04 - Editorial:

      João Aguiar Campos

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

12 - Opinião

       D. Pio Alves 

14 - A semana de

        Paulo Rocha

16 - Entrevista
       D. António Francisco
       dos Santos

24- Dossier

       Educação Cristã

32 - Jornadas de Comunicação                Social

 

 

 

 

40- Internacional

44- Cinema

46 - Multimédia

48 - Estante

50 - Vaticano II

52 -  Agenda

54 - Liturgia

56 - Programação Religiosa

57 - Por estes dias

58 - Apps pastorais

60 - Fundação AIS

62 - LusoFonias

 

 

 

Foto da capa: Agência Ecclesia
Foto da contracapa:  Agência Ecclesia

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Margarida Duarte, Sónia Neves, Carlos Borges, Catarina Pereira
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Opinião 

 

 

 

 

 

Guardar a Fé – Guardar o Outro

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Papa está a mudar comunicação da Igreja

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Comunicar no ambiente digital

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João Aguiar Campos | Tony Neves 

 

Agora, algum silêncio, pf

João Aguiar Campos

 

Foram de ruído as últimas semanas. Sim, essencialmente de ruído; porque o som é outra coisa e tem outra fecundidade.

Digam-me que tudo isto não é mais que um preço a pagar pela democracia e eu compreendo e aceito. Como em relação a qualquer outro preço, deixem-me, no entanto, discutir também este, confrontando-o com a qualidade do produto…

Feito isto, descobrem-se facilmente algumas malhas fugidas ou prazos no limite. O que, de outro modo, se diz assim: a nossa democracia precisa de continuar a purificar-se, lavando-se de clientelismos, de profissionais do slogan e meros pregoeiros de promessas.

Penso, por isso, que, passados os dias em que uns comemoraram e outros verteram a surdina de uma lamúria, era bom fazer agora algum silêncio e, num assumido recato, limpar o futuro.

É que no ruído das semanas proliferaram as promessas; agora, o silêncio deveria ajudar a escolher a (pequena) parte possível dos sonhos anunciados. O resto, todos o sabemos, tem a reduzida validade de um comício ou a escassa objectividade de uma declaração de rua...

 

 

 

 

 

 

 

 


Escrevo-o sem ponta de ironia ou ar de escândalo. Aliás, como haveria de escandalizar-me, se a imaginação é a louca da casa, não paga impostos, alimenta títulos, entusiasma pedintes e ocupa estrategas?

Mas vou ainda mais longe: embora não me considere um modelo de generosidade, tenho para mim que um político que cumpra um terço do que anuncia merece um prémio de eficácia. Acredito, sinceramente, que não é por mal que não vai mais além. A culpa não é dele; é de uma 

 

 

coisa esquisita, chamada realidade, que tem essa estranha e persistente mania de, meros 15 dias após a posse, surpreender os eleitos e/ou os seus consultores…

Repito: não estranho que os políticos faltem às promessas ou até agressivamente as contradigam. Assusta-me, isso, sim, que as façam sem se aperceberem da sua impossibilidade.

Tudo porque continuo a acreditar que a política é uma nobre arte e tem de ser coisa séria!...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

29-09-2013
Eleições Autarquicas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Os chefes da Igreja foram com frequência narcisistas, amantes da bajulação e influenciados negativamente pelos seus cortesãos. A corte é a lepra do papado” Papa Francisco

 

 

 

“A votação de dia 29 é uma ocasião para os vários povos nos vários municípios dizerem duas coisas: o que acham da situação política nacional e por outro lado o que é que acham da situação no seu município". Marcelo Rebelo de Sousa

 

 

 

 

 

 

 

 

“É uma pena ouvir pais desculparem-se de não orientarem os filhos na educação cristã com o argumento de que quando forem grandes eles é que vão decidir. Também vão decidir nessa altura se vão à escola ou ao médico ou se aceitam integrar-se na família?” D. Manuel Pelino

 

 

 

"Uma grande luz invadiu-me, durou apenas um momento, embora me tenha parecido imenso tempo. Assim que a luz desapareceu, levantei-me e dirigi-me à sala onde os cardeais me esperavam e para a mesa onde estava a ata de aceitação”. Papa Francisco

 

 

Patriarca saúda canonização
de João XXIII e João Paulo II

D. Manuel Clemente afirmou que a canonização de João XXIII e de João Paulo II é uma afirmação da santidade nas “circunstâncias do mundo atual” e na “Igreja conciliar e pós-conciliar”.

A canonização de João XXIII e de João Paulo II foi anunciada pelo Papa Francisco, esta terça-feira, marcando a celebração para o dia 27 de abril de 2014.

Em declarações ao jornal ‘Voz da Verdade’, o patriarca de Lisboa referiu que canonizar estes dois Papas é valorizar duas figuras “muito próximas” da atualidade, sobretudo pela marca que deixaram no Concílio Vaticano II.

“Os dois estiveram ligadíssimos a este acontecimento maior da Igreja contemporânea, em cuja fase de receção ainda estamos, absorvendo muito do que o Concílio Vaticano II, há 50 anos, nos ofereceu”, disse D. Manuel Clemente.

O patriarca de Lisboa recordou que foi o Papa João XXIII que convocou o Concílio, por “inspiração divina” e também 

 

pela sua “grande alma”, e João Paulo II foi “um dos mais jovens bispos conciliares”, tendo contribuído para a reflexão antropológica dos documentos do Vaticano II.

A data escolhida por Francisco coincide com o segundo domingo do tempo pascal, da Divina Misericórdia, celebração instituída por João Paulo II e na véspera da qual o Papa polaco faleceu, em 2005.

Durante a viagem de regresso do Brasil o Papa justificou a decisão de juntar no mesmo dia a canonização dos seus dois predecessores: "Fazer a cerimónia de canonização dos dois juntos quer ser uma mensagem para a Igreja: estes dois são bons, eles são bons, são dois bons".

Francisco reconheceu oficialmente um segundo milagre de João Paulo II em julho, depois de ter recebido o parecer favorável da Congregação para as Causas dos Santos, o que vai permitiu avançar com a canonização do beato polaco.

 

 

 

 

 

 

No mesmo dia, Francisco aprovou a canonização de João XXIII, falecido há 50 anos, após ter recebido o parecer favorável da Congregação para as Causas dos Santos, dispensando o reconhecimento de um novo milagre.

João Paulo II foi proclamado beato por Bento XVI a 1 de maio 

 

de 2011, na Praça de São Pedro.

A canonização, ato reservado ao Papa, é a confirmação, por parte da Igreja, de que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

 

 

UCP: Semana Cultural ajuda professores
a ensinar nativos digitais

A Semana Cultural que está a decorrer na Universidade Católica Portuguesa (UCP) tem por objetivo criar “empatia entre a geração do docente e do discente”, entre professores e os “nativos digitais”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, a reitora da instituição, Maria da Glória Garcia, disse que os professores precisam de “perceber os alunos” e saber “lidar com a nova geração” para lhe transmitir mensagens “técnicas” e culturais”.

“A geração que nasceu numa era em que a ligação com a máquina, o computador ou o telemóvel, acompanha as criança e os jovens que entram na universidade, porventura a relacionar-se melhor com uma máquina do que com as pessoas”, considera.

Para ajudar os professores a compreender “a nova geração que está nas universidades”, o padre Antonio Spadaro, diretor da revista ‘Civiltà Cattolica’ e autor de vários livros, nomeadamente 

 

 

 

‘Ciberteologia: pensar o cristianismo na era da Internet’, participará na Semana Cultural, analisando o tema em duas conferências, uma em Lisboa, esta quarta-feira, e outra no Porto, na quinta-feira.

Para além das conferências do padre Antonio Spadaro, o presidente da Federação Internacional das Universidades Católicas, Pedro Rubens Ferreira Oliveira, vai fazer uma comunicação sobre a missão das universidades católicas e o papel no futuro.

A Semana Cultural envolve os vários centros da UCP, Lisboa, Porto e Viseu, com iniciativas até sexta-feira.

 

 

 

D. Pio Alves pede catequistas sem teorias

D. Pio Alves, administrador apostólico do Porto, disse aos catequistas reunidos, em Espinho, para a abertura do ano catequético, que o mais importante na "boa catequese é o catequista". "Salvo honrosas e necessárias exceções, os primeiros seguidores de Jesus Cristo estavam longe de ser teólogos consumados e pedagogos encartados", afirmou D. Pio Alves, apontando pessoas que "assumiram o mandato de Jesus Cristo «ide e fazei discípulos de todos os povos», gastaram e deram a vida por coerência com a fé que professavam", enfrentando "dificuldades de todo tipo" e, "graças a eles, estamos nós aqui hoje vinte séculos depois".

O bispo sublinhou, durante a homilia da celebração, que a catequese "não é uma teoria", nem se "reduz a uma técnica", mas sim uma oportunidade para que o catequista fale com "o amor e a verdade" da sua vida. "Na catequese, como na vida diária, não se nos pedem discursos sobre teorias, mais ou menos 

 

 

 

interessantes, mas a mensagem e a vida de Jesus Cristo feita vida".

A diretora do Secretariado Diocesano de Educação Cristã da Infância e Adolescência do Porto afirmou à Agência ECCLESIA que o novo ano catequético deve ter como prioridade um maior dinamismo e a relação com os pais. Para Maria Isabel de Oliveira, há hoje três desafios aos catequistas na missão de transmitir a fé: “O primeiro é encontrarem-se profundamente com Jesus Cristo, viver ao jeito dele” depois esse desafio permite que sejam capazes de “dar a ver e a transpirar Jesus aos outros” e por último têm de “ir ao encontro” de quem já se esqueceu da fé ou “porventura estão muito longe”.

