Comissão Nacional Justiça e Paz

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Notas e comunicados

«E Deus viu que tudo era bom» - Nota da CNJP

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Genesis origen hombre


Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz

E Deus viu que tudo era bom[1] 

 

Esquecemo-nos que nós mesmos somos terra

(Gen. 2, 7)

Tudo o que germina na terra bendiga o Senhor;

a Ele, a glória e o louvor eternamente!

(Dn. 3, 76)

A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) começa por se congratular que, na semana das Nações Unidas pelo Clima, um vídeo feito por duas biólogas marinhas portuguesas da região de Setúbal tenha recebido o prémio final - entre tantos vídeos concorrentes - ao repto lançado pelas Nações Unidas. Uma semente de vida e esperança no nosso país e para toda a humanidade.

A CNJP quer ainda associar-se às manifestações que, ao longo destes dias, no nosso país e em todo o mundo, são lideradas por jovens (e crianças) que, na sequência da intervenção de Greta Thunberg, têm incentivado os adultos a participar e a responsabilizar-se pelo futuro das novas gerações. Ao jeito da interpelação de Jesus Cristo - “Deixai vir a Mim as crianças”  (Mt 19, 14) – eles (crianças e jovens) tomam a palavra, interpelam, arriscam. Vigílias de oração pelo clima têm unido os cristãos e outras denominações religiosas num objetivo comum: salvar a criação.

O papa Francisco exortou-nos: “ainda estamos a tempo”, “não deixemos fechar a janela de oportunidade que se nos oferece”. Apela ao nosso sentido ético e pede-nos “honestidade, responsabilidade, valentia”.

Lembramos o Relatório das Nações Unidas Cuidar o Futuro elaborado há 20 anos e recentemente reeditado[2]. Nele se preveem muitos dos factos experienciados hoje e que poderiam ter já sido evitados. São os pobres e as pessoas vulneráveis, os países do hemisfério sul, que mais estão a sofrer com as alterações climáticas: veja-se Moçambique, o Brasil, o Haiti, as Bermudas, entre outros. Que fazemos, instalados na confortável “fortaleza europeia”?

Na sua exortação para o dia mundial da oração pelo cuidado da criação (1 de Setembro) Francisco fala neste “Tempo da Criação”: “Desgraçadamente, a resposta humana ao dom recebido [a criação] foi marcada pelo pecado, pelo fechamento na própria autonomia, pela avidez de possuir e explorar. Egoísmos e interesses fizeram deste lugar de encontro e partilha, que é a criação, um palco de rivalidades e confrontos.”

Unamo-nos ainda ao Papa no Sínodo para a Amazónia a iniciar-se em breve. Mas unamo-nos também aos jovens: “a criação, rede da vida, lugar de encontro com o Senhor e entre nós, é a rede social de Deus”[3].  Vejamos com esperança este período dedicado ao clima e rezemos em palavras e sobretudo em obras - habituemo-nos a rezar imersos na natureza, afirma o Papa) - para que encontremos formas de salvar agora e todos os dias um planeta doente que espera por nós - cristãos e homens e mulheres de boa vontade, incluindo políticos e governantes, associações ambientalistas e toda a sociedade civil -, numa ética do cuidado, numa economia ao serviço dos mais vulneráveis e numa mudança para estilos de vida “mais simples e respeitadores”, como afirma Francisco.

Lisboa, 27 de Setembro de 2019



[1] Génesis, 1

[3] Francisco, Discurso às guias e aos escuteiros da Europa, 3 de agosto de 2019

 

Nota da CNJP a propósito do Assassinato da Irmã Maria Antónia

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Irmã Maria Antónia

 Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz

 A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem:
a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão;
a coragem, a mudá-las.
(Santo Agostinho)

 

Assistimos, consternados, à notícia da violação e assassinato de uma religiosa em S. João da Madeira. Esta religiosa dedicava a sua vida ao serviço dos pobres e marginalizados. Este crime não se passou na Síria em guerra, ou no Iémen ou em outro país não-europeu em guerra. Foi entre nós, “dentro de portas”! A comunicação social abordou um pouco a medo este crime que não foi assunto de abertura dos telejornais. Por outro lado a lentidão e burocratização da justiça é-nos sobejamente conhecida: o mandato de detenção do criminoso não foi efectivado a tempo, apesar de uma tentativa de violação anterior. Estranhamente as organizações de mulheres e de apoio às vítimas de violência – doméstica ou outras  - pouco disseram. No entanto tratou-se de um cruel feminicídio.  

