Papa apela a articulação entre Conferência Episcopal e Bispos brasileiros
Bento XVI abordou esta Segunda-feira a importância, funções e limites das Conferências Episcopais, ao receber no Vaticano um grupo de Bispos brasileiros.
Evocando o que o Concílio Vaticano II e o próprio Direito Canónico dizem sobre a coordenação e colaboração dos Bispos no exercício de algumas das funções episcopais, para o bem dos fiéis e de todos os cidadãos, Bento XVI advertiu, porém, que a Conferência Episcopal não pode substituir a relação de cada Bispo com a respectiva Igreja particular.
“A Conferência Episcopal promove a união de esforços e de intenções dos Bispos, tornando-se um instrumento para que possam compartilhar as suas fadigas; deve, porém, evitar colocar-se como uma realidade paralela ou substitutiva do ministério de cada um dos Bispos, ou seja, não mudando a sua relação com a respectiva Igreja particular e com o Colégio Episcopal, nem constituindo um intermediário entre o Bispo e a Sé de Pedro”, precisou.
O Papa começou por observar que, “a actual sociedade secularizada exige dos cristãos um renovado testemunho de vida para que o anúncio do Evangelho seja acolhido como aquilo que é: a Boa Notícia da acção salvífica de Deus que vem ao encontro do homem”.
Neste contexto se situa a razão de ser da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), criada nos primeiros anos 50, uma década antes do Concílio Vaticano II.
“Há quase 60 anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é um ponto de referência da sociedade brasileira, propondo-se sempre mais e acima de tudo como um lugar onde se vive a caridade”, indicou.
“A vossa, como aliás as demais Conferências Episcopais, nasceu como concreta aplicação do afecto colegial dos Bispos em comunhão hierárquica com o Sucessor de Pedro, para ser um instrumento de comunhão afectiva e efectiva entre todos os membros, e de eficaz colaboração com o Pastor de cada Igreja particular na tríplice função de ensinar, santificar e governar as ovelhas do próprio rebanho”, acrescentou o Papa.
Segundo o Papa, “alguns temas recomendam hoje uma acção conjunta dos Bispos: a promoção e a tutela da fé e da moral, a tradução dos livros litúrgicos, a promoção e formação das vocações de especial consagração, elaboração de subsídios para a catequese, o compromisso ecuménico”.
Bento XVI recordou, ainda, “as relações com as autoridades civis, a defesa da vida humana, desde a concepção até a morte natural, a santidade da família e do matrimónio entre homem e mulher, o direito dos pais a educar seus filhos, a liberdade religiosa, os outros direitos humanos, a paz e a justiça social”.
Bento XVI