 

 

Obrigado

 

D.Pio Alves, Administrador Apostólico do Porto

Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais

 

As recentes eleições autárquicas trouxeram para a primeira linha da informação as mais variadas notícias sobre autarcas e autarquias. A grande informação centrou, prioritariamente, a sua atenção nos números, cruzados estatisticamente de molde a responder a quase todas as curiosidades. Não descobri (também não fiz uma busca exaustiva!) quantos foram e são as mulheres e os homens que durante, não sei quantos anos, se dispuseram e dispõe, com diferentes níveis de responsabilidade, a trabalhar nas suas comunidades.

Estas mulheres e estes homens, habitualmente, apenas são notícia quando suspeitos e acusados de incapacidades ou abusos: corrução, gestão danosa, nepotismo, favorecimento ilícito, etc. A justiça, algumas vezes, chega a resultados conclusivos; outras, por falta de provas, arquiva os processos ou conclui pela absolvição.

Pode acontecer que, aqui como em qualquer outro segmento da sociedade, haja ilícitos que ficam escondidos; mas, em paralelo, existe, certamente, muito fumo sem fogo. Infelizmente, a inveja, a calúnia,

 

 

 

 

 

 

 

 a leviandade informativa são capazes de muitas construções.

Seja qual for a dimensão exata dos reais atropelos, o certo é que se foi construindo na opinião pública uma imagem que macula tudo e todos quantos assumem ou se dispõem a assumir estas funções. Essa imagem até dá jeito aos cidadãos honestos para se desculparem da sua inibição: não querem sujar as mãos ao entrar num mundo supostamente viciado. Ficamos assim sem a sua contribuição que, também supostamente, até ajudaria a dar um novo ar a estas coisas!

Os cristãos, recorda o Concílio Vaticano II, têm uma especial responsabilidade nesta matéria: “Todos os cristãos tenham consciência da sua vocação especial e própria na comunidade política; por ela são obrigados a dar exemplo de sentida 

 

responsabilidade e dedicação pelo bem comum, de maneira a mostrarem também com factos como se harmonizam a  autoridade e a liberdade, a iniciativa pessoal e a solidariedade do inteiro corpo social, a oportuna unidade com a proveitosa diversidade” (GS 75). “Os católicos, escreve ainda o mesmo Concílio, peritos nos negócios públicos e firmes, como devem ser, na fé e doutrina cristã, não recusem participar neles uma vez que, exercendo-os dignamente, podem atender ao bem comum e, ao mesmo tempo, abrir caminho ao Evangelho” (AA 14).

Deixo aqui a minha saudação às mulheres e aos homens que, com verdadeiro espírito cívico, exerceram funções; às/aos que continuam; às/aos que iniciam. A todos: Obrigado!

 

 

Eleições e mundo digital

Paulo Rocha

Agência ECCLESIA

 

É a semana de eleições e de início das Jornadas de Comunicação Social. Dois acontecimentos evocados por razões bem diferentes.

O primeiro para reivindicar um árbitro para a política; o segundo para referenciar o que se faz nos media no âmbito da Igreja Católica, onde as novas tecnologias estão muito mais presentes do que se possa imaginar e o uso das redes sociais para evangelizar é, de facto, uma realidade.

Primeiro o árbitro. Não porque seja necessário resolver qualquer diferendo (mesmo que eles existam, com direito a “cartão vermelho”), mas porque é necessário encontrar um culpado. E se no futebol o senhor do apito resolve o assunto (também quando os 11 em campo pouco fazem pela vitória), na política não há figura semelhante para que todas as partes, a que ganha e a que perde, possa cantar vitória colocando a culpa num terceiro elemento.

Seria bem diferente o debate político caso existisse um árbitro, se uma entidade assumisse o juízo sobre o que faz quem governa e quem está na oposição. Por muito que esta figura, a oposição, seja inconstitucional. Não está prevista.

Não existindo o árbitro, porque não esquecer essa divisão entre governo e oposição, seja ao nível nacional ou autárquico, e colocar 

 

 

 

como objetivo de todos o bem comum, o bem meu e o dos outros?

Termina esta semana com a realização das Jornadas de Comunicação Social. É um acontecimento que me envolve particularmente, em cada ano. Não tanto por estar implicado na sua organização. Sobretudo porque me sinto participante num grande projeto, desenvolvido por um número crescente de pessoas que, de forma voluntária ou profissional, se comprometem por criar, manter e desenvolver a comunicação de um tema: a religião.

Sem ser necessário incluir nesta análise qualquer sentido de missão – que também existe -, interessa valorizar sobretudo quem olha este tema como outro qualquer para uma atividade profissional ou para um compromisso pessoal. E fá-lo de forma apaixonante e sem desistir, apesar de possíveis imprevistos, 

 

contrariedades, faltas de incentivos e ausência planos de comunicação.

É também frequente, nestes encontros, fixar opiniões em lamúrias voltadas para o passado, a repetir com frequência episódios menos felizes que pessoas ou instituições ligadas à Igreja tenham vivido neste setor da comunicação, mesmo que já definitivamente ultrapassadas por projetos desenvolvidos de acordo com as tecnologias da atualidade e no ambiente de comunicação de hoje, o digital.

Não é otimismo superficial dizer que os projetos de comunicação relacionados com o catolicismo, muitos desenvolvidos por uma pessoa ou um grupo de pessoas e outros por estruturas institucionais, são francamente bons! Cada vez se faz mais e melhor. O que não dispensa de apontar para a excelência onde todos se deveriam querer encontrar… Estamos a trabalhar para isso. E com muito gosto!

 

 

 

Guardar a Fé – Guardar o Outro

D. António Francisco Santos, bispo de Aveiro e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. António Francisco dos Santos, explica à Agência ECCLESIA quais são as propostas da Igreja Católica na Semana Nacional que dedica aos temas da educação, este ano sobre o tema ‘Guardar a Fé – Guardar o Outro’.

Agência ECCLESIA (AE) - «Guardar a Fé – Guardar o Outro» é o tema da Semana Nacional da Educação Cristã. Em que contexto a comissão episcopal a que preside sugere este tema?

D. António Francisco Santos (AFS) – Surgiu no contexto do Ano da Fé que estamos a celebrar e que iniciámos a 11 de outubro de 2012 e se prolonga até ao dia 24 de novembro deste ano. A Carta Apostólica «Porta da Fé» convida-nos a viver este ano, particularmente centrados neste guardar a fé. Uma fé guardada porque é uma fé acolhida. É uma fé celebrada, vivida e testemunhada. Por outro lado, guardar o outro porque esta só tem sentido quando nos orienta para Deus e, através dele, nos faz olhar os outros com os olhos de Deus.

 

AE – Em causa não está apenas a transmissão de ensinamentos da doutrina?

AFS – Não. Longe disso. Em causa está, sobretudo, este encontro 

 

com Cristo. É a partir daí que a fé se alicerça. Não é apenas uma comunicação de ideias, mas é, sobretudo, uma fé afirmada, vivida e testemunhada.

 

AE – Que dá sentido à vida… Recordo que a nota pastoral da Comissão Episcopal da Educação Cristã sublinha este lema com frequência.

AFS – É todo esse sentido da vida que a fé nos oferece. Esse sentido que parte de Deus – para quem acredita como vida recebida de Deus – e uma vida também oferecida aos outros. Aliás, este vínculo da fé à caridade e à esperança cristã é uma das grandes descobertas deste ano da fé que nos oferece esta oportunidade de dar sentido à nossa vida. Só tem sentido uma vida que se oferece e que se dá. Esse é um dos grandes valores e um dos grandes tons desta cor da beleza da fé que o Papa Bento XVI e, agora, o Papa Francisco nos convidam a descobrir.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – A transmissão da fé na catequese não está muito próxima de um conceito moralista de transmitir as normas e a doutrina? Mais do que propor um modelo de vida que dá alegria?

AFS – As normas têm sentido também na transmissão da fé e, concretamente, na catequese, Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) e nas escolas católicas. Mas só tem sentido quando está ao serviço da vida. Um dos grandes esforços que temos feito ultimamente, concretamente no domínio da Comissão Episcopal, é de tornarmos a catequese mais uma vivência do que uma comunicação de ideias e de doutrinas. É a experiência de uma fé celebrada, concretamente na família e na comunidade. As normas têm valor quando estão enxertadas e integradas em vidas com projetos.

O texto da Nota Pastoral é pequeno e simples, mas sempre a apontar para o sentido da vida que queremos que a educação promova e realize. Queremos que a família se envolva por inteiro na catequese, na escola e na igreja.

 

AE – Os caminhos da fé encontram-se cada vez mais rarefeitos. Não existe uma hegemonia de pensamento e de referências culturais cristãs?

AFS – Na cultura atual, dominada por algum individualismo, muitas vezes a fé não se torna tão visível. Por isso o papa Bento XVI nos convidou a descobrir a beleza da fé.

 

AE – Será apenas a visibilidade ou as referências simbólicas e conceptuais deixaram de existir?

AFS – São certamente menos sentidas, mas não quer dizer que sejam menos existentes. Queremos programar e organizar a pastoral da igreja com caminhos novos dentro do espírito do texto da nota pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) sobre a Pastoral da Igreja em Portugal. Queremos que os catequistas e os educadores deem um grande contributo para a missão e para a evangelização.

 

 

 

 

 

 

AE – Afirma-se, nesse documento, que é necessário uma maior aposta na iniciação cristã das crianças e dos jovens. Há um compromisso da CEP nesse setor?

AFS – Primeiro há uma consciência de que o percurso de dez anos de catequese não significa, obrigatoriamente, que se tenha conseguido uma iniciação cristã mais consciente e mais integrada. 

 

É essa a grande preocupação e o grande compromisso que nós queremos ter: Cada vez mais tenhamos consciência que a catequese tem de dar sentido à vida. Tem de conduzir à missão na comunidade cristã. Tem de conduzir ao testemunho de coerência no mundo em que vivemos. 

 

 

 

AE – Na recente entrevista do Papa Francisco, este propõe um começar debaixo, olhando a Igreja quase como hospital de campanha.

AFS – O Papa tem dado e aberto caminhos novos, em palavras simples e gestos muito proféticos. O congresso internacional de catequese que se desenvolveu em Roma nos últimos dias diz-nos isso mesmo. É na proximidade que a igreja deve exercer a sua missão. Estar atenta e ser solícita. Devemos estar nas realidades concretas.

