|
||
Paulo Rocha Sonia Neves D. Manuel Linda Lumen Gentium |
|
|
Foto da capa: D.R. Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,. Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
|
Leigos à prova |
||
Paulo Rocha Agência Ecclesia |
O documento do Concílio Vaticano II sobre a Igreja, Lumen Gentium, dedica todo o capítulo IV aos leigos: conceito, apostolado, testemunho, integração na hierarquia são abordagens seguidas para desafiar ao compromisso de todos no “crescimento da Igreja” e na “sua contínua santificação”. E para definir a identidade e missão específica que lhes é devida, no conjunto da comunidade crente. A constituição conciliar adota, por uma só vez, a declaração “os leigos são” para referir os locais e as circunstâncias em que espontaneamente devem viver de acordo com a proposta do Evangelho. Cerca de 25 anos depois, e após um Sínodo dos Bispos em que o tema foi a vocação e missão dos leigos na Igreja, o Papa João Paulo II escreve uma Exortação Apostólica, Christifideles Laici, onde referência à identidade e compromisso laical no conjunto dos dinamismos eclesiais acontece de forma predominantemente afirmativa. |
|
||
Insiste-se em nove ocasiões no asserto “os leigos são” para declarar positivamente a missão e o testemunho que faz parte da sua identidade. A memória de elementos normativos sobre o protagonismo laical acontece quando se assinalam 50 anos de documentos estruturais da Igreja Católica, nomeadamente a Lumen Gentium e todos os que o Concílio Vaticano II aprovou, e num contexto em os leigos em Portugal são chamados a novos desafios. A presença de leigos em estruturas eclesiais, como colaboradores, técnicos ou dirigentes, é um facto com história. Organismos pastorais, sociais, educativos e também de comunicação social, por exemplo, demonstram-no! Mas não deixa de ser significativo que metade das
|
nomeações saídas da última Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, uma dúzia, tenham sido confiadas a leigos. Sobretudo porque incluem serviços de coordenação em estruturas da Igreja dependente do episcopado até agora predominantemente confiadas a clérigos. Ver aumentado o número de leigos entre os colaboradores e dirigentes dos organismos da Conferência Episcopal Portuguesa é uma forma de integração laical na hierarquia. É sobretudo um momento que coloca cada um à prova, como deveriam estar todos os que participam em qualquer projeto. No contexto eclesial, como em todos, o que é necessário fazer tem de ser sempre bem feito! |
|
|
||
"Pessoalmente não sou responsável por nada do que está em causa nestas investigações (Operação Labirinto sobre os vistos «gold»). Apesar disso (…) o ministro da Administração Interna tem de ter sempre uma forte autoridade para o exercício pleno e eficaz das suas responsabilidades. É essa autoridade que politicamente entendo ter ficado diminuída”, Miguel Macedo, ao demitir-se do cargo de ministro da Administração Interna, Expresso, 16.11.204
“Diante do juiz Carlos Alexandre, o diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Palos, admitiu ter agilizado alguns processos para a concessão de vistos gold quando recebia pedidos especiais para o fazer, não só por parte de António Figueiredo, presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN), mas também de outros altos funcionários do Estado que lhe ligavam nesse sentido, disse ao DN fonte próxima do processo”, noticia Diário de Notícias, 17.11.2014
Os direitos fundamentais sociais têm de assentar num desenvolvimento económico compatível com o nível de satisfação desses direitos e isso é uma tarefa prioritária que pode justificar aquilo que os juristas classificam como certas restrições aos direitos fundamentais, prontas a serem levantadas logo que o desenvolvimento o permita Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros, Lisboa, 11.11.2014 |
"O Banco de Portugal atuou conforme a melhor da sua capacidade e com o objetivo de salvaguardar os depositantes, mas não tem pretensão de infalibilidade”, Carlos Costa, na Comissão parlamentar de inquérito ao caso BES, Rádio renascença, 17.11.2014
“Se temos um Banco de Portugal não faz sentido que não contemos com este supervisor para poder avaliar, analisar, propor, alertar as soluções que sejam mais adequadas", Ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, na Comissão parlamentar de inquérito ao caso BES, Dinheiro Vivo, 19.11.2014 “Gostava que me permitissem que o repartisse com o povo da minha terra, com todos os portugueses, que me querem tão bem e a quem eu quero tão bem. E viva Portugal”, Carlos do Carmo ao receber o Grammy Latino, 19.11.204 |
|
|
||
|
|
|
Depois de um verão tardio, a chuva não deu descanso durante vários dias © Reuters |
Novo bispo coadjutor de Beja quer ajudar diocese a «crescer como Igreja» |
||
D. João Marco, novo bispo coadjutor de Beja, partilhou em entrevista à Agência ECCLESIA as suas expetativas acerca desta nova missão e recordou 40 anos de sacerdócio marcados pelo trabalho pastoral e pela pintura, pela “luta” interior entre “o padre e o artista”. Nascido em 1949 na aldeia de Monteperobolso, localidade rural situada na Diocese da Guarda, desde cedo José João dos Santos Marcos começou a sentir-se “chamado para ser padre”, marcado pela vivência religiosa “dos seus pais e das gentes da sua terra”. Vivia-se uma época em que “o que aglutinava as pessoas era a pertença à Igreja” e onde “o evangelho proposto era recebido como lei fundamental da vida”, frisa D. João Marcos. Foi neste contexto que começou a sua caminhada de formação vocacional, passando pelos seminários de Santarém, Almada e Olivais, onde concluiu o seu percurso no Instituto Superior de Estudos Teológicos do Patriarcado de Lisboa. Ao mesmo tempo, acompanhava-o o gosto pelas artes, de tal forma que |
“quando terminou o curso de teologia”, os seus formadores disseram-lhe para “ir estudar pintura”, tendo entrado na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. D. João Marcos sublinha que “sempre ficou claro que em primeiro lugar era padre” e o que lhe “enchia as medidas” era o trabalho pastoral. No entanto, essa “luta” interior entre “o artista e o padre” deu azo a algumas histórias que ainda hoje guarda na memória. Uma delas envolveu D. Albino Cleto, antigo bispo de Coimbra já falecido, que o havia acompanhado como formador no Seminário de Almada, e que o incentivou a fazer da sua faceta de artista uma “parte integrante do seu ministério”. Uma lógica que o vai acompanhar também na sua nova missão, como bispo coadjutor da Diocese de Beja, a “segunda maior do país” em termos territoriais mas que no entanto tem “pouca gente e pouca gente de prática dominical”. “Vejo a diocese como o bispo atual (nr. D. António Vitalino) a vê – terra a ser cultivada e trabalhada, terra |
|
|
|
||
a ser preparada e semeada pelo evangelho para crescer como Igreja viva nos moldes que o Senhor nos dá para viver nestes tempos”, aponta o novo bispo. Sobre o seu estilo e aquilo que as pessoas podem esperar dele, realça que pretende estar no meio das comunidades numa atitude de “amor, serviço e disponibilidade” e que as “pregações moralistas não o motivam”.
|
“Temos de fazer isto, ser assim… o evangelho é realmente uma boa notícia, mais do que um fardo pesado, um dever a cumprir, um objetivo a atingir”, conclui. D. João Marcos vai ser ordenado bispo este domingo pelas 16h00, na igreja dos Jerónimos, em Lisboa. De manhã, às 06h00, na Antena 1 da rádio pública, vai ser entrevistado pelo Programa ECCLESIA. |
|
|
Cáritas, missão promotora
|
||
O Conselho Geral da Cáritas Portuguesa aprovou o seu plano de atividades, após uma reunião de dois dias em Fátima, e frisou a missão de ser “promotora de transformação social”. Segundo o comunicado enviado à Agência ECCLESIA, os cinco eixos do novo plano da organização católica são "dar Voz aos Pobres; comunidade cristã; resposta à sociedade; organização e rede Cáritas; agentes Cáritas”. Este plano é a resposta do serviço nacional da Cáritas ao Plano Estratégico em Portugal, para o triénio 2014-2016, que se centra sobretudo na “animação e qualificação da ação social na paróquia”, explica a instituição cuja missão, em comunhão com a Igreja, “é ser promotora de transformação social”. Eugénio da Fonseca, presidente da instituição a nível nacional, reconduzido neste serviço pela Conferência Episcopal Portuguesa, revelou as três prioridades do próximo triénio. Primeiro a “estreita cooperação com as Cáritas Diocesanas” respeitando a sua “identidade e autonomia”; depois pretende a “melhoria da organização”, |
|
a “gestão e viabilidade financeira” dos serviços tendo como critério a qualificação das pessoas que neles trabalham. Por último, o presidente da Cáritas Portuguesa pretende a “integração das ações nos objetivos e atividades” da Caritas Internationalis e da Cáritas Europa “visando em especial” o contributo da instituição nacional a “favor de outros povos”, com particular atenção para os lusófonos. O secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana convidou as diversas Cáritas Diocesanas a participarem no encontro promovido pela Comissão Justiça e Paz com a presença do cardeal Oscar Rodrigues Maradiaga, presidente da ‘Caritas Internationalis’, a 13 de dezembro, em Lisboa. |
|
Endurecer combate
|
||
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) vai endurecer o seu combate a um sistema económico que “mata”, é pouco “inclusivo” e tem contribuído para uma cada vez maior “desigualdade social”. Este é um dos pontos principais do último documento publicado pelo organismo, intitulado “Reflexões sobre a exortação apostólica Evangelii Gaudium ‘A alegria do Evangelho’ do Papa Francisco”, enviado à Agência ECCLESIA. Apesar de estar a passar por uma fase de mudança, com a entrada de uma nova direção liderada pelo juiz Pedro Vaz Patto, “a CNJP considerou não dever furtar-se ao desafio que o documento do Papa coloca à sua missão”. Nesse texto, Francisco convida a Igreja Católica, e todas as suas “estruturas”, a adotarem uma ação “mais missionária” e uma posição mais “comunicativa e aberta”. O organismo laical ligado à Conferência Episcopal Portuguesa pretende ser no meio da sociedade uma “voz profética”, como aponta Francisco, na defesa dos direitos das pessoas. No campo da economia, sublinha
|
a importância de afirmar a “rejeição inequívoca e global” do atual panorama, dominado por um sistema “injusto na sua raiz”. Sobre esta questão, a CNJP aponta que a Igreja Católica não pode ficar à espera de ter uma “alternativa” para “denunciar” o que se passa, como advogam algumas “vozes dentro e fora” do seu meio. “A rejeição do que é mau ou desumano tem valor próprio que seria grave não reconhecer”, alertam os membros do organismo. Depois, a CNPJ quer apostar no estabelecimento de “parcerias, nacionais e internacionais, com grupos e organismos que tenham a mesma preocupação” e procurar o apoio de “pessoas qualificadas” que colaborem com ela de forma “permanente” na busca de soluções.
