04 - Editorial:

  D. Pio Alves

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14- Internacional

     D. José Cordeiro

   Edição digital número 100

32-55 - Dossier
    Vida Consagrada

     Padre Mariano Sierra

 

 


 

 

56 - Multimédia

58 - Estante

60 -  Vaticano II

62 -  Agenda

64 - Por estes dias

67 - YouCat

68 - Programação Religiosa

69 - Minuto Positivo

70 - Liturgia

72 - Pastoral da Saúde

74 - Família

78 - Ano da Vida Consagrada

80 - Fundação AIS

82 - Lusofonias

Foto da capa: D.R.

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes
Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais 
Diretor: Cónego João Aguiar Campos
Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.
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agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Opinião

 

 

 

Encontro Nacional de Leigos

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Mensagem do Papa para a Quaresma

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Vida Consagrada, um desafio

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D. Pio Alves |Fernando Cassola Marques |Manuel Barbosa |Paulo Aido | Tony Neves |Valentim Gonçalves | Amélia Costa | D. José Cordeiro

 

Número 100

  D. Pio Alves   
  Presidente da Comissão  
   Episcopal da Cultura   

   Bens Culturais e  
   Comunicações Sociais   

 

 

Não sei por quê, a estes números é costume chamar-se números redondos. Redondos ou não o certo é que o Semanário Ecclesia, em suporte digital, perfaz esta semana esta interessante soma. Na sequência da apresentação anterior em suporte de papel e distribuição convencional, o Semanário não enveredou por esta modalidade por mimetismo tecnológico. Pretendeu e pretende chegar mais longe, muito mais longe, em geografia e em pessoas. Este passo propiciou também juntar ao texto o som e a imagem.

Este órgão de comunicação, do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, é produzido por um pequeno número de profissionais, em acumulação com outras tarefas da Agência Ecclesia, complementado por graciosas colaborações ocasionais. É esta uma boa oportunidade para deixar aqui um obrigado, pessoal e institucional, a quantos, diariamente e semana-a-semana, tornam possível que se mostre a Igreja a acontecer e a ser pensada, em Portugal e no mundo.

Mas dizia que, desde o princípio, quisemos e queremos chegar mais longe e ser o espaço, a voz e a imagem de todos os recantos, principalmente da Igreja em Portugal. Não temos nem teremos recursos para estar com todas as pessoas que (quantas vezes!) são notícia por não serem notícia, para ir a todos os sítios. Mas todas as pessoas e todos os lugares têm as portas do Semanário e da Agência abertas para se fazerem ler, ver e ouvir.

As tecnologias disponíveis tornam viável e fácil o que há pouco tempo era simplesmente 

 

 

impensável. Assim se queira! Às vezes gastamos demasiadas energias a querer o que ainda não temos e a ignorar aquilo de que já dispomos.

Semanário Ecclesia quer ser cada vez mais uma placa giratória onde as notícias refletidas chegam, são tratadas e se disponibilizam a todos os públicos e media que delas queiram dispor. O Semanário está aberto para receber e oferecer conteúdos de vida e inspiração cristã a pessoas singulares, gabinetes de informação das dioceses, boletins paroquiais, jornais diocesanos, redes sociais, comunicação social especializada ou generalista.

 
Anos a fio, nos fóruns de comunicação da Igreja, não podia faltar o lamento por um diário desaparecido ou a vaga promessa quase messiânica de um seu regresso. O Semanário Ecclesia não pretende ser a sua reincarnação, mas, discretamente, cumpre já, ainda que embrionariamente, parte desse projeto em linguagem técnica de hoje. Sem promessas, com realismo, está claro que, até ao número 100, foi o que a generosidade de muitos tornou possível. Na efeméride do 200 será muito mais, se todos quisermos. Até lá, temos de dar a conhecer – lendo e divulgando, até porque é gratuito – o caminho que está a ser trilhado.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alexis Tsipras, líder do Syriza, novo primeiro-ministro da Grécia
(@Lusa)

 

 

 

 

 

 

 

 

Sempre que o desemprego se reduz o sinal é obviamente positivo, mas a questão é a de saber se é suficiente e se é consistente. Nestes últimos três anos, Portugal perdeu 300 mil postos de trabalho

António Costa, secretário-geral do PS, Lisboa, 29.01.2015

 

2015 será um ano marcado por factos inequivocamente positivos para os portugueses. Temos as taxas de juro mais baixas da nossa história, julgam que isso se conquistou com a estratégia da oposição? Olhem para a Grécia e vejam o que é que deu a estratégia da oposição

Marco António Costa, porta-voz do PSD, Porto, 28.01.2015

 

Aquilo que recebi do senhor primeiro-ministro foi a garantia de que isso não acontece [troca de contrapartidas militares entre Portugal e os Estados Unidos], por isso as declarações que fiz à saída da Presidência da República pelos vistos estavam inteiramente corretas

Vasco Cordeiro, chefe do governo açoriano após uma reunião com Pedro Passos Coelho, Lisboa, 28.01.2015

 

 

 

 

Devo o futebol o que sou e sinto que chegou a hora de retribuir tudo o que recebi, ao longo de tantos e tantos anos. Decidi candidatar-me a presidente da FIFA, foi uma decisão ponderada, assente na vontade de mudança, numa visão reformadora e na necessidade de dar mais transparência a uma instituição que vai perdendo credibilidade e a sua capacidade mobilizadora

Luís Figo, ex-futebolista, declaração em vídeo publicada no sítio da Federação Portuguesa de Futebol, Lisboa, 28.01.2015

 

Tendo analisado a situação política decorrente da demissão do Governo Regional e face à inviabilidade de formação de um novo governo no atual quadro parlamentar, decidiu o presidente da República proceder à dissolução da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira e marcar a realização de eleições para o próximo dia 29 de março.

Comunicado lido pelo Chefe da Casa Civil do presidente, José Manuel Nunes Liberato, Lisboa, 28.01.20155
 

 

Redescobrir a dignidade humana
face à lógica do utilitarismo

Mais de 800 pessoas marcaram presença este sábado no Centro de Congressos da Alfândega do Porto para o II Encontro Nacional de Leigos (ENL). Uma participação que, segundo Alexandra Viana Lopes, presidente da Confederação Nacional das Associações de Apostolado dos Leigos (CNAL) mostra que debater a “dignidade da pessoa humana” é um sinal da atenção às “urgências da vida”.

“800 ou 900 pessoas que se sentiram desafiadas a refletir sobre a dignidade humana e sobre serviço ao homem é um dado por si”, referiu à Agência ECCLESIA.

Alexandra Viana Lopes considera que ligar centralidade do homem à necessidade de respostas a “cada 

 

uma das pessoas” e a “cada necessidade e urgência da vida” foi outra preocupação do II ENL, traduzida no debate, em seis painéis, de “bocados da vida de todas as pessoas, como a educação, a saúde ou ciência”.

Um dos conferencistas do encontro, o ensaísta francês Fabrice Hadjadj, falou de como “sair da crise económica e antropológica atual”, afirmando que “diante da ameaça da “lógica utilitária”, tem de se procurar “uma legitimidade no céu”.

“Quando a presença do homem sobre a terra já não vai de si mesmo, é necessário encontrar-lhe uma legitimidade no céu”, afirmou o filósofo e antropólogo na conferência e abertura do Encontro de Leigos, sobre o tema ‘Recolocar o homem no centro’.

 

 

 

“O verbo é «recolocar» e não «colocar». Recolocar implica o retorno a um lugar original, e não a um lugar arbitrário”, afirmou o diretor do Instituto Europeu de Estudos Antropológicos Philanthropos (Suíça) no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

Para Fabrice Hadjadj “humanismo antropocêntrico colapsou” e o humano “não é mais que um desperdício, ou antes um material para fabricar um alegado super-homem, na realidade uma espécie de engrenagem no grande dispositivo mundial”, permitindo que se passe do “desperdício à jihad”.

A aparente perda de legitimidade do humano sobre a terra motivou, para o conferencista, a emergência de “três figuras anti-humanas”, “três pseudoparaísos”: do “cyborg”, “bonobo” e do “kamikaze”, que se opõem entre si, mas “estão de acordo para desprezar o humano no homem”.

Para o conferencista, “a presença do homem sobre a terra não está 

 
 

somente ameaçada, mas que não tem mais legitimidade no horizonte puramente mundano”. D. Antonino Dias, presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, setor que inclui o apostolado dos leigos, desafiou os cristãos a terem “amor à camisola”. “Como o mundo seria diferente se os cristãos tivessem amor à camisola. Como seria diferente, sem fanatismos, sem excessos”, disse o bispo de Portalegre-Castelo Branco na sessão de encerramento.

Para o bispo da diocese que acolheu o II ENL, D. António Francisco dos Santos, todos os batizados estão comprometidos, “em sentido pleno” na evangelização. “A evangelização é de todos. Não é clerical nem laical. É eclesial. Levar a alegria do Evangelho pertence a todos”, disse.

 

 

 

 

 

Escutismo: escola da paz, respeito e diálogo

O presidente do Comité Mundial do Escutismo elogiou o papel do movimento como escola de paz, respeito pela diferença e diálogo inter-religioso a nível global. “Do ponto de vista religioso não é um desafio grande porque essas práticas temos bastante enraizadas, temos consciência que há imensa diversidade. Às vezes é mais cultural, a forma como veem as coisas, o hemisfério norte e o hemisfério sul ou do este e do oeste”, comentou o português João Armando Gonçalves.

À Agência ECCLESIA, o responsável frisou que não existem problemas de diálogo inter-religioso no escutismo e assinalou que muitas das atividades que promovem vão no sentido de “pôr em contacto essas diferenças” porque são oportunidades educativas. “A ideia de num jamboree (acampamento mundial) com 30 ou 40 mil pessoas misturarem-se regiões nos campos é uma descoberta. A curiosidade natural dos jovens e miúdos fá-los tentar descobrir como é que as pessoas da mesma idade vivem noutro país”, exemplifica.

 

 

 

“Para nós, preparar cidadãos globais passa por este grau de aceitação e respeito pela diferença”,  observa João Armando Gonçalves, em visita a Portugal.

A nível mundial a palavra marcante é “diversidade”, dado com a oportunidade para cada pessoa “professar a sua religião”.

Neste contexto, uma das resoluções da conferência mundial na Eslovénia, em agosto de 2014, foi a de “reforçar” a importância da espiritualidade na proposta educativa para ser “a mais completa possível” – desenvolvimento físico, emocional e espiritual.

 

 

 

 

«O padre das prisões»

As irmãs Inês e Daniela Leitão, respetivamente argumentista e realizadora, vão apresentar o seu novo documentário, "O padre das prisões", a 20 de fevereiro, Dia Internacional da Justiça Social. O trabalho, com imagem de Ricardo Vieira, parte do trabalho do padre João Gonçalves, da Diocese de Aveiro, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária da Igreja católica.

A argumentista Inês Leitão revelou o interesse no tema da pastoral das prisões onde mostra o trabalho de um “sacerdote visitador” há mais de 40 anos e alerta para a realidade prisional portuguesa e a falta de condições. “O que não vês não está presente na tua vida, então mostro pessoas que vivem nas prisões. É preciso ver como vivem, ter atenção

 

 porque estamos a fazer um trabalho sobre pessoas e às vezes esquecemos isso”, explicou à Agência ECCLESIA.

Inês Leitão revela que até conhecer o coordenador da Pastoral Penitenciária desconhecia esta realidade, bem como o serviço que a Igreja Católica desenvolve nesta área. O padre João Gonçalves, segundo a argumentista, tem sido “um microfone”, a “voz dos mudos, das pessoas reclusas”.

Neste contexto, destaca que descobriram pessoas com “muito boas intenções” a tentar fazer um “trabalho maravilhoso” que se revela “insuficiente”, porque os presos “não” são tratados com a “dignidade que merecem” e há “sobrelotação” no sistema prisional português, observa sobre a realidade que foi lhes foi permitida conhecer na prisão de Sintra e de Aveiro.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma Quaresma em luta contra «globalização da indiferença»

O Papa Francisco desafiou a Igreja e a sociedade a superar o “mar da indiferença” que ignora o sofrimento de milhões de pessoas em todo o mundo. “Amados irmãos e irmãs, como desejo que os lugares onde a Igreja se manifesta, particularmente as nossas paróquias e as nossas comunidades, se tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença”, escreve, na sua mensagem para a Quaresma 2015, divulgada pelo Vaticano.

O texto admite que a “tentação da indiferença” se estende a todas as pessoas, perante a dimensão do mal com que se têm de confrontar. “Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir. Que fazer para não nos deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência?”, questiona.