 

AE – Nessa entrevista, o Papa deixa grandes desafios…

AFS – Ninguém pode ser insensível às dificuldades, sofrimentos e preocupações dos outros. Nada nos é indiferente. Nada nos está alheio na Igreja. A catequese tem de ajudar, desde pequeninos, a sentirem esta capacidade de olhar as pessoas com o olhar de Deus. A proximidade é um grande desafio e uma grande forma de fazer catequese.

 

 

 

AE – Mas os educadores são chamados a pegar no manual.

AFS – Primeiro é preciso pegar no evangelho e escutar a Palavra de Deus. Mas também é necessário pegar na realidade da vida das pessoas. Temos de ter capacidade de olhar o mundo com esperança e, em simultâneo, assumirmos a nossa missão. Não como um dever, mas com a alegria de quem comunica e celebra a fé com os outros.

 

AE – Que iniciativas marcam esta semana nacional de Educação Cristã?

AFS – Primeiramente, as jornadas nacionais de catequistas, a realizar este fim de semana em Fátima. Depois, as comunidades e as escolas têm também as suas atividades. Queríamos que este início do ano pastoral – que coincide com o início do ano escolar – nos anime e fortaleça porque existe muita gente envolvida neste campo imenso da educação cristã. A igreja tem de sentir esta grande mobilização das famílias, catequistas e educadores. Queremos ser apelo e apoio. Queremos ser este espaço e este tempo.

 

 

 

 

 

AE – Que desafios a comissão episcopal apresenta a quem se dedica voluntariamente a essa transmissão da fé?

AFS – Primeiro, a alegria de partilharmos com eles esta disponibilidade de serem catequistas. Penso que o reconhecimento do valor, testemunho, disponibilidade e generosidade dos catequistas é 

 

muito importante. Segundo, dizer-lhe que temos de fazer um caminho de formação permanente dos nossos catequistas. Estamos empenhados, a trabalhar e a publica textos nesse sentido. Queremos também dizer-lhes que a catequese familiar é também uma prioridade. 

 

 

 

AE – Uma novidade que a comissão quer implementar.

AFS – Sim. Com experiências em ritmos diferentes nas várias dioceses. Queremos que a catequese familiar e intergeracional seja também um passo em frente.

 

AE – A grande novidade é passar a catequese da paróquia para a família?

AFS – Não. É envolver as famílias na catequese. Fazer com que as famílias sejam os primeiros catequistas e as primeiras escolas da fé dos filhos. Catequizar as famílias para que eles catequizem os filhos. Temos também a preocupação da catequese dos adolescentes. Estes são, hoje, um tempo de vida que nos deve merecer mais atenção. Existe a consciência que há algo mais a fazer. Temos grandes desafios pela frente.

 

AE – Em relação à disciplina de EMRC, o novo enquadramento jurídico motivou alguma confusão no início do ano escolar.

AFS – Temos conseguido, juntamente com o Ministério 

 

da Educação, a elaboração de um texto legislativo. Onde a regulamentação da Concordata entre Portugal e a Santa Sé – celebrada em 2014 – seja feita. Onde toda a dispersão de legislação existente desde 1983 seja organizada no contexto da nova cultura de escola e onde a afirmação do direito da presença e do direito do exercício da EMRC sejam reconhecidos e confirmados. Penso que foi um grande mérito e tudo isto aconteceu em diálogo.

 

AE – Confere maior proteção à disciplina de EMRC?

AFS – Confere uma afirmação mais clara, reconhecida e atualizada. A única dificuldade que tivemos é que o decreto foi promulgado a 23 de maio deste ano e os concursos para os professores tinha sido iniciado em abril. A partir do próximo ano, a colocação dos professores será feita por concurso a nível nacional. Esta dificuldade de entendimento é que criou algumas confusões. Mas tudo se resolveu e clarificou.

 

 

 

 

AE – No primeiro ciclo, o diálogo vai acontecendo em ordem a que a disciplina seja lecionada com estabilidade?

AFS – A legislação que foi promulgada a 23 de maio prevê que aja um despacho normativo sobre as habilitações dos professores e uma portaria sobre a lecionação de EMRC no primeiro ciclo. Continuamos no diálogo.

 

 

 

AE – As escolas católicas têm um novo estatuto. Será possível, brevemente, às famílias escolherem projetos educativos com maior liberdade?

AFS – Queremos congratularmo-nos com a elaboração do estatuto do ensino particular e cooperativo. Pensamos que neste campo se avançou muito no reconhecimento do direito das famílias escolherem as escolas que desejam para os seus filhos de acordo com os projetos educativos que as escolas oferecem.

 

 

Novos instrumentos: a mesma mensagem

Nos últimos dois anos, e terminado que está a criação de manuais de EMRC e de Catecismos, o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) tem apostado na criação e divulgação de um conjunto de recursos interativos e audiovisuais que vão ao encontro das novas formas de comunicar das gerações atuais sem perder a essência da Palavra e do testemunho cristão no mundo.

Através do Portal www.educris.com é possível aceder a 470 recursos interativos (do 1º ao 12º ano) que servem de apoio à lecionação dos professores de EMRC de todo o país. Esta foi uma necessidade sentida após a conclusão dos trabalhos que levaram à renovação do programa da disciplina e dos seus manuais. Durante dois anos uma equipa de cerca de 30 professores, 6 técnicos, desenhadores e programadores informáticos, deram corpo aos novos recursos que dotam a aulas de EMRC de ainda maior interatividade. Digo maior porque a ausência ou a 

 

escassez de recursos nesta área durante anos espevitou o engenho de muitos docentes de EMRC que foram criando propostas mais ou menos interativas, muito interessantes, para as suas aulas. Ainda na EMRC foram criados 112 episódios bíblicos que abarcam todo o programa da disciplina no que se refere ao roteiro bíblico de conteúdos propostos para os doze anos de escolaridade.

Na área da catequese, e para além dos episódios bíblicos, foram criadas duas séries distintas: o Santidade num Minuto conta, nesta altura, com 52 episódios na primeira série; o Aprende com a Bíblia destina-se a um público que vai dos três aos dez anos. Pretende-se, após a exploração de um texto bíblico, animá-lo com propostas pedagógicas na área dos trabalhos manuais. Nesta primeira série estão disponíveis doze episódios.

 

Novas apostas na área de vídeo

“Jovens Pipocas” é uma nova série, que acaba de estrear, destinada à adolescência 

 

 

 

 

 

e juventude. Reflete sobre os valores do evangelho numa etapa de mudança. Ainda a título experimental estão previstos 12 episódios. O primeiro episódio já está online tendo tido já cerca de 2000 visualizações em 15 dias de presença online.

A TV online do site do SNEC divulga as ações realizadas nas várias áreas pelas quais este secretariado é responsável: a catequese, a Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) e as escolas católicas.

No centro de recursos temos, neste momento, mais de 1250 recursos entre materiais de catequese, EMRC e Escolas Católicas. De destacar, por fim a aposta em  podcast que disponibiliza todo o material em áudio.

Para aceder a este material, é necessário efetuar um registo, gratuito, em www.educris.com

 

Pedro Quintans

Comunicação SNEC

 

 

 

Guardemo-nos uns aos outros

De 29 de setembro a 6 de outubro decorre a semana de educação cristã que este ano tem como lema “Guardar a fé guardar o outro”. Esta proposta relaciona-se com o ano da fé e inspira-se na homilia de início do ministério do Papa Francisco. É uma reflexão muito oportuna na medida em que notamos, atualmente, a tendência de viver a fé de forma privada, escondida e quase envergonhada. Ora o evangelho recomenda-nos que não escondamos a luz (da fé) debaixo do alqueire mas a coloquemos no candelabro para que irradie e ilumine à sua volta. Nesse sentido, devemos entender que guardar a fé é mantê-la viva e irradiante e cuidar de a transmitir, pois nos é dada como dom para proveito de todos. É uma pena ouvir pais desculparem-se de não orientarem os filhos na educação cristã com o argumento de que quando forem grandes eles é que vão decidir. Também vão decidir nessa altura se vão à escola ou ao médico ou se aceitam integrar-se na família?

 

Por isso, guardar a fé leva-nos a guardar o outro. Na verdade, ter fé é confiar que Deus que nos guarda e, igualmente, participar do cuidado de Deus pelos outros. Guardar a fé é prestar atenção ao outro, carregar com os seus problemas, acompanhá-lo nos caminhos da verdade e do bem. Ora isto vale sobretudo para os pais, avós, encarregados de educação. São os educadores fundamentais, mesmo que tenham hoje menos tempo para estar com os filhos e netos. São também eles que exercem uma influência decisiva na educação cristã, pois educar na fé é ajudar o outro a sair de si mesmo e acompanhá-lo no caminho que leva ao encontro do amor de Deus e do outro. Ora esta missão só se realiza através do afeto e das convicções dos educadores e, em princípio, é na família onde melhor se experimenta este ambiente.

No contacto pessoal e nos testemunhos escritos dos crismandos, encontro, graças a Deus, muitos exemplos positivos do cuidado de uns pelos outros. 

 

 

 

 

Verifico como muitos dos candidatos ao Crisma reconhecem, agradecidos, no seu percurso religioso e humano, o acompanhamento dos pais; descubro jovens que são tocados pelo exemplo e pelos conselhos dos avós; pais que são influenciados e motivados pelo caminho de fé dos filhos; vejo, como a outros, serviu de ajuda o testemunho de amigos. Vivemos, na realidade, uns com os outros e influenciamo-nos uns aos outros

 

 para o bem e para o mal. “Guardar a fé e guardar o outro” é fortalecer a influência positiva no caminho da verdade e da vida.