|
|
|
A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
|
||
|
|
|
Oração inter-religiosa pela paz no Mosteiro dos Jerónimos |
||
|
|
|
|
Encontros marcados |
||
Sónia Neves Agência ECCLESIA |
Chegou o mês de novembro trazendo consigo o outono mais frio e chuvoso. Os dias são pequenos e os guarda-chuvas escondem rostos iluminados de outras estações. Novembro é lembrado como o mês das almas, dos fiéis defuntos. Trinta dias que iniciam com a temática da morte: a visita aos cemitérios trazem a saudade e as recordações de quem partilhou a sua vida e já não está. A morte, um assunto transversal, imprevisível, enigmático e considerado, muitas vezes, tabu. Mas também é a morte que reconcilia, aproxima e faz reencontrar tantas famílias. Também de outros encontros é feito o mês… O São Martinho é motivo para, de norte a sul do país, a mesa ter castanhas assadas e outros petiscos e as comunidades marcarem encontro. Momentos de convívio, conversas, brincadeiras, cânticos e comunhão. Comunhão é uma das palavras presentes e incentivadas na Lumen Gentium como “vocação universal de todos os seres humanos”. Afinal todos podemos estar em relação, partilhar, estar e ser comunidade. Noutra versão mas olhando para a perspetiva dos outros hoje é assinalado o dia nacional do pijama… Um dia indiferente para muitos mas que, para quem tem crianças até aos 10 anos, se torna sensível pois faz parar e olhar para outras crianças que vivem em instituições. O dia nasceu de uma missão da “Mundos de Vida” e intitula-se um dia educativo e solidário feito por crianças que ajudam outras crianças. |
|
|
||
Encontros em pijama para tantas crianças… Dias com simbolismo que nos fazem sair de nós e deixar os brilhos, luzes e cores que já enfeitam os grandes centros de consumo lembrando uma época que se pretende simples e de valores. No meio de emails, postagens nas redes sociais e acelerados dias ao ritmo do relógio imparável houve um momento desta semana em que pensei… faltam poucos dias para o advento, aqueles dias de preparação para o Natal e enchi-me de entusiasmo e força interior para, neste ano, ser diferente… O encontro já está |
marcado na agenda para dia 25 e tenho de o preparar! Apareceu um vídeo, que aqui partilho, que confirmou essa ideia. Dois minutos, apenas. Olhar para o Natal em várias perspetivas, tendo no centro o essencial. Preparar um caminho já conhecido mas que se envolve de novos “panos”, acender uma vela que sabemos quando vai iluminar verdadeiramente e marcar encontro com Quem temos a certeza que sempre lá estará. Que o advento, quase a chegar, seja tempo de comunhão e pleno de encontros. |
|
Francisco, o sinodal |
||
D. Manuel Linda, Bispo das Forças Armadas e Segurança |
“Que é que Jesus trouxe de novo ao mundo?”, perguntavam os pagãos, à maneira de Pilatos. Noutro cumprimento de onde e com mais seriedade, podemos interrogar-nos como muitos fazem: “Que é que o Papa Francisco trouxe de novo à Igreja?”. Trouxe muito. Não ao nível da doutrina, evidentemente, que essa, embora dita com a linguagem do tempo, é a mesma de sempre. Mas como expressão daquele «revelar» o mistério da Igreja que tanto preocupou o Concílio Vaticano II. Francisco representa como que o ponto mais alto da compreensão do ser, da missão e da forma de actuar da Igreja enquanto comunidade ao serviço da salvação do mundo, maturado ao longo destes cinquenta anos de pós-Concílio. Claro que, para aqui chegarmos, foram determinantes todos e cada um dos Papa anteriores: Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI. Todos se constituíram em degraus nos quais a Igreja firma os pés para atingir essa altura. Mas Francisco como que representa o ponto culminante. Porquê? Pela forma de «dar corpo» às grandes intuições do Concílio. Este, que não se quis secamente dogmático, optou por uma linha teológico-pastoral na qual ressalta a dimensão dialogante, acolhedora, maternal. Uma Igreja voltada para o mundo, não de dedo em riste para o acusar, mas de mão estendida para o acolher e ajudar a levantar-se. Sem perder a sua especificidade doutrinal e as suas referências espirituais. Mas com a exigência dificílima |
|
|
||
de intentar uma resposta salvífica às pessoas concretas, portadoras de específicas carências, necessidades e frustrações. O que nem sempre é fácil de se conseguir. Por isso, mais reclama o diálogo dentro da Igreja e desta com o mundo. Diálogo também ele difícil, pois a unidade da fé não apaga a percepção e a visão inerentes à personalidade e à história de cada um. Ora, isto tem uma designação: sinodalidade ou via sinodal. Que é uma postura bela, mas muito delicada, já que exige elevada comunhão eclesial e docilidade ao Espírito de Deus. E tem de começar, evidentemente, pelos ministros da Igreja. Dei comigo a matutar nisto, há dias, quando se encerrava a Semana dos Seminários. Pensei cá para os meus botões: que «modelo» de Padre para este tempo? O autoritário, que se |
aproveita da escassez para se impor? O divisionista, que em nome de um modernismo anquilosado desconhece o que é a comunhão eclesial? O activista, que programa como um gestor sem alma e sem coração? O carreirista, que coloca a Igreja ao seu serviço em vez de se colocar ele ao serviço da Igreja e do mundo? O gongórico, que em nome da solenidade litúrgica fere gravemente o culto divino? O anárquico, que se celebra a si e não os louvores do Deus três vezes santo? O guerrilheiro, que, como não se sabe «enfrentar» a si mesmo, provoca o mundo com batinas e viatórios fora do contexto? Não! O único protótipo possível do Padre terá de ser igual ao da Igreja que serve: salvífica, amorosa, maternal, acolhedora, dialogante. Numa palavra: sinodal. Como o Papa Francisco.
|
|
Os cinquenta anos da Lumen gentium |
||
Em 21 de novembro próximo a Lumen Gentium cumpre os seus cinquenta anos. Esta Constituição dogmática sobre a Igreja é um documento estruturante da árvore do Concílio, na medida em que pretende responder à pergunta fundamental sobre a identidade da Igreja em si mesma. Diante da vastidão dos assuntos nela tratados, selecionamos três, que consideramos decisivos para a renovação das nossas comunidades da Fé, na hora atual. Um deles é a natureza da Igreja entendida como comunhão (koinonia); ao outro designamo-lo com o título de “chamados á participação”; e o terceiro é o dever de construir a unidade pelo caminho do diálogo.