Segundo o Papa, está em causa uma “atitude egoísta de indiferença” que atingiu uma dimensão mundial, falando mesmo numa “globalização

 

 

 da indiferença”. “Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar”, apela.

A mensagem tem como título «Fortalecei os vossos corações», uma expressão retirada da Carta de São Tiago, um dos últimos livros da Bíblia.

Francisco diz que os cristãos têm de estar atentos aos problemas e às injustiças que os outros sofrem, rezando por eles e levando ajuda, “com gestos de caridade, tanto a quem vive próximo como a quem está longe”. “A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum”, assinala.

O Papa sustenta que o sofrimento do próximo “constitui um apelo à conversão”, porque lembra a “fragilidade” da vida de cada um, a sua “dependência de Deus e dos irmãos”.

A mensagem desafia as comunidades católicas a uma “renovação” que supere os riscos da insensibilidade face aos outros, “para não cair na 

 

 

 

 

 

 

 

indiferença nem se fechar em si mesmas”.

Francisco propõe a “misericórdia” como antídoto para esta “globalização da indiferença”, o que exige um "um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso”. “Dado que estamos interligados em Deus, podemos fazer algo mesmo pelos que estão longe, por aqueles que não poderíamos jamais, com as nossas 

 
simples forças, alcançar: rezamos com eles e por eles a Deus, para que todos nos abramos à sua obra de salvação”, assinala. A Quaresma que se inicia com a celebração de Quarta-feira de Cinzas (18 de fevereiro, em 2015), é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa.

 

 

 

 

 

Propor discurso da vocação
para superar cultura da profissão


@arzobispojorge

O secretário para os seminários da Congregação do Clero (Santa Sé), D. Jorge Carlos Patrón, defende que a Igreja Católica tem de assumir um discurso centrado na “vocação” para superar a cultura da “profissão”. “Como a nossa cultura não educa a descobrir uma vocação, mas forma apenas para uma profissão, um emprego, o grande desafio é ajudar os jovens a ver a vida como vocação”, declarou o prelado mexicano, em Albufeira, onde participa nas jornadas de atualização do clero das dioceses do sul – Algarve, Beja e Évora - com o tema ‘Que pastores para a Igreja no mundo atual?’ (26 a 29 de janeiro).

 

“Sabemos que Deus gera uma vocação em cada jovem, todos os jovens têm uma vocação, uma missão”, acrescentou, em entrevista à Agência ECCLESIA e ao jornal ‘Folha do Domingo’.

Essa vocação, do ponto de vista cristão, pode passar por ser “sacerdote, consagrado, ter uma família, ser um leigo comprometido”. “Infelizmente, o nosso sistema educativo e as famílias deixaram de falar e de ver a vida como uma vocação”, assinala.

O secretário para os seminários da Congregação do Clero acredita que o reforço da vocação laical levará a um aumento das vocações sacerdotais.

 

 

 

 

 

 

 

Reaprender a comunicação em família

O Papa defende na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS) 2015 uma educação para o pluralismo, no interior de cada família. “Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade”, escreve Francisco.

A segunda mensagem do Papa para o DMCS é dedicada ao tema ‘Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor’.

O texto realça que a informação é importante, “mas não é suficiente”, porque muitas vezes “simplifica, contrapõe as diferenças e as visões diversas”, em vez oferecer uma visão de conjunto. “O desafio que hoje se nos apresenta é o de aprender de novo a narrar, não nos limitando a produzir e consumir informação”, observa.

Nesse sentido, o Papa explica que narrar significa compreender que todas as vidas "estão entrelaçadas numa trama unitária, que as vozes são múltiplas e cada uma é insubstituível".

 
O texto assinala que as comunidades católicas têm a responsabilidade de ajudar os pais a ensinar os filhos “a viver, no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum”. “Descobrindo diariamente o centro vital que é o encontro, este ‘início vivo’, saberemos orientar o nosso relacionamento com as tecnologias, em vez de nos deixarmos arrastar por elas. Também neste campo, os primeiros educadores são os pais”, realça.

O Papa justifica a escolha do tema da família com o atual processo sinodal que está em curso, para promover “uma profunda reflexão eclesial”. “A família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar”, sublinha a mensagem.

Francisco recorda que é em cada família que mais se sentem as “limitações, próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência”.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acompanhar

  D. José Cordeiro   
  Bispo de
  Bragança-MIranda   

 

O Papa Francisco diz que a Igreja em saída missionária tem de primeirar e envolver-se e depois é preciso acompanhar: «Em seguida, a comunidade evangelizadora dispõe-se a «acompanhar». Acompanha a humanidade em todos os seus processos, por mais duros e demorados que sejam. Conhece as longas esperas e a suportação apostólica. A evangelização patenteia muita paciência, e evita deter-se a considerar as limitações» (Evangelii Gaudium 24).

Jesus Cristo é o companheiro amigo da humanidade, como o ícone de Emaús o testemunha (Lc 24, 13-35). Dois dos seus discípulos caminham amargurados e desiludidos. Abandonam Jerusalém e com ela, deixam os sonhos e as esperanças. Com o coração ferido são incapazes de acolher a alegria transbordante da Páscoa. Enquanto caminham um ilustre desconhecido peregrino junta-se a eles. Quando tudo parece fracassar, Jesus faz-se companheiro de viagem, acolhendo as confidências, na partilha da vida, da palavra das Escrituras e na fracção do pão. Ser apenas peregrino (per – agrum), caminhar pelo campo da vida, ou ser peregrino com Cristo, acolhere Cristo e ser acolhedor como Ele, faz toda a diferença.

Um texto de Dietrich Bonhoeffer, teólogo e pastor da Igreja Protestante alemã que pagou com a vida no dia 9 de abril de 1945 a oposição a Hitler, ilumina bem o paradoxo dos destinatários do anúncio do reino: «Deus está próximo ao que é pequeno, ama o que está perdido, o que é

 

 

 

 

 

 insignificante, aquilo que é frágil, partido. Quando os homens dizem “perdido”, Ele diz “encontrado”; quando os homens dizem “condenado”, Ele diz “salvo”; quando os homens dizem “não”, Ele diz “sim”».

Quem de nós não se encontrou um dia sobre a estrada de Emaús, com o coração cheio de questões e de esperanças desiludidas? Quem de nós não pensou já abandonar a Igreja? Quantas vezes não pensámos que o Senhor está longe ou está apenas e só na Liturgia e nos sacrários e que caminhamos sozinhos no mundo? Ainda hoje, quando sobre a nossa fé vem a noite escura, Jesus mete-se nos nossos passos, dentro do pó da estrada, e na confiança do nosso coração. O problema não é a ausência de Deus, porque Ele está, mas é a nossa incapacidade em reconhecê-lo e ver o invisível; é o narcisismo e orgulho que concentra tudo sobre nós próprios, e então o coração dobra-se sobre si mesmo.

Peregrinar juntos com Cristo permite ler as páginas do livro da vida com um novo olhar. Se a palavra acolhedora e amiga muda o coração, o pão repartido muda o olhar dos discípulos-missionários, a quem se abrem os olhos para reconhecerem Jesus 

 

ao partir do pão, como se exprime a Oração Eucarística V «sois verdadeiramente Santo e digno de glória, Deus, amigo dos homens, que sempre os acompanhais no seu caminho. Verdadeiramente bendito é o vosso Filho, que está presente no meio de nós quando nos reunimos no seu amor e, como outrora aos discípulos de Emaús, Ele nos explica o sentido da escritura e nos reparte o pão da vida».

A Igreja quer acompanhar com Cristo, como canta um hino de Vésperas da Liturgia das Horas canta assim: «Na glória do teu rosto contemplamos, Jesus, Filho Unigénito de Deus, a beleza divina que floresce, nas moradas eternas lá dos Céus. (…) Companheiro do homem peregrino, através dos perigos desta vida, conduz os nossos passos, sempre firmes, a caminho da terra prometida».

A Conferência Episcopal Portuguesa na nota pastoral Promover a Renovação da Pastoral da Igreja em Portugal augurou «uma Igreja que se faça companheira de viagem dos jovens, sempre atenta aos seus sonhos, anseios e problemas, tendo em conta que os jovens procuram a Igreja, não para se divertirem, mas para se alimentarem interiormente».

 

 

 

Em cada edição publicamos “A Semana de…”. Uma rubrica onde um jornalista
da redação da Ecclesia partilha acontecimentos marcantes da semana e a
opinião que sobre eles deseje manifestar.

Nesta edição, os jornalistas e todos os que estão relacionados com este projeto partilham o que tem o relevo de cada edição digital. É “O Semanário de…”

 

 

Parabéns

Olhando para os anos em que conheço a Ecclesia, não posso não deixar de notar a sua transformação: de umas folhas policopiadas a uma edição digital não existe possibilidade de efetiva comparação — a não ser no facto (que é o mais importante) de nos trazer sempre a notícia eclesial e a opinião que tantas vezes nos faz falta. Se, no início, a Ecclesia era essencial porque não existia mais nenhuma fonte que nos trouxesse o pulsar da Igreja em Portugal, hoje constitui um enriquecimento no seio da variedade que podemos encontrar navegando pela net.

Estão de parabéns não apenas a “Ecclesia” mas todos os que trabalham nela e a Igreja em Portugal que dela semanalmente beneficia! + Nuno, Bispo Aux. de Lisboa.

 

 

 

 

Um serviço

A comunicação social da Igreja, mediante cada um dos seus meios ou plataformas, é um serviço.

Não se trata, de facto, de estar presente para dominar, mas para ajudar: ajudar a dizer, a mostrar, a compreender; ajudar a esclarecer e a iluminar.

É assim que o Secretariado vê o Semanário Ecclesia: um espaço de encontro com a vida da Igreja e  um lugar que oferece chaves de leitura e de sentido.

Vendo o trabalho que, semanalmente, a equipa da Ecclesia desenvolve, descubro estes profissionais animados pela fé e pela coragem.

Com respeito e gratidão lhes digo: Muito obrigado

Padre João Aguiar Campos

 

 

 

 
 
 
 

O semanário digital Ecclesia é uma publicação para ler, ver e ouvir... Três verbos que identificam este projeto editorial e que me oferecem uma gratificação enorme por participar, em cada dia, na produção, redação e edição de cada número. De facto, há muitos anos que que o desafio colocado ao jornalista aponta para a necessidade de abordar, com a mesma competência e produtividade, as várias ferramentas da informação: o texto, a fotografia, o som e o video. E nada melhor do que ter uma publicação onde esse desafio pode ser realizado em plenitude. Porque nestas páginas podemos ler, ver ou ouvir notícias! 

Paulo Rocha

 

Semanário digital ECCLESIA, a revista temática que contribui para aproximar a Igreja das comunidades através de dossiês, novas abordagens às notícias, opinião atual e abrangente que envolve a equipa da Agência todas as semanas num novo planeamento, olhar e contactos.

Carlos Borges

 

 

O semanário ECCLESIA veio preencher uma lacuna no panorama da comunicação social no nosso país. Através da pena dos colaboradores e jornalistas, a notícia sobre o religioso ganhou uma luz natalícia todas as semanas.
 

Luís Filipe Santos

 

 


 

 

 

 

 

 

Um semanário, uma janela aberta ao mundo da Igreja, na sua multiplicidade de obras, projetos e carismas , um mundo de fé convertido em informação e à distância de um click, uma porta digital que quer levar mais longe a evangelização

José Carlos Patrício

 

A cada quinta-feira o semanário Ecclesia ganha forma a cada linha, a cada imagem ou ícone que se reúne... Uma referência desvendada em entrevistas, reportagens, testemunhos, opinião e fé para que, na agitada estrada da comunicação, proporcione um carrossel sereno de leitura.

Sónia Neves

 

 

Chegar mais longe a mais pessoas, colocando ao serviço dos leitores todos os conteúdos que a Agência Ecclesia produz. 
Proximidade, interatividade e criatividade são gestos diariamente perseguidos para que cada vez mais a notícia sobre a religião católica se posicione - pelo alcance humano com que se reveste - no meio de uma opinião pública que, assim desejamos, procure estar informada. 
Sem recusar de onde vem e sem rejeitar para onde vai, o Semanário gratuito quer ser um encontro de sensibilidades e de diferentes formas de dizer a fé. 

Lígia Silveira

 

 

 

"O Semanário Ecclesia tenta ser um exercício de reflexão num mundo mediático cada vez mais aprisionado pelo imediatismo"

Octávio Carmo

 

Quem acompanhou, como eu, o crescimento desta agência de notícias, não pode deixar de dizer que há uns anos atrás isto parecia impossível. Começou por umas folhas A4 poli duplicadas e agrafadas manualmente, depois surgiu a tipografia com outra apresentação é certo, mas chegando as notícias com uns dias de atraso ás mãos dos nossos leitores. Até que chegou este semanário digital, chegando de imediato ás mãos das pessoas com as noticias e acontecimentos que marcam a vida da igreja. E agora podemos ler, ver e ouvir, tudo junto no Semanário Ecclesia.