Em boa verdade, a educação cristã deve ser assumida por todos nós filhos de Deus. Primeiramente como destinatários: todos precisamos de educar a nossa própria fé para a guardar viva e irradiante. Depois, também, como educadores, pois todos nos guardamos uns aos outros na fé, como afirma o lema desta semana 

 

 

“Guardar a fé – Guardar o Outro”. Na realidade, todos somos discípulos que aprendem e seguem o mesmo mestre, Jesus Cristo, e, como discípulos, todos somos também responsáveis pela fé dos outros. Não como pessoas ou grupos isolados mas como membros ativos da família e da comunidade cristã, a escola fundamental da educação da fé. Sem este apoio da família e da comunidade, onde a vida cristã se torna visível em gestos e sinais, pouca eficácia terá a ação dos catequistas ou de outros 

 

educadores da fé.

A corresponsabilidade pela fé uns dos outros coloca-nos, porém, um grande desafio: passar de uma igreja de clientes de serviços religiosos a uma comunidade de discípulos. É uma preocupação a retomar constantemente na linha da renovação eclesial que vem do Concílio Vaticano II e tão necessária para pôr em prática uma nova evangelização.

 

D. Manuel Pelino Domingues,

bispo de Santarém

 

 

Partilhar é urgente

No próximo dia 5 de outubro, as escolas católicas, vão recolher géneros alimentícios em diversos estabelecimentos comerciais, incluindo pequenas superfícies, localizadas nas suas zonas de influência.

Os donativos serão entregues à Cáritas ou a instituições escolhidas pelas escolas católicas, num serviço coordenado por estas.

No âmbito desta ação, as escolas católicas estão também a promover campanhas internas, junto dos pais e funcionários, para recolha de donativos do mesmo género, que serão igualmente entregues a instituições de solidariedade social da região, ou diretamente a famílias carenciadas referenciadas pela Cáritas localmente.

As escolas católicas estarão devidamente identificadas, envolvendo pais, professores, funcionários e alunos vestidos com camisolas brancas com o símbolo da campanha e entregando sacos também 

 

devidamente assinalados.

Prevê-se que a ação abranja mais de cem estabelecimentos comerciais e mobilize cerca de dois milhares de membros das comunidades educativas, maioritariamente alunos.

De entre os objetivos desta ação destaca-se a sensibilização das comunidades educativas e das populações locais para a partilha fraterna de bens, num momento de grave crise nacional, assim como a sustentabilidade do comércio local, designadamente dos estabelecimentos de menor dimensão.

Esta iniciativa é uma coorganização da Fundação Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) e da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC), com a colaboração da Cáritas Portuguesa, e insere-se no leque de atividades da Semana Nacional da Educação Cristã, atualmente a decorrer.

 

Cáritas Portuguesa

 

 

 

 

 

 

 

Associação Portuguesa de Escolas Católicas

 

A Associação Portuguesa de Escolas Católicas é uma associação de âmbito nacional, constituída por escolas católicas reconhecidas como tais. Tem como principais finalidades defender e promover a conceção cristã da educação, no contexto das liberdades de aprender e ensinar, desenvolver e apoiar iniciativas de caráter pedagógico, cultural, científico, técnico, teológico e pastoral, cooperar nos planos de ação pastoral que tenham como objetivos principais o ensino e a educação e colaborar, a nível nacional e internacional, com outros organismos que prossigam objetivos comuns.

 

A Escola Católica é, antes de mais, um ambiente, um clima em que a cultura humana e os horizontes de vida têm um paradigma cultural: Jesus Cristo. A escola não é católica por nela estarem presentes determinados traços complementares de formação da fé e expressão religiosa. Ela é católica por ser, em Igreja, um serviço às pessoas, à sociedade e à cultura, segundo o paradigma que a inspira. Esta Associação foi aprovada pela Assembleia da Conferência Episcopal Portuguesa de 20-25 de Abril de 1998.

 

 

 

 

 

 

 

 

Catequese e Ano da Fé

O Papa Francisco afirmou no Vaticano que os milhões de catequistas da Igreja Católica devem levar à humanidade a “memória de Deus” para evitar o esvaziamento do ser humano. “O catequista é um cristão que transporta em si a memória de Deus, que se deixa guiar pela memória de Deus em toda a sua vida e a desperta no coração dos outros”, disse, na homilia da missa que concluiu a jornada mundial de catequistas, pelo Ano da Fé, na Praça de São Pedro.

Segundo Francisco, quando falta essa memória de Deus, tudo “adoece” na pessoa e reduz-se à dimensão do “ter”: “A vida, o mundo, os outros perdem consistência, já não contam para nada”.

O Papa Francisco encontrou-se na sexta-feira com os participantes no Congresso Internacional de Catequese, desafiando-os a percorrer “novas estradas” para anunciar o Evangelho nas periferias, às crianças que não sabem fazer “sinal da cruz”.

Na Aula Paulo VI, no Vaticano, 

 

o Papa pediu aos catequistas para não terem medo de correr riscos, afirmando que é preferível ter um acidente do que ficar doente. “Quando nós cristãos nos fechamos no nosso mundo, no nosso movimento, na nossa paróquia, no nosso ambiente, permanecemos fechados e sucede o que acontece a tudo o que está fechado: quando um quarto fica fechado começam cheiros da humidade. E se uma pessoa se fecha naquele quarto, adoece", referiu.

Para o Papa, quando “um cristão se fecha no seu grupo, na sua paróquia, no seu movimento, adoece”, sendo por isso necessário “ter coragem de sair”, percorrendo estradas desconhecidas, nas "periferias", mesmo correndo o risco de “ter um acidente”.

A catequese deve hoje procurar renovar a forma de transmitir a fé, "com novas abordagens de ensino", através de uma "reformulação de palavras" que facilitem a "compreensão" dos catequizados, numa adaptação

 

 

 

 à Nova Evangelização.

"Se a Igreja embarcou num caminho da Nova Evangelização, a catequese não pode permanecer com as mesmas características do passado, mas deve renovar a sua forma de transmitir a fé, com novas abordagens de ensino, após um diagnóstico sério da situação da fé hoje e como educar, tomando em linha de conta o equilíbrio entre termos bíblicos doutrinais e a necessária reformulação das palavras que facilita a compreensão daqueles  

 

que são catequizados, sem trair o seu sentido profundo", pode ler-se no comunicado final do  Congresso Internacional de Catequese (CIC), que terminou este sábado.

Portugal esteve presente neste Congresso com uma delegação de 32 elementos de todas as dioceses de Portugal, os responsáveis do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) e o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. António Francisco dos Santos.

 

 

JORNADAS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Papa está a mudar comunicação da Igreja

O jesuíta italiano Antonio Spadaro, autor da primeira entrevista de fundo ao Papa, disse à Agência ECCLESIA que Francisco está a mudar a comunicação da Igreja ao transformas os recetores da mensagem em protagonistas.

“O Papa ultrapassou o conceito do púlpito, da Igreja que é exclusivamente emissora de uma mensagem, que está a pregar do púlpito, de maneira distante das pessoas. Não, a sua forma de comunicar é típica das redes sociais, ainda que não tenha nenhum contacto com as tecnologias”, declarou o autor, diretor da revista ‘Civiltà Cattolica’ e docente universitário.

Para o especialista na investigação em media digitais, criador do conceito de “ciberteologia”, até há algum tempo, “a comunicação significava transmitir, agora significava compartilhar”.

“Nisso, o Papa é extraordinário. Disse numa entrevista que Francisco não comunica, o Papa cria acontecimentos comunicativos, nos quais aqueles que recebem a mensagem se 

 

tornam atores e não simplesmente espetadores”, sublinha.

A este respeito, o padre Spadaro recorda o momento em que o Papa aparece na varanda da Basílica de São Pedro, na tarde da sua eleição, a 13 de março, quando antes de dar a sua bênção se “inclinou” para receber a oração das pessoas que estavam na praça.

O sacerdote reuniu-se com o Papa em três ocasiões, em agosto, para a entrevista que viria a ser publicada a 19 de setembro nas revistas dos jesuítas, incluindo a portuguesa ‘Brotéria’, mas considera “impossível” entrevistar Francisco.

“Na realidade, o Papa não consegue estar dentro de esquemas demasiado rígidos” de ‘pergunta-resposta’, explica.

O investigador destaca que Francisco “exprime uma grande autoridade, mas sem qualquer distância”, ou seja, “falar com ele é perceber a sua autoridade, de pontífice”.

O Papa, acrescenta, “foi totalmente livre e aberto, disponível para qualquer 

 

 


questão e foi uma conversa muito aberta”.

O especialista, que esta sexta-feira vai encerrar as jornadas nacionais de Comunicações Sociais que estão a decorrer desde hoje em Fátima, sublinha que o sucessor de Bento XVI “comunica com total espontaneidade e imediatez”.

Para o docente na Universidade Gregoriana, de Roma, a sua investigação procura responder a uma questão “muito simples”: “Qual é o projeto de Deus na internet, isto é, qual é o seu significado no plano de Deus para a humanidade?”.

“A Igreja, na realidade, sempre  

 

percebeu a conexão profunda, vital, entre tecnologia e espiritualidade, somos nós que temos dificuldades para vivê-la a fundo”, acrescenta.

Segundo o consultor do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais (Santa Sé), a Igreja é “chamada não a usar a rede, mas a viver neste ambiente”, o que significa “compreender como as questões religiosas, por exemplo – as perguntas de fé, as dúvidas, as tensões, hoje também se exprimem na internet”.

A entrevista ao padre Antonio Spadaro pode ser vista no próximo domingo, pelas 11h20, no programa ‘70x7’ (RTP 2), da Igreja Católica.

 

 

JORNADAS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Comunicar

A mensagem do Papa Bento XVI para o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado no passado dia 12 de maio, é o pano de fundo destas Jornadas. A Mensagem tem por título Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização. É um convite a pensarmos a comunicação no ambiente digital. A oportunidade desta reflexão acaba de ser ampliada com o anúncio, feito no passado dia 30 de setembro pela Santa Sé, de que a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do ano 2014 estará centrada na comunicação e cultura do encontro.

