Entrevista ao padre José Alfredo sobre a Semana dos Seminários.
Terça-feira, dia 14 novembro, 15h00 - Informação e entrevista ao padre Querubim Silva sobre as I Jornadas da Escola Católica
Quarta-feira, dia 15 novembro, 15h00 - Informação e entrevista a António Fonseca sobre o Encontro Nacional de Leigos
Quinta-feira, dia 16 novembro, 15h00 - Informação e comentário à atualidade
Sexta-feira, dia 17 novembro, 15h00 - Entrevista. Comentário à liturgia do domingo com o padre João Loureço e Juan Ambrosio.
Antena 1 Domingo, 12 de novembro, 06h00 - Semana dos Seminários com os responsáveis das instituições D. António Augusto Azevedo, Padre Helder Alexandre, da diocese de Angra e Pe António Abel Canavarro.
Segunda a sexta, 13 a 17 de novembro, 22h45 - Leigos em Portugal - testemunhos de António Fonseca; João Luis Fontes; Rosário Lupi Bello; António Borges Correia e Alexandra Viana Lopes
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Ano A – 32.º Domingo do Tempo Comum |
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Preparados para acolher o Senhor |
O convite à vigilância marca a liturgia deste 32.º Domingo do Tempo Comum. Recorda-nos que a segunda vinda do Senhor Jesus está no horizonte final da história humana. Devemos caminhar pela vida sempre atentos ao Senhor que vem e com o coração preparado para o acolher. Esta temática está mais explícita no Evangelho de Mateus, que retoma a “parábola das dez virgens”, originariamente usada como apelo no sentido de os israelitas não perderem a oportunidade de participar na grande festa do Reino. Em Mateus, a parábola torna-se uma exortação a estar preparado para a vinda do Senhor, a qual pode acontecer no momento menos esperado. O que é que significa “estar preparado para acolher a vinda do Senhor”? Significa escutar as palavras de Jesus, acolhê-las no coração e viver de forma coerente com os valores do Evangelho. “Estar preparado” significa, fundamentalmente, viver na fidelidade aos projetos do Pai e amar os irmãos até ao dom da vida, em todos os instantes da nossa existência. Nós, os cristãos do séc. XXI, não somos significativamente diferentes dos cristãos que integravam a comunidade de Mateus. Também percorremos um caminho de altos e baixos, em que os momentos de entusiasmo e de compromisso alternam com os momentos de instalação, de comodismo, de adormecimento, de pouco empenho. As dificuldades da caminhada, os apelos do mundo, a monotonia, a nossa fragilidade levam-nos, frequentemente, a esquecer os valores do Reino e a correr atrás de valores efémeros, que parecem garantir-nos a felicidade e só nos arrastam para caminhos de escravidão e de frustração. |
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O Evangelho deste domingo lembra-nos que a segunda vinda do Senhor deve estar sempre no horizonte final da nossa existência e que não podemos alienar os valores do Evangelho, pois só eles nos mantêm identificados com o Senhor Jesus que há de voltar para nos oferecer a vida plena e definitiva. Enquanto caminhamos nesta terra devemos, pois, manter-nos atentos e vigilantes, fiéis aos ensinamentos de Jesus e comprometidos com esse Reino que Ele nos mandou construir. “Estar preparado” significa, sobretudo, viver dia a dia, de forma comprometida e entusiasta, o nosso compromisso batismal. “Estar preparado” passa por |
descobrirmos dia a dia os projetos de Deus para nós e para o mundo e procurar concretizá-los, com alegria e entusiasmo. “Estar preparado” passa por fazermos da nossa vida, em cada instante, um dom aos irmãos, no serviço, na partilha, no amor, sempre ao jeito de Jesus. Em mais uma semana, procuremos não adormecer na rotina e no desânimo. Procuremos vigiar, prever, cuidar, estar atentos, de maneira a estarmos prontos para o encontro com Jesus Cristo, o único que nos plenifica de alegria.
Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
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Iraque: Campanha regresso dos crsitãos à planice de NíniveUma dor sem fim |
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A vila de Batnaya esteve nas mãos dos jihadistas durante três anos. Uma ocupação que começou em 2014. Os terroristas destruíram quase tudo. Nem a Igreja escapou. A população teve de fugir. O Padre Salar foi o primeiro a entrar nas ruínas da Igreja de São Qiryaqosh depois da libertação da vila, já este ano. Ao fim de 10 minutos teve de sair. Não aguentou ver tanta destruição…
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o lado havia, sim, sinais da presença dos terroristas, da profanação da igreja. “A bandeira do Daesh (o auto-proclamado Estado Islâmico) ainda estava hasteada – recordou, numa entrevista, à Fundação AIS. Retirei a bandeira e levantei a Cruz.” O Padre Salar Kajo ficou estupefacto com a dimensão da destruição, com a falta de respeito dos terroristas por aquele lugar sagrado. “Escreveram frases do Corão nas paredes e praticaram tiro ao alvo no Santuário.” Nada escapou à fúria da maldade, ao ódio sem limites. “É muito doloroso. Fiquei na igreja 10 minutos, não mais. Depois saí, porque não reconhecia a minha igreja…” O regresso a casa para as populações de Batnaya é ainda uma incógnita. Todos querem voltar mas todos têm medo do que vão enfrentar. O Padre Salar tem consciência de que os próximos tempos vão ser duros, muito duros, e só com a ajuda constante da comunidade internacional, só com a ajuda concreta de instituições como a Fundação AIS será possível a estas pessoas reconstruírem as suas casas, refazerem as suas vidas.