1. Igreja entendida como comunhão A Lumen gentium pretende identificar, por um lado, a vocação universal de todos os seres humanos à comunhão; por outro lado, dizer-nos onde está a fonte desta exigência universal de comunhão – o Mistério Trinitário de Deus e também qual o instrumento de que hoje o próprio Deus se quer servir para promover |
a comunhão no meio do mundo – a Igreja, sacramento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano (Lumen Gentium, nº 1). A identidade da Igreja comunhão exprime-se e aprofunda-se principalmente na celebração da Eucaristia. A Eucaristia acontece porque a Igreja se reúne em assembleia e dá cumprimento ao que Cristo mandou, quando disse: “Fazei isto em memória de mim”. E, neste aspeto, podemos dizer que a Igreja faz a Eucaristia. Mas não é menos verdade que a Eucaristia, enquanto presença real e atuante do próprio Cristo, faz a Igreja. Nesta comunhão com Cristo e em Cristo com o Mistério Trinitário de Deus radica a santidade da Igreja e a vocação à santidade de todos os seus membros. Por isso, como lembra a Lumen Gentium no início do cap. V, a Igreja não pode deixar de ser santa, embora sabendo nós que ela é constituída por muitos pecadores necessitados de continuar a sua conversão à pessoa de Cristo e ao seu Evangelho. A prática dos Conselhos Evangélicos |
|
|
|
||
constitui testemunho privilegiado da sua santidade. Neste ano especialmente dedicado, por vontade do Papa Francisco, a celebrar o carisma da vida consagrada, no quadro das comemorações do 50º aniversário da publicação do decreto conciliar “Perfectae Caritatis”, que trata da renovação da vida religiosa, faz-nos bem revisitar o cap. V da Lumen Gentium sobre a vocação
|
universal à santidade. Porque a relação comunitária é o grande “deficit” da sociedade atual, viver e testemunhar a experiência da comunhão é o melhor serviço que a Igreja pode prestar ao mundo de hoje.
2. Chamados à participação Na Igreja todos são chamados a participar na riqueza do mistério recebido das mãos do próprio Deus, |
|
|
|
||
que se fez o próximo mais próximo de cada um de nós, na pessoa de seu Filho Jesus. A cada um são oferecidos gratuitamente dons específicos que devem ser reconhecidos, cultivados e colocados ao serviço de todos. Esses dons ou carismas preparam e dispõem quem os recebe para assumirem as várias tarefas e ministérios necessários à construção do bem comum (nº12). Também sabemos que todos na Igreja participam no sacerdócio único de Jesus Cristo (Lumen Gentium, 10), mas alguns participam dele com um estatuto especial, a que se chama sacerdócio ministerial. Através do Sacramento da Ordem, estes recebem a missão de orientar e coordenar os diferentes carismas na vida da Igreja para que se cumpra o bem comum, com a máxima participação de todos. A renovação introduzida pelo Concílio nas formas de entender a vida da Igreja pediu que se criassem instrumentos adaptados ao exercício da participação. Entre eles destacam-se os sínodos dos bispos que, desde Paulo VI acontecem com regularidade temporal, constituídos por representantes dos episcopados |
de todo o mundo. Mas também são de lembrar aqui as Conferências Episcopais, criadas por países ou zonas territoriais e, nas dioceses, os sínodos diocesanos, os conselhos presbiterais e os conselhos pastorais. Isto para além de outras formas organizativas que permitem a todos envolverem-se cada vez mais na caminhada sinodal própria do viver cristão.
3. Chamados a construir a unidade pelo caminho do diálogo Ser católica é uma das notas identitárias da Igreja. Com base nesta abertura à catolicidade, a Lumen Gentium conclui que todos os homens são convidados a entrar na unidade católica do Povo de Deus. Aos católicos, em primeiro lugar, pertence-lhes reconhecer este maravilhoso dom do chamamento à salvação e ser-lhes fiéis até ao fim, sabendo que hão de disso prestar contas. Os cristãos não católicos passaram a ter, desde o Concílio Vaticano II, um lugar muito especial no coração da Igreja e dos seus responsáveis. De facto, como expressamente diz |
|
|
|
||
a Lumen Gentium, “A Igreja sente-se unida por muitas razões a todos os que se honram do nome de cristãos, por causa do Batismo, ainda que não professem a fé na sua integralidade ou não conservem a unidade da comunhão debaixo do sucessor de Pedro” (nº15). Assumindo estas indicações, a Igreja entrou no movimento ecuménico, que havia começado, algumas décadas antes, em meios não católicos. O decreto sobre o ecumenismo do mesmo Concílio Vaticano II Unitatis Redintegratio (1965), primeiro e |
depois o Diretório para aplicação dos princípios e normas sobre o ecumenismo (1993) completam a opção feita na Lumen Gentium pelo ecumenismo. É este mesmo espírito que tem incentivado também em Portugal o diálogo regular com outras confissões cristãs, sobretudo aquelas que têm estruturas e orientações estatutárias definidas nos seus sínodos e constituições, nomeadamente as ligadas ao Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC). O coração da Igreja abre-se para além das comunidades cristãs não católicas. E, por isso, o Concílio recomenda
|
|
![]() |
|
||
diálogo também com os não cristãos. À cabeça deste diálogo está a relação com os nossos irmãos mais velhos, os judeus. Como diz a Lumen Gentium, “em primeiro lugar está aquele povo ao qual foi dada a aliança e feitas as promessas e do qual nasceu o próprio Jesus Cristo” (LG, 16). Em sintonia com estas orientações, a Igreja aceita e promove relações institucionais com as instâncias responsáveis dos judeus e suas comunidades. Haja em vista a sua recomendação, ao mais alto nível, para que se promova anualmente um dia do hebraísmo em cada país. Esperamos que esta recomendação também venha a |
ter o seu cumprimento entre nós. No círculo daqueles com os quais a Igreja deseja dialogar e aprofundar as relações estão também os muçulmanos. A Lumen Gentium dirige-se a eles com palavras de muita estima e apreço. Entre nós existe a preocupação de dialogar com os irmãos muçulmanos, embora sem a desejável expressão institucionalizada, a nível das instâncias responsáveis. Isto, apesar de ter já havido e continuar a haver muitos contactos e encontros. A catolicidade da Igreja obriga a ir ainda mais longe, no esforço de promover o diálogo com todos. E nestes todos estão os que não
|
|
|
|||
conhecem a Cristo e também aqueles que, como diz o Concílio, sem culpa própria, não conseguiram chegar ao conhecimento de Deus, mas se esforçam por viver com honradez. Esses também estão no coração de Deus e a Igreja, segundo as orientações da Lumen Gentium (nº 16), deseja ir ao seu encontro para |
dialogar com eles, rumando a metas de cooperação e unidade. Se esta reflexão puder motivar para a releitura da Lumen Gentium, com suas implicações na vida das nossas comunidades cristãs, ficamos contentes.
D. Manuel R. Felício Bispo da Guarda |
||
|
Diálogo que interpela e santifica. |
||
No nº 8 da Lumen Gentium afirma-se que a Igreja de Cristo "subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele, ainda que fora do seu corpo se encontrem realmente vários elementos de santificação e de verdade, elementos que, na sua qualidade de dons próprios da Igreja de Cristo, conduzem para a unidade católica." A afirmação é muito densa e precisaria de ser bem analisada para se poder entender em toda a sua amplitude e consequências. Aliás, algumas das suas expressões têm sido muito refletidas dando lugar a estudos e debates que continuam nos nossos dias. No breve espaço de que aqui disponho não é possível fazer eco desse percurso, nem sequer enunciar as suas principais etapas, pelo que o meu objetivo é muito mais simples, passando por destacar uma das ideias que é dita neste pequeno excerto e que, muitas vezes, tem passado algo despercebida. Refiro-me à inequívoca afirmação da existência de vários elementos de santificação e de verdade fora do corpo da Igreja Católica. Tal afirmação vem na linha de uma das notas |
distintivas de todo o Concílio Vaticano II, que olha para o mundo e para a história não simplesmente como um espaço e um tempo onde decorre a existência humana, mas como realidades queridas e amadas por Deus. A revelação e o diálogo com Deus não se dão apesar do mundo e da história, mas pelo contrário acontecem, só podem acontecer, no coração desse mundo e dessa história. Por isso, não nos deveria espantar que neles não só existam elementos de verdade, como também elementos de santificação. Com isto não pretendo minimamente afirmar que tudo está bem e que não existem dinâmicas que são verdadeiros obstáculos à concretização do Reino de Deus. Só alguém muito distraído, ou completamente desligado da realidade poderia sustentar essa ideia. Mas é também devido à falta de atenção e, porque não dizê-lo com alguma ousadia, a alguma debilidade na vida da fé, que nem sempre se tiram todas as consequências da presença amorosa de Deus na história. Estar atenta a esse elementos, procurando-os e tornando-os visíveis e inteligíveis é também uma das missões da Igreja, que nesse exercício é |
|
|
||
igualmente interpelada e santificada. Sinceramente estou convencido de que Deus dialoga com o mundo através da sua Igreja, como igualmente dialoga com a sua Igreja através do mundo. É também através deste diálogo que a Igreja concretiza a sua missão, pelo que nunca pode deixar de o aprofundar em todos os momentos da sua existência. A experiência que se tem vivido no âmbito do sínodo da família é disso um testemunho |
evidente. E não nos devia surpreender que a sua fidelidade se concretize simultaneamente na escuta da tradição e dos sinais dos tempos, ou seja, no ter sempre presente aquilo que Deus lhe transmitiu e que foi sendo traduzido e formulado de determinada maneira ao longo do seu caminhar e, simultaneamente, na sua disponibilidade para a continuar a escutar a voz do Senhor que hoje, como sempre, fala ao seu povo e a toda a humanidade através da |
|
|
||
realidade histórica que vivemos. É verdade que nem sempre este diálogo é fácil, é verdade que muitas vezes existem tensões, mas não serão estas tensões também uma nota distintiva de toda a experiência cristã? Não é verdade que o Mistério da Encarnação, do qual a Igreja também participa, aponta para essa mesma tensão, uma vez que nele se afirma que o Mistério de Deus não se esgota no humano, mas jamais pode dele prescindir?