O novo e progressivo ambiente digital não inventa a comunicação, mas acrescenta possibilidades e riscos que a podem potenciar ou minar. O ser humano, ser radicalmente social, encontrou, ao longo dos séculos, as mais variadas pontes, mais ou menos eficazes e fiáveis, para sair de si próprio e enriquecer-se com o contacto com o meio ambiente e, primordialmente, com os seus iguais e, também, para enriquecer.

 

As novidades que foi descobrindo e criando foram-se somando. Contudo, a progressiva riqueza de recursos não significou nem significa, automaticamente, melhoria de comunicação. Os recursos de comunicação, em si mesmos, são sempre manifestação da grandeza do ser humano. Mas a qualidade verdadeiramente humana da comunicação dependerá sempre da qualidade do comunicador e do modo como usa os recursos comunicacionais disponíveis. Por isso, será sempre necessário equilibrar a agradecida abertura aos novos recursos com a resistência ao deslumbramento que podem ocasionar.

Mensagem de 2013, centrada nas redes sociais, recordava, como notas de fundo, o respeito e o cuidado pela privacidade, a responsabilidade e o empenho pela verdade. E acrescentava, mais adiante, que “a cultura das redes sociais e as mudanças nas formas e estilos da comunicação colocam sérios desafios àqueles que querem falar das verdades e valores”.

 

 

 

Estas chamadas de atenção integram o suporte básico de uma comunicação verdadeiramente humana e ao serviço dos seres humanos entre si. São válidas e necessárias em toda e qualquer comunicação. Não é por acaso que estas Jornadas, que têm como público-alvo não apenas pessoas ligadas à comunicação da e na Igreja mas todos os comunicadores, previram um espaço de reflexão alargado aos profissionais da comunicação.

As intervenções programadas a pensar mais nos media com 

 

alguma ligação à Igreja repartem-se por dois momentos. A presença do P. Antonio Spadaro, na manhã de sexta-feira, será certamente oportunidade para uma reflexão abrangente sobre o mundo das redes e dos novos recursos mediáticos. A mesa redonda desta tarde somará algumas das abordagens setoriais sugeridas pela Mensagem.

Sem pretender adiantar-me a qualquer uma destas intervenções, permito-me sublinhar duas notas dispersas. Uma, relativa à dedicação

 

 

 

 

imprescindível para uma razoável garantia de utilidade e qualidade. A Igreja e as suas instituições  têm uma presença quantitativamente relevante na comunicação digital. Contudo, a atualidade e a qualidade, com o que isso implica, não alcançam, demasiadas vezes, idêntico grau de satisfação.

Uma segunda nota. Encontrei-me, há dias, com um texto de Jorge Bergoglio (El verdadero poder es el servicio, 2007), sobre a importância da escuta. Com recurso à linguagem a que já nos habituou, o agora Papa Francisco escreve: “Nem sempre é fácil escutar. Por vezes, é mais fácil fazermo-nos surdos, pormos o walkman para não ouvir ninguém. Com que facilidade substituímos o escutar pelo e-mail, pelo SMS, pelo chat, e assim nos privamos da realidade dos rostos, dos olhares, dos abraços”. Sempre, mas provavelmente hoje mais que em qualquer outra época, são necessários os verdadeiros encontros pessoais: onde se 

 

conhecem os rostos, onde se cruzam os olhares, onde pode haver um abraço. E a Igreja (todos na Igreja!) se quer ser – como deve ser! – “perita em humanidade” (Paulo VI), tem que estar na primeira linha da relação pessoal, da integral escuta atenta. Os novos media podem, efetivamente, ser adulterados na sua vocação de instrumentos de comunicação e de encontro e transformar-se em refúgios de um feroz individualismo.

Aproveito esta oportunidade para agradecer ao Secretariado Nacional das Comunicações Sociais a organização destas Jornadas. E, também em seu nome, a colaboração de todos os nossos convidados, dos participantes, e o acolhimento na Domus Carmeli, dos Padres Carmelitas Descalços.

 

Fátima, 03 de outubro de 2013

 

D. Pio Alves

Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

Papa insiste em Igreja ao lado dos pobres

O Papa Francisco afirma numa entrevista divulgada terça-feira na Itália que pretende uma Igreja Católica pobre “entre os pobres” e em diálogo com a “cultura moderna”. “Temos de devolver esperança aos jovens, ajudar os idosos, abrir o futuro, difundir o amor. Pobres entre os pobres: temos de incluir os excluídos e pregar a paz”, disse ao fundador do jornal «La Reppublica», Eugenio Scalfari.

Francisco considera que o desemprego dos jovens e a solidão dos idosos são os “males mais graves” do mundo atual e que a Igreja não pode ficar indiferente aos que foram “esmagados” pelo presente, advertindo para as consequências do "liberalismo selvagem".

“É possível viver esmagado pelo presente, sem memória do passado e sem desejo de se projetar no futuro, construindo um projeto, um futuro, uma família?, questiona, antes de afirmar que, do seu ponto de vista, “este é o problema mais urgente que a Igreja tem diante de si”.

 

 

Scalfari, que se assume como ateu, revela que foi o próprio Papa que lhe telefonou e marcou o encontro, que decorreu na Casa de Santa Marta, no Vaticano, no último dia 24, na sequência de uma troca de cartas entre os dois sobre o papel da Igreja no mundo e o diálogo entre crentes e não crentes.

Francisco coloca-se na linha de João XXIII, que vai proclamar como santo em abril de 2014, e de Paulo VI, os Papas que presidiram ao Concílio Vaticano II (1962-1965), a última grande reunião mundial de bispos católicos.

Segundo o atual Papa, é preciso retomar a decisão de “olhar para o futuro com espírito moderno e abrir-se à cultura moderna”. Os participantes no Concílio, acrescenta, “sabiam” que este esforço implicava “ecumenismo religioso e diálogo com os não crentes”.

“Desde então foi feito muito pouco nessa direção. Eu tenho a humildade e a ambição de querer fazê-lo”, revela.

 

 

 

 

 

 

 

No dia em que o Papa se começou a reunir pela primeira vez com o novo conselho consultivo de oito cardeais, dos cinco continentes, a entrevista deixa elogios ao grupo de pessoas “sábias”. “Isto é o início da Igreja com uma organização não só vertical mas também horizontal”, refere, processo que exige “prudência, firmeza e tenacidade”.

Francisco admite que ao longo 

 

da história houve responsáveis da Igreja que foram “narcisistas” e  mal aconselhados pelos seus “cortesãos”, falando mesmo da corte como uma “lepra do papado”.A intervenção distingue esta realidade da atual Cúria Romana, centrando as críticas no "defeito" que reside numa ação “vaticanocêntrica” e prisioneira de “interesses temporais”.

 

 

Papa reuniu-se com Conselho de Cardeais

O Papa Francisco reuniu-se pela primeira vez com o grupo de oito cardeais dos cinco continentes que nomeou em abril para o aconselharem. O novo "Conselho de Cardeais" tem a missão de promover o aperfeiçoamento do documento que regulamenta a Cúria do Vaticano, organismos centrais no governo da Igreja Católica, a constituição 'Pastor bonus', de João Paulo II.

O porta-voz do Vaticano adiantou que os cardeais estiveram em contacto antes deste encontro e recolheram um conjunto "muito amplo" de propostas e observações, num total de 80 documentos.

O padre Federico Lombardi disse aos jornalistas que os trabalhos incluíram debates sobre temas como a eclesiologia pós-conciliar, comunhão eclesial, colegialidade, a opção pelos pobres, o papel dos leigos e o serviço ao bem comum.

Para o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, é 

 

 

necessário ter em conta que a reforma da Cúria Romana é um “projeto de longo prazo”.

Os oito cardeais do conselho consultivo vão acompanhar o Papa na sua visita à cidade italiana de Assis, esta sexta-feira.

O Vaticano publicou esta segunda-feira o decreto com o qual Francisco institui oficialmente um “Conselho de Cardeais” para ajudarem o Papa no “governo da Igreja universal” e para estudar um “projeto” de reforma da Cúria Romana.

O atual Papa tinha anunciado a constituição de um grupo de oito cardeais, com os mesmos objetivos, a 13 de abril.

 

 

 

 

Francisco propõe comunicação
ao serviço da cultura do encontro

O Papa Francisco escolheu como tema para a próxima mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais a frase “Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro”, anunciou o Vaticano.

A nota do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais (CPCS) evoca um discurso do Papa a este organismo da Cúria Romana, no último dia 21, em que Francisco apela à descoberta da “beleza da fé” pelo “encontro pessoal e também através dos meios de comunicação social”.

A Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2014, primeiro do Papa Francisco, “quer explorar o potencial da comunicação, num mundo cada vez mais conectado e em rede, a fim de que as pessoas estejam mais próximas uma das outras e seja construído um mundo mais justo”.

“Na nossa época está a desenvolver-se uma nova cultura, favorecida pela tecnologia, e a comunicação é em certo modo 

 

 

 

‘amplificada’ e ‘contínua’", precisa o CPCS.

A era da globalização impõe “que a comunicação possa chegar aos lugares mais remotos do mundo real”, para que ninguém se sinta “excluído”, acrescenta o organismo da Santa Sé.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (1 de junho, em 2014).

A mensagem do Papa é tradicionalmente publicada por ocasião da festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas (24 de janeiro).

 

 

A delicada situação do cinema português

Depois de alguns artigos aqui dedicados à vitalidade do cinema português, em termos de impulso criador, produtores, distribuidores, profissionais e criadores do cinema nacional reunem-se para debater a sua frágil situação. Em causa, está a significativa redução dos apoios estatais à produção e distribuição cinematográficas, impacto de um ‘ano zero’ em 2012 e do não cumprimento - sobretudo em tempo útil para a sobrevivência de alguns dos subscritores deste protesto,  da taxa de contribuição prevista pela nova Lei do Cinema  por parte dos operadores de telecomunicações e televisão por subscrição. Estima-se que o montante global desta contribuição, cujos termos e legalidade são postos em causa por alguns dos operadores e que reverteria a favor do cinema nacional, ronde os onze milhões de euros.