Chegamos assim a maior número de pessoas com o mesmo entusiasmo de sempre e a missão de testemunhar e espalhar a ALEGRIA DO EVANGELHO.

Ana Gomes

 

 

A informação essencial, completa e em formato digital. Publicação gratuita que se transporta no telemóvel, sempre disponível. É o Semanário Ecclesia.

Henrique Matos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A edição digital número 100 foi a ocasião para auscultar quem está do outro lado da linha e, em cada semana, passa pelas páginas deste projeto. Perguntamos a opinião sobre o Semanário Ecclesia em texto, vídeo ou áudio, ferramentas que por aqui passam. Chegaram muitas, que agradecemos e publicamos integralmente. Numa próxima ocasião estas opiniões vão chegar em vídeo, acreditamos!

 

Não tenho dúvidas sobre a importância do semanário digital Ecclesia. Direi mesmo que, tendo em consideração a sociedade de comunicação digital em que nos encontramos, este projecto, que vem sendo desenvolvido com real sucesso, está a dar satisfação a uma necessidade imperiosa, até porque não existe em Portugal projecto em formato de papel que lhe possa corresponder. Por isso projectar a edição número 100 do Ecclesia é, certamente, motivo de alegria humana e cristã para a Igreja portuguesa. Aqueles que lhe têm vindo a dar corpo são bem merecedores das nossas felicitações e sincero agradecimento.

Julgo que o Ecclesia possui um formato funcional, de fácil manejo e consulta, boa sequência nas rubricas e com uma excelente concepção estética que torna apelativa a sua leitura. Assim ele possa ser devidamente divulgado, porque nos parece que o semanário ainda não é devidamente conhecido.

Nem sempre terei disponibilidade para a sua leitura integral. Mesmo assim, julgo poder afirmar que tem vindo a conseguir, com assinalável equilíbrio nem sempre fácil, um enquadramento necessário das temáticas e problemáticas emergentes no seio da Igreja, da sociedade portuguesa e, em geral, da comunidade humana. Neste contexto, creio que o semanário digital Ecclesia tem sido uma janela aberta para o mundo contemporâneo, cuja complexidade tem ajudado a descobrir e, sobretudo, a interpretar. Compreensivelmente, tem vindo a dar um notável primado às questões sociais mas - não sei se terei andado distraído - o diálogo com o mundo da cultura nem sempre tem merecido a atenção necessária. Não esquecerei, no entanto, que, num projecto desta natureza, as opções são sempre muito conjunturais.

António Salvado Morgado

 

 

 

 

 

 

 

Caros amigos: é com muito gosto que respondo ao vosso pedido:

O semanário digital Ecclesia é uma agradável e excelente realização da missão da Agência Ecclesia de informar e sobretudo de comunicar o que mais nos interessa ou deveria interessar: a vida com Deus e logo o pulsar da vida da sua Igreja. Parabéns por mais iniciativa bem sucedida de proporcionar uma fonte de conhecimento  a cuja imprescindibilidade nos habituámos.

Francisco Monteiro

 

Aprecio muito a selecção que o Semanário digital oferece acerca do mais importante na semana e a variedade de meios técnicos usados.
Sugeria que se perguntasse aos até agora assinantes se desejam continuar a ajudar o semanário com o valor da assinatura.
Não vale a pena publicar este comentário no número 100. É mais para a Redacção.
Pe. Miguel Falcão

 

 

 

 

 

O semanário Ecclesia é uma referência de atualidade e uma ponte de comunicação.
Conceição Silva

 

O Semanário Digital Ecclesia está para mim, do ponto de vista da informação, como a Liturgia da Horas do ponto de vista da oração. Se é verdade que, na recitação diária dos salmos encontro seiva e vigor para a minha vida pessoal, ministerial e pastoral, com a leitura atenta deste semanário vou colhendo os sinais dos tempos e as informações mais relevantes da vida da Igreja Universal e Portuguesa. Continuem com o bom trabalho, para que a Boa Notícia e a Alegria de Evangelho cheguem ao coração de todos!
Padre José António Carneiro 


 

 

 

 

 

 

 

O Semanário Ecclesia para mim é um momento de contacto com um universo de informação e também de formação por quanto nos comunica. Acho que tudo quanto nos dá é uma mais valia para a vida Eclesial. Apesar de apreciar mais a revista também dou valor ao semanário digital.

Padre Américo Pinto Ribeiro

 

 

 

Toda a equipa da Ecclesia está de parabéns pelo modo como faz entrar pelas nossas casas toda a novidade e  actualizada que é a Igreja. É um veiculo de noticias,da Igreja do mundo  de evangelização.
Para mim Ecclesia é um meio de leitura diária posso não abrir mais
site num mas este é sempre que me é possível. Por isso parabens pelo bom trabalho que pretensão á Igreja e ao mundo. Que Deus vos ajude a não ter medo de falar da Deus ao mundo e levar o mundo ate Deus.  Mª Celeste

O semanário Ecclesia é muito útil para mim porque, sem desvalorizar o que sai em formato de papel, posso estar atualizada sobre os temas nele tratado em qualquer lugar e tenho a vantagem de poder ver de imediato os videos que complementam alguns temas. Para além da minha formação pessoal, com este formato digital consigo dar a conhecer este projecto de forma mais atraente destacando todos os pormenores que este formato tem: desde os videos até ao índice dos temas chegar a qualquer tema de imediato. Eu tinha muito mais a dizer, mas as principais vantagens para mim são estes que indiquei.  Adelaide Gonçalves

 

 

 

 

 

 

 

 

Este projeto permite-nos, em cada semana, ter uma visão genérica das notícias e acontecimentos que marcam a igreja e a sociedade. A concretização destes conteúdos em suporte multimédia, ao mesmo tempo que atrai o leitor, contribui para o seu enriquecimento pessoal mantendo-o atualizado sobre o que se vai passando no mundo eclesial. Essa informação essencial de cada semana – que agora está mais acessível a todos – e que marca o nosso quotidiano, irá permitir uma maior visibilidade e divulgação; certamente irá entrar na vida de muitos que até agora desconheciam ou não tinham possibilidade de acesso; encurtará distâncias, tornando-se, pois, um veículo primordial de evangelização, sendo mais um contributo para o sonho “de chegar a toda a gente”! Num mundo que está em constante “reboliço” de notícias, não é fácil manter a informação essencial atualizada; no entanto, reconhecemos que este projeto sempre se pautou por transmitir corretamente as informações e conteúdos essenciais em primeira mão. Também os artigos de opinião e temas de fundo são de uma qualidade autêntica, fruto, certamente, da sabedoria e inteligência dos colaboradores deste meritório projeto. Hoje assinala-se a centésima edição! Que muitas mais edições vejam a luz do dia! Que possamos continuar a ver mais, até que Deus nos permita! E depois - como diz o Papa Francisco, “nós vamos embora, mas a Igreja há-de permanecer!” - que este projeto, certamente com outros desafios tecnológicos, continue a frutificar! Luís Filipe

 

Excelente instrumento de comunicação eclesial. Espero que o horizonte de difusão atinja a amplitude e qualidade dos temas que publica.

Frei Manuel Rito Dias

 

 

 

 

 

 

 

 

O semanário digital Ecclesia tem sido extremamente útil para
aprofundar os acontecimentos da Igreja em Portugal e no Mundo. Os dossiers são muito completos e apresentam uma visão isenta e esclarecedora dos acontecimentos mais marcantes. Considero também muito útil a agenda. Um muito obrigado a todos os que têm trabalhado para publicar todas
as semanas o semanário.
António Pimentel

 

 

Sou leitor assíduo da "Agência Ecclesia" desde o seu início e muito agradeço a sua criação. Tem sido um elemento importante em termos familiares, para a vida espiritual e prática religiosa; também no acompanhamento do sentido global da vida e no que sucede nas nossas dioceses e na universalidade da nossa Igreja Católica, agora conduzida pelo Papa Francisco.
Carlos Alberto Martins Portas

 

 

O semanário digital Ecclesia, é para nós cristãos uma publicação de leitura obrigatória, porque os temas que versa são por norma de grande utilidade.

Não só nos traz tudo o que se passa na Igreja em Portugal mas também nos diversos países no mundo.

Ultimamente tem dedicado algum espaço ás intervenções do Papa Francisco, sempre bem comentadas e com toda a atualidade. Devem continuar com essa linha orientadora e o seu sucesso será garantido.

António Correia Saraiva

 

O semanário digital Ecclesia é a prova como a Igreja acompanha o evoluir dos tempos no maravilhoso mundo dos meios de comunicação social. Apresenta semanalmente uma retrospectiva e uma perspectiva dos acontecimentos que marcam o dia a dia da Igreja Católica. Estão de parabéns todos os que tornam possível cada edição!

Pedro Miguel Conceição (Évora)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Numa época digital, nada melhor do que romper as barreiras tradicionais e apresentar um semanário tão denso e actual. Parabéns à Ecclesia pela proximidade tão célere com que nos apresenta tantos contextos diversos. São páginas coloridas impressas com a convicção de chegar a este novo areópago  onde a “alegria do Evangelho” tanto se vê e revê. Felicidades a todos os que alimentam esta arte de anunciar. Que o nº 100 seja um estímulo e um desafio. Parabéns!

P. Carlos Jacob

 

Somos assinantes desde a edição impressa e depois da on line. Achamos que  a revista  tem muito interesse e ocupa um lugar de destaque na imprensa eclesial. Sendo semanal, tem a vantagem de não somente dar notícias de actualidade, mas, o que me parece de grande interesse, tem a possibilidade fazer uma avaliação das notícias mais recentes, apresentando a versão católica das mesmas. Parabéns e votos de um fecundo futuro para a formação da cultura católica. P. Jaime Marques
 
 

Penso que, eliminada a "password", o projecto fica muito melhorado e com pernas  para andar a passos maiores. Parabéns pelos 100 números.
José Pardete Ferreira - Setúbal

 
 
 
 
 
 

 

 

A Igreja Católica vive até 2 de fevereiro de 2016

um ano de celebração da Vida Consagrada,

convocado pelo Papa Francisco para celebrar a

história e a vida dos membros dos institutos

religiosos e seculares, ao longo da história,

e para olhar com esperança o futuro deste estilo

de vida, marcado pela dimensão comunitária

e os votos de pobreza, castidade e obediência.

O Semanário ECCLESIA apresenta nesta edição

um conjunto de textos e reflexões sobre os

consagrados, desafiados pelo Papa a chegar

até “novos contextos geográficos e culturais”.

Um trabalho feito com menos vocações do

que antigamente, no mundo ocidental, mas

que pode ter ainda mais sentido e autenticidade,

segundo o padre Mariano Sierra, conselheiro

da União das Conferências Europeias de

Superiores Maiores.

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
 

 

 

 

 

 
 
 

 

Vida Consagrada:
«Sermos menos ajudou-nos a ser mais»

O padre Mariano Sierra, conselheiro da União das Conferências Europeias de Superiores Maiores, está em Portugal e abordou a quebra de vocações religiosas

 

Entrevista realizada por Paulo Rocha

 

Agência ECCLESIA (AE) – Que sinal está a ser para a vida religiosa o pontificado do Papa Francisco? 

Padre Mariano Sierra (MS) –  Ele quer sobretudo que os religiosos despertem o mundo, e essa mensagem já funcionou para nós também como um despertar.

Para mim o Papa Francisco foi um grande despertador, um grande provocador, no sentido da palavra ‘pro-vocação’, ou seja, está a incentivar a vida consagrada a encontrar-se, a redescobrir a sua primeira chamada. E esta é uma graça de Deus, evidentemente.

 

AE – Os desafios que o Papa Francisco apresentou, como por exemplo pegar nos mosteiros e acolher quem não tem teto, isso pode ser consequente?

MS – Claro, creio que pelo menos não devemos ter medo destas coisas. É

 

 óbvio que isto não pode acabar numa competição, a ver quem de nós faz mais, não.

É preciso fazer as coisas com cabeça, mas parece-me que estas provocações do Papa são muito importantes.

 

AE – Para que é que serve o Ano da Vida Consagrada?

MS – Espero que para muito! Em primeiro lugar para nós consagrados, para que nos demos conta do grande dom que somos para a Igreja, e depois para que a Igreja também descubra este dom.