Juan Ambrosio, Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa
|
|
|
|
|
|||
|
|
||
O Concílio Vaticano II e o Ecumenismo |
||
1. A forma como a Igreja Católica vê hoje a tarefa ecuménica, considerando-a uma opção "irreversível" e "prioritária", é impensável sem o Concílio. Por outro lado, o alcance do Vaticano II só se entende olhando para o peso que a consciência do problema ecuménico teve no decurso do processo conciliar. A questão ecuménica esteve presente logo na intenção de convocar o Concílio (anunciada no último dia do Oitavário pela Unidade - 25.1.1959). Ainda antes do seu início, João XXIII criou o Secretariado para a Unidade dos Cristãos (15.6.1960), que veio a ter uma importância fulcral na forma como muitos temas foram refletidos. Finalmente, a 19.10.1962 (pouco depois do início da 1ª sessão), João XXIII elevou o Secretariado ao nível de Comissão conciliar, colocando-o em igualdade com as outras Comissões.
2. Do ponto de vista ecuménico, o Concílio representou um profundo salto qualitativo na consciência católica. Pode falar-se mesmo de uma "transformação epocal", no sentido de que o Concílio marcou "o princípio do fim" de uma mentalidade de "Contra-Reforma", que condicionou |
a identidade católica desde Trento até aos nossos dias, conduzindo-a a estreitezas confessionalistas limitadoras da sua catolicidade. Para essa mudança foi estimulante a presença de observadores não católicos.
3. Em termos de conteúdos, a importância ecuménica do Vaticano II encontrou expressão direta no Decreto Unitatis redintegratio (UR), votado a 19.11.1964, no mesmo dia da Lumen Gentium (LG). A coincidência de datas não é casual: o Decreto sobre o Ecumenismo tem de ser lido em estreita ligação com a Constituição sobre a Igreja. Todos os aspetos da renovação eclesiológica operada pelo Concílio são de relevância ecuménica: desde o novo sentido do mistério da Igreja à visão da Igreja como "Povo de Deus"; desde as bases de uma eclesiologia de comunhão à valorização, ainda que incipiente, da realidade das Igrejas Locais. A abertura ecuménica na Lumen Gentium emerge sobretudo na perceção da comunhão que já existe entre todos os cristãos, comunhão essa assente em bens que edificam a Igreja: a Palavra de Deus escrita; |
|
|
|
||
a fé trinitária; a vida da graça; a fé, a esperança e a caridade e outros dons interiores do Espírito Santo, etc. (LG 15). Por isso, reconhece-se que a "Igreja de Cristo" não se identifica pura e simplesmente com a "Igreja católica", mas "subsiste" nela. Ou seja: fora do espaço visível da Igreja católica há elementos de santificação e de verdade, há eclesialidade (LG 8).
|
4. Dois outros documentos são de grande significado ecuménico. Em várias das suas perspetivas - por exemplo, na conceção da Revelação ou na visão da relação entre Escritura e Tradição - a Constituição Dei Verbum coloca sob outros pressupostos o diálogo com os cristãos provenientes da Reforma. Não menos relevante é a Declaração Dignitatis humanae |
|
|
||
sobre a liberdade religiosa como um direito social e civil, individual e comunitário, a reconhecer pelo Estado em todas e quaisquer circunstâncias.
5. O Decreto sobre o Ecumenismo foi um dos documentos que requereu maior disponibilidade mental para a mudança (a sua aprovação exigiu grande capacidade de diálogo interno). Destacam-se algumas das suas afirmações: os cristãos não católicos são vistos como "irmãos no Senhor" (UR 3); há bens de salvação nas outras Igrejas e Comunidades eclesiais (UR 3); os católicos |
também foram responsáveis pelas divisões (UR 3 e 7); o ecumenismo exige disponibilidade para uma renovação permanente (UR 3 e 6); no centro da tarefa da unidade está o ecumenismo espiritual (UR 7 e 8); há uma legítima pluralidade na expressão da verdade cristã (UR 4, 9); importa atender à "hierarquia das verdades" da fé (UR 11).
|
|
|
||
6. A receção ecuménica do Concílio tem sido marcada por avanços e recuos (o que não acontece só na Igreja católica). De qualquer forma, avançou-se mais em quase 50 anos do que nos últimos cinco séculos. Naturalmente, persistem tarefas bem complexas a enfrentar. A busca da unidade é questionada por novos problemas e frequentemente contraditada na prática concreta. Um problema fulcral é que muitos |
membros da Igreja (também hierarcas e teólogos) ainda não interiorizaram o que a tarefa ecuménica exige em termos de transformação de mentalidade e de abertura à ação criativa do Espírito.
José Eduardo Borges de Pinho, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa |
|
|
A fé da Igreja |
||
Desde os primórdios, a Igreja é o lugar da fé, da transmissão da fé, o lugar no qual, pelo Batismo, nos imergimos no Mistério Pascal da Morte e da Ressurreição de Cristo, que nos liberta da prisão do pecado, nos doa a liberdade de filhos e nos introduz na comunhão com o Deus trinitário. Ao mesmo tempo, estamos imersos na comunhão com os outros irmãos e irmãs de fé, com o inteiro Corpo de Cristo, tirados do nosso isolamento. O Concílio Vaticano II recorda: «Deus quis salvar e santificar os homens não individualmente nem sem qualquer vínculo entre si, mas quis constituir com eles um povo, que O reconhecesse na verdade e O servisse fielmente» (Const. dogm. Lumen gentium, 9). Mencionando ainda a Liturgia do Batismo vemos que na conclusão das promessas nas quais expressamos a renúncia ao mal e repetimos «creio» às verdades da fé, o celebrante declara: «Esta é a nossa fé, esta é a fé da Igreja que nos gloriamos de professar em Jesus Cristo nosso Senhor». A fé é virtude teologal, doada por Deus, mas transmitida pela Igreja ao longo |
da história. O próprio São Paulo, escrevendo aos Coríntios, afirma que lhes comunicou o Evangelho que por sua vez também ele tinha recebido (cf. 1 Cor 15, 3).
Há uma corrente ininterrupta de vida da Igreja, de anúncio da Palavra de Deus, de celebração dos Sacramentos, que chega até nós e à qual chamamos Tradição. Ela dá-nos a garantia de que cremos na mensagem originária de Cristo, transmitida pelos Apóstolos. O núcleo do anúncio primordial é o evento da Morte e Ressurreição do Senhor, do qual brota todo o património da fé. Diz o concílio: «A pregação apostólica, que está exposta de um modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se até ao fim dos tempos, por uma sucessão contínua» (Const. dogm. Dei Verbum, 8). Deste modo, se a Sagrada Escritura contém a Palavra de Deus, a Tradição da Igreja a conserva-a e transmite-a fielmente, para que os homens de todas as épocas possam aceder aos seus imensos recursos e se enriqueçam com os seus tesouros de graça. Assim a Igreja «na sua doutrina, |
|
|
||
na sua vida e no seu culto transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que ela acredita» (ibidem).
Enfim, gostaria de realçar que é na comunidade eclesial que a fé pessoal cresce e amadurece. É interessante observar como no Novo Testamento a palavra «santos» designa os cristãos no seu conjunto, mas certamente nem todos tinham as qualidades para ser declarados santos pela Igreja. Que se desejava então indicar com este termo? O facto de que os tinham e viviam a fé em Cristo ressuscitado foram chamados a tornar-se um |
ponto de referência para todos os outros, pondo-os assim em contacto com a Pessoa e com a Mensagem de Jesus, que revela a face do Deus vivo. E isto vale também para nós: um cristão que se deixa guiar e plasmar gradualmente pela fé da Igreja, não obstante as suas debilidades, os seus limites e dificuldades, torna-se como uma janela aberta à luz do Deus vivo, que recebe esta luz e a transmite ao mundo.