Independentemente do que em concreto aqui se discute, com uma crise global e nacional a provocar maior convulsão entre partes que lutam, de forma desigual mas cada qual ao seu modo de fazer face ora à sobrevivência ora à queda de receita, a crise no cinema português tem um alcance que  nos obriga a refletir sobre a ainda 

 

incipiente adesão ou mobilização da opinião pública para a sua causa. E é também por isso, por não constituir força suficiente para corrigir a inoperância do estado ou acelerar o ritmo das instâncias legais para resolver diferendos como este, que os mesmos tardam em resolver-se. Com manifesto prejuízo do cinema e do próprio público. Se a adesão fosse significativa, manifestos como este  não renderiam o escasso número de assinaturas ali declarados. Se a adesão fosse significativa, o investimento dos maiores operadores do audiovisual no cinema português seria bem maior, dependendo menos da imposição de taxas e mais da receita diretamente criada pela bilheteira.

No momento em que criadores e obras nacionais, sobretudo jovens, merecem reconhecimento e aplauso nos mais prestigiados festivais internacionais de cinema, como tem sido sobejamente noticiado nos media, não é de falta de qualidade que o cinema português padece.

Os filmes premiados abordam universos e temáticas tão diferentes quanto a diversidade de público que têm tocado: ‘Rafa’, ‘Tabu’ ou ‘É na Terra não é na Lua’ são disso prova e a adesão 

 

 

 

do público a que as obras têm 

chegado, na proporção da distribuição e divulgação que lhes é feita, tem sido bastante positiva. O caso de ‘A Gaiola Dourada’, não sendo um galardoado, revela uma ampla ‘premiação’ por receita direta de bilheteira. Significa que o público reage aos universos familiares.

Por outro lado, a crescente adesão do público aos festivais de cinema, mostra, claramente, a sua apetência para géneros, registos, formatos, estéticas e sobretudo conteúdos muito plurais e muito diferentes dos que o circuito comercial maioritariamente oferece. Os investimentos que têm sido feitos para fomentar a qualidade e diversidade da experiência cinematográfica em si mesma, por quase oposição ao impulso dos multiplex de comercializar comidas e bebidas com filmes – no início era contrário..., valorizando mais a experiência de cinema em si mesma, provêm, nos últimos anos, do circuito cultural, maioritariamente protagonizados pelos festivais. Os seus bons resultados não se revelam apenas em afluência de público mas também na mobilização da comunidade cinematográfica nacional e internacional, na ligação direta entre um e outra e, ainda, na valorização das regiões em que se inserem. Com a vantagem, ainda, de reforçar o cinema na sua componente de vivência comunitária, criando verdadeiras comunidades de gente que se conhece, fideliza, congrega e debate em torno dos

 

 filmes, refletindo em conjunto sobre questões do meio e do mundo. Cinema português incluído.

Novos públicos estão por isso a revelar-se e, de tal forma, que aos poucos não só têm surgido novas distribuidoras, investimento de gente nova, a apostar corajosamente e com pertinente visão em registos cinematográficos alheados do ‘mainstream’ como se vê as grandes distribuidoras ainda que timidamente, a amplificar a oferta nas suas agendas. Nestes registos inclui-se o cinema português.

É no entanto, ainda, um progresso lento e com pouco impacto. Na verdade, há uma questão fulcral e antiga por detrás da relação entre o cinema português e o público que é cultural e educativa. Enquanto não houver investimento numa educação para o audiovisual, para a comunicação, para a arte, pegando no que de muito bom se fez e se faz desde que o cinema nacional existe, não haverá uma cultura cinematográfica. Não haverá nem mobilização nem receita garantidas. É uma corrida de fundo e mesmo a única capaz de reduzir o impacto dos altos e baixos das dotações orçamentais e os diferendos com cobrança coerciva. Mesmo que o cinema, como a cultura em geral, nunca deixem de poder ou dever ser subsidiados. Um investimento que também nos cabe a nós protagonizar, como público, pais, educadores, membros e líderes de comunidades.

Margarida Ataíde

 

 

Educação Cristã online

http://www.educris.com/

 

Sob o lema “guardar a fé – guardar o outro”, retirado das palavras do papa Francisco, arrancou no passado dia 29 de setembro a semana nacional da Educação Cristã. Assim a nossa proposta passa por uma visita virtual ao sítio da Comissão Episcopal responsável por este sector, que tem, entre outras, a responsabilidade de coordenar as catequeses, a disciplina de educação moral e religiosa católica (EMRC) e as escolas católicas.

Na página inicial encontramos um espaço interessante, com uma apresentação gráfica atraente, onde as quatro grandes áreas (EMRC, Catequese, Escolas Católicas e Comissão Episcopal) 

 

se encontram em destaque. Surgem depois oito opções  complementares o que torna a navegação e a distribuição dos conteúdos bastante simples.

Ao clicarmos em “notícias”, dispomos de todos os  apontamentos noticiosos que são publicados nesta plataforma, ordenados cronologicamente. Existindo ainda a opção de pesquisarmos notícias por determinada data e/ou título.

Em “Centro de Recursos”, encontramos um conjunto bastante alargado de conteúdos, nos mais variados formatos (texto, áudio, vídeo, powerpoint, imagens), suportados por um motor de busca que nos facilita a pesquisa. Uma área em crescendo e que cada vez mais é importante a sua existência – TV Online

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 - é aquela que dispõe de registos em formato de vídeo das muitas conferências, debates e outros encontros que vão sendo  organizados por este secretariado. Na opção “Galeria”, encontra devidamente catalogadas, um conjunto enorme de registos fotográficos dos diversos eventos nacionais. O espaço “agenda”, procura manter informadas todas as pessoas que visitam este sítio, por forma a ficarem a conhecer as datas e os locais dos eventos relacionados com a área de atuação do SNEC. Por último em “edições SNEC”, 

 

pode consultar todas as publicações realizadas por este secretariado e em algumas delas, com a possibilidade de aceder a partes do seu conteúdo.

Aqui fica a sugestão de visita constante a este espaço virtual, por parte de crianças, adolescentes, jovens e adultos, sejam eles catequistas, professores, educadores ou encarregados de educação, pois este sítio dispõe de conteúdos bastante relevantes para o sector da educação cristã.

 

Fernando Cassola Marques

 

 

 

A lista de Bergoglio

“A lista de Bergoglio” é o nome do livro que relata em 192 páginas o testemunho de dezenas de perseguidos políticos pela ditadura argentina salvos pelo Papa Francisco, quando era padre.

A obra redigida pelo jornalista italiano Nello Scavo, do jornal ‘Avvenire’, é prefaciada por Adolfo Perez Esquivel, Prémio Nobel da Paz, e será lançada a 4 de outubro pela editora Emi, revela a Rádio Vaticano.

O testemunho dos sobreviventes à perseguição da Junta Militar protegidos pelo então provincial dos Jesuítas – juntamente com documentos inéditos, como a transcrição do interrogatório em 2010 do então arcebispo Bergoglio aos magistrados que investigavam violações dos Direitos Humanos durante a ditadura -, revelam a existência de uma verdadeira rede clandestina construída pelo agora Papa para salvar os perseguidos, o que incluía também indicações e conselhos sobre como despistar a polícia e a censura e para 

 

organizar fugas.

Entre os testemunhos recolhidos pelo jornalista, está o do jesuíta Juan Carlos Scannone, hoje com 81 anos, considerado o maior teólogo argentino. Segundo ele, nunca se falou sobre o trabalho de Bergoglio em favor dos perseguidos, para não parecer que se estivesse a “tentar manipular os factos dos anos da ditadura”. “Arriscando uma estimativa mais conservadora, poder-se-ia dizer que o padre Jorge tenha colocado em locais seguros mais de 100 pessoas”.

O livro traz também uma carta inédita escrita por Bergoglio à família do padre Franz Jalics, um dos dois jesuítas sequestrados e torturados na ESMA, o conhecido centro de detenções do regime. “Tomei diversas iniciativas para conseguir a libertação do seu irmão, até agora não tivemos sucesso, mas não perdi a esperança de que ele será libertado brevemente. Decidi que a questão é minha missão”, lê-se numa carta escrita a 15 

 

 

 

 

de outubro de 1976.

No trágico contexto após o golpe de 24 de março de 1976 - 30 mil desaparecidos, 15 mil fuzilados, 500 recém nascidos tirados de suas mãos condenadas à morte pelo regime militar e mais de 2 milhões de exilados -, são numerosas as histórias contadas por Scavo, como a dos três seminaristas do bispo mártir Enrique Angelelli, que Bergoglio escondeu no Colégio porque eram procurados pelo regime militar.

 

 

«Durante trinta anos o então provincial dos jesuítas, depois bispo auxiliar, por fim arcebispo de Buenos Aires e primaz da Argentina, tinha optado pelo silêncio. Também isto revela o modo de conceber a liberdade que o Papa Francisco conserva para si e deseja para os outros. À custa de pagar pessoalmente».

 

Nello Scavo, 

in ‘L’Osservatore Romano’

 


 

 

 

Três visões dos 50 anos
do Concílio Vaticano

 

‘O Catolicismo do Concílio Vaticano II ainda tem futuro?’ foi a pergunta para o debate que reuniu três gerações de cristãos com experiências de vida e de Igreja diferentes, na livraria Ferin, esta terça-feira, em Lisboa.

Joana Rigato, a interveniente mais nova do painel, com 33 anos apresentou a visão de quem nasceu depois do Concílio Vaticano II mas cujo escutar dos “sinais dos tempos” não viveu “na Europa”, com a exceção de casos pontuais, revelou a professora de Filosofia que frequenta o doutoramento em Filosofia da Ciência.

Da sua experiência de “Igreja diferente”, conciliar, revela registos em África, na América Latina, onde uma “igreja libertadora é muitas vezes bloqueada”, e na Ásia, em Macau, por exemplo, foi catequista às escondidas dos amigos.