Em muitos lugares, os bispos, os sacerdotes e leigos olham para os consagrados apenas como bons trabalhadores. Creio que é importante que descubram que somos mais do que isso, que somos mais do que mão-de-obra na Igreja, que temos muito a acrescentar com o nosso modo de 

 

 

 

 

 

ser e de viver, e que esse modo de viver e de ser é necessário à Igreja.

Santa Teresa, e estamos num ano teresiano também, dizia ‘que seria do mundo sem os religiosos?’ E eu creio que esta é uma grande verdade. O que seria do mundo, da Igreja, sem os religiosos?

A Igreja disse-nos que nós não pertencemos à sua estrutura, ao seu esqueleto, ao seu rosto, àquilo que a suporta, que somos sim o seu coração, portadores de vida e santidade. E sem coração, sem vida e sem santidade, de que é que nos serve o esqueleto?

 

AE – Como propor este estilo de

vida aos jovens, às novas

gerações? Qual é o segredo

para fazer passar, para

contagiar este estilo de vida?

MS – Digo de novo, não é com

propaganda, não é com

grandes meios, mas através

da nossa presença. Temos

de nos fazer presentes,

como somos, nos meios

onde andam os jovens,

para que eles nos vejam.

E aí, se formos realmente

autênticos, teremos v

ocações. Se não formos

autênticos, para que é

que queremos as

vocações?

 

 

 

 

 

AE – Que desafios representam para a vida religiosa a diversidade geográfica e cultural que caraterizam hoje a Europa?   

MS – Estamos habituados a falar de Europa mas a tendência é olhar mais para o Ocidente, quando há toda uma realidade para além dessa, mais próxima do Oriente, onde encontramos os mesmos problemas mas também alguns sinais diferentes.

Por exemplo, a vida religiosa no Ocidente, em muitos sentidos pode dizer-se que está a esmorecer, por causa da redução do número de religiosos, da falta de novas vocações, pelo facto das que já existem não andarem para diante, por ser preciso encerrar institutos, juntar organismos.

Esta é atualmente a realidade da vida consagrada no Ocidente. Em contrapartida, no Oriente está a acontecer uma abertura, até porque há bem pouco tempo a vida religiosa estava proibida.

Pensemos em todos os países que estavam debaixo da Cortina de Ferro, na época comunista. Quando em 1990 todos estes regimes caíram logicamente entrou-se num período de forte efervescência, em termos de vocações, que durou cerca de sete, oito anos.

 
Surgiram nessa altura muitas vocações, mas ao mesmo tempo demo-nos conta de que a maior parte eram pessoas que tinham acabado de aderir à fé cristã e imediatamente seguiam a vida consagrada.

Então, faltava muita consistência pessoal, faltava aquilo a que chamamos de bases humanas da vocação e claro, a maior parte destas vocações não tiveram pernas para andar, as pessoas acabaram por sair.

Atualmente no Oriente há menos vocações mas elas continuam a surgir. Podemos dizer que estamos ainda em fase de expansão, porque estão a surgir novas congregações, mas encaramos as coisas com mais prudência, sabendo que na Europa é preciso ter em conta uma multiplicidade de fatores.

 

AE – No caso do Oriente, é também o trabalho social que marca a vida religiosa?

MS – Não tanto, estes dias vou estar em Fátima com todos os formadores da vida religiosa aqui de Portugal, e quando falamos na missão em geral, é curioso que as pessoas daqui e também os jovens pensam muito nisto na perspetiva do compromisso social, do serviço aos pobres.

 

 

 

 

No Oriente não é tanto assim, a missão da vida religiosa, da vida consagrada, é ser ela mesma. Por exemplo, em russo não existe a palavra ‘religioso’, só a palavra ‘monge’.

Eu digo simplesmente para me tratarem por ‘’, em russo, mas quando me apresentou assim perguntam-me logo ‘mas porque é que você não tem hábito, onde está o seu mosteiro, com os seus muros e torres?’

E quando digo que ‘não, que vivo numa casa normal, num andar’, dizem ‘então você não é um monge’.

Assim, tive de encontrar um título que eles compreendessem, e agora digo sempre que sou um ‘’, um ‘monge no mundo, compreendem?’

Mas na realidade, no Oriente e na vida religiosa, quando o monge se decide a seguir a Cristo no mosteiro, para ele essa transformação pessoal

 

 já representa também um contributo para a própria transformação do mundo.

E esta é uma questão muito importante, é dizer que a vida religiosa não tem de fazer nada para ser missão senão ser ela própria, é assim que ela é entendida no Oriente.

A vida consagrada converte-se assim sobretudo num grande símbolo, algo que também podemos perceber no Ocidente.

Um símbolo que consiste sobretudo em mostrar, mais do que através de palavras ou de gestos mas na vida normal, do dia-a-dia, que Deus é capaz de transformar a realidade.

E neste prisma, citando uma frase de um grande monge ortodoxo, São Serafim de Sarov, ‘encontra a paz e ao teu lado salvar-se-ão milhares e milhares de pessoas’. Penso que esta expressão encerra uma ideia essencial que o Ocidente tem vindo a perder de vista, ou que está a tentar recuperar.

 

 

AE – É esse o sentido primordial da vida consagrada?

MS – Eu creio que sim, quando António, o Grande (também conhecido como Santo Antão do Deserto) vai para o deserto, o que é que ele foi procurar? Foi procurar Deus e encontrou-o como a única coisa necessária. E por isso renunciou aos seus bens, à sociedade.

Evidentemente, quando uma pessoa toma uma decisão destas, acontece  logo uma coisa muito curiosa, que também esquecemos no Ocidente. Surge a luta espiritual, quando uma pessoa toma plenamente a decisão de viver de Deus e para Deus, entram em confronto as forças internas com as forças externas, o que chamamos de demónios, daí toda a luta de Santo António com os demónios.

 
Hoje em dia vemos uma coisa muito curiosa, que graças a Deus se está a recuperar, no bom sentido. Quando uma pessoa tenta viver a vida religiosa, monástica, converte-se num grande símbolo, que vem da palavra ‘cymbalo’ que reúne muitos significados.

E claro, a reação é o ‘dyabalo’, ou seja, que não, não é possível, dizem ‘como é que uma pessoa como tu, que passa a vida a beber e na borga todo o dia, vai ser monge?’

E o demónio vai-te dizendo também isso, que ‘não é possível, que é um sonho que tiveste, que só podes estar mal da cabeça’.

E esta luta espiritual envolve tudo isto, e é muito interessante porque é o mesmo conflito que vemos depois no mundo.

 

 

 

Quando a vida religiosa tenta, no Ocidente, mudar um pouco as estruturas a partir de dentro, para estarem mais perto dos pobres, ajudá-los, escutá-los, depara-se logo com uma espécie de ‘círculos diabólicos’, com uma oposição.

Tenta e depara-se constantemente com muros. Como é que os religiosos podem superar estes muros? Eu creio que a solução não está em combater estes obstáculos através da ação, da luta política, primeiro temos de os superar em nós mesmos.

Implica perceber se cada religioso já está neste processo de luta, neste processo de conversão em algo que já é por vocação.

Estas coisas são muito importantes no Oriente, mas no Ocidente estão a ficar para trás.

 

AE – Esta noção de que a pessoa está mais no centro?

MS – Sim, exatamente. Por exemplo o povo russo, que viveu 70 anos no comunismo, a quem tentaram apagar a imagem de Deus, apesar disso é atualmente um povo profundamente religioso.

Mas justamente por isso, também tem bastante presente em si o diabólico. Não sei se viu o filme “Leviathan” (2014), de um grande realizador russo, de que gosto muito, que é 

 

precisamente sobre a sociedade russa, a corrupção profunda que a afeta e em que está também implicada a Igreja Ortodoxa.

Mas há uma pessoa, o herói deste filme, que tenta derrotar esta corrupção a partir de dentro. Mas como é que o podemos fazer? É muito interessante, no entanto para nós ocidentais, isto é incompreensível.

No Ocidente iriamos logo reagir com protestos, com ações, com mudanças, mas este homem sofre, suporta sobre si todas os males da corrupção, e como reage?

Ele sofre, toma sobre si a corrupção, o pecado do mundo, e dessa maneira está a dizer-nos, e o filme aparentemente acaba dizendo-nos isso, que aquela pessoa foi esmagada pela sociedade, não tem saída. Daí que o filme se chame “Leviathan”, que é um monstro terrível.

Uma mulher escreveu há pouco tempo uma crítica a esta película e defendia a mudança do nome dela para ‘Golias’. Isto porque, segunda a autora, a corrupção, essas forças terríveis que giram na sociedade e que precisam de ser mudadas não são um monstro invencível, um ‘Leviathan’, mas sim um ‘Golias’.

Um ‘Golias’ que um pequeno David, por exemplo a vida religiosa, a vida monástica, na sua pequenez, poderá derrotar se tiver confiança em Deus.

 

 

 

AE – No Oriente mas sobretudo no Ocidente, onde há cada vez menos religiosos, acredita nesse fermento, que ele dará frutos mais tarde ou mais cedo?

MS – Creio que sim, era justamente o ponto a que queria chegar, que as coisas mudam não porque nós as tentamos mudar, mas a partir de dentro, como um fermento.

Você utilizou uma palavra muito bonita, fermento, sal, coisas que a longo prazo têm resultados, mas que é preciso saber esperar.

Neste sentido, é muito importante, sobretudo vocês que trabalham na comunicação social, mudar um pouco a linguagem.

Você utilizou uma palavra perigosa, porque é diabólica. Disse que os religiosos ‘são poucos’. Eu digo sempre que somos menos.

A palavra ‘poucos’ implica um juízo de valor, é dizer que para fazer frente a este Golias, somos poucos. É dizer que nos retiramos derrotados e deixamos para ele a vitória.

Eu digo que somos menos, claro que somos menos, a minha congregação (Claretianos) praticamente não mudou mas existem congregações que ficaram reduzidas a metade do que eram.

Podem dizer que somos poucos. Não,

 

 somos menos. Temos menos efetivos, mas se confiarmos em Deus, na nossa pequenez, na nossa debilidade, poderemos ser muito fortes.

Para mim é muito significativa para este caso a história de Gideão (do livro bíblico dos Juízes) e a passagem em que ele tem que fazer frente ao grande exército de Madian.

Gideão começa por reunir uma leva de soldados, conta uma série deles e chega à conclusão de que são demasiados. Vai reduzindo o grupo até chegar aos 300 soldados.

E quando lhe perguntam ‘como é que vão ganhar com tão poucos soldados?’ ele diz ‘não se preocupem, a vitória vai ser-nos dada por Deus’. É um texto que tem de ser tido muito em conta.

 

AE – Mas a vida religiosa, nomeadamente no Ocidente, o que tenta fazer é ter mais efetivos, é uma luta por efetivos.

MS – E isso é lógico, quantos mais formos melhor, mas é preciso ter cuidado. Nem sempre ser mais implica fazer mais e sobretudo fazer as coisas bem.

Parece-me que, nos media, esta situação de sermos menos pode funcionar como um ‘kayros’, ou seja, pode ser uma situação benéfica para nós, porque vai fazer com que demos

 

 

 

 

 conta, em primeiro lugar, que não somos os protagonistas absolutos da missão, temos de saber trabalhar em conjunto com os outros.

Isto vai-nos impulsionar por exemplo a trabalhar com os sacerdotes, com os leigos, uma coisa muito importante.

No passado, a vida religiosa foi tudo, fomos gigantes, mas agora somos menos, somos pouquitos, então unamo-nos com os demais, ajudemo-los, porque a vida religiosa tem muito a levar aos outros.

 

AE – Em todo o caso, porque os religiosos são menos ou porque a história também muda, muitas congregações religiosas estão a centrar-se no Oriente, na Ásia e em outras regiões. Está em causa aqui um problema de efetivos, ou será que o centro da catolicidade está a passar para a Ásia?

MS – Creio que estão aqui diversas questões, muito interessantes. Estou a pensar sobretudo nos mosteiros, em Espanha e em Portugal, quando os mosteiros de clausura começaram a perder vocações, optarem por trazê-las da Índia e de África.

Claro que foi por uma questão de subsistência, para que esses mosteiros não fechassem. Mas muitas dessas vocações não tiveram sucesso, porque vinham um pouco ao engano, o resultado não foi muito efetivo.

 
No entanto, isso permitiu-nos dar conta de uma coisa, da nossa catolicidade E isto foi muito interessante, as congregações foram ao Oriente em busca de efetivos, mas encontraram-se consigo próprias.

O que aconteceu? Foi como que um efeito boomerang. As congregações deram-se conta de que não sabiam falar a linguagem oriental, não apenas o idioma mas a linguagem oriental.

