Comissão Nacional Justiça e Paz

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Notas e comunicados

JUNTOS NA CONSTRUÇÃO DA PAZ E DA ESPERANÇA Nota da CNJP

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DMP 2023

                                                                               JUNTOS NA CONSTRUÇÃO DA PAZ E DA ESPERANÇA                             

Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz sobre a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz de 2023

Os desafios que enfrentamos enquanto humanidade só poderão ser verdadeiramente respondidos se tivermos a coragem de olhar a realidade sem a mascararmos, por um lado, e sem por ela nos deixarmos aprisionar, por outro. De pouco vale, de facto, uma reflexão cujos pressupostos se revelem pouco ligados ao concreto da existência e da história, mas também não ganhamos nada se ficarmos paralisados na nossa ação, porque aquilo que vemos e intuímos se revela com contornos tão incertos e angustiantes, terminando por nos impedir de ousar um caminho. O justo equilibro entre estes dois polos, sabemo-lo bem, é muito difícil de alcançar e, no entanto, ele parece-nos absolutamente indispensável para a concretização da tarefa que temos pela frente. Julgamos também que esse equilíbrio só será possível quando procurado e sustentado numa reflexão e numa ação que não se reduza ao aqui e agora. Só no exercício de olhar para além do momento presente, sem nunca, no entanto, o deixar de ter em conta, nos parece possível encontrar a atitude adequada, na qual se possam fundamentar as ações necessárias.

Na mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2023, a CNJP encontra esse justo equilíbrio e esse convite a assumir a atitude adequada.

Tendo bem presente a situação pandémica e as consequências que ainda estamos a sofrer, bem como a guerra que se instalou na Ucrânia e que é o rosto mais visível de tantos outros conflitos, a Mensagem convida-nos a que permaneçamos firmes com os pés e o coração bem assentes na terra, sendo capazes dum olhar atento sobre a realidade e os factos da história. Apesar dos acontecimentos da nossa existência apareceram tão trágicos, “somos chamados a manter o coração aberto à esperança, confiados em Deus que Se faz presente, nos acompanha com ternura, apoia os nossos esforços e sobretudo orienta o nosso caminho.”

Esta esperança, que implica o compromisso e a ação transformadora, e de que tanto estamos necessitados, tem de ser procurada e erigida a partir da transformação dos nossos critérios habituais de interpretação do mundo e da realidade:

“não podemos continuar a pensar apenas em salvaguardar o espaço dos nossos interesses pessoais ou nacionais, mas devemos repensar-nos à luz do bem comum, com um sentido comunitário, como uns ´nós´ aberto à fraternidade universal. Não podemos ter em vista apenas a proteção de nós próprios, mas é hora de nos comprometermos todos em prol da cura da nossa sociedade e do nosso planeta, criando as bases para um mundo mais justo e pacífico, seriamente empenhado na busca dum bem que seja verdadeiramente comum.”

As várias crises morais, sociais, políticas e económicas que estamos a viver encontram-se todas interligadas, exigindo também respostas globais. Na linha da reflexão partilhada na Mensagem, não nos parece ser possível a edificação do futuro a partir do individualismo e do egoísmo. Só juntos, na fraternidade e na solidariedade, seremos capazes de edificar a paz e a esperança, possibilitando superar os acontecimentos mais dolorosos.

Juntos nas famílias, juntos como povos e nações, juntos como crentes, juntos como humanidade inteira, deixando-nos inspirar pelo amor infinito e misericordioso de Deus, esse é o caminho que temos de trilhar para podemos enfrentar com responsabilidade e compaixão os desafios do nosso mundo.

Por isso a CNJP, acompanhando os votos formulados pelo papa Francisco, interpela os nossos governantes e políticos, os responsáveis das empresas e organizações, os líderes das comunidades religiosas e todos os homens e mulheres de boa vontade a que juntos sejamos construtores da paz e da esperança, de modo a construir, dia após dia, um ano mais justo e mais fraterno, um ano feliz!

            Lisboa, 29 de dezembro de 2022

            A Comissão Nacional Justiça e Paz



 

QUE NINGUÉM FIQUE PARA TRÁS Nota das Comissões Justiça e Paz

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 Que ninguém fique para trás
QUE NINGUÉM FIQUE PARA TRÁS

“A experiência de fragilidade e limitação, que vivemos nestes últimos anos e, agora, a tragédia duma guerra com repercussões globais, devem ensinar-nos decididamente uma coisa: não estamos no mundo para sobreviver, mas para que, a todos, seja consentida uma vida digna e feliz” (mensagem do Papa Francisco para o VI Dia Mundial dos Pobres)

Os últimos anos têm-se apresentado como um desafio constante a um bem-estar e segurança que se supunham realidades consolidadas. A pandemia, e agora a devastadora e incompreensível guerra, introduzem desequilíbrios nos modelos organizativos e produtivos que se pensavam estabilizados e provocam desordens graves que afetam de forma particularmente mais intensa os mais fracos da sociedade, acentuando-se consequentemente os níveis de desigualdade.

A inflação, quase que esquecida, surge de forma crescente, repercutindo-se de modo alarmante nos preços de bens essenciais que impactam diretamente na vida de todos, mas sobretudo dos que têm menos, porque de bens essenciais se trata.