Bento XVI, audiência geral, 31.10.2012 |
|
Vaticano II: A transformação ecuménica |
||
O Papa Francisco elogiou hoje a “mudança de mentalidades” promovida pelo decreto sobre o ecumenismo ‘Unitatis redintegratio’, do Concílio Vaticano II, e pela ação que se lhe seguiu “no ensinamento teológico” e na ação pastoral da Igreja Católica. “Pertencem agora ao passado a hostilidade e a indiferença, que tinham cavado fossos aparentemente intransponíveis e provocado feridas profundas, ao passo que foi lançado um processo de cura que permite acolher o outro como irmão ou irmã, na unidade profunda que nasce do Batismo”, afirmou. O Papa falava aos participantes na assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, que decorre em Roma sobre o tema ‘A meta do ecumenismo: princípios, oportunidades e desafios nos 50 anos da Unitatis redintegratio’. Francisco assinalou o 50.º aniversário da promulgação deste decreto (21.11.1964), no mesmo dia em foram promulgados outros dois documentos conciliares: a constituição dogmática sobre a Igreja, ‘Lumen gentium’, e o decreto sobre as Igrejas orientais, |
‘Orientalium Ecclesiarum’. “O conjunto destes três documentos, tão ligados uns aos outros, oferece a visão da eclesiologia católica como foi proposta pelo Concílio Vaticano II. Por isso, quisestes dedicar os vossos trabalhos a refletir como a Unitatis redintegratio pode continuar a inspirar o compromisso ecuménico da Igreja no mudado cenário de hoje”, declarou o Papa. A intervenção sublinhou que a Igreja Católica pode “alegrar-se” pelo facto de o ensinamento do Concílio ter sido “amplamente recebido”, convidando a dar “graças a Deus pelos muitos frutos que foram recolhidos durante este meio século”. “Em particular, tornou-se realidade o que o Concílio tinha recomendado, isto é, o reconhecimento de quanto existe de bom e de verdadeira na vida dos cristãos de todas as comunidades”, referiu. Francisco recordou que os cristãos das várias Igrejas e comunidades eclesiais se empenham, em conjunto, “ao serviço da humanidade sofredora e necessidade, pela defesa da vida humana e da sua dignidade inalienável, pela salvaguarda da criação e contra as injustiças que |
|
|
|
|||
afligem tantos homens e povos”. O Papa admitiu que as divisões persistentes entre cristãos foram agravadas, nalguns casos, por divergências sobre “novos temas |
antropológicos e éticos”, convidando a “cultivar o ecumenismo espiritual, para valorizar o ecumenismo de sangue e caminhar juntos no caminho do Evangelho”.
|
||
|
|
||
Os testemunhos dos mártires, prosseguiu, não faltaram nestes 50 anos e “hoje mais do que nunca” desafiam os cristãos a “deixar que a sua força leve à conversão a uma fraternidade cada vez mais plena”. “Nestes meses, encontrando-me com tantos cristãos não católicos ou lendo as suas cartas, pude ver como, apesar das questões abertas que ainda nos separam, existe um forte e difundido desejo de caminhar juntos, de rezar, de conhecer e amar o Senhor, de colaborar no serviço e na solidariedade com os fracos e com quem sofre”, revelou Francisco. “Estou convencido disto: num caminho comum, com a orientação do Espírito Santo e aprendendo uns com os outros, podemos crescer na
|
comunhão que já nos une”, acrescentou. 50 anos depois da ‘Unitatis redintegratio’, o Papa realçou que a busca pela “plena unidade dos cristãos” continua a ser uma prioridade para a Igreja Católica e uma das suas “principais preocupações quotidianas”, pessoalmente. “A unidade é acima de tudo um dom de Deus e é obra do Espírito Santo, mas todos somos chamados a colaborar sempre e em qualquer circunstância. Agradeço-vos portanto por todo o vosso trabalho e, ao confiar-vos à intercessão materna da Beata Virgem Maria, peço-vos por favor que rezeis por mim e pelo meu ministério”, concluiu. |
|
|
|
|||
|
|||
|
Epifania da diversidade
Cinquenta anos da promulgação do decreto conciliar
|
||
‘Ex Oriente lux’ recita o antigo adágio ao qual pode ser atribuída também uma chave de leitura cristológica. É como se a verdade ínsita neste ditado tivesse sido proposta novamente à Igreja na sua totalidade há cinquenta anos com a promulgação do decreto ‘Orientalium Ecclesiarum’ (OE) do concílio ecuménico Vaticano II sobre as Igrejas orientais católicas, o documento que afirmou a consciência da sua riqueza e da necessária diversidade no seio da Igreja universal.
O OE foi a coroação de um importante caminho da consciência latina, nem sempre isento de momentos «obscuros», não obstante o Oriente cristão nunca tenha estado ausente da Urbe: é suficiente pensar no estudo das línguas orientais, na coleção de manuscritos orientais da Biblioteca apostólica do Vaticano, até chegar à fundação em Roma em 1917 do Pontifício instituto oriental. A instituição, no mesmo ano, da Congregação para as Igrejas orientais como dicastério independente foi possível graças a Bento XV para manifestar a atenção e o amor para |
com os cristãos, «testemunhas vivas das origens» (OE 2).
O decreto levou ao cumprimento de quanto tinha sido encaminhado em particular pela carta apostólica ‘Orientalium dignitas’ de Leão XIII, que iniciou a desenraizar alguns preconceitos, em primeiro lugar o de uma «uniformidade universal» desejada em nome de uma eclesiologia que considerava a Igreja latina e o seu «rito» como modelo de redução universal, na convicção da ‘prestantia ritus latini’. Do mesmo modo os direitos e os privilégios dos patriarcas tinham diminuído ou decaíram, também neste caso na ótica de uma certa interpretação do ministério do romano Pontífice. Na base havia talvez uma consideração do cristianismo oriental católico como um folclore pitoresco, por vezes não compreendido plenamente e confundido com a Igreja ortodoxa.
Cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais ‘L’Osservatore Romano’, 21.11.2014
|
|
|
|||
|
|
||
Predomínio do Mercado
|
||
O Papa Francisco visitou hoje a sede da organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em Roma, onde apelou ao respeito pelos direitos dos que sofrem com a fome, superando a lógica do mercado. “Enquanto se fala de novos direitos, o faminto está aí, na esquina da rua, e pede o reconhecimento da cidadania, ser considerado na sua condição, receber uma alimentação de base saudável. Pede-nos dignidade, não esmola”, afirmou, durante a segunda Conferência Internacional sobre Nutrição. Francisco sustentou que, no esforço para eliminar a fome a comunidade internacional deve rejeitar sistemas de “discriminação” que ligados à “capacidade de acesso ao mercado dos alimentos”. A luta contra a fome e a desnutrição, alertou, é dificultada pela “prioridade do mercado” e pela “preeminência da ganância”, que reduziram os alimentos a “uma mercadoria qualquer, sujeita à especulação, inclusive financeira”. “Nenhuma forma de pressão política ou económica que se sirva da |
disponibilidade de alimentos pode ser aceitável”, sublinhou Francisco.
A este respeito, acrescentou que o direito à alimentação só será garantido se houver preocupação “com o sujeito real, ou seja, com a pessoa que sofre os efeitos da fome e da desnutrição”. O Papa saiu em defesa do direito à alimentação e o direito à vida e a uma existência digna, bem como pelo direito a ser protegidos pela lei, “nem sempre próxima da realidade de quem passa fome”, e recordou a “obrigação moral de partilhar a riqueza económica do mundo”. “Pessoas e povos exigem que a justiça seja colocada em prática; não apenas a justiça legal, mas também a contributiva e a distributiva”, precisou. Perante o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, e a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, Francisco elogiou a decisão de reunir nesta conferência representantes de Estados, instituições internacionais, organizações da sociedade civil, do mundo da agricultura e do setor privado. "Há comida para todos, mas nem todos podem comer, enquanto o |
|
|
||
desperdício, o descarte, o consumo excessivo e o uso de alimentos para outros fins estão à frente dos nossos olhos", realçou. Nesse contexto, disse que a Igreja Católica está atenta a tudo o que se refere ao bem-estar “espiritual e material” das pessoas, em primeiro lugar das que “vivem marginalizadas e estão excluídas, para que sua segurança e dignidade sejam garantidas”. A intervenção conclui-se com uma oração para que Deus “abençoe |
todos aqueles que, com diferentes responsabilidades, se colocam a serviço dos que passam fome e sabem atendê-los com gestos concretos de proximidade”. |
|
Aborto e eutanásia,
|
||
O Papa afirmou que o aborto, a eutanásia e a “produção” de filhos mostram uma “falsa compaixão” que põe em causa a dignidade da pessoa, pedindo que nenhum ser humana seja uma “cobaia”. “O pensamento dominante propõe, por vezes, uma falsa compaixão, a que considera como ajuda à mulher favorecer o aborto, como um ato de dignidade procurar a eutanásia ou como conquista científica ‘produzir’ um filho”, disse, num discurso proferido durante a audiência que concedeu à Associação de Médicos Católicos Italianos. Francisco criticou também a utilização de vidas humanas “como cobaias de laboratório para, supostamente, salvar outras”. O Papa explicou que desde os tempos de sacerdote ouviu várias objeções sobre o aborto, considerando que não se está diante de um “problema religioso” ou “muito menos filosófico”. “É um problema científico, porque ali está uma vida humana e não é lícito deixar fora uma vida humana para resolver um problema. ‘Mas não, o pensamento moderno…’ Ouçam, |