E então, viram que para serem verdadeiramente católicas tinham de incorporar esses elementos. E isto provocou em muitas congregações uma mudança muito forte de mentalidade, obrigou-as a abrirem-se a outras formas de pensar, a vários níveis, algo que trouxe muitos benefícios. O sermos menos ajudou-nos a ser mais, mais profundos, mais católicos e definitivamente mais nós próprios.

 

 

Consagrados para anunciar o Evangelho

1. Caríssimos consagrados, vós exprimis de forma clara o amor apaixonado que cada pessoa pode experimentar na sua relação com Deus. A história pessoal de cada um de vós é uma página real de sedução, que está na origem da resposta e da consagração total da vossa vida a Deus; é a história de uma paixão avassaladora que se transforma em amor perene, provado, purificado e oferecido no sacrifício alegre de toda a vossa vida.

Por detrás de cada um de vós existe um grande mistério, difícil de compreender, mesmo pelos olhos mais crentes, pois ali está o mistério de uma pessoa que, movida pela fé e pelo amor, está disponível para prescindir dos seus bens, do seu corpo e da sua vontade, ou seja, para prescindir da busca do proveito próprio, a fim de se pôr totalmente ao serviço de Outro na procura do bem de todos os outros.

O mundo em que vivemos reage de formas variadas diante do sinal que é a vossa vida de consagrados, a todos os títulos provocadora, seja com admiração e apreço, seja com desafeição ou desprezo. Facto é que

 

a vossa vida a todos deixa perplexos, por ser sinal dos valores mais altos que todos sonhamos, mas que dificilmente conseguimos incarnar. Se a vossa decisão inicial nos deixa espantados, por vermos a coragem alicerçada na confiança em Deus, a vossa perseverança fala-nos da fidelidade como participação do amor de Deus, que é eterno.

Em cada um de vós vemos concretizada a palavra do profeta que, depois de uma imensa luta, se deixou seduzir totalmente pelo Senhor, permitiu que o Senhor dominasse a sua vida e vencesse todas as suas resistências (cf. Jr 20, 7). Convosco pedimos a Deus disponibilidade interior para os cristãos a fim se deixarem seduzir por Cristo e terem a coragem de O seguir como verdadeiros discípulos.

 

2. Independentemente da modalidade de consagração a que fostes chamados, todos estais ao serviço do anúncio do Evangelho do Senhor Jesus Cristo, o único Salvador. A vossa vocação, como as demais vocações na Igreja, orientam-se para o bem da comunidade cristã e de cada um

 

 

 

 

 

dos seus membros.

Em nome da Igreja, agradecemos o facto de a vossa vida ser o centro da vossa pregação e do vosso anúncio. As palavras, sendo necessárias, também não faltam, mas acima de tudo, transparece o testemunho veiculado por aquilo que vós sois, seguido do testemunho dado por aquilo que vós fazeis.

Acreditamos que o Evangelho continua a ter a força de converter e salvar, quando aparece ao mundo como uma vida mais do que como uma ideia ou um discurso. 

 

Acreditamos, por isso, que o vosso modo de fazer o seu anúncio é o que mais se aproxima da pregação feita por Jesus: Ele não pregava palavras, mas pregava-se a Si mesmo; vós não pregais palavras, mas pregais Aquele que está em vós, transformou a vossa vida e é a Boa Notícia enviada por Deus aos homens.

Pedimos-vos que nos mostreis o Evangelho vivo em vós e que continueis a ser expressão da alegria de que ele é portador para todos os que o assumem e se deixam transformar por ele. Consagrados

 

 

 

a Deus, por amor do Seu Povo, mostrai-nos Cristo, única Palavra que salva, a atuar no mundo por meio do Evangelho que acolheis, viveis, anunciais e testemunhais.

 

3. Neste ano dedicado à vida consagrada, agradecemos-vos aquilo que sois enquanto construtores da comunhão da Igreja, o trabalho que realizais em favor do seu crescimento, a obra da evangelização que assumis 

 

no cumprimento da palavra do Senhor que vos enviou a anunciar a Boa Nova a todos os povos da terra. Agradecemos a vossa caridade ativa na relação com os mais débeis da sociedade, sinal visível da caridade de Cristo, que ama os pobres e pecadores.

Pedimos ao Senhor por vós e pelos vossos Institutos, neste tempo difícil de carência de vocações, quando a muitos faltam horizontes claros de

 

 

 

 

 

 

esperança e outros se vêem a braços com a ausência de perspetivas de continuidade no futuro.

Como acreditamos na Igreja e no lugar imprescindível que os consagrados têm nela, depositamos grande confiança no dinamismo da vossa fé e na disponibilidade que manifestais para vos deixardes conduzir pelo Espírito Santo em ordem à renovação desejada.

 
Confiamos a vossa vocação, a vossa fidelidade e o vosso amor ao anúncio do Evangelho à intercessão de Nossa Senhora, na certeza de que caminhará sempre convosco na alegria de ser discípula missionária de Jesus Cristo.

 

D. Virgílio do Nascimento Antunes

Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios

 

 

Como propor hoje
a Vida Consagrada aos jovens

Cada um de nós tem uma "história de graças, uma história de infidelidades, uma história de caminhos[1]" e é fundamental recordar a história de Deus connosco, na busca de encontrar resposta a esta questão que, de algum modo, nos inquieta e que gostaríamos que alguém nos revelasse o segredo ou nos desse uma varinha mágica, para estes tempos conturbados.

Esta questão exige de nós, cuidadores de todas as vocações, não esquecer uma primeira questão, que nos abre e dá resposta ao como propor. Refiro-me ao como propor e fazer perceber a dimensão vocacional da existência humana. Sem esta primeiríssima vocação, a vocação à vida, sem a consciência de que Deus tem um projeto para cada um de nós, como vão perceber o que é o que isto de vocações, num mundo sem vocação…

Sabemos que o povo de Deus guarda uma vasta herança de mediações, através das quais Deus se manifesta. Não podemos fugir a esta vocação de mediação, isto é, de testemunhas felizes que vivem em reciprocidade com Deus, o Dono da vinha e Aquele

 
 que contrata os seus trabalhadores, em todas as horas do dia e em todos os tempos. A vocação pressupõe um percurso de fé pessoal e comunitário e um clima de silêncio e de busca do sonho de Deus que hão de permitir perceber o movimento de Deus Amor, que chama à felicidade e o diz claramente, como o fez ao jovem rico e aos apóstolos que chamou um  a um.

 

Algumas propostas, com caracter de urgência:

1. Fazer memória do nosso passado vocacional e narrar a história de Deus connosco e os nossos caminhos de procura, de medos, de dúvidas, de escolhas e decisões: o que entre nós não é muito comum… diz o Papa Francisco.

2. Questionar para o projeto de vida que Deus sonhou para todos, apelar para a vocação comum à santidade e a forma específica de responder.

3. Escutar os jovens, aproximar-se deles, estar onde eles estão, lançar propostas de chamada, e lançar questões pertinentes: O que queres 

 

 

 

 

fazer com a tua vida? A forma como vives traz-te felicidade? A quem serias capaz de partilhá-la para sempre? Que pensas dos consagrados, conhecidos ou não?
 
4. Formar para a escuta da consciência, espaço exclusivo de perceção da vocação divina, na íntima reciprocidade com Deus. Aí se exercita o discernimento da mensagem divina e da forma como a percecionamos interiormente.

 

5. Abrir diálogo às mediações, até chegar à mediação de excelência que acontece no contexto da revelação da fé, através da escuta da Palavra.

 

6. Ao fazer a opção preferencial pelos pobres, incluir os jovens, decidindo por nos colocarmos no lugar deles, percebendo as suas culturas e linguagens.

 

7. Evangelizar! Semear! Sem a pretensão de colher frutos, sabendo que a missão é graça!

 

8. Rezar a sério e que os outros saibam e nos sintam homens e mulheres de Deus. “Uma pastoral sem oração e contemplação jamais poderá atingir o coração das pessoas[2]”.

 

 

 

 

 
 

9. Saber-nos e sentir-nos mandados e enviados e nunca por conta própria!

 

10. Testemunhar a alegria e a beleza de seguir Cristo Crucificado e Vivo - a grande profecia, hoje.

 

Estratégias e experiências de vida

Oferecer experiências de impacto à insatisfação e às novas sedes dos jovens. Por exemplo: espaços de oração e de acompanhamento pessoal; experiências de vida e momentos formativos; musicais orantes e “provocantes” – em Vigílias com as comunidades cristãs; Retiros de silêncio e de escuta; sair e responder aos convites que nos fazem para as suas atividades, impregnando-as de sentido e significado; ensinar a rezar, desfazendo as falsas imagens de Deus; caminhadas com metas e com itinerários formativos e de descoberta do valor do silêncio, na busca de sentido e na procura sincera do projeto de Deus sobre as suas vidas.

 

 Ir. Maria Amélia da Costa, Fhic

 


[1] - Cf. Papa Francisco, homilia da Eucaristia na noite do dia 25 de dezembro de 2013

[2] - Papa Francisco aos participantes no Encontro internacional intitulado “O projeto pastoral da Evangelii Gaudium”.

 

 

Vida Consagrada em rede

A Vida Consagrada acontece em cada homem e mulher que diz sim a Cristo, seguindo-O nessa forma de existência cristã pela profissão dos votos de pobreza, castidade e obediência. Esta vocação, obra do Espírito, é vivida segundo carismas vários, como salienta a exortação apostólica «Vida Consagrada» de João Paulo II: a vida monástica no Oriente e no Ocidente; a Ordem das Virgens, os eremitas, as viúvas; os Institutos totalmente dedicados à contemplação, ditos de clausura; a Vida Religiosa Apostólica, Ordens e Congregações; os Institutos Seculares; as Sociedades de Vida Apostólica; as novas expressões de Vida Consagrada, as novas comunidades.

A Vida Consagrada está organizada a nível de toda a Igreja e a nível das Igrejas particulares. A dimensão institucional deve transparecer toda a vida concreta de quem assume esta forma de vida cristã.

Em cada país, os Institutos de Vida Consagrada estão organizados em redes, geralmente uma para os Religiosos e outra para os Seculares. Em Portugal existe a CIRP (Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal) e a CNISP (Conferência

 

 Nacional dos Institutos Seculares de Portugal). Mas há também relevantes espaços de partilha em cada diocese, onde os consagrados estão presentes em sintonia com o Bispo diocesano.

Uma organização mais ampla acontece a nível continental, onde estão representadas todas as Conferências nacionais. Por exemplo, na Europa existe a UCESM (União das Conferências Europeias de Superiores e Superioras Maiores). Há ainda estruturas diversas, como as Uniões de Superiores Gerais e de Mosteiros, entre outras.

A coordenação universal para toda a Igreja está em Roma, junto do Papa, na Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Esta ocupa-se de tudo o que diz respeito aos Institutos de Vida Consagrada, quanto ao regime, disciplina, estudos, bens, direitos e privilégios.

Estes organismos só têm sentido como serviço de apoio mútuo, coordenação e cooperação a todos os níveis, assumido em essencial perspetiva eclesial. Devem ser espaços onde se partilham preocupações e dificuldades, projetos e sonhos, sempre na alegria e na esperança. 

 

 

 

 

 

É nesse tom que o Papa Francisco tem constantemente apelado aos consagrados na sua missão profética de despertar o mundo com o seu modo especial de ser e estar, segundo a riqueza plural dos diversos carismas. A Vida Consagrada concretiza-se 

 

 

nestas e noutras redes de comunhão, sempre na fidelidade criativa ao único Espírito de Jesus Cristo que chama e envia os consagrados em missão.

 

Manuel Barbosa, scj

 

 

 

 

A consagração não dispensa,
antes compromete

Falar de justiça, paz, integridade da criação ou de questões com elas relacionadas, como desenvolvimento e qualidade de vida, remete-nos para algo que constitui parte integrante da espiritualidade do cristão e, por mais uma razão, de quem segue o caminho da chamada vida consagrada. Jesus veio como Salvador, isto é, para que todos tenham a vida e vida em abundância. A Gaudium et Spes recorda-nos que não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no coração dos seguidores de Cristo.

Temos aqui a Igreja ligada ao homem e à sua história numa visão que procura superar o maniqueísmo, repetidamente condenado mas sempre com incursões na sua espiritualidade, o que tem contaminado a maneira de a pessoa se olhar a si mesma e de encarar a responsabilidade que tem para com o seu semelhante. Alguns espíritos mais abertos conseguem discernir esta pedra de tropeço; o jesuíta Carlos Valles a propósito escreve: “Malditos os gregos que nos ensinaram aquela linguagem do corpo e alma”.

