Comissão Nacional Justiça e Paz

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Apelo a “uma paz desarmada e desarmante” em Gaza

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Em Gaza, os idosos, as crianças e as famílias sobreviventes já estão a morrer de fome:

Não queremos Átila a vaguear pela Faixa de Gaza, não queremos bombas nem reféns, queremos justiça e paz para os que vivem em Israel e na Palestina, queremos o pleno respeito por todos os direitos humanos em todas as terras por onde andou Nosso Senhor Jesus Cristo e em todo o mundo. Não podemos esquecer nem olhar para o outro lado quando os nossos irmãos e irmãs sofrem e morrem por causa das guerras. Permanecer indiferente é totalmente incoerentemente com o nosso Cristianismo.

Com o Papa Leão XIV, dizemos que a paz não é o silêncio mortal depois do conflito; não é o resultado da opressão ou do extermínio, mas um dom que olha para as pessoas e reaviva as suas vidas. Rezamos por esta paz, que é reconciliação, perdão e coragem para virar a página e começar de novo numa relação de respeito e convivência.

Os povos querem a paz:

Não podemos esquecer que não há paz sem justiça, e não há justiça sem reparação, não só física e das infraestruturas, mas fundamentalmente para as muitas pessoas que sofreram danos no corpo e no espírito. Temos de nos envolver plenamente neste esforço de reparação e de exigir o fim da guerra como primeira e iniludível condição.

Para que esta paz se propague, juntamente com o Papa Leão XIV, apoiamos a Santa Sé, que está disponível para ajudar os inimigos a encontrarem-se e a olharem-se nos olhos, para que aos povos lhes seja devolvida a esperança e a dignidade que merecem, a dignidade da paz.

Com o coração nas mãos, dirigimo-nos àqueles que lideram os povos: Encontremo-nos, dialoguemos, negociemos! A guerra nunca deve ser inevitável, porque nela ninguém ganha e todos perdem. As armas podem e devem calar-se, porque não resolvem os problemas, antes os agravam; porque os que semeiam a paz ficarão na história, não os que ceifam vidas; porque os outros não são, acima de tudo, inimigos, mas seres humanos. Não são seres malévolos que devem ser odiados, mas pessoas com quem se deve falar.

Para se chegar a uma situação de “justiça, paz, verdade e fraternidade” - como tem apelado o Papa Leão XIV - é urgente e imperativo pôr termo ao cerco da população, bem como aos ataques a hospitais, aos bombardeamentos contra a população civil, à destruição sistemática de infraestruturas e bairros e à recusa de assistência humanitária, que constituem uma violação dos mais elementares direitos humanos e do direito humanitário internacional, atos de ocupação equivalentes a uma limpeza étnica.

Por esta razão, e porque se trata de um imperativo para a promoção da dignidade humana, exigimos:

> Que o direito humanitário internacional seja respeitado.

>Que a entrada de ajuda humanitária seja permitida sem restrições.

> Que a defesa da vida seja respeitada, especialmente a dos mais vulneráveis, crianças, doentes e mulheres, e que todas as pessoas raptadas sejam libertadas.

> Que se abram corredores humanitários para ajudar a população civil.

> Que os dirigentes dos Estados continuem a impor sanções aos Acordos com aqueles que não respeitam o direito humanitário internacional e que cesse o rearmamento, com um embargo militar global, em prol de uma paz “desarmada e desarmante”.

> Que se ponha fim à guerra em Gaza e que se inicie a reconstrução das infraestruturas para garantir uma vida digna ao povo palestiniano no seu território até que se consolide uma paz com justiça e reparação.

Num mundo dividido e ferido pelo ódio e pela guerra, somos chamados a semear a esperança e a construir a paz!” Com estas palavras do nosso Papa Leão XIV, fazemos um chamamento à construção de pontes de tolerância, de diálogo e de justiça plena, para cada pessoa e condição, para cada povo e nação. Somos chamados e convocados a ser artesãos da paz, convencidos de que é Deus que move a história, mesmo que às vezes pareça ausente ou distante.

"Nossa Senhora da Paz, rogai por nós." Dirigimo-nos a vós para que possamos receber, conservar e levar ao mundo a paz que Deus nos oferece em Jesus. Ajudai-nos a ser arquitetos da paz. Que a vossa ajuda materna nos torne corajosos, pacientes e eficazes no nosso compromisso de trabalhar pela justiça, fundamento da paz de que cada pessoa necessita.

Comissão Geral de Justiça e Paz de Espanha