04 - Editorial:

   João Aguiar Campos

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

    D. Pio Alves

22- Opinião:

    Manuel de Lemos
    Miguel Oliveira Panão

28 - Semana de...

    Paulo Rocha

30 - Dossier

    Falar de Arte pela Fé
     Matilde Trocado

 

 


 

 

56 - Multimédia

58 - Estante

60 -  Vaticano II

62 -  Agenda

64 - Por estes dias

66 - Por outras palavras

67 - YouCat

68 - Programação Religiosa

69 - Minuto Positivo

70 - Liturgia

72 - Família

74 - Ano da Vida Consagrada

78 - Fundação AIS

80 - Lusofonias

Foto da capa: D.R.

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
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Opinião

 

 

 

 

Abandono dos idosos, um pecado

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Capela dos Ossos recupera esplendor

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Arte e Fé em diálogo

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João Aguiar Campos | D. Pio Alves | Fernando Cassola Marques  | Manuel Barbosa |Paulo Aido | Tony Neves | Miguel Oliveira Panão | Paulo Rocha

 

Beleza sem Photoshop

  João Aguiar Campos   
  Secretariado Nacional   

  das comunicações    

   Sociais   

 

 

Alguns trabalhos fora do meu ambiente normal levaram-me, recentemente, a sítios mais distantes do país. Ali pude ver lindas igrejas e participar em celebrações festivas de comunidades vivas.

Tanto a arte dos sítios como a beleza das celebrações me fizeram bem, lavando-me olhos e ouvidos de coisas que não são boas de ver ou ouvir. Registo, por isso, de bom grado, que esta edição do semanário Ecclesia chame a atenção para algumas manifestações artísticas da fé. Tal como julgo ser de elementar justiça valorizar o trabalho permanente que os Secretariados da Liturgia, dos Bens Culturais e da Cultura vêm fazendo pela beleza nos seus respectivos campos de acção.

O caminho da beleza é, de facto, um caminho de evangelização e de diálogo – como vivamente salientou o documento conclusivo da Assembleia Plenária de 2006 do Conselho Pontifício da Cultura. Como desafio à leitura, menciono apenas esta passagem, a propósito da beleza da criação como espelho da beleza divina: «A catequese, no seu esforço de formação das crianças e dos jovens, tem vantagens em desenvolver uma pedagogia da observação das belezas naturais e das atitudes humanas fundamentais que se lhe referem: silêncio, escuta, admiração,  interiorização, paciência na espera, descoberta da harmonia, respeito pelo equilíbrio natural, sentido da gratuidade, adoração e contemplação»

Penso que, nestes dias de pressas e pragmatismos, nos faria bem revisitar a “Via pulchritudinis”, reler a Carta de João Paulo II aos

 

 

Artistas ou o discurso com que Bento XVI assinalou, na Capela Sistina, precisamente os 10 anos do mesmo texto. Aí definiu claramente a beleza que nos importa: a que proporciona uma caminhada artística e estética e um itinerário de fé e de procura teológica. Contrasta, por isso, com a beleza que se propagandeia e que é «ilusória e falaz, superficial e cega até ao aturdimento», não ajudando os homens a sair de si mesmos mediante a abertura de «horizontes de verdadeira liberdade».

De facto, explica-se na Via Pulchritudinis, «para o crente, a beleza transcende a estética». Nomeadamente na Liturgia, «beleza profunda do encontro com o mistério de Deus», que não pode esgotar-se na beleza formal mas, creio eu, também não a pode de todo ignorar. Nos nossos templos ou nas celebrações

 

que eles acolhem não se deve, por isso, castrar a criatividade; mas não pode excluir-se a fidelidade ao que (a Quem) se comunica. Regresso a Bento XVI e às suas palavras aos artistas: «A fé não elimina nada da vossa criatividade, da vossa arte; mais ainda, ela vos exalta e vos nutre, animando-vos a atravessar o limiar e a contemplar, com olhos fascinados e comovidos, a meta última e definitiva, o sol sem crepúsculo que ilumina e torna belo o presente».

Enfim, fidelidade e beleza devem dar-se as mãos… Contra esta “fraternidade” pecam, por exemplo, tanto os concertos espectaculares como as desgarradas que substituem o canto litúrgico nalgumas assembleias.