 
Sair de si e caminhar ao encontro do outro no qual se reconhece uma imagem de Deus, constitui o primeiro e mais transformador ato de intervenção social; ato que o faz sair para fora do horizonte limitado do presente, do sensível, do relativo, para ver melhor o tesouro em que vale a pena apostar a própria vida, comprometendo-se na construção do Reino de Deus, não estrutura de poder e de domínio, mas sim um mundo segundo a vontade de Deus. Tal visão vai lentamente entrando na nossa espiritualidade. O Papa Francisco afirma que é por aí que se deve caminhar, apesar dos riscos que se correm; perentoriamente afirma: “prefiro mil vezes uma Igreja acidentada a uma Igreja doente pelo seu fechamento.” Os consagrados, pela opção que fizeram em seguir o Mestre, pelas circunstâncias que os rodeiam, pelo viver com pessoas vindas de muitas partes e de culturas diferentes, deveriam ter sempre presente que o coração da mensagem de Jesus é esse mundo em construção centrado no amor a Deus e ao próximo e não no lucro que gera 
 

 

 

 

 

 

 

uma “economia que mata”.

 Acompanhámos há pouco o ataque ao Charlie Hebdo em Paris. Multidões manifestaram-se contra a barbárie. Foram vinte mortos. Nem que só fosse um já merecia atenção. Mas o que nos interpela é o silêncio ou a indiferença perante acontecimentos a cada passo repetidos no Iraque, na Síria e noutros palcos de guerra. Realço os 130 mortos no ataque a uma escola no Paquistão, as crianças raptadas na Nigéria e as inúmeras vítimas do Boko Haram, sem 

 

 

esquecer os milhares de mortos diariamente em consequência da fome. Comparando as reações temos de concluir que há vítimas de primeira e vítimas de segunda. Como é que estes crimes não fazem levantar um clamor universal e muito especialmente por parte daqueles que chamam a Deus seu Pai? Na fidelidade à sua vocação, os consagrados não podem deixar de entrar cada vez mais nesta seara do mundo, para que ela se vá transformando no jardim de Deus.

 

Padre Valentim Gonçalves, SVD

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

ABC da Vida Consagrada

Irmã Flávia Dores, Comunidade das Dominicanas de Santa Catarina de Sena - Aveiro. Para Correio do Vouga e Agência Ecclesia
 

Amor

É uma das palavras mais usadas, por vezes, até banalizada. O amor é aquela experiência intensa, inolvidável e inconfundível que só pode acontecer no encontro com outra pessoa e realiza-se num encontro concreto”[1].

Na conceção bíblica, ao longo de séculos, o povo aprendeu a responder a Deus, a amá-Lo, a esperar a nova aliança, percebe-se como povo escolhido, predileto e Deus encaminha-o para compreender, que em Cristo somos todos incluídos no projeto de salvação, no amor de Deus.

Os religiosos deveriam ser os especialistas na arte de amar, na fraternidade, na caridade, no entanto, toda uma teologia negativa sobre o corpo levou à recusa da afetividade. Só com o Vaticano II e o documento “Perfectae Caritatis” surge uma revolução na forma de ver a castidade. O religioso é aquele que, num encontro pessoal com Cristo se enamora de tal forma, que entrega a própria vida, mediante a profissão dos conselhos evangélicos e 

 

 

 

consequentemente apaixona-se pela família do seu amado, neste caso a humanidade, sobretudo os mais frágeis e pobres.

 

Bispos

São os sucessores dos apóstolos. Chamados a restabelecer a unidade e a autenticidade na vida dos crentes, a sua vida é referência a Cristo. Segundo o Espírito, guiam o povo que lhes foi confiado, procurando sempre fazer a vontade do Pai.

A Igreja, na pessoa do Bispo, deve reconhecer, promover e respeitar os vários carismas da vida consagrada. É importante haver um diálogo constante entre os Superiores dos Institutos e das Sociedades de Vida Apostólica com os Bispos.

Na Igreja, há apenas uma hierarquia, a autoridade do Papa e dos Bispos, a que todas as comunidades estão sujeitas, no entanto, o Papa e os Bispos respeitam a “genuína autonomia” dos Institutos, devidamente aprovados pela Santa Sé, que é o reconhecimento da 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

autoridade proveniente do Espirito Santo. Estão, porém, atentos para corrigir se existirem desvios do carisma do Fundador.

 

Castidade

É um dos votos ou promessas feito pelos consagrados, de forma particular ou pública. O voto da castidade hoje é uma provocação à nossa sociedade, onde a sexualidade humana aparece reduzida ao ato sexual.[2]  É importante perceber a castidade como uma resposta a um amor maior, que seduz e que dilata o coração para amar ''o não amado'', como Jesus que acolheu a todos. O próprio Deus nos dá ''o dom'' ou a capacidade de lhe corresponder. Este voto foi muitas vezes mal-entendido, associado à castração, ao desgosto ou à incapacidade para amar, mas só o autoconhecimento, a maturidade, a consciência dos sentimentos e desejos nos permite gerir a nossa vida afetiva. O Concílio Vaticano II renovou a teologia, a espiritualidade e a prática da castidade, abordando-a, sem medos   

 

 

ou tabus, mas de forma equilibrada e madura. A Palavra de Cristo recomenda a vigilância que favoreça a saúde mental e psíquica. As verdadeiras amizades são aconselháveis e compatíveis com a perfeita continência do celibato, sempre que o amor a Deus norteia todas estas relações, o que implica maturidade afetiva e espiritual.

 

(Continua nas próximas edições)

 

 


[1] Martini, Carlos Maria; Dicionário Espiritual, pág. 14

[2] Vida Consagrada; Exortação Apostólica de João Paulo II nº 88

 

 

Dia Mundial das Comunicações Sociais

(1ª parte)

Na vigília da Festa de São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas, foi divulgada a 49ª mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais intitulada “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”. Como sabemos, esta é a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), e é celebrada no domingo que antecede o Pentecostes.

Esta semana, iremos apresentar os primeiros vinte títulos, relativos a este dia mundial, que foram escritos pelos beatos Paulo VI e João Paulo II.

 

1ª - «Os meios de comunicação social», 7 de Maio de 1967 - papa Paulo VI

 

2ª - «A imprensa, o rádio, a televisão e o cinema para o progresso dos povos», 26 de março de 1968 - papa Paulo VI

 

3ª - «Comunicações sociais e família», 7 de abril de 1969 - papa Paulo VI

 

4ª - «As comunicações sociais e a juventude», 6 de abril de 1970 - papa Paulo VI

 
5ª - «Os meios de comunicação social a serviço da unidade dos homens», 25 de março de 1971 - papa Paulo VI

 

6ª - «As comunicações sociais a serviço da vida», 21 de abril de 1972 - papa Paulo VI

 

7ª - «As comunicações sociais e a afirmação e promoção dos valores espirituais», 12 de maio de 1973 - papa Paulo VI

 

8ª - «As comunicações sociais e a evangelização no mundo contemporâneo», 16 de maio de 1974 - papa Paulo VI

 

9ª - «Comunicação social e reconciliação», 19 de abril de 1975 - papa Paulo VI

 

10ª - «As comunicações sociais diante dos direitos e deveres fundamentais do homem», 11 de abril de 1976 - papa Paulo VI

 

11ª - «A publicidade nas comunicações sociais: vantagens, perigos, responsabilidades», 12 de maio de 1977 - papa Paulo VI

 

 

 

 

 

 

 

 

 

12ª - «O recetor da comunicação social: expectativas, direitos e deveres», 23 de abril de 1978 - papa Paulo VI

 

13ª - «Comunicações sociais e desenvolvimento da criança», 23 de Maio de 1979 - papa João Paulo II

 

14ª - «Comunicações sociais e formação cristã da opinião pública», 1 de Maio de 1980 - papa João Paulo II

 

15ª - «As comunicações sociais e a promoção cristã da juventude», 10 de maio de 1981 - papa João Paulo II

 

16ª - «As comunicações sociais, instrumento de encontro entre fé e cultura», 10 de Maio de 1982 - papa João Paulo II

 

 

 
17ª - «Comunicações Sociais e promoção da paz», 25 de Março de 1983 - papa João Paulo II

 

18ª - «As comunicações sociais e os problemas dos idosos», 24 de Maio de 1984 - papa João Paulo II

 

19ª - «As comunicações sociais a serviço da liberdade responsável do homem», 15 de Abril de 1985 - papa João Paulo II

 

20ª - «Comportamento ativo das famílias perante os meios de comunicação social», 24 de Janeiro de 1986 - papa João Paulo II

Para a próxima semana apresentaremos os títulos das restantes.

Fernando Cassola Marques

 
 

 

O ADN da Vida Consagrada, dos tempos bíblicos à perspetiva de futuro

A Paulus Editora lançou a obra «A Essência da Vida Consagrada», que apresenta em oito capítulos o testemunho que todos os consagrados “devem recordar” a cada dia, o que os enche de “alegria, paixão e esperança”.

“A Essência da Vida Consagrada é como que um mapa do ADN da vida consagrada, mostrando os seus elementos essenciais de uma maneira sucinta mas muito profunda”, explica a Paulus Editora.

Com o testemunho de oito consagrados, com percursos de vida diferentes, o livro apresenta também “tudo aquilo” que a Igreja e todo o povo de Deus “devem” reconhecer nos seus consagrados, “um estilo de vida”.

Cada capítulo da obra ‘A Essência da Vida Consagrada’ é uma reflexão que começa nas origens bíblicas e termina nos dias de hoje com perspetiva no futuro.

D. António Couto, bispo de Lamego e membro da Sociedade Missionária da Boa Nova, no primeiro capítulo apresenta a “fundamentação bíblica

 

 da vida consagrada” cuja história é percorrida pelo padre e professor universitário David Sampaio da Sociedade do Verbo Divino (Verbitas).

O leigo Alexandre Freire Duarte, no terceiro capítulo, reflete sobre a “espiritualidade dos religiosos” e a irmã Maria da Glória Magalhães, das Franciscanas Missionária de Nossa Senhora, escreve sobre os “conselhos evangélicos – “obediência na fé; pobreza na esperança e castidade na caridade”.

No quinto e sétimo capítulo, o teólogo Jacinto Farias e o padre Saturino Gomes, da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), respetivamente aprofunda a “eclesialidade da vida consagrada” e analisa este viver na Igreja à luz do Direito Canónico.

No sexto texto a importância da formação para a vida consagrada é apresentada por Maria Conceição Vieira, leiga consagrada do Instituto Secular das Cooperadoras da Família. E o irmão Darlei Zanon, da Sociedade São Paulo (Paulista), escreve sobre o futuro da vida consagrada.

 

 

 

 

 

 

 

O presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) assina o prefácio e considera que neste livro se destaca que “toda a Igreja reconhece, acarinha e agradece o modo de vida que espelha como Jesus Cristo viveu há aproximadamente dois mil anos”.

Para o padre Artur Teixeira, provincial dos Missionários Claretianos, na obra encontram-se “rostos e vozes de diversas proveniências, áreas e gerações” a testemunhar o ar que se respira nas comunidades religiosas.

 

 

 

 

II Concílio do Vaticano: Uma luz argentina que o ajuda a descongelar

 

Ao II Concílio do Vaticano (1962-65), o Papa argentino já se referiu inúmeras vezes. Em todas as suas intervenções, a palavra de ordem é prossegui-lo. Uma resposta aos saudosistas e aos que dizem que esta assembleia, convocada por João XXIII, estava congelada. O concílio está ainda longe de se encontrar largamente aplicado.

A grande «revolução» da Igreja está ainda por concretizar, na fidelidade ao Evangelho que é contrário a qualquer ideologia e na abertura para não ser uma Igreja fechada em si e doente. Quando Bento XVI fez 86 anos (16 de abril de 2013), o Papa Francisco recordou o empenho de Ratzinger na aplicação do concílio, um evento que é para ser vivido mais do que celebrado. Há quem queira recuar ao passado, disse Bergoglio, que logo de seguida se interrogou: «Após 50 anos, fizemos tudo o que nos foi dito pelo Espírito Santo no concílio?».

Falando de continuidade, o Papa Francisco utilizou a palavra de Bento XVI, no discurso de 20 de dezembro de 2005 à Cúria Romana, sobre “a hermenêutica da continuidade que se opõe à da ruptura teorizada pela Escola de Bolonha” (Cf. Manuel Augusto Rodrigues, In: Correio de Coimbra; 25 de abril 2013; página 7).

