Famílias do Centro de Preparação para o Matrimónio reflectem sobre banalização do casamento
A cultura dominante na sociedade portuguesa não favorece o matrimónio. O decréscimo do número de casamentos é evidente e dentro deste indicador, o número de casamentos católicos é menor ainda.
Actualmente em Portugal, “é mais rentável a nível de impostos viver em união de facto, do que estar casado”. A opção dos pais de colocar os filhos numa escola não oficial “implica o pagamento a dobrar da educação dos filhos”. Situações que João Cordovil Cardoso, responsável pela Comunicação e Formação da Federação Portuguesa de Centro de Preparação para o Matrimónio evidencia à Agência ECCLESIA, e “que põem em causa a família”.
Mas precisamente porque esta situação existe, “temos de estar presentes no mundo, alertando as pessoas e mostrando que esta não é a solução”, esclarece.
Sobre este assunto estiveram reunidos em Fátima, cerca de 600 pessoas. O objectivo era reflectir sobre “Reviver o Sacramento do Matrimónio”, o tema que vai orientar o Encontro Internacional da FICPM Madagáscar entre os dias 24 e 27 de Julho de 2008.
Esta é uma forma de obter uma reflexão global, tendo em conta que, dada a distância e os custos inerentes, a participação portuguesa no encontro internacional será pequena.
João Cardoso reconhece que a sociedade em geral “ataca a instituição família, a indissolubilidade é posta em causa e a fidelidade não é um valor veiculado pela comunicação social”.
Contra esta realidade os casais e famílias cristãs querem reagir e “tornar público aquilo em que acreditam”, explica o responsável pela Comunicação e Formação, afirmando que “há que encontrar ao longo da vida de casal formas de não deixar morrer o sacramento, tornando-o presente na vida dos casais”.
Os casais que estão ligados ao CPM procuram, “através do seu testemunho, passar a vivência cristã do matrimónio”. João Cardoso afirma, não ser fácil, como em todos os casais, mas “a fé concede uma esperança e uma forma de viver que, quando posta na vida se traduz numa forma diferente de encarar o mundo e de viver”.
João Cardoso dá conta de exemplos que, desde a intervenção do Estado, à forma como “famílias são apresentadas na sociedade, não o sendo”, são elucidativos dos “ataques claros à instituição familiar”.
“Uma vida a dois tem inevitáveis adaptações”, aponta João Cardoso, “mas que conduzem, seguramente, a um bem maior”. Perante aquilo que chama de “propaganda”, tudo é apresentado como “temporário” e a família “não é apresentada como um objectivo a ter em conta”.
Neste contexto, João Cardoso explica que “há, de facto, uma diminuição da vontade de as pessoas se casarem”. No entanto, presentes no encontro nacional, estiveram 12 jovens que reflectiram uma posição contrária à sociedade, em geral, e à cultura juvenil, pois “manifestaram acreditar no matrimónio e na fidelidade”, conclui.