É a tentação do photoshop que, nos seus 25 anos recentemente celebrados, fez a compreensível alegria de muitos, mas desiludiu outros tantos, no confronto com a realidade.

 

 

 Entrevista do presidente da Síria, Bashar al-Assad, à RTP (Lusa) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Não se vislumbra qualquer elemento de um comportamento tirânico ou maléfico do arguido"

Nélson Escórcio, juiz de instrução do Tribunal de Setúbal, ao anunciar o arquivamento do processo do caso relacionado com a morte de seis jovens universitários na praia do Meco, 04.03.2015

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"[José Sócrates] ficou indignado com o facto de o primeiro-ministro ter violado um direito constitucional que tem, que é o da presunção de inocência"

Ferro Rodrigues, líder parlamentar do PS, em entrevista ao DN/JN/TSF, 05.03.2015

 

“O problema de subfinanciamento do Ensino Superior não é resolvido com esta proposta, que tudo o que faz é dividir entre as diversas instituições um envelope financeiro que todos os anos é atribuído ao ensino superior”

António Cunha, presidente do Conselho dos Reitores das Universidades Portuguesas, em declarações à Renascença, 05.03.2015

 

"Eu não me apercebi na semana passada que Portugal e a Espanha tivessem um plano diabólico para derrubar o Governo de Alexis Tsipras [na Grécia]"

Jean Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, em conferência de imprensa no final de uma cimeira tripartida entre Espanha, Portugal e França, Madrid, 04.03.2015

 

"Eu quero dizer com muito à vontade a todas as senhoras deputadas e aos senhores deputados que eu estou pessoalmente e a minha família está pessoalmente preparada para neste ano de eleições enfrentar todo esse tipo de debate político”

Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro português, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD na Alfândega do Porto, 03.03.2015

 

 

 

Igreja de São Francisco recupera brilho
e quer surpreender quem visita Évora

A igreja de São Francisco em Évora está a ser alvo de obras de recuperação, que a fazem estar tapada por andaimes e a preenchem de estruturas metálicas que respondem às ameaças de deterioração e mesmo de ruína. Adalberto Dias, arquiteto responsável pela obra, diz à Agência ECCLESIA que a intervenção procura corrigir deficiências estruturais que se agravaram com as alterações de que o edifício foi alvo ao longo dos séculos.

"Em resultado dessas sucessivas transformações, as duas paredes que sustentam o edifício começaram a abrir", revela, pelo que o edifício corria o risco de ruir em condições particulares, como “um sismo de um determinado grau”.

Esse colapso teria “consequências dramáticas para visitantes e para o próprio património" refere o arquiteto.

Évora acolhe por isso uma operação rara de recuperação do património, tendo em conta as várias frentes em que a obra se desenvolve: a par do reforço estrutural do edifício, uma 

 

vasta equipa de técnicos de conservação e restauro está a recuperar e a renovar todo o património artístico do monumento. A igreja de São Francisco é um dos monumentos mais visitados na cidade de Évora e alberga no seu interior a ‘Capela dos Ossos’.

Em 2001, ao assumir a Paróquia de São Pedro, o cónego Manuel Ferreira deu-se conta da dimensão dos espaços da igreja de S. Francisco e também do estado crítico em que se encontrava o seu património artístico por causa de problemas como “fissuras, infiltrações de água, muitas talhas degradadas, azulejos partidos”.

 
 

 

 

 

 

 

 

O projeto em curso está orçado em 4,2 milhões de euros e resulta doenvolvimento da Delegação de Évora da Secretaria de Estado da Cultura, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e do Inalentejo.

No final dos trabalhos, os visitantes vão ter ao seu dispor um novo espaço museológico, que resulta de um acaso, dado que foram as infiltrações a leva o cónego Manuel Ferreira a explorar um espaço por cima da Capela dos Ossos, descobrindo as celas do convento franciscano. "Ao entrar deparei-me com um espaço tão grande como a nave da igreja e verifiquei que daria

 

 
um excelente espaço museológico" refere o pároco de São Pedro. O futuro espaço vai permitir também o acesso às galerias no interior das paredes laterais da igreja, que vão receber uma coleção de presépios do general Canha da Silva.
Na Capela dos Ossos, a intervenção concentrou-se na conservação dos azulejos e na limpeza das ossadas. Apesar da envergadura das obras, as visitas não foram interrompidas e os turistas podem também observar a da operação em curso no interior da igreja. A reabertura do templo, com todas as obras concluídas, está prevista para o dia 4 de outubro, festa litúrgica de São Francisco de Assis.
 