no pensamento antigo, no pensamento moderno, a palavra matar significa o mesmo”, assinalou, num tom coloquial. Segundo Francisco, o mesmo princípio se aplica à eutanásia, incluindo a “eutanásia “escondida” que se dirige aos idosos. “Também existe a outra [eutanásia], não? Isso é dizer a Deus: ‘Não, o fim da vida sou eu que decido, como eu quiser. É um pecado contra Deus criador: pensai bem nisso”, advertiu. |
|
|
Família «ideológica»
|
||
Francisco disse no Vaticano que a Igreja Católica rejeita uma família construída com base em ideologias que ignoram a “complementaridade” de um pai e de uma mãe na educação dos filhos. “As crianças têm o direito de crescer numa família, com um pai e uma mãe, capazes de criar um ambiente idóneo para o seu desenvolvimento e o seu amadurecimento afetivo”, declarou, perante os participantes num colóquio inter-religioso sobre a complementaridade homem-mulher, promovido pela Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé). Francisco aproveitou esta ocasião para confirmar a participação no 8.º Encontro Mundial das Famílias que vai decorrer em setembro de 2015, na cidade norte-americana de Filadélfia. A intervenção alertou para a “armadilha” de se qualificar a família a partir de conceitos de natureza ideológica, com um valor limitado do ponto de vista histórico e antropológico. “Não se pode falar hoje de família conservadora ou de família progressista: a família é família. Não a deixemos qualificar assim com este ou outros conceitos, de natureza ideológica. A Família é por si mesma, |
tem uma força própria”, precisou o Papa. Francisco elogiou a escolha do tema da “complementaridade” para este colóquio internacional, considerando que o conceito está “na base do matrimónio e da família”. Neste contexto, o Papa alertou para a “crise” provocado por uma “cultura do provisório”, que leva cada vez mais pessoas a evitarem o compromisso do casamento. |
A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
|
||
|
|
|
Click to Pray |
||
No próximo dia 21 de novembro o Secretariado Nacional do Apostolado da Oração irá apresentar, em Fátima, o “Click to Pray” (clique para rezar), que é uma aplicação digital que nos oferece propostas de oração para três momentos do dia. Assim, esta semana apresentamos uma viagem até à página deste extraordinário projeto que se encontra disponível no endereço www.clicktopray.org. Ao entrarmos neste sítio encontramos um ambiente agradável com um design atual e onde facilmente se consegue aceder às várias opções disponíveis. Como não poderia deixar de ser, dependente da hora em que entramos na página, dispomos automaticamente da oração para esse tempo (manhã, tarde, noite). No item “orações para hoje” poderemos dizer que temos o repositório de todas as orações que já foram produzidas e aconselhadas a serem rezadas por todos. Organizadas sequencialmente por dia, mas distribuídas pelos três momentos, existe ainda a possibilidade de |
pesquisarmos as orações para uma determinada data. Caso pretenda saber quais as intenções do Papa Francisco para o corrente mês, pode clicar na opção “intenções do Papa”. Aí facilmente encontra quais são os propósitos do sucessor de Pedro para um determinado mês e ainda uma proposta de oração que está no seguimento dessa intenção. Um espaço que depende inteiramente do visitante é o “mural de orações”. Onde, conforme o nome indica, poderemos escrever a nossa oração / prece que é composta por três partes (título, oração e imagem) e que depois de aprovada, é publicada, tornando-se assim disponível para todos os que visitem esta página concreta. Na opção “blog” encontramos um conjunto de notícias que vão sendo escritas pela equipa do Apostolado da Oração e que de uma forma sequencial, poderemos ir agradavelmente consultando. Por último aconselhamos duas ferramentas que poderemos descobrir na parte inferior da página inicial. Em comunidade click to pray, |
|
||
através de um mapa, vemos onde se encontram geograficamente distribuídas as pessoas desta comunidade. Por outro lado, mais abaixo encontramos os rostos de todos aqueles e aquelas que aderiram a este mais recente e fantástico projeto. Aqui fica a sugestão para que visitem diariamente esta página ou que instalem a aplicação no vosso |
dispositivo móvel, que se encontra disponível para as plataformas ios e android ou então, assinem a newsletter. Porque a aplicação click to pray “ajuda-te a viver cada dia de forma diferente, com Jesus e unido ao Santo Padre”.
Fernando Cassola Marques |
|
Amor, silêncios e tempestades |
||
O padre Gonçalo Portocarrero de Almada apresenta esta sexta-feira o novo livro de José Luís Nunes Martins, ‘Amor, silêncios e tempestades’. A apresentação da obra está marcada para as 19h00, no Salão Nobre do Palácio da Independência, em Lisboa. Amor, silêncios e tempestades é um livro que procura a simplicidade. São 67 reflexões acerca das questões fundamentais da existência humana. Sem complicações. Cada texto é um desafio concreto ao pensamento sobre a existência concreta e pessoal de cada um. O amor, a morte, o sofrimento e a esperança, são alguns dos pontos essenciais a que o autor retorna várias vezes, enriquecendo e provocando sempre o pensamento de quem lê. Para além de apresentar a obra, o padre Gonçalo Portocarrero de Almada prefacia o novo livro de José Luís Nunes Martins. Nele refere que «ler uma crónica do José Luís Nunes Martins é sempre uma aventura surpreendente, porque nunca se sabe como termina». As crónicas nascem «de coisas triviais, prosaicas, quase banais. São sempre pistas em que facilmente o leitor se reconhece, porque são situações
|
da sua vida, sentimentos que já auscultou no seu coração, temores alguma vez imaginados pela sua mente.» Refere o sacerdote que «poder-se-ia dizer que estes escritos são verdadeiros caminhos do pensamento: sem pretensões académicas, não se destinam aos sábios, mas traduzem, em linguagem simples e eloquente, o que, com outra forma e terminologia, referem os grandes tratados». |
|
|
|
||
José Luís Nunes Martins nasceu em 1971. Escreve todas as semanas no jornal i. Gosta de Filosofia. Estuda. Prefere o existencialismo cristão. Escreve. Trabalha nas áreas da comunicação e da gestão de crises/emergências. Gosta de cavalos, mar, montanhas e tempestades.
|
Ficha Técnica Título: Amor, silêncios e tempestades Autor: José Luís Nunes Martins Coleção: Questões atuais Secção: Atualidade Formato: 15 cm x 23 cm Páginas: 256 Editora: Paulus Editora |
|
|
II Concílio do Vaticano: Milhares
|
||
|
O texto da Constituição dogmática «Lumen Gentium» foi “demoradamente” discutido durante a segunda sessão do II Concílio do Vaticano. Em relação aos quatro capítulos (posteriormente seriam os seis primeiros) foram apresentadas “cerca de 4 mil emendas” (Cf. Concílio Ecuménico Vaticano II – Documentos Conciliares e Pontifícios; Braga; Editorial A. O.). Depois de um processo moroso e devidamente consideradas as modificações propostas, o texto definitivo foi sujeito globalmente à votação no dia 19 de novembro de 1964. Dos 2145 votantes, 2134 deram o «sim», 10 votaram negativamente e um padre conciliar votou nulo. Dois dias depois (na última votação), dos 2156 votantes, apenas cinco não aprovaram o texto. Após estes resultados, o Papa Paulo VI promulgou “solenemente a Constituição” a 21 de novembro de 1964. (Cf. Concílio Ecuménico Vaticano II – Documentos Conciliares e Pontifícios; Braga; Editorial A. O.). Quando convocou o II Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII tinha um objetivo bastante claro: Aggiornamento, atualização da Igreja diante das questões colocadas pela sociedade do século XX. A Constituição sobre a Igreja – Lumen Gentium (LG) (Luz dos Povos) – torna-se o tronco deste acontecimento realizado entre 1962-65. É preciso recordar que o Papa Montini (na altura ainda era cardeal) pediu para que o concílio se ocupasse de um único problema: A Igreja. A segunda constituição aprovada pelo II Concílio do Vaticano (a primeira foi a «Sacrosanctum Concilium») |
|
|
||
representa, no campo eclesiológico, “uma autêntica revolução” (Cf. Darlei Zanon; «Para ler o Concílio Vaticano II; Lisboa, Editora Paulus). O texto é composto por oito capítulos, onde se descrevem diferentes aspetos da Igreja. Segundo o professor Manuel Costa Santos (Cf. Darlei Zanon; «Para ler o Concílio Vaticano II; Lisboa, Editora Paulus) a ordem dos “três primeiros capítulos mostra a «mudança copernicana» gerada pelo concílio”. Talvez seja o documento mais importante do II Concílio do Vaticano porque «obrigou» os padres conciliares a refletirem sobre a “essência da Igreja”. A sua redescoberta como mistério marca este retorno às origens ao mesmo tempo que se abre “a todas as novidades trazidas pelos novos tempos”. A teóloga Manuela Carvalho (Cf. Darlei Zanon; «Para ler o Concílio Vaticano II; Lisboa, Editora Paulus) realça que a «Lumen Gentium» “ainda não é vivida nem aplicada […] |
Alguns pontos desta constituição foram vistos, como a questão da colegialidade e do episcopado, mas o fundamento, a raiz da própria Igreja é mais difícil. Exige da vida cristã”. |
Novembro 2014 |
||
Dia 21* Fátima - Carmelo de S. José e Domus Carmeli - Jornadas práticas sobre comunicação digital com apresentação pública de «Click To Pray», a APP do Apostolado da Oração (Jesuítas).
* Açores - Ilha de São Miguel (Ponta Delgada) - Início da actividade «Conversas CaFÉ» sobre a exortação apostólica do Papa Francisco e promovida pelo Departamento da Pastoral Juvenil.