Constatamos que tem havido um silêncio penoso sobre este crime – salvo raras exceções - e perguntamos intimamente quais as razões deste silêncio: “lavamos as mãos” da nossa responsabilidade individual e coletiva, como fez Pilatos?

A irmã  Maria Antónia Pinho – da congregação das Servas de Maria Ministras dos Enfermos - estava ao serviço da Igreja Católica numa missão evangélica, implicada nas questões da Justiça e da Paz no seu contexto de ação. Ao serviço, também, da sociedade civil e dos mais marginalizados.

A CNJP (Comissão Nacional Justiça e Paz) – na sua missão de alertar os cristãos e a sociedade civil –, e solidária com a direção da CIRP (Conferência dos Institutos Religiosos em Portugal) e da sua Comissão para a Justiça, Paz e Ecologia,  quer lembrar aos homens e mulheres cristãos (e a todas os cidadãos de boa vontade) que a função de qualquer governo e das instituições da sociedade civil é estarem ao serviço dos cidadãos mais vulneráveis, ao serviço dos que não têm voz (dos “descartados da sociedade”, como afirma o Papa Francisco). Mas, simultaneamente,  devem estar ao serviço daqueles e daquelas que lutam pela justiça e fazem trabalho de promoção humana na solidariedade e na paz - como foi o caso do crime mencionado acima e que podia bem ter sido evitado. E devem fazê-lo sem qualquer discriminação por causa de opções religiosas, origem social, sexo ou orientação sexual, idade, raça ou cultura, e outras.

Devemos à irmã Maria Antónia Pinho e à sua congregação a nossa profunda solidariedade.

Lisboa, 19 de Setembro de 2019

 

AO LADO DOS POBRES Nota das Comissões Justiça e Paz

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Justiça e Paz

 

AO LADO DOS POBRES

Nota das Comissões Justiça e Paz

Reunidas em Fátima no seu encontro anual, a Comissão Nacional Justiça e Paz, as Comissões Diocesanas Justiça e Paz de Braga, Bragança, Coimbra, Évora, Leiria-Fátima, Portalegre e Castelo Branco e Vila Real, e a Comissão Justiça, Paz e Ecologia dos Religiosos e Religiosas vêem assinalar a mensagem do Papa, recentemente divulgada, para o III Dia Mundial dos Pobres, que se celebrará no próximo dia 17 de novembro. Essa celebração será o motivo da realização da próxima Conferência Anual da Comissão Nacional Justiça e Paz.

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UM APELO AO PRÓXIMO PARLAMENTO EUROPEU Nota da CNJP

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Parlamento Europeu











UM APELO AO PRÓXIMO PARLAMENTO EUROPEU 

Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz, 

em ação coordenada com Justiça e Paz Europa

A Comissão Nacional Justiça e Paz integra uma plataforma de comissões Justiça e Paz europeias (Justiça e Paz Europa), a qual lança um apelo aos candidatos a deputado nas próximas eleições para o Parlamento Europeu.

Através deste apelo, Justiça e Paz Europa e a Comissão Nacional Justiça e Paz pretendem contribuir para superar a crise de confiança no projeto da União Europeia que se sente atualmente. Para tal, entendem ser importante que o próximo Parlamento Europeu tenha em consideração, como prioritárias, as questões seguintes:

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SOLIDARIEDADE COM MOÇAMBIQUE POR UMA ECO-JUSTIÇA Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz

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IDAI Moçambique

SOLIDARIEDADE COM MOÇAMBIQUE

POR UMA ECO-JUSTIÇA

Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz

A tragédia que assolou Moçambique, mas também o Malawi e o Zimbabué, tem despertado uma solidariedade imensa que testemunha o melhor dos valores do povo de português: empatia, generosidade, mobilização social e humana. Muitas instituições em Portugal e no estrangeiro têm sido exemplo de eficácia e organização, estando na linha da frente do apoio a um povo que sofre profundamente no corpo e na alma. A quanta dignidade temos assistido! A imprensa desempenha o seu papel de alertar consciências e de mostrar imagens pungentes que destroçam o nosso coração. O governo tem tomado as medidas necessárias para se pôr ao serviço da comunidade portuguesa em Moçambique, mas também dos moçambicanos que nos recebem. Temos sido verdadeiramente um povo irmão de Moçambique! Toda a sociedade civil se tem mobilizado nesta missão de Justiça e Paz.

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