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Sem escolha O Padre Salar Kajo guarda na sua memória tudo o que tem vivido desde esse fatídico mês de agosto de 2014 quando a fúria jihadista atravessou a região como se fosse um ‘tsunami’ gigantesco. Tal como todos os habitantes de Batnaya, também ele teve de partir apressadamente, levando consigo apenas a roupa que trazia vestida. O Padre Salar conhece como poucos a realidade iraquiana. Sabe que os tempos são delicados e que o futuro é uma incógnita. “Os Cristãos não têm escolha”, diz. “Se quisermos libertar o Iraque, o Ocidente e o Oriente do Daesh, dos terroristas, temos de trabalhar as mentalidades. Os verdadeiros Cristãos têm de acreditar em si próprios para se tornarem luz e sal. Agora – acrescenta – a nossa missão é mais clara. Temos de ser luz e sal.” Os 10 minutos em que esteve na Igreja de São Qiryaqosh foram suficientes para o Padre Salar compreender
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bem a dimensão da destruição do templo, a dimensão da violência que se precipitou sobre aquela região aprisionada durante três anos pelos jihadistas. Agora, é tempo de refazer, de reconstruir casas e vidas. O Padre Salar pede, encarecidamente, para isso, a ajuda da Fundação AIS. Os cristãos iraquianos não podem ser abandonados outra vez. O regresso a casa é uma prioridade para as famílias cristãs. É preciso dar-lhes a mão. O Padre Salar mostra-se optimista, apesar de tudo. “Esta situação faz-nos rezar mais, aproxima-nos de Deus, para Lhe pedirmos a força e a graça de ficar com as pessoas.” Os próximos tempos, os próximos anos vão ser duros, vão colocar a comunidade cristã iraquiana à prova. Mas vão colocar também à prova a solidariedade dos cristãos em todo o mundo. Incluindo os portugueses. Incluindo cada um de nós. Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt |
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As luzes e as sombras de Angola |
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Tony Neves |
11 de Novembro é data grande para os angolanos. Nesse dia tocaram os sinos e foi proclamada a independência. Estávamos em 1975, o que quer dizer que já passaram 42 anos! Sim, o tempo passa a correr, mas nem tudo corre bem. A esperança depositada na construção de um país livre, democrático, cheio de gente feliz ainda está por concretizar. Não há razões para baixar os braços ou atirar a toalha ao chão, mas é tempo de arregaçar as mangas e fazer tudo o que estiver ao alcance para que os sonhos se transformem em realidade. A eleição de um novo Presidente da República é um sinal importante e gerador de esperança. Há notícias que marcam pontos e felicito a decisão de obrigar (mas a sério!) todos os detentores de cargos públicos a tornar também públicos os seus bens e rendimentos. Esta prática habitual nos regimes democráticos é das raras formas de poder ver até que ponto os governantes servem ou se servem do povo. Todos percebem que há muita gente a engordar à custa da miséria dos povos que dirigem e, por isso, aplaudo esta decisão de tomar a sério a governação como serviço e não como meio de enriquecer ilicitamente. São muitos os desafios que se lançam aos novos líderes angolanos. Não se põe em causa a sua competência, mas muitos questionam se eles terão ou não força (coragem não lhes faltará!) para impor um estilo de governação que faça sair o país do buraco económico-financeiro em que se meteu. E mais: que sejam amplificadas as liberdades do povo, que haja justiça social, que se desvincule |
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o Estado do partido do governo, que se dê igualdade de oportunidades a todos os cidadãos, que se apoiem mais as instituições que têm dado provas de servir e amar o povo… Parece que, ao longe, estou a querer dar lições de economia, justiça e direitos humanos a quem, no terreno, tem obrigação de saber mais e melhor do que eu. Mas não! Limito-me a
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rever as últimas mensagens dos Bispos católicos de Angola, onde estas ideias e propostas estão bem patentes. Todos queremos o melhor para Angola e para os angolanos que amamos. Por isso, me associo à festa do 11 de Novembro com a alegria de acreditar que o futuro vai ser melhor, porque mais justo e mais democrático. |
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