 

 

 

Portimão: Antigo restaurante convertido em cantina social

A Cáritas Paroquial da Matriz de Portimão apoia atualmente cerca de 200 famílias e 700 pessoas e, devido ao aumento gradual do número de pessoas desfavorecidas, lançou um projeto de cantina social. Em entrevista à Agência ECCLESIA, a presidente da instituição católica, Manuela Santos, salienta que por causa do desemprego e das dificuldades económicas, muitas pessoas nem sequer têm a possibilidade de pagar o gás e confecionar as suas próprias refeições.

“Achamos por bem criar a cantina e começarmos a dar uma refeição quente por dia, a famílias, a pessoas idosas, a pessoas algumas na rua, mediante as nossas possibilidades, tentamos chegar a quem mais precisa”, frisa aquela responsável.

 

 

 

Sediada no espaço de um antigo restaurante, adquirido pela paróquia por cerca de 50 mil euros, a cantina está aberta aos utentes de segunda a sexta-feira, entre as 18h00 e as 19h00. O espaço conta com uma equipa de três cozinheiros e mais de duas dezenas de voluntários que colaboram na receção e gestão dos alimentos doados, na confeção das refeições e na sua distribuição pelas pessoas.

Graças a uma parceria com a junta de freguesia e com os bombeiros locais, a Cáritas portimonense está a “levar” a comida a casa de quem não tem condições para se deslocar, sobretudo pessoas mais “idosas”, adianta Manuela Santos.

Nessas visitas ao domicílio, são ainda prestados “alguns cuidados de saúde” a doentes que necessitem de maior acompanhamento.


 

 

 

 

Imprensa Cristã peca por individualismo

O padre Elísio Assunção é o novo presidente da direção da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC) e propõe-se combater a falta de espírito associativo, um «pecado moderno».

“É um defeito muito português. Nós estamos cada um no seu cantinho, cada um na sua ‘sacristia’ e cada um cultiva o seu bocadinho de terra sem se interessar pelos outros. Falta muito o espírito associativo”, disse o padre Elísio Assunção após a assembleia geral que decorreu em Fátima.

Para o presidente da direção AIC, a dificuldade está em “compreender o valor do espírito associativo”, o que classifica como um “pecado moderno. “Para nós, de inspiração cristã, isso é um ‘pecado moderno’, porque a Igreja é comunhão, é família”, afirmou padre Elísio Assunção.

O novo presidente da direção da AIC adiantou que as prioridades do mandato que hoje iniciou são “apoiar os sócios” na tomada de conhecimento da nova legislação que regula os incentivos do Estado à comunicação social regional, que estão a entrar em vigor, e criar projetos em parceria para partilha fotografias. 

 

 

Segundo o padre Elísio Assunção, as parcerias, também com outras associações, serão uma prioridade porque conseguem-se “melhores resultados” com “menos esforço e menos custos” "trabalhando juntos".

A Assembleia Geral da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã expressou a sua gratidão ao cónego António Salvador Santos, presidente da AIC desde a fundação e que, por motivos de saúde, deixa a liderança desta estrutura associativa.

 

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O pecado mortal do abandono dos idosos

O Papa Francisco manifestou-se esta quarta-feira no Vaticano contra uma mentalidade de “desprezo” em relação aos idosos, considerando um “pecado” o abandono de pais e avós. “É feio ver os idosos descartados, é algo feio, é pecado”, declarou, durante a audiência pública desta semana, na Praça de São Pedro.

Francisco recordou que quando era arcebispo de Buenos Aires costumava visitar lares de idosos, onde perguntava às pessoas se os filhos os acompanhavam. Nesse contexto, aludiu a um caso particular em que a última visita dos filhos tinha acontecido no Natal, quando se estava já em agosto.

“Oitos meses sem ser visitado pelos filhos! Oito meses abandonado! A isto chama-se pecado mortal. Entendido?”, alertou.