* Funchal - Igreja do Colégio - Lançamento do livro «Concílio Vaticano II - 50 anos depois» da autoria de D. Teodoro de Faria, bispo emérito do Funchal.
* Itália - Roma (Universidade Gregoriana) - O Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos assinala o 50.º aniversário do decreto «Unitatis Redintegratio»
* Aveiro - Reunião da Comissão da Formação Permanente do Clero com D. António Moiteiro
|
* Lamego - Casa de São José - Conselho Presbiteral presidido por D. António Couto
* Lisboa - Igreja de São Nicolau - Almoço/debate com D. Manuel Clemente sobre o «Sínodo dos Bispos sobre a Família» e promovido pela Associação dos Juristas Católicos.
* Lisboa - Salão Nobre do Palácio da Independência - Lançamento do livro «Amor, Silêncios e Tempestades» da autoria de José Luis Nunes e com apresentação do padre Gonçalo Portocarrero de Almada.
* Évora - Igreja da Sagrada Família (Auditório dos Álamos) - Conferência sobre as comunidades cristãs destroçadas pela guerra e pelo extremismo islâmico na Síria e no Iraque pela irmã Hanan e promovida pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
Dia 22 de Novembro* Vaticano - Entrega do Prémio Ratzinger, considerado o ‘Nobel’ da Teologia, que distingue este ano pela primeira vez uma mulher, a biblista francesa Anne-Marie Pelletier.
|
|
|
||
* Santarém – Sé - Encontro de coros paroquiais e conferência sobre «Cantar a alegria do Evangelho na Liturgia»
* Portimão - Centro Pastoral de Ferragudo - Acção de formação bíblica sobre o livro do Apocalipse orientada pelo padre Mário Sousa
* Évora - Jornada Diocesana de Liturgia e Catequese
* Funchal - Colégio de Santa Teresinha - Jornada diocesana do Apostolado dos Leigos centrado no tema da família. * Braga - Museu D. Diogo de Sousa - Conferências rusgueiras sobre «Religiosidade popular - crenças, cultos e promessas» promovidas pela Rusga de São Vicente, Universidade do Minho e Universidade Católica Portuguesa.
* Aveiro - Salão D. João Evangelista de Lima Vidal - A Paróquia de Nossa Senhora da Glória dá início à actividade «Fórum de Pais» que visa reforçar a consciência da importância da família na educação integral (também religiosa) dos filhos.
|
* Aveiro - Encontro da Comissão Diocesana Justiça e Paz com D. António Moiteiro
* Braga – Famalicão - O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, modera um debate sobre «A ciência da humanização» promovido pela Fundação Cupertino de Miranda.
* Aveiro - Auditório do Seminário de Aveiro - Assembleia dos agentes de pastoral juvenil presidida por D. António Moiteiro.
* Fátima - Hotel Cinquentenário - Encontro Nacional do Voluntariado Hospitalar em Oncologia
* Lisboa – Odivelas - 33º Encontro de Coros Litúrgicos em honra de Santa Cecília promovido pela Paróquia de Odivelas
* Lisboa - Odivelas (Pavilhão Polivalente de Odivelas) - Iniciativa «Oração Pela Paz em Nome da Tolerância» promovida pela Autarquia de Odivelas.
|
|
|
|
||
|
Sexta feira, dia 21 de novembro decorrem em Fátima as Jornadas práticas sobre comunicação digital, com a apresentação pública da aplicação «Click To Pray», desenvolvida pelo do Apostolado da Oração.
No sábado, no Vaticano, tem lugar a Entrega do Prémio Ratzinger, considerado o ‘Nobel’ da Teologia, que distingue este ano pela primeira vez uma mulher, a biblista francesa Anne-Marie Pelletier.
Dia 24 de Novembro, a Cáritas diocesana do Algarve, promove um seminário sobre «O franchising social potenciado pelo marketing social» Será na Escola Superior de Educação e Comunicação do Algarve. A Cáritas Diocesana do Algarve promove um seminário para divulgar os resultados preliminares do projeto Cria(C)tividade, «o franchising social potenciado pelo marketing social».
Na terça feira, o Papa Francisco visita e profere um discurso no Parlamento Europeu em Estrasburgo, França.
Dia 25 de novembro, tem lugar em Barcelona, o Congresso Internacional da Pastoral nas grandes cidades. Iniciativa que conta com a participação de D. Manuel Clemente. |
|
|
||
|
|
|
Programação religiosa nos media |
||
Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h18
RTP2, 15h30
Terça-feira, dia 25 - Informação e entrevista a João Paiva sobre o ciclo de conferências "Palavras no tempo"; Quarta-feira, dia 26 - Informação e entrevista ao padre Fernando Sampaio sobre a Pastoral da Saúde; Quinta-feira, dia 27 - Informação e entrevista a Ana Spranger sobre a Família; Sexta-feira, dia 28- Apresentação da liturgia de domingo pelo padre Armindo Vaz e frei José Nunes.
Antena 1 Domingo, dia 23 de novembro, 06h00 - Reportagem da V Jornada de Teologia Prática e entrevista a D. João Marcos
Segunda a sexta-feira, 24 a 28 de novembro - 22h45 - Apresentação do Ano da Vida Consagrada. |
«Desafios e perspetivas
|
||
A cidade de Münster (Westfália), na Alemanha, acolheu o encontro anual da Pastoral das Migrações, destinado aos agentes pastorais das missões lusófonas implantadas na Suíça e Alemanha. O encontro decorreu de 13 a 17 de outubro e foi organizado de forma conjunta pelas Coordenações das missões dos dois países, dirigidas respetivamente pelos padre Aloísio Araújo e Monsenhor Manuel Janeiro. Estiveram presentes 32 membros das equipas pastorais, entre padres e leigos, contando-se também a participação amiga de D. António Vitalino, responsável no seio da Conferência Episcopal Portuguesa pelo sector das migrações. Marcaram ainda presença o Director nacional da pastoral dos estrangeiros na Alemanha, Stefan Schohe, e o Referent da pastoral dos católicos de outras línguas na diocese de Münster, Franz-Thomas Sonka. As jornadas desenrolaram-se sob o tema «Desafios e perspetivas da pastoral juvenil no mundo atual», com orientação do padre Eduardo Novo, MIC, diretor do departamento |
nacional da Pastoral Juvenil. O conferencista apontou a formação e educação dos jovens como uma missão prioritária para a Igreja, percorrendo as grandes linhas do Magistério sobre o tema, e os ensinamentos dos Papas mais recentes. Assinalaram-se as marcas mais significativas da identidade e carácter da juventude hodierna, a proposta de um projeto de pastoral juvenil, ou de linhas de ação sobre a pastoral juvenil, e tendo como referência, entre outras, o Pe. Riccardo Tonelli, SDB na sua obra «Para uma Pastoral Juvenil ao serviço da Vida e da Esperança». Por fim, debateram-se as estratégias de organização e implantação da referida pastoral no seio das comunidades emigrantes. Os participantes tiveram ainda oportunidade para dedicar algum tempo à descoberta dos tesouros que conserva a cidade de Münster, nascida em torno do mosteiro/catedral que lhe dá o nome e que acaba de festejar os 750 anos de fundação. O último dia ficou assinalado |
|
|
||
pela deslocação ao santuário mariano de Telgte e pela visita ao museu Religio, que conserva, entre outras preciosidades, o espólio do bem-aventurado cardeal Von Galen, figura notável da resistência ao Nazismo na Alemanha. De salientar que na área de Münster |
vivem e trabalham cerca de 2000 portugueses emigrados. São apoiados por uma Missão católica lusófona aí radicada, actualmente a cargo do padre Paulo Areias.