Por onde passa, o «furação» argentino deixa sementes conciliares. Os ricos textos de Francisco projetam luz para a renovação da Igreja e o «aggiornamento» do II Concílio do Vaticano a exigir constantemente uma atenção especial aos sinais dos tempos num mundo

 

 


 

 

 

 

 globalizado e extremamente complexo. Quando esteve no Brasil, o Papa Bergoglio deixou marcas indeléveis. 

“As intervenções e os atos em que tomou parte, imbuídos de profundo enraizamento inaciano e franciscano e reveladores da sua proveniência latino-americana, merecem uma leitura e reflexão atentas” Cf. Manuel Augusto Rodrigues, In: Correio de Coimbra; 01 de abril 2013; página 7).

Os documentos conciliares, desde a «Lumen Gentium» e da «Dei Verbum» até à «Gaudium et Spes» são o alicerce sobre o qual assenta o pensamento do Papa, adaptado evidentemente aos tempos que correm. Com palavras bastante duras no encontro com o CELAM, Francisco atacou o abuso de poder na Igreja, a mentalidade de «príncipes» entre os cardeais, o carreirismo e a distância imposta pelos bispos aos fiéis. A Igreja está “atrasada” e mantém “estruturas caducas”. Nos seus improvisos, Francisco deixou claro que é preciso mudar sem perder dogmas  e valores. 

 

 

Estas palavras  fazem-me recuar 50 anos e ler os testemunhos dos padres conciliares. Francisco convida a reler, visitar e viver os textos saídos do II Concílio do Vaticano…

 

Janeiro 2015

Dia 30 de Janeiro

* Lisboa - UCP (Auditório Cardeal Medeiros) - A Universidade Católica Portuguesa (UCP) atribui o doutoramento «honoris causa» ao cardeal Gianfranco Ravasi.

 

* Faro - Igreja de São Francisco - Vigília vocacional promovida pelo Secretariado Regional do Algarve da CIRP (Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal).

 

* Porto - Capela das Almas - O semanário «Voz Portucalense» celebra o Dia de São Francisco de Sales (Padroeiro dos Jornalistas) com uma conferência sobre «Jansenismo e antijansenismo em Portugal: Estudos e documentos» pelo padre Cândido dos Santos e com a presença de D. António Francisco.

 

* Açores - São Miguel (Centro Missionário dos Dehonianos) - Jornadas de formação para o clero com frei Bento Domingues e frei José Nunes (30 e 31)

 

* Aveiro - Encontro nacional da Juventude Operária Católica

 
Dia 31 de Janeiro
* Porto - Seminário de Vilar - Abertura oficial do albergue de apoio aos peregrinos de Santiago de Compostela

 

* Porto - Museu Municipal de Valongo - Encerramento da exposição de presépios no Museu Municipal de Valongo.

 

* Lisboa - Convento de São Domingos - Conferência «Luz e Criação» integrada no ciclo «De onde nos vem a luz?» e proferida por Nuno Teixeira

 

* Beja - Centro Pastoral Diocesano – Celebração do Dia do Consagrado com testemunhos de religiosos, música e celebração.

 

* Fátima - Reunião da direção nacional da LIAM

 

* Santarém - Encontro diocesano dos catequistas

 

* Viseu - Seminário Maior - A primeira sessão da III Assembleia Sinodal da Diocese de Viseu tem como tema central a liturgia.

 

 

 

 

 

 

* Fátima - Seminário do Verbo Divino - VI Congresso da CNIS com a seguinte ordem de trabalhos: Abertura do Congresso, das 11h00-15h00, Ato Eleitoral; das 15h00-16h30, Apuramento do Ato Eleitoral e pelas 17h00, tomada de posse dos novos Órgãos Sociais e encerramento do Congresso.

 

* Lisboa - Seminário dos Olivais - Conselho Pastoral Diocesano com a presença do Patriarca de Lisboa e bispos auxiliares.

 

* Guarda - Centro Apostólico - Reunião de D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, com os representantes dos Centros Sociais Paroquiais.

 

* Setúbal - Sesimbra (Auditório do Centro de Estudos Culturais e de Acção Social Raio de Luz) - Conferência «Arrábida: um santuário entre duas memórias» por Ruy Ventura e integrada nas comemorações dos 40 anos do jornal «Raio de Luz»

 

* Lisboa - Igreja de Santa Catarina - Sessão do ciclo de conferências sobre o órgão de tubos da Igreja dos Paulistas com o organeiro Dinarte Machado.

 

 

 
* Lisboa - Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora (Paróquia dos Prazeres) - Festa de São João Bosco presidida por D. Joaquim Mendes.

 

* Porto - Centro Pastoral dos Camelitas (Rua Marechal Saldanha, 145) - Tertúlia sobre «O que vimos e ouvimos vos contamos» que será moderada pelo Cónego Rui Osório e contará com a participação de D. Gonzalo Marañón, ocd (Carmelita Descalço e Bispo Emérito de Sucumbios, na Amazónia), Ir. Manoli Delgado, cmt (Carmelita Missionária Teresiana), Jorge Leal e Filipa Ferreira, ocds (Casal Carmelita Secular), Ir. Maria Teresa, ocd (Carmelita Descalça, do Carmelo de Braga).

 

Dia 01 de fevereiro

* Lisboa – UCP - Celebração do Dia da Universidade Católica Portuguesa

* Setúbal - Dia diocesano do consagrado

* Lisboa - Campo Grande (Casa das Irmãs de São Vicente de Paulo) - Dia diocesano das Oficinas de Oração com conferência sobre «Dinamismo Sinodal nas Oficinas de Oraação e Vida» por D. Joaquim Mendes e representação do conto «A bicicleta de Deus».

 

 

 

 

 

 

 

 

O presidente do Conselho Pontifício para a Cultura (Santa Sé) vai receber um “doutoramento honoris causa” pela Universidade Católica Portuguesa (UCP), na sessão académica que antecede o seu dia nacional, no primeiro domingo de fevereiro.
O vice-reitor da UCP é o padrinho do título atribuído ao cardeal Gianfranco Ravasi, esta sexta-feira a partir das 16h30 no Auditório Cardeal Medeiros, em Lisboa.

 

O Dia do Consagrado na Diocese do Algarve é celebrado este domingo, 1 de fevereiro, com um encontro entre jovens e religiosos, no Carmelo do Patacão, no concelho de Faro, a partir das 15h00. Com a participação do bispo do Algarve, o secretariado Regional dos Institutos Religiosos quer cativar os jovens à vida consagrada.

 

A Faculdade de Teologia e a Faculdade de Economia e Gestão, do polo regional do Porto, da Universidade Católica Portuguesa, promovem as “Jornadas da Teologia” onde vai alertar a sociedade para as “desigualdades da economia”, entre 2 a 5 de fevereiro, no Auditório Carvalho Guerra.

 

O Vaticano apresenta a primeira jornada de “oração e reflexão” internacional contra tráfico de pessoas, dia 3 de fevereiro. Com o tema ‘Acende uma luz contra o tráfico’ é promovida pelas uniões internacionais de superiores gerais dos institutos religiosos masculinos e femininos, com o apoio de vários organismos da Cúria Romana.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

São também nossos irmãos os cristãos não católicos?

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h18

Domingo, dia 01- Dia da Universidade Católica Portuguesa. Entrevista à reitora, professora Maria da Glória Garcia

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 02 - Ser consagrado. Entrevista ao padre António Pedro e irmã Paula Jordão.

Terça-feira, dia 03 - Informação e entrevista a José Luis Martins;

Quarta-feira, dia  04 - Informação e entrevista ao padre Fernando Sampaio sobre a Pastoral da Saúde;

Quinta-feira, dia 05 - Informação e entrevista ao padre Adérito Barbosa, missionário dehoniano em Moçambique;

Sexta-feira, dia 06 - Apresentação da liturgia de domingo pelo cónego António Rego e frei José Nunes.

 

Antena 1

Domingo, dia 1 de fevereiro - 06h00 - Formação ao longo da vida na UCP: Instituto de Ciências da Saúde, Faculdade de Teologia e Escola de Pós-Graduação apresentam propostas.
 

Segunda a sexta-feira, 02 a 06 de fevereiro - 22h45 - Testemunho de consagrados (dia 2 fev); Leigos comprometidos: testemunho de Joaquim Azevedo, Bento Amaral, Alexandre Trindade e José Souto Moura (dias 3, 4, 5 e 6 fev)

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B – 4.º Domingo Do Tempo Comum

 
 
 
 
 
 
 
Que fazemos
da Palavra?
 

O Evangelho deste quarto domingo do tempo comum mostra como Jesus, o Filho de Deus, cumprindo o projeto libertador do Pai, pela sua Palavra e pela sua ação, renova e transforma em homens livres todos aqueles que vivem prisioneiros do egoísmo, do pecado e da morte.

Já a primeira leitura nos propõe, a partir da figura de Moisés, uma reflexão sobre a experiência profética. O profeta é alguém que Deus escolhe, chama e envia para ser a sua palavra viva no meio dos homens. Através dos profetas, Deus vem ao encontro dos homens e apresenta-lhes, de forma bem percetível, as suas propostas.

Voltando ao Evangelho, vemos que por duas vezes Marcos chama a nossa atenção para o ensino de Jesus, feito de palavras “com autoridade”. As multidões são atingidas: esta palavra é verdadeiramente diferente da dos escribas. Estes últimos eram, na realidade, repetidores que apenas rediziam a Lei, triturando-a de mil maneiras, disputando sobre o sentido de cada palavra, acabando por diluir a Palavra de Deus nas suas argúcias. Os seguidores de Jesus sentem que a palavra de Jesus não é dita de cor, mas pronunciada do seu coração para atingir o coração das pessoas, mesmo que levem tempo a descobrir que esta palavra vem do coração de Deus.

A palavra nova que Jesus anuncia é uma palavra que faz crescer, que está ao serviço do crescimento do ser e da vida. É o sentido da ordem de Jesus ao espírito mau: “Silêncio! Sai deste homem!” Jesus veio para que os homens “tenham a vida e a tenham em abundância”. A sua autoridade é unicamente um poder de vida e não de morte. Os escribas acabavam por esterilizar a Lei, mas 

 

 

 

 

 

Jesus liberta-a de toda a carcaça para fazer dela uma Palavra criadora de vida.

E nós, em Igreja, que fazemos desta Palavra? Muitas vezes, podemos correr o risco de transformar as palavras do Evangelho em tantos preceitos morais e jurídicos, que enfermam as consciências, em lugar de fazermos apelos ao Espírito de liberdade que faz de nós seres vivos.

Como discípulos missionários, procuremos levar no coração a Palavra para os dias desta semana, que podem ser pontuados com encontros, mesmo curtos, com o Senhor: momentos de oração (sozinhos, em casal, em família, 

 

em comunidade), celebrações na paróquia, momentos de meditação, sempre na Palavra de Deus. Procuremos viver na alegria do Evangelho que nos transforma por dentro, como tão insistentemente nos apela o Papa Francisco.

Neste Ano da Vida Consagrada, e em particular na Festa da Apresentação do Senhor amanhã 2 de fevereiro, também Dia do Consagrado, renovemos a nossa consagração ao Senhor no anúncio feliz e alegre do Evangelho.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

 

 

Assistência religiosa e cuidados de saúde:
tema apresentado aqui semanalmente
e no programa Ecclesia, RTP2, em cada quarta-feira
Entrevista ao padre 
João Maria Lourenço

 

 

“Se tiver de ser internado(a), não esqueça, peça a visita do capelão aos enfermeiros logo no início do internamento. Não fique à espera”.  
(Comissão Nacional da Pastoral da Saúde)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A sabedoria do coração que nos falta: humanizar a doença

A Igreja celebra há vinte e três anos o Dia Mundial do Doente. Fá-lo sempre no dia 11 de fevereiro. Pretende exprimir solidariedade com quem sofre e levar-lhe uma palavra de esperança. Mas deseja também alertar a todos, mesmo aos que gozam de «boa saúde», que o crescimento humano e civilizacional não se verifica somente nas ciências e nas tecnologias, mas, muito mais, na qualidade das relações que formos capazes de estabelecer com todos, especialmente com quem sofre. As primeiras nascem da ciência da razão; as outras originam-se na sabedoria do coração. Ambas são importantes. Mas que o encanto das primeiras não nos faça esquecer a pertinência das segundas.

É para isto que nos alerta a mensagem do Papa Francisco: o timbre de desenvolvimento ou de civilização de uma sociedade também se pode medir pelos «indicadores de qualidade» da forma como se relaciona com os seus doentes.

 

Há que dedicar-lhes mais tempo, mais proximidade, mais carinho, mais gestos e palavras de conforto. E até, talvez, mais recursos humanos e materiais. Há que estabelecer prioridades e, porventura, deixar de lado aspetos não tão determinantes para ter tempo de sentar à cabeceira do doente e do idoso e pegar-lhe na mão. Há que exprimir em gestos de ternura o amor que se diz ter-lhes.