Segundo o Papa, com o progresso da medicina foi possível “prolongar” a vida, mas a sociedade não soube “alargar-se” para a acolher. “A Igreja não pode nem quer conformar-se com uma mentalidade de impaciência e muito menos de indiferença e de 

 

 

desprezo em relação à velhice”, sustentou.

Francisco apelou à promoção de uma “cultura de acompanhamento dos idosos”, contrariando uma “sociedade programada sobre a eficiência” e uma “cultura do lucro” que vê nos mais velhos “um peso, uma âncora”. “Todos nós, os idosos, somos algo frágeis; há alguns, no entanto, que são particularmente fracos, muitos estão sós a braços com a doença. Alguns dependem de cuidados indispensáveis e da atenção dos outros. Mas, por esse motivo, vamos dar um passo atrás? Vamos abandoná-los ao seu destino?”, questionou.

Para o Papa, o respeito pela sabedoria é uma marca que define a qualidade de uma “civilização” e a vacina contra um “vírus de morte” que considera descartável quem não produz ou consome. “Há algo de vil nesta habituação à cultura do descarte”, criticou.

Francisco desafiou as comunidades católicas a “despertar o sentimento coletivo de gratidão, apreço, hospitalidade, que faça sentir

 

 

 

 

 

 

 

 ao idoso que este é parte ativa da sua comunidade”. “Uma sociedade sem proximidade, onde a gratuidade e o afeto desinteressado vão desaparecendo – mesmo para com os de fora da família –, é uma sociedade perversa. A Igreja, fiel à Palavra de Deus, não pode tolerar tais degenerações”, assinalou.

Os alertas do Papa alargaram-se ao interior da Igreja Católica: “Uma comunidade cristã na qual a proximidade e a gratuidade deixassem de ser consideradas 

 

 

 

indispensáveis, perderia com elas a sua alma”. “Onde não são honrados os idosos, não há futuro para os jovens”, concluiu.

 

 

 

Defesa da vida humana é o dever
mais importante do Estado

O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que a defesa da vida humana é o principal dever do Estado e que a saúde tem de ser entendida fora de uma lógica economicista. “A evidência e a eficiência não podem ser os únicos critérios para orientar o agir dos médicos como não o são as regras dos sistemas de saúde e o lucro económico. Um Estado não pode pensar em ganhar dinheiro com a Medicina, pelo contrário, não há dever mais importante para uma sociedade do que proteger a pessoa humana”, declarou, perante os membros da Academia Pontifícia para a Vida.

 

a principal “doença” que atinge os idosos, para quem pediu “um acompanhamento humano adequado”. “O abandono é a ‘doença’ mais grave do idoso e também a maior injustiça que pode sofrer: os que nos ajudaram a crescer não devem ser abandonados quando têm necessidade da nossa ajuda, do nosso amor e da nossa ternura”, declarou.

Francisco sustentou que o mandamento de “honrar” os pais se pode traduzir hoje com o “dever de ter extremo respeito e tomar conta de quem, pela sua condição física ou social, poderia ser deixado a morrer ou forçado a morrer”.

 

 

 

Salários baixos e muitas horas de trabalho: Francisco diz «basta»

 

O Papa Francisco criticou no Vaticano a oferta de salários baixos por muitas horas de trabalho, a que muitos se sujeitam como consequência do desemprego e da fome. “Hoje há uma regra, não digo normal, habitual, mas que se vê muitas vezes: 'Tu procuras trabalho? Vem, vem para esta empresa'. 11 horas, 10 horas de trabalho por 600 euros. 'Gostas? Não? Podes ir para casa?'”, disse Francisco a cerca de sete mil membros da Confederação das Cooperativas Italianas.

Na audiência de sábado, que decorreu na Sala Paulo VI, o Papa questionou sobre o que se pode fazer “neste mundo que funciona assim” e deu como exemplo as filas de pessoas à procura de emprego. “Se tu não gostas, outro há de querer. É a fome, a fome que faz aceitar aquilo que te dão, o trabalho irregular”, alertou.

Outro exemplo de Francisco foi em relação ao trabalho doméstico e questionou se todos os homens e mulheres que trabalham como “domésticos têm a proteção social para a reforma”.