Padre João Luís pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil |
|
Ano A – 34º domingo do Tempo ComumSolenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo |
||
Entrar na ternura do Rei de Amor |
Neste 34.º Domingo do Tempo Comum, que termina o ciclo do Ano A da liturgia, celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Este rei não é como os outros: o seu Reino não é deste mundo, a sua coroa é de espinhos, o seu trono é uma cruz, o seu poder é diferente do poder do mundo, o seu exército é composto por homens desarmados, a sua Lei são as bem-aventuranças e o amor, o seu Reino é um mundo de paz. A primeira leitura de Ezequiel utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação de carinho, ternura e amor pelo seu povo. Um belíssimo texto sobre o cuidado extremo de Deus para connosco, que importa reler. Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada do crente é a participação nesse Reino de Deus de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. No Evangelho, impressiona, pela sua simplicidade e provocação, a parábola do juízo final: apresenta o Filho do Homem sentado no seu trono, a separar as pessoas umas das outras “como o pastor separa as ovelhas dos cabritos”. No primeiro diálogo, o rei acolhe as ovelhas e convida-as a tomar posse da herança do Reino. No segundo, o rei afasta os cabritos e impede-os de tomar posse dessa herança. Qual é o critério que o rei utiliza para acolher uns e rejeitar outros? A questão decisiva está na atitude de amor ou de indiferença para com os irmãos que se encontram |
|
|
||
em situações dramáticas de necessidade, os que têm fome, os que têm sede, os peregrinos, os que não têm que vestir, os que estão doentes, os que estão na prisão. Jesus identifica-Se com os pequenos, os pobres, os débeis, os marginalizados. Manifestar amor e solidariedade para com o pobre é fazê-lo ao próprio Jesus e manifestar egoísmo e indiferença para com o pobre é fazê-lo ao próprio Jesus. À luz da cena apresentada por Mateus, as parábolas dos domingos anteriores ganham nova força. “Estar vigilantes e preparados” consiste, principalmente, em viver o amor e a solidariedade para com os pobres, os pequenos, os desprotegidos, os marginalizados. Os egoístas e os |
indiferentes não têm lugar no Reino de Deus. Não esqueçamos nunca este facto essencial: o Reino de Deus está no meio de nós. Depende de nós fazer com que o Reino deixe de ser uma miragem, para passar a ser uma realidade a crescer e a transformar o mundo e a vida das pessoas. Empenhemo-nos nesta semana em dar, em nome do Senhor, ternura e reconforto aos pequenos até aqui ignorados e tão próximos de nós, no nosso prédio, bairro e cidade e, quem sabe, até na nossa casa, na comunidade cristã, na comunidade religiosa. Entremos na ternura do Rei de Amor. Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
|
A assistência espiritualnos cuidados de saúde |
||
Uma necessidade essencial - Na experiência dos profissionais de saúde, na literatura científica recente e também na experiência milenar da Igreja, a espiritualidade é, para muitos doentes, uma fonte natural de conforto, bem-estar e saúde, pois fomenta um sentido para a vida, a reconciliação consigo próprio e com os outros, a procura de Transcendência, a redescoberta ou o reencontro com Deus. É, por isso, reconhecida pelo Decreto-Lei 253/2009 como uma «necessidade essencial, com efeitos relevantes na relação com o sofrimento e a doença». Existe, por isso, em todos os Hospitais do SNS e alguns privados um Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa, organizado e funcionando de forma regular para prestar cuidados espirituais e religiosos a todos os doentes internados que os solicitem, em liberdade de consciência e culto (cf. art. 1º). |
A Assistência espiritual e religiosa é prestada ao utente a solicitação do próprio ou dos seus familiares ou outros cuja proximidade ao utente seja significativa, quando este não a possa solicitar e se presuma ser essa a sua vontade.(Decreto Lei 253/2009, art. 4)
A assistência espiritual nos cuidados de saúde - Sendo a assistência espiritual uma necessidade e um direito, o internamento hospitalar não é nem pode constituir um impedimento à prática e vivência da fé. A atenção às necessidades espirituais dos doentes faz parte, |
|
Assistência religiosa e cuidados de saúde:
“Se tiver de ser internado(a), não esqueça, peça a visita do capelão aos enfermeiros logo no início do internamento. Não fique à espera”.(Comissão Nacional da Pastoral da Saúde)
|
||
portanto, dos cuidados de saúde. (É sabido que as necessidades espirituais são uma forte causa de sofrimento). Desta forma, os profissionais devem acolhê-las com respeito e sem qualquer pressão ou censura (cf. artº 4º, 1), procurando que sejam
|
satisfeitas segundo o desejo do doente e em tempo adequado. Mais, devem ainda informar os doentes dos seus direitos e da existência no Hospital de um Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa, horários e formas de acesso (Artº 12º). |
|
Cristianismo em risco no Médio Oriente?“Façam alguma coisa” |
||
O Arcebispo libanês D. John Darwish esteve em Portugal, a convite da Fundação AIS e fez um dramático apelo: é preciso fazer alguma coisa pelos Cristãos do Médio Oriente antes que seja tarde de mais. E deixou uma pergunta incómoda: “Como foi possível aos países ocidentais terem permitido isto? “Venho de uma região ferida”, disse D. Darwish, em Lisboa, durante a apresentação do Relatório de Liberdade Religiosa da Fundação AIS. A região ferida é o Médio Oriente e o país de que fala é o Líbano. Uma região onde “as pessoas são chacinadas diante dos media, onde as mulheres são violadas e vendidas, as igrejas e mesquitas destruídas”. O Líbano, apesar de tudo, é ainda um oásis no meio do caos e do horror que tomaram de assalto a região. Mas os cristãos libaneses temem que a guerra lhes entre de novo pelas casas dentro. Todos os dias, denuncia este prelado, são “testemunhados actos horríveis e, infelizmente, todos estes actos diabólicos são cometidos em nome de Deus e das religiões”. |
D. Issam Darwish aponta o dedo aos jihadistas, em especial ao ISIS. “Os vários grupos islâmicos radicais, como o ISIS, proclamaram parte da Síria e do Iraque como um Estado Islâmico. Eles controlam vários poços de petróleo e estão bem consolidados no terreno”, explica, antes de perguntar: “Como foi possível aos países ocidentais terem permitido isto?”
Medo do futuroO Arcebispo teme o futuro, pois sabe que esses grupos jihadistas estão às portas do país e continuam sedentos de sangue. O Líbano continua a ser um caso raro no Médio Oriente, pela coexistência entre as diversas religiões. Neste momento, este pequeno país de cerca de 4 milhões de habitantes acolhe mais de 1 milhão e meio de refugiados. O risco de colapso é enorme. D. Darwish trouxe-nos o relato vivo de quem testemunha todos os dias o drama dos refugiados, de quem chega ao Líbano aterrorizado e de mãos completamente vazias. “Eles estão muito traumatizados, deixaram |
|
|
||
tudo o que tinham e chegaram ao Líbano sem nada. Experimentaram o sofrimento, viram familiares serem assassinados. Foram forçados a fugir, às vezes de noite, a pé, com a roupa que traziam vestida”.“Façam alguma coisa”, diz o prelado nesta sua outra missão que é acordar a consciência da comunidade internacional. “Os jihadistas querem expulsar os Cristãos dos países árabes”, diz, alertando que a “Europa e o mundo ocidental estão fechados sobre si mesmos.” Fechados |
e sem quererem ver o problema. “A maior parte dos que combatem na Síria e Iraque chegam da Europa.” Estes são tempos de violência inaudita. Os Cristãos sofrem, são perseguidos e precisam de ajuda. É preciso apoiar os refugiados na diocese de D. Darwish. “Façam alguma coisa”, pede-nos este arcebispo. Não podemos ficar indiferentes a esta tragédia.
Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt |
|
|
Essa ‘caixa’ ainda manda muito! |
||
Tony Neves |
A televisão ficará para a história como a ‘caixa que mudou o mundo’. Haverá sempre quem olhe para o século XX e reconheça uma era antes e outra depois da TV. Transformou hábitos familiares e pessoais, juntou famílias e vizinhos em torno de grandes eventos, mas também quebrou rotinas, derrubou tabus. A grande novidade que a televisão trouxe foi a de mostrar imagens quase em tempo real de acontecimentos passados a milhares de kms…ou ali no virar da esquina. Encurtou o espaço e o tempo, fez muitas pessoas alegrar-se com acontecimentos positivos ou chorar de dor perante tragédias e derrotas. De senhora das famílias, a televisão tem visto o seu poder ultrapassado pelas novas tecnologias da comunicação. Muitas pessoas já não olham para ela como o melhor meio de informação, cultura e divertimento. O computador, através da internet e das redes sociais, oferece hoje mais possibilidades de comunicar e de interagir. As novas gerações, em muitos momentos, passam bem sem a TV, preferindo estar on-line, a conversar com quem querem, quando querem, como querem e com a linguagem que escolherem falar com o interlocutor. A televisão tem os dias contados? Não me parece. Dizia-se isso dos jornais e livros quando apareceu a Rádio e tal não veio a acontecer. Dizia-se isso da Rádio e da Imprensa quando surgiu a Televisão e também sobreviveram todos. Há, sim, mudanças |
|
|
||
que acontecem, obrigando a uma modernização de tecnologias e conteúdos. Hoje, quase toda a gente tem acesso a um número elevado de canais televisivos, uns generalistas e outros temáticos, uns abertos e outros codificados. Mas a verdade que salta á vista é que a guerra das audiências tem nivelado por baixo a qualidade dos programas exibidos na televisão. É triste constatar que o share das audiências é tanto mais alto quanto mais baixa é a qualidade do programa. Isto não é um dado aplicável a toda a programação, mas a parte muito significativa dela. Há tempos, um amigo brincalhão dizia-me que, em televisão, sempre que desce a qualidade aumenta o |
interesse! Não se pode generalizar, pois tal ofenderia os muitos produtores televisivos que pautam a sua vida pela seriedade e competência. A televisão terá sempre o seu nicho de mercado, mas deve modernizar-se em tecnologia, conteúdo, linguagem e marketing. Lendo as expectativas da audiência, vai-se adaptando aos telespectadores correspondendo aos seus anseios. Mas gostava muito de ver mais exigência de qualidade dos produtores como resposta a um povo que quer uma programação que aumente a cultura das pessoas que se formam, informam e divertem a ver ‘a caixa que mudou o mundo’. |
|
![]()
“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”
|
|
||
|
|
|