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Fátima: Santuário apresenta ano pastoral com olhar posto no «pós-centenário»

Agência Ecclesia
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Foto: Santuário de Fátima
Foto: Santuário de Fátima

Triénio 2017-2020 procura manter dinâmica gerada na celebração dos 100 anos das Aparições

Fátima, 02 dez 2017 (Ecclesia) – O Santuário de Fátima inaugurou hoje o ano pastoral 2017-2018 com o olhar posto no “pós-centenário”, procurando manter a dinâmica gerada na celebração dos 100 anos das Aparições.

D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, elogiou na jornada de abertura do novo ciclo a “originalidade da celebração do centenário” entre 2010-2017, não reduzindo as celebrações a um ano de atividades.

Estes últimos sete anos permitiram gerar uma “nova abordagem” à Mensagem de Fátima, assinalou o prelado, com “mudança de registo ou de registos”, passando-se de uma visão “meramente devocional” ou de curiosidade “às vezes mórbida” sobre os segredos, para olhar os acontecimentos da Cova da Iria “na sua globalidade”, “indo ao núcleo” e procurando ver a sua atualidade.

“A dimensão mística de Fátima muitas vezes foi coberta apenas pelo aspeto devocional”, observou D. António Marto, para quem é necessário sublinhar o convite a “abrir o coração humano a Deus em tempos de descrença ou de indiferença”.

O bispo diocesano referiu, em relação ao futuro, que Fátima “acompanha a história da humanidade em cada época” que o “grande presente” do centenário foi a canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.

Comentando o aumento da devoção aos novos santos, D. António Marto citou um comentário do Papa Francisco, numa audiência privada que o pontífice lhe concedeu: “As pessoas hoje procuram a inocência num mundo perturbado”.

O bispo de Leiria-Fátima recordou também o pedido de “purificação da devoção a Nossa Senhora” deixado por Francisco na sua viagem de maio.

O responsável destacou a experiência de “universalidade” e a “projeção mundial de Fátima”, visível no última ano “de maneira particular os grupos de peregrinos vindos da Ásia”, com referência específica aos católicos da China, “para além de todas as expectativas”.

“Quem vem a Fátima não vem como mero turista”, prosseguiu.

Quanto ao triénio 2017-2020, com o tema genérico ‘Tempo de Graça e misericórdia’, espera-se que o mesmo venha “promover a consolidação dos dinamismos criados”.

O padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário, apresentou os temas específicos para cada ano pastoral, a começar pelo atual, ‘Tempo de graça e misericórdia: dar graças pelo dom de Fátima’.

O responsável adiantou que a instituição católica quer sublinhar a importância da imagem peregrina de Nossa Senhora e a noção de que Fátima é um local “onde se produz cultura”, com “relevância antropológica”.

O ano de 2018-2019 tem como tema ‘Tempo de graça e misericórdia: dar graças por peregrinar em Igreja’, evocando a dimensão eclesial de Fátima: 2019-2020 apresenta-se sob o lema ‘Tempo de graça e misericórdia: dar graças por viver em Deus’.

Nos próximos anos, assinalou o padre Carlos Cabecinhas, vão ser assinaladas “efemérides marcantes” dos 100 anos de Fátima: a restauração da Diocese de Leiria, ocorrida em 17 de janeiro de 1918; a morte de São Francisco Marto, em 4 de abril de 1919; a edificação da Capelinha das Aparições, nos meses primaveris de 1919; a morte de Santa Jacinta Marto, em 20 de fevereiro de 1920; a construção da escultura de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, neste mesmo ano; e, em 1920, o início do trabalho pastoral de D. José Alves Correia da Silva como bispo da então Diocese de Leiria.

A jornada de abertura começou com a apresentação do tema do ano, pelo professor da Universidade Católica Portuguesa, José Rui Teixeira, o qual falou da Cova da Iria como um local de “intercessões e interceções”, uma “poética”, um espaço onde os peregrinos “procuram tocar e acabam tocados”.

“Fátima é a orla do manto, é lugar de intercessão e interceção, a periferia onde acontece a cura”, declarou.

Os trabalhos contaram com um apontamento musical pela Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima, sob a direção da maestrina Paula Pereira; e a apresentação do 8.º e último número da revista cultural ‘Fátima XXI'.

OC



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