 
 

"O pensamento vai em primeiro lugar para os jovens porque o desemprego juvenil é dramaticamente elevado. Nalguns países da Europa é de 40, 50 por cento e destrói a sua esperança”, comentou. Francisco não esqueceu também as mulheres que “têm necessidade e vontade de entrar no mundo do trabalho” e os adultos que ficam “prematuramente sem emprego”.

Aos elementos da Confederação das Cooperativas Italianas, pediu ainda que tenham atenção para as empresas que “estão em dificuldades”, aquelas que “convêm deixar morrer aos velhos patrões” mas podem ser recuperadas com as iniciativas designadas 'Workers buy out'.

O Papa desafiou as cooperativas italianas a “globalizar a solidariedade” e incentivou-as a “inventar” novas formas de cooperação.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 


«Brutalidade intolerável» contra cristãos na Síria e Iraque 

 

 

 

Europa e os desafios da Grécia e Ucrânia

 

O mendigo e os cães

  D. Pio Alves   
  Presidente da Comissão  
   Episcopal da Cultura   

   Bens Culturais e  
   Comunicações Sociais   

 

O quadro parecia tirado de um livro de histórias. Mas era real. Um mendigo, provavelmente sem-abrigo, sentado no chão do passeio de uma rua muito movimentada da cidade. Chovia. Essa chuva miudinha que, se te descuidas, entra até aos ossos. Recostado no muro, cobria-se com um guarda-chuva. Mesmo ao seu lado havia outro guarda-chuva igual. Não havia outro mendigo. Debaixo estavam dois cãezinhos pacificamente sentados.

A barafunda do trânsito e das pessoas não deu para sair do carro e meter dois dedos de conversa ou o que fosse possível. Deu para ver que as pessoas passavam rápidas. Poucas, muito poucas, se terão apercebido do quadro. Não acuso: eu também passei à velocidade que o trânsito o permitia.

Ficava claro que os cães eram amigos do dono e que o dono era amigo dos cães. A hipotética conversa poderia desvendar as razões dessa confiada proximidade, dessa amizade. Provavelmente, os cães tivessem sido também votados à condição de sem-abrigo pelos seus primeiros donos. E agora estavam ali, felizes, orgulhosos de alguém que lhes deu abrigo: uma casa ambulante em dia de chuva. Talvez o mendigo me tivesse dito que encontrou nos cães o que não encontrou noutros ambientes (humanos) da sociedade.

Com razão recorda o Papa Francisco, na Mensagem para esta Quaresma, que “um dos desafios mais urgentes (…) é o da globalização da indiferença”. E, mais adiante, ajudando a descer à realidade, 

 

 

 

 

concretiza: “Tudo o que se disse a propósito da Igreja universal é necessário agora traduzi-lo na vida das paróquias e comunidades. Nestas realidades eclesiais, consegue-se porventura experimentar que fazemos parte de um único corpo? Um corpo que, simultaneamente, recebe e partilha aquilo que Deus nos quer dar? Um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos? Ou refugiamo-nos num amor universal pronto a comprometer-se lá longe no mundo, mas que esquece o Lázaro sentado à sua porta fechada (cf. Lc 16, 19-31)?”.

Está claro. É mais fácil, bem mais fácil, 

 

discursar sobre a pobreza e esquecer os pobres. Escandalizar-nos da pobreza distante (que nem cheira mal, nem se vê) e passar adiante destes quadros de rua. Se calhar, as moedas que deitamos na boina do pobre nem serão o mais importante. Se calhar, pode ser mais reconstrutiva uma tentativa de conversa que deixe espaço para que o pobre nos conte a história dos cães; os cuidados que lhes dedica; a fortuna que gasta com eles; o medo a perdê-los.

Não! Não são histórias de cães. São histórias de seres humanos, perdidos na indiferença global a que as nossas pressas, vazias de sentido, os votaram.

 

 

Pequeno milagre do dia-a-dia

Manuel de Lemos

Presidente da União das Misericórdias Portuguesas

 

Muito temos falado e ouvido falar sobre inovação. Mas afinal do que estamos a falar? Se fizermos o pequeno exercício de consultar um dicionário de língua portuguesa, percebemos rapidamente que, afinal, a par dos institutos, dos fundos e dos discursos pomposos, inovar é muito mais simples do que poderá parecer à primeira vista.