O Beato Paulo VI gostava muito de falar da «civilização do amor». Vamos edificá-la, começando pelos mais carenciados dos carenciados, que são doentes e os idosos? Lanço o repto aos médicos, aos enfermeiros, aos demais profissionais de saúde, aos familiares, à sociedade em geral e à Igreja em particular. E lanço-o a mim mesmo.

D. Manuel Linda

Membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana

Responsável pelo acompanhamento da Pastoral da Saúde

 

O drama dos pais ausentes

O Papa alertou esta quarta-feira no Vaticano para as consequências de uma crise da paternidade nas famílias e na sociedade civil que leva a um “sentimento de orfandade”. “Os pais centraram-se de tal forma em si próprios e no seu trabalho, às vezes nas suas realizações individuais, que acabam por esquecer-se até da sua família e deixam sós as crianças e os jovens”, lamentou, durante a audiência pública semanal que decorreu na sala Paulo VI.

Francisco revelou que já como arcebispo de Buenos Aires questionava os pais sobre o tempo que dedicavam às brincadeiras com os filhos e que, “na maioria dos casos”, o pai “estava ausente” e não queria “perder tempo”.

Segundo o Papa, depois de uma época de “autoritarismo”, a figura do pai foi “simbolicamente ausente, sumida, removida” da cultura ocidental, passando-se assim “de um extremo ao outro”.

“O problema dos nossos dias já não parece ser tanto a presença intrusiva dos pais, mas a sua ausência, a sua inércia”, alertou.

 

Francisco declarou que a ausência dos pais provoca “lacunas e feridas que podem ser muito graves”, por causa da “falta de exemplos e guias com autoridade” e da “ausência de amor”.

“O sentimento de orfandade que muitos jovens vivem hoje é muito mais profundo do que pensamos”, sustentou.

O Papa precisou que, para lá da ausência física, há pais que, mesmo presentes, não dialogam com os filhos nem se apresentam como figuras de referências com “princípios, valores, regras de vida”.

“Às vezes parece que os pais não sabem bem que lugar ocupar na família e como educar os filhos; então, na dúvida, abstêm-se, afastam-se e descuram as suas responsabilidades”, indicou.

Neste contexto, Francisco falou de improviso para dizer aos pais presentes na sala que devem ser um “companheiro” para os filhos, mas sem esquecer que também são o “pai”.

“Se tu te comportas apenas como um companheiro, igual ao filho, isso não fará bem ao rapaz”, advertiu.

 

 

 

 

 

O Papa assinalou que esta crise da paternidade se estende à comunidade civil, que “descura ou exerce mal” a sua responsabilidade em relação aos jovens, que são assim “preenchidos por ídolos” como o dinheiro, as diversões e os prazeres.

Como habitualmente, o Papa cumprimentou os peregrinos 

 

 

 

de língua portuguesa, incluindo um grupo do Colégio São José, de Coimbra. “Rezemos por todas as famílias, especialmente por aquelas que passam por dificuldades, na certeza de que elas são um dom de Deus nas nossas comunidades cristãs. Que Deus vos abençoe”, declarou.

 

 

 

Vigararia de Mafra
publica livro com 18 testemunhos

A Vigararia de Mafra, do Patriarcado de Lisboa, reuniu em livro o testemunho de 18 consagrados naturais desta vigararia que vai apresentar a 4 de fevereiro, pelas 21h30, na Sacristia do Livramento no Palácio Nacional de Mafra. “São várias congregações e encontram-se não só em Portugal mas também em Espanha, Moçambique, Estados Unidos da América e inclusive na Síria”, explica a Vigariaria de Mafra enviado à Agência ECCLESIA.

A publicação em contexto do Ano da Vida Consagrada vai ser apresentada por D. Nuno Brás, bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, a partir das 21h30 do dia 4 de fevereiro.

A vigararia informa que a entrada para a apresentação do livro de testemunhos na Sacristia do Livramento no Palácio Nacional de Mafra realiza-se pela antiga Câmara Municipal e vão ter a animação musical do Coro Gregoriano da Basílica Nacional de Mafra.

 

A Igreja Católica vive até 2 de fevereiro de 2016 um ano dedicado à Vida Consagrada, uma iniciativa convocada pelo Papa no contexto dos 50 anos do Concílio Vaticano II e, em particular, dos 50 anos da publicação do decreto conciliar sobre a renovação da vida consagrada.

Subordinado ao lema “Vida Consagrada na Igreja Hoje: Evangelho, Profecia e Esperança”, o evento pretende ajudar institutos religiosos e seculares a concretizarem três grandes objetivos: “Fazer memória agradecida do passado”, “abraçar o futuro com esperança” e “viver o presente com paixão”.

 

 

 

 

 

 

Na Diocese de Beja, o Dia do Consagrado vai assinalar-se este sábado, no centro pastoral da cidade, com testemunhos de religiosos, música e celebração. O Secretariado Regional da CIRP (Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal) está a promover vários encontros, celebrações e dinâmicas a fim de 

 

 

“fazer memória agradecida do passado”, “abraçar o futuro com esperança” e “viver o presente com paixão”, realça uma nota enviada à Agência ECCLESIA.

A nota realça também que o encontro dos consagrados da Província Eclesiástica de Évora, vai ser a 1 de maio, em Vila Nova de Milfontes.

 

 

Desafios à Vida Consagrada

(Continuação da edição anterior)

 

Lutar por uma Igreja apaixonada pela verdade

No diálogo entre Pilatos e Jesus, numa troca de perguntas entre o juiz e o réu, salta a questão da verdade. Jesus diz: “É como dizes: eu sou rei! Para isso nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que é da Verdade escuta a minha voz”. Pilatos replicou-lhe: “Que é a verdade?”. E não esperou resposta.

Mas que estranha narrativa: ao réu não lhe é dado tempo para responder. A questão da verdade não era verdadeiramente pertinente. Quem nasceu e vive para dar testemunho da verdade, esse condena-se a ser vítima no tribunal dos homens. Não faz curriculum, não é reconhecido. Quantas vozes não são condenadas diariamente por dizerem a verdade, por denunciarem a fraude, a mentira, por não pactuarem com a exploração do próximo? E não damos conta de que, ignorada a pergunta sobre a verdade, o ser humano se torna escravo de ideologias que proclamam a morte do próprio homem?

 

 

 
A Igreja deve viver apaixonada pela verdade não por moda ou por exigência moral, mas por impulso da sua própria razão de ser: Eu sou o caminho, a verdade e a vida.

Ó Jesus, Redentor do Homem, Caminho de Vida, como posso eu deixar de procurar a verdade?

 

Procurar construir uma Igreja de comunhão e fraterna

Numa sociedade fria, individualista, que visa unicamente a realização pessoal em detrimento do colectivo, do pessoal em prejuízo do familiar, apercebe-se com facilidade a amargura, a tristeza e a melancolia com que muitos dos nossos vizinhos vivem. Assistimos com frequência a pessoas que nos dizem que a vida não tem sentido, que são uns falhados e que, por consequência, desejam pôr fim à vida.

Ora, é precisamente neste mundo, aqui e agora, que faz sentido anunciar o Deus de Jesus Cristo, radicalmente relacional, trinitário, verdadeira comunidade e autêntica fraternidade. É desta fonte que brota a preocupação pelo outro, a solidariedade, a partilha,

 

 

 

o diálogo. E assim, já não há espaço para negros e brancos, estrangeiros e nacionais, ricos e pobres, pois“ todos vós sois um só em Cristo Jesus”.

Como diz o Cardeal Ratzinger, no seu livro O que é ser cristão, “o juiz do mundo não pergunta as teorias que um homem tem sobre Deus e o mundo. Não pergunta por conhecimentos dogmáticos, mas pelo amor. Este basta para salvar o homem”.

Senhor, dá-me força para ver em cada rosto um irmão e uma irmã. Deixa-me

 

 

descer do Monte, transfigurado pelo teu encontro, e semear o teu amor na sociedade, na universidade, em todos os rostos, deixa que Eu caminhe contigo nos caminhos da procura e do encontro, deixa-me matar a solidão!

 

Padre Eduardo Jorge Gomes
da Costa Duque

Diretor da Pastoral Universitária
da Arquidiocese de Braga

 

(Continua na próxima edição)

Testemunho do padre António Carlos, Comboniano 

 

 

Centenas de pessoas
rezaram o terço pela paz

Foi um enorme sucesso, a jornada de oração pela paz promovida pela Fundação AIS. Mais de quatro centenas de pessoas acorreram no domingo passado ao largo da Igreja de São Domingos, em Lisboa, e rezaram o terço. O gesto repetiu-se de Norte a Sul do país.

 

A oração do terço, em plena via pública na cidade de Lisboa, foi uma “resposta cristã” aos atentados contra a paz na Europa, África e Médio Oriente, tendo-se invocado a  

 

intercessão de Nossa Senhora de Fátima em favor das comunidades cristãs perseguidas em todo o mundo. Em Portugal, o Santuário de Fátima promoveu também, ao princípio da noite de domingo, dia 25 de Janeiro, na Capelinha das Aparições, a recitação do terço em favor da paz, secundando a intenção da Fundação AIS, gesto que foi seguido por diversas paróquias em todo o país e em vários mosteiros de clausura, inclusivamente no estrangeiro.

 

 

 

 

 

 

Em defesa da paz

Por sua vez, o Patriarca Latino de Jerusalém, Fouad Twal, ao saber da organização desta iniciativa, agradeceu pessoalmente, através do Padre Marco Luís, da Paróquia do Seixal - que se encontrava em Jerusalém em peregrinação -, o apoio e as orações do povo Português pela paz no Médio Oriente. Esta jornada de oração foi uma iniciativa da Fundação AIS e do Presépio da Cidade, teve o apoio de diversas instituições como a Caritas, jornal Voz da Verdade, TV 

 

e Rádio Canção Nova, Rádio Renascença, Agência Ecclesia, Família Cristã, Apostolado da Oração, Departamento Nacional da Pastoral Juvenil e ainda o Santuário de Fátima e o Santuário do Cristo Rei, além de várias paróquias em Portugal e de alguns mosteiros de clausura. Centenas de pessoas, em Lisboa e de Norte a Sul do país, disseram de viva voz que a Paz é o bem mais precioso e que nenhum mal conseguirá vencer o poder da oração.

 

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

 

Vidas com Magia

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Quando eu era criança, há bastantes quilos atrás (e eu não sou um bom exemplo de gordo!), gostava muito de quanto cheirasse a magia. Logo que entrei no Seminário, em Braga, tive direito a participar num show de ilusionismo que me pôs, ao mesmo tempo, feliz e confuso. Como era possível que um coelho saísse de uma cartola, que panos saíssem de dentro de ovos, que cartas fossem adivinhadas e aparecessem nas mangas…enfim, pura magia!

Há alguns anos, fiquei surpreendido com uma rubrica no programa ‘Ecclesia’ chamada ‘A magia da vida’.Um mágico tentava ensinar às crianças de todas as idades os grandes valores humanos e cristãos a partir de momentos de magia. Percebi bem depressa que a magia era apenas um pretexto para cativar a audiência e o essencial era a mensagem a comunicar. Mas a verdade é que o jovem mágico mostrava uma enorme agilidade de mãos e a todos fascinava com os números apresentados e com as mensagens de fé e humanidade que nos fazia refletir.

Nesse período de aparição na televisão, o jovem mágico foi convidado pelo departamento missionário da diocese de Portalegre e Castelo Branco a fim de participar na Jornada Missionária Diocesana. Foi um dos grandes momentos do evento, com crianças e resto do povo a divertir-se com a simpatia e a magia, ao mesmo tempo que passavam para o coração mensagens com sentido de Missão.

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

 

Ficamos todos felizes quando nos ultrapassamos a nós próprios, fazendo coisas que pareciam impossíveis. A magia é uma das expressões plásticas e artísticas que nos criam a ilusão de que podemos ir além dos nossos limites.

Não conseguimos estalar os dedos e resolver conflitos. Não temos capacidade de tirar da cartola o dinheiro que é preciso para pagar dívidas. Falta-nos a força para, num

 

golpe de magia, levar as crianças e os jovens a participar massivamente nas Eucaristias. Gostaríamos de ter todos os trunfos na manga na hora das grandes decisões… mas podemos sempre contar com a força do Espírito de Deus em nós e a força da presença dos outros nas nossas vidas, nas horas piores e melhores. E mais: podemos estar sempre perto de quem precisa de nós.

 

 

 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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