Joana Rigato, deu o testemunho de quem sempre se assumiu como católica, uma minoria na sua adolescência, e por isso era “gozada”, por exemplo “quando defendia posições menos libertinas” diziam-lhe que estava a “mandar sentenças”.

A jornalista Paula Moura Pinheiro começa por explicar que não tem a mesma visão de Joana Rigato, “talvez” por ser de uma geração diferente e revela-se “esperançada com a ação e as palavras do Papa Francisco”, que é só um homem mas “faz a diferença”.

Nasceu no seio de uma família católica, quando os documentos do Concílio estavam a ser 

 

 


 

aprovados, e revela que guarda a recordação de infância da Igreja como “um edifício de temor reverencial” mas de “estrito senso como belo que revela a excelência da capacidade humana”.

A jornalista explicou que é uma “católica convertida a Jesus por conta própria” e que o “ar” do Concílio Vaticano II “ajudou imenso” neste percurso que fez “muito sozinha”.

Da sua experiência, assinala que a Igreja hoje “não é a mesma dos anos 60, claro que depende das paróquias e dos padres”, explica, dando como exemplo a Capela do Rato, em Lisboa, onde o “contexto do Vaticano II está muito vivo”.

O pastor Dimas Almeida, da Igreja Presbiteriana, com 76 anos, acrescentou ao debate o 

 

exemplo/experiência da Igreja Católica ter reiniciado o diálogo com outras confissões cristãs.

O também professor de Ciências da Religião, na Universidade Lusófona, explicou que aos 16 anos interessou-se pela “discussão no mundo das ideias” onde se incluía a religião.

A viver no Montijo e sem confissão religiosa decidiu assistir à eucaristia mas ficou “desiludido porque estava longe do mundo das ideias, era empobrecedor” e revela que “se o Concílio já tivesse acontecido era capaz de ser católico”.

O pastor Dimas Almeida integrou o primeiro grupo ecuménico em Lisboa, ainda no decorrer do Concílio Vaticano II, onde liam a bíblia, oravam e refletiam.

 

 

outubro 2013

Dia 04

* Itália - Assis - Visita do Papa Francisco à cidade italiana de Assis
* Setúbal - Sé - Tomada de posse da nova equipa de assistência regional de Setúbal do Corpo Nacional de Escutas.
* Fátima - Reunião dos secretariados de catequese com D. António Francisco Santos
* Açores - Ponta Delgada (Museu Carlos Machado) - Conferência sobre «O franciscanismo em Armando Côrtes-Rodrigues» por Madalena Teixeira da Silva e integrada no ciclo «A Bíblia na literatura e nas artes».
* Lisboa - Auditório da Rádio Renascença - Sessão do ciclo «Escutar o Absoluto no Ano da Fé» que pretende viver a fé através da música clássica

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

* Lisboa - Caldas da Rainha (Centro Pastoral de Santa Catarina) - VI Encontro Nacional VerbumJovem com o tema «Sei em quem acreditei». (04 a 06)
* Évora - Convento dos Remédios - XVI Jornadas Internacionais «Eborae Mvsica». (04 a 06)
* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI - Jornadas nacionais de catequistas com o tema: «Chamados à salvação pela fé em Jesus Cristo». (04 a 06)
* Lisboa - Congresso “Festas de São Roque no Mundo – Traços de Cultura” promovido pela Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa. (04 a 07)

Dia 05

* Leiria - Barosa - Assembleia diocesana de acólitos.
* Guarda - Biblioteca Eduardo Lourenço (15h00m) - Apresentação de um observatório sobre situações sociais de carências na área da diocese da Guarda levado a efeito numa parceria da Cáritas Diocesana e da UBI.
* Viseu - Centro Pastoral de Viseu - Encontro nacional da Fraternitas sobre «A Família como “Igreja Doméstica” e fundamento da sociedade à luz da Gaudium et Spes»

 
 

 

 


* Setúbal - Casa de Santana - Encontro diocesano de religiosos.
* Braga - Esposende (Centro Social João Paulo II) - Conselho arquidiocesano dos Centros de Preparação para o Matrimónio (CPM).
* Lisboa - Anfiteatro ao ar livre da Fundação Champalimaud - Missa de abertura de ano do CUPAV e Círculo Vieira. 
* Porto - Casa de Vilar - Conselho diocesano da Pastoral Familiar. 
* Évora - Pavilhão dos Salesianos - Dia da Igreja diocesana de Évora.
* Aveiro - Auditório do Centro Cultural da Branca - Primeira sessão do curso de harmonização e acompanhamento promovido pela Escola Diocesana de Música Sacra. 
* Aveiro - Seminário de Aveiro - Assembleia dos coordenadores da Missão Jubilar e dos responsáveis dos serviços diocesanos. 
* Lamego - Seminário maior - Assembleia do Clero.
* Lisboa - Seminário dos Olivais - Encontro geral de animadores de grupos de jovens e movimentos. 

 


* Fátima - Auditório do centro missionário Allamano (Museu de Arte Sacra e Etnologia) - Quarta sessão das Conversas Contemporâneas da Consolata com padre Stefano Camerlengo, António Pinto Leite e Cristina Rocha Leiria
* Coimbra - Início do ano lectivo da Escola de Teologia e Ministérios
Jornada nacional das Escolas Católicas com o tema «Partilhar é urgente»
* Coimbra - Auditório do Conservatório de Música de Coimbra -Encontro sobre os 25 anos do Centro de Estudos de Bioética com o tema central «Esperança».
* Lisboa - Caminhada pela Vida
* Coimbra - Memorial da Irmã Lúcia - Lançamento do livro «Um caminho sob o olhar de Maria» (biografia da Irmã Lúcia) com apresentação do padre Luciano Cristino e com a chancela das edições Carmelo

* Lisboa - UCP (Sala de Exposições) - Sessão sobre ««Intelectuais, crença e cidadania: Antero de Quental e Leonardo Coimbra»» integrado no Seminário de História Religiosa Contemporânea e promovido pelo Centro de Estudos de História Religiosa.

 

 

Ano C - 27.º Domingo do Tempo Comum

 

 

 

 

 

Senhor, aumenta
a nossa fé!
 

Quase a terminar a celebração do Ano da Fé, o Evangelho deste vigésimo sétimo domingo do tempo comum começa com o pedido dos Apóstolos a Jesus: «Aumenta a nossa fé!» Jesus já tinha ouvido uma súplica semelhante, na boca do pai da criança epilética: «Vem em ajuda da minha pouca fé!»

A resposta de Jesus é surpreendente, até provocadora, sem dúvida: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia». A sua resposta, na realidade, força-nos a ir para além do imediato e do sensacional.

A fé é já um caminho humano. Quando duas pessoas se amam, sabem muito bem que o seu amor não se pode demonstrar cientificamente. O amor descobre-se como um dom gratuito, mas constrói-se na confiança. Posso dizer àquele ou àquela que amo “eu sei que te amo”, porque sei o que vibra dentro de mim. Mas ao mesmo tempo não posso dizer-lhe “creio que tu me amas”, porque não estou na pele do outro. O amor implica, pois, um salto num certo desconhecido, mesmo se apoiado em supostas provas tangíveis.

Quando se trata da nossa relação com Deus, a fé é, sem dúvida, mais difícil, porque não tem, ou tem muito pouco, suporte afetivo. Mas o princípio acaba por ser o mesmo. Sou convidado a ter confiança na Palavra de Deus, que se exprimiu plenamente em Jesus e foi transmitida pelos seus primeiros discípulos. Jesus dá-lhes como missão serem suas testemunhas autorizadas. Posso, sem dúvida, 

 

 

 

 

pôr em causa o seu testemunho, não aderir a Jesus, exigindo provas convincentes. Mas posso igualmente comprometer-me noutro caminho, da plena e confiante adesão a Jesus.

A fé só se pode viver numa relação de amor que nos faz ver para lá das aparências, 

 

porque os homens veem com os olhos, mas Deus vê com o coração. «Sim, Jesus, aumenta em mim a fé, para que eu possa amar-Te sempre cada vez mais».

Neste primeiro domingo de outubro, mês missionário a nos lembrar que a Igreja só é em missão, procuremos levar a Palavra de Deus como luz da fé para mais uma semana de vida, nas alegrias e nas tristezas do nosso quotidiano.

Procuremos rezar e meditar, em atitude de fé, algumas frases da Palavra de Deus: «Senhor, aumenta a nossa fé!»; «Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor…»; «Se hoje  ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações»; «Exultemos de alegria no Senhor!». Procuremos transformá-las em atitudes e gestos de verdadeiro encontro de fé com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingo, dia 06 - Entrevista ao padre Antonio Spadaro, diretor da Civiltà Cattolica.

 

RTP2, 18h00

Segunda-feira, dia 07- Entrevista a Cristina Sá Carvalho, sobre o Congresso Internacional de Catequese.

Terça-feira, dia 08 - Informação e apresentação de iniciativas para o Outubro Missionário, pelo padre Antonio Lopes.

Quarta-feira, dia 09 - Informação e apresentação de iniciativas para o Outubro Missionário, pelo padre Antonio Lopes.
Quinta-feira, dia 10  - Informação e apresentação de iniciativas para o Outubro Missionário, pelo padre Antonio Lopes.
Sexta-feira, dia 11 - Apresentação da liturgia dominical pelo cónego António Rego e frei José Nunes.
 

Antena 1

Domingo, dia 6 de outubro,  06h00 - Encerramento da Semana Nacional de Educação Cristã

 

Segunda a sexta-feira, dias 7 a 11 de outubro, 22h45 - Viagem da imagem de Nossa Senhora ao Vaticano: memórias e expetativas.

 

 

 

 

- «Diálogo entre a cultura e a fé» é a proposta dos padres Marianos da Imaculada Conceição para as Jornadas Pastorais de Balsamão. Entre os dias 3 e 6, rume a Macedo de Cavaleiros e disponha-se à reflexão e a ouvir o silêncio.

