Incêndios: «Morre um pouco da esperança; morre um modelo de sociedade» - Cáritas de Portalegre-Castelo Branco
Portalegre, 18 out 2017 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco afirmou nos fogos florestais deste verão, em Portugal, morreu também “um pouco da esperança” de quem vive no interior do país.
“Morre um modelo de sociedade que o povo português anseia e merece, assente nos princípios do Bem Comum, do Destino Universal dos Bens, da solidariedade e da subsidiariedade e dos valores fundamentais da vida social”, escreveu Elicídio Bilé, sobre os recentes fogos florestais.
No documento enviado à Agência ECCLESIA, o presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco considera que “é preciso que cada um faça a sua parte” para que Portugal se reabilite “como povo e como nação.
“Morrem hoje mais pessoas vitimadas pelos incêndios do que no passado”, lamenta.
O responsável espera que, “ainda a tempo, o Governo Português possa “alterar o Orçamento Geral do Estado” para “contemplar a reparação dos prejuízos” sucedidos pela “distração a que se sujeitou e pela incúria no acautelar daquilo que era previsível”.
‘Quo vadis?’ [para onde vais] é o título do texto onde Elicídio Bilé começa por observar que ainda “não refeitos” das consequências dos incêndios do verão, o outono trouxe de novo o “drama dos incêndios, com mais devastação, mais mortes, mais dor e gritos de angústia”.
“A meteorologia aconselhava vigilância e prudência, mas quem deveria estar atento, andava distraído”, assinala o presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco.
Neste contexto, observa que “o custo de vidas humanas ceifadas” é muito superior ao dos incêndios em 2003 e 2005 e questiona se se pode “confiar nas promessas repetidamente feitas.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, em território português, provocaram pelo menos 41 mortos, sete desaparecidos e dezenas de feridos, além de elevados danos materiais.
CB/OC
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