Hoje, mais que nunca, o que se pede e exige é uma intervenção política integradora de todas as sinergias sociais e económicas, criativa porque atende à diversidade dos vários grupos sociais e combate a cegueira de uma ação que, por ser teoricamente igual para todos, deixa tantos de fora.

A pandemia demonstrou de forma clara as virtualidades da intervenção de proximidade, identificando a especificidade das situações, atuando num tempo mais curto, articulando os recursos, as competências dos agentes locais.

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O acolhimento das irmãs e dos irmãos refugiados da guerra da Ucrânia

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O acolhimento das irmãs e dos irmãos refugiados da guerra da Ucrânia

– uma Luz de Esperança num tempo de sombras

Nestes tempos atribulados chegam ao nosso país todos os dias centenas de refugiados fugidos dos horrores da guerra na Ucrânia que semeia a violência, a morte e a destruição.

A informação disponível aponta para o recebimento de 31 mil cidadãos vindos da Ucrânia, distribuídos entre mulheres, homens e crianças. Estes deslocados chegam numa situação de elevada vulnerabilidade, marcados pelo trauma da brutalidade de quem dispara indiscriminadamente sobre alvos civis e militares, sejam estas instalações estratégicas de armazenamento de munições e equipamento bélico ou escolas, hospitais e zonas residenciais. As imagens que nos assaltam diariamente o aconchego do lar são de uma violência ímpar, espelhando a angústia deste conflito, que teima em arrastar-se.

Nestes tempos de sombras, temos sido surpreendidos pelo movimento de acolhimento das nossas irmãs e dos nossos irmãos ucranianos, que contagiou uma boa parte das instituições portuguesas, na esfera pública e privada. É notável a generosidade com que numerosas famílias se dispõem a ceder alojamento, não raro compartilhando a sua própria habitação. As atrocidades de que os meios de comunicação nos dão conta despertaram uma onda de solidariedade, multiplicando-se gestos, práticas e procedimentos concertados de acolhimento e integração, que expressam a generosidade do povo português.  

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NADA SE PERDE COM A PAZ, TUDO PODE SER PERDIDO COM A GUERRA Nota da CNJP

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Nota Ucrânia Site

 

        NADA SE PERDE COM A PAZ, TUDO PODE SER PERDIDO COM A GUERRA

                                    Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz

O que até há algum tempo parecia impensável aconteceu. Assistimos a uma guerra de agressão na Europa e muitos descrevem a atual situação como a pior crise de segurança na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial. Parece que há quem não tenha ainda aprendido as lições da História. Tornam-se, por isso, oportunas e atuais as palavras de Pio XII na sua radiomensagem de 24 de agosto de 1939, quando estava iminente o início dessa guerra:

«É com a força da razão, não com a das armas, que a Justiça progride. E os impérios que não são fundados sobre a Justiça não são abençoados por Deus. A política emancipada da moral atraiçoa aqueles mesmos que a desejam. O perigo é iminente, mas ainda há tempo. Nada se perde com a paz. Tudo pode ser perdido com a guerra». 

Na verdade, esta guerra vitima em especial o povo ucraniano, mas com ela todos perderão, até os que não estão diretamente envolvidos no conflito.

Perante a tragédia a que assistimos, a Comissão Nacional Justiça e Paz quer ser eco do dramático apelo do secretário geral das Nações Unidas, «em nome da humanidade», para que o governo russo cesse a agressão militar que iniciou e que atingirá vidas inocentes e provocará outros danos incalculáveis.

Apelamos a que todos os atores políticos não deixem de tentar vias diplomáticas que permitam uma solução pacífica do conflito no respeito do direito internacional.

Manifestamos a nossa solidariedade para com o povo ucraniano (a começar pelos imigrantes que muito têm contribuído para o progresso do nosso país) e apelamos aos governos e sociedades que se empenhem na ajuda humanitária às vítimas do conflito, nela incluindo o acolhimento de refugiados.

Sobretudo, declaramos a nossa adesão ao apelo do papa Francisco à oração e ao jejum, pela paz e pela Ucrânia, a tal dedicando mais intensamente o próximo dia 2 de março, Quarta-Feira de Cinzas.

Lisboa, 25 de fevereiro de 2022
A Comissão Nacional Justiça e Paz

 

UMA PAZ DURADOURA Nota da CNJP

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 DMP 2022

UMA PAZ DURADOURA

Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz sobre a mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz de 2022

Encontramo-nos de novo no início de mais um ano. Como Comissão Nacional Justiça e Paz, queremos olhá-lo com os olhos de esperança que a mensagem do papa nos oferece neste Dia Mundial da Paz.

A mensagem apresenta-nos o diálogo entre gerações, a educação e o trabalho como instrumentos para se construir uma paz duradoura.

Certamente que não faltam diálogos construtivos entre as nações, mas a paz não depende apenas das nações, depende também das ações, opções e corações dentro das nossas portas lusas através de um diálogo transparente ao nível político, económico e social, como “empenho compartilhado”, como diz o papa na sua mensagem.

E o papa não se fica por estas realidades macro, mas chega a cada um de nós chamando-nos a sermos artesãos de paz, “partindo do próprio coração e das relações em família”.

O primeiro instrumento é o diálogo entre as gerações, baseado na realização de projetos compartilhados como resposta alternativa à “indiferença egoísta e [a]o protesto violento”.

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