 

- O Papa Francisco visita Assis no dia 4. A peregrinação acontece no dia da festa litúrgica de S. Francisco de Assis (c. 1181-1226), que nasceu naquela região da Úmbria e que depois fundou ali uma ordem religiosa. 

 

- O Centro Universitário Padre António Vieira e o Círculo Vieira, da Companhia de Jesus, dão início ao ano pastoral com a celebração de uma eucaristia no anfiteatro, ao ar livre, da Fundação Champalimaud, em Lisboa.

 

- A Juventude Hospitaleira está a celebrar, ao longo de 2013, 25 anos. O «Encontrão dos 25 anos» é uma iniciativa que vai reunir toda a família hospitaleira, na Clinica Psiquiátrica de São José em Lisboa, nos dias 5 e 6. 

 

- Termina no dia 10 o concurso «Faz o teu vídeo, mostra-nos a tua missão», uma iniciativa dos Missionários da Consolata, que tem como objetivo a promoção e valorização do voluntariado jovem, bem como a partilha criativa de valores missionários através da utilização de novos meios de comunicação. Os candidatos devem ter entre os 12 aos 25 anos e o prémio é um ano de propinas universitárias no ensino público. 

 

 

Apps pastorais 

Realizam-se esta semana as Jornadas de Comunicação Social, em Fátima, subordinadas ao tema comunicar em ambiente digital. Por estarmos em pela jornada, as nossas sugestões hoje vão no sentido de facilitar a nossa atualização no ambiente digital.

Todos sabemos que tempo é dinheiro, e no ambiente digital a dispersão leva-nos à perca de imenso tempo e de recursos. Cada vez mais estou convencido que a nossa forma de comunicar no ambiente digital deve passar pela criação de um site ou de um blogue, e a partir deste é que devemos disseminar nas várias redes sociais. Isto não invalida, antes pelo contrário, que se pense em pequenas ações para cada uma das redes. Mas a comunicação principal deve ser veiculada pelo órgão "oficial". Porquê? Porque facilita a leitura, a organização, o controlo, a divulgação, entre outros aspetos.

 

Já apresentamos numa sugestão anterior o RSS/FEEDS e aqui poderão saber mais sobre o assunto Os aplicativos que seguem  

 

necessitam sempre do  código feeds RSS do nosso site/blogue e todos têm aplicação para Android e IOS.

 

Hootsuite: gestão de vários perfis

Hootsuite é uma das soluções que melhor nos pode ajudar na gestão dos vários perfis. Permite a gestão do Facebook, Twitter, GooglePlus, LinkedIn, Foursquare, Wordpress. A mais valia desta solução é que permite agenda o envio de mensagens e tuites, facilitando a nossa organização e gestão. Existe uma versão paga e a gratuita. O que apresentamos sobre esta solução encontra-se na solução gratuita.

Para obter uma conta basta aceder ao sítio na internet, fazer o registo e depois seguir as instruções. Aplicação tem versão em português.

 

Rssgraffiti: atualização das páginas do Facebook

Esta solução é excelente para quem só tem página de Facebook. Esta solução permite o envio 

 

 

 

 

 

 

 

automático dos artigos publicados no site/blogue para a página do Facebook, através do feeds RSS.

 

1. Entre na página: apps.facebook.com/ rssgraffiti;

 

2. Clique em “Add New Publishing Plan“;

 

3. Coloque o nome da sua página e clique em “ create publishing plan“; 4. Selecione a página e escolha a forma como quer suas publicações: em nome da página ou em nome do perfil;

 

5. Em “Post Style” marcar “standard”. São permitidos 3 estilos de postagens:?

a. Standard – cria mensagens com anexos completos: anexos, links, imagem, vídeo ou clipe de áudio.?

b. Compact – omite o nome do anexo e descrição.?

c. Status Update – cria uma atualização de status, não inclui anexos

 

 

6. Clique em “Add New” para começar a verificar um RSS/Feed para enviar suas atualizações.

 

7. Altere o botão “off” para “on”.

 

http://twitterfeed.com: atualização do Twitter e Facebook

Esta solução permite programar publicações automáticas dos artigos no Twitter e no Facebook.

Basta aceder a esta ferramenta, fazer a autenticação com a conta do Twitter e adicionar os feeds RSS e de seguida configurar os serviços onde devem ser publicados automaticamente os artigos.

 

Em síntese, para simples republicação dos artigos no Twitter e Facebook usamos o twitterfeed; Rssgraffiti para atualizar as páginas do Facebook; e o  Hootsuite para a gestão dos vários perfis.

 

Bento Oliveira

@iMissio 

www.imissio.net

 

 

Egipto: dias de insegurança e medo entre a comunidade cristã

Susto permanente

É um pesadelo que não tem fim. A vida dos cristãos no Egipto continua debaixo de ameaça constante e são cada vez mais as famílias que pedem ajuda. Que nos pedem ajuda.

 

A.W. não pode ser identificado. Tem medo de represálias. De mais represálias. Tem 40 anos, é cristão, casado, pai de três filhos e dono de uma pequena livraria. Melhor: era dono. Tudo corria bem antes da chamada Primavera Árabe que depôs Mubarak da presidência do país e levou a Irmandade Muçulmana ao poder. Nesses meses de euforia em que o poder praticamente caiu na rua, a sua livraria foi incendiada, tal como foram destruídas muitas outras lojas e propriedades dos cristãos. Nem Igrejas escaparam.

 

Procurar renascer

Foi um duro golpe, mas A.W. encarou o incidente como um acaso e voltou a arregaçar as mangas. Afinal, a sua livraria era mais do que um negócio: era o sustento da família. Foi ao banco, pediu um empréstimo e fez 

 

renascer literalmente a sua livraria das cinzas. Tudo parecia bem quando, no passado dia 14 de Agosto, novo incêndio criminoso fez ruir tudo. Agora, A.W. é um homem diferente. Sente-se derrotado, incapaz de sustentar a sua família. Sente-se humilhado. O banco não quer saber das suas razões. Emprestar-lhe mais dinheiro está fora de questão. A.W. passou, num curto espaço de tempo, de empresário promissor a cliente incumpridor. Nos critérios do banco, ser cristão, ter sido alvo de um duplo atentado, não conta para a avaliação dos clientes. “Ninguém me dá emprego”, desabafa, amargamente, numa carta que escreveu à Fundação AIS“Rezo a Deus para que ajude a minha família e permita que possamos continuar a viver aqui no Egipto”.

 

Violência permanente

Antes da recente intervenção dos militares, que retiraram o líder da Irmandade Muçulmana da presidência do Egipto, era raro o dia em que a comunidade cristã 

 

 

 

 

não sofria algum tipo de ataque. Lojas, habitações, igrejas, foram alvo de vandalismo, de violência organizada, de ataques armados. No entanto, nem a intervenção das Forças Armadas, com a prisão dos principais líderes da Irmandade Muçulmana, sob a acusação de instigação ao ódio e à violência, veio acalmar a fúria e 

 

fez terminar os ataques contra os cristãos.

A.W. é apenas um exemplo na imensa tragédia em que está mergulhada a comunidade cristã no Egipto. Como ele são inúmeros os cristãos que temem pelo seu futuro, que não sabem como vão conseguir sobreviver, como vai ser o dia de amanhã. A.W. está aflito e nem pode, sequer, dizer o seu nome para não ser denunciado. Pede-nos ajuda. Vamos ignorar a sua carta?

 

Saiba mais em www.fundacao-ais.pt| 217 544 000

 

 

LUSOFONIAS

Os direitos dos animais

Tony Neves

 

Estive em Assis a 22 de Setembro numa peregrinação que lá levou 30 Missionários Espiritanos idos do mundo inteiro. S. Francisco continua a chamar a atenção do mundo para a fraternidade entre todos os humanos, para o respeito pela natureza, para uma sadia relação com Deus. A sua mensagem, nascido no longínquo século XIII, mantém uma indiscutível atualidade e toca nos corações de todos, sejam cristãos ou não.

Assis transpira esta Espiritualidade e sentido ecológico. Quando todos queriam matar os lobos que vitimavam os rebanhos, Francisco sugeria, como alternativa, que lhe dessem de comer. Com barriga cheia, o lobo tornava-se irmão. A natureza era considerada pelo pobre de Assis a mãe, a irmã, a casa comum de todos.

O mundo celebra o Dia do Animal e há que olhar para ele como obra da criação de Deus que, por isso mesmo, merece todo o nosso respeito e ternura. Arrepia ver animais serem maltratados e abandonados. Criamos muitos desequilíbrios ecológicos quando dizimamos espécies ou porque as queremos comer e comercializar de forma caótica ou porque temos medo e optamos por matar. Celebrar este Dia do Animal devia ‘obrigar’ a uma visita guiada às primeiras páginas da Bíblia onde se narra a Criação. Lá, quer a natureza mineral, quer a vegetal, quer a animal, são apresentadas como boas para ajudar à 

 

 

Luso Fonias

 

 

realização e salvação de todas as pessoas.

Às vezes fica a impressão que muitas pessoas que passam a vida a defender os animais não têm a mesma preocupação com os humanos. Há que colocar as coisas no seu devido do lugar e o melhor do mundo são as pessoas. Mas não se pode sacrificar nada aos excessos de ganância dos humanos que, ao longo da história, não respeitaram a natureza e, com graves abusos, criaram desequilíbrios ecológicos de consequências desastrosas no plano climático e ambiental. 

 

Há que perceber, de uma vez por todas, que a natureza nunca perdoa as ofensas que se lhe fazem.

Neste Dia dos Animais olhemos para eles com ternura e respeito, com a consciência de quem sabe que eles foram por Deus criados para gerar harmonia no universo. Eles têm uma missão importante a cumprir. Deixemos que façam a sua parte na construção de um mundo harmonioso e feliz. Como humanos, façamos nós a nossa parte.

 

 


 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

 

 

«Nos nossos dias, num mundo muitas vezes estranho e até hostil à fé, as famílias crentes são de primordial importância, como focos de fé viva e irradiante»

Catecismo da Igreja Católica, 1656