Inovar é renovar, inventar, criar. Ou seja, inovação é algo que todos os dias as Misericórdias fazem quando, diante de novos problemas sociais nas comunidades onde estão inseridas, criam respostas novas, respostas que o Estado, tão pesado e burocrático, nem sempre consegue perceber. Espaços para cultivo de hortas, produção de compotas com sabores locais, lojas sociais que funcionam de variadíssimas maneiras, padarias, cuidados médicos prestados na residência dos idosos, entre muitos outros projetos que, um pouco por todo o país, as Santas Casas vão criando para ajudar quem precisa. Na maior parte dos casos, são iniciativas simples, mas cujo impacto é enorme junto das comunidades.

Tudo isto apenas é possível porque somos instituições inovadoras. Porque, como já tenho dito muitas vezes, somos modernos por tradição. Não baixamos os braços porque a nossa missão é inspiradora desta audácia que nos permite ver sempre mais além. As Misericórdias são movidas pela esperança numa sociedade mais justa, mais coesa, mais solidária onde os cidadãos possam aspirar à dignidade e à cidadania. E em cada tempo desta história com mais de 500 anos souberam 

 

 

 

sempre adaptar-se, procurar novos paradigmas de ação. Tudo em nome de um compromisso com o bem-estar das comunidades.

Os tempos mudam e com eles os problemas e os paradigmas para resolvê-los da melhor maneira possível. Hoje, em pleno século XXI, está ainda em debate a manutenção e sobrevivência de algo que, na Europa dita civilizada, deveria ser um dado 

 

adquirido, uma inevitabilidade. O que nos habituamos a chamar de Estado social vive em crise, muitos até falam no seu fim. Muitos mas não nós. As Misericórdias têm nos últimos anos apoiado o Estado na construção e manutenção deste Estado social, mas não estão sozinhas nesse desiderato. Ao nosso lado têm estado as instituições de solidariedade (IPSS) e também as associações mútuas.

 

 

 

 

E juntos vamos estar na cidade do Porto para debater como podemos continuar a apoiar os portugueses que de nós mais precisam. Pela primeira vez, o setor solidário vai estar reunido em plenário comum. Vamos debater o presente, mas não de forma conjuntural. Queremos lançar pistas para o futuro e reforçar ainda mais o nosso compromisso com a sociedade portuguesa. Queremos continuar a dar provas de que somos capazes de apoiar o Estado na sua função de garante de aspetos tão essenciais 
 
como saúde, educação e apoio social em situações várias de fragilidade que todos podem suceder.

Ainda há muito que fale sobre o setor solidário como “instituições de caridadezinha”. O tom habitualmente jocoso com que ouvimos a expressão em nada se coaduna com o esforço que diariamente fazemos para dar continuidade à nossa missão. Para nós, a caridade que decorre dos nossos valores cristãos e da nossa fé é um valor absoluto do qual não prescindimos. Pelo contrário, 

 

 

 

afirmamo-lo com alegria e determinação.

Transparência, rigor, competência, qualidade, entre outros, não são aspetos exclusivos deste ou daquele setor. Na verdade, com este pressuposto por base, tudo se assume como áreas decisivas da nossa ação e a eficácia de gestão é o fator determinante que garante que as nossas portas continuem abertas. Este sim é o nosso pequeno milagre do dia-

 

a-dia. Assegurar que há ajuda para todos aqueles que de nós precisam. Assegurar que as instituições se mantenham abertas e ativas. Assegurar que, ao contrário do que vaticinam os mais pessimistas, o Estado social se mantenha, ainda mais forte para bem-estar de todos os portugueses. Somos movidos por esta esperança e juntos, Misericórdias, IPSS e Mutualidades, vamos continuar a trabalhar nesse sentido. 

 

Coerência

  Miguel Oliveira Panão   

 

Atualmente tenho escutado muitas pessoas recearem que, ao se abordar um assunto, sejamos muito teóricos, pois, o que precisamos é de experiências concretas. É verdade que os factos, os atos, são modos evidentes de dar testemunho de algo, enquanto que as palavras podem não passar de meras intenções. Recordemos o Protocolo de Kyoto em 1997, na altura o COP3, bem como as diversas cimeiras que se seguiram. Terão sido somente palavras? Se pensarmos bem, já vai no COP20 e os argumentos não têm alterado substancialmente.

No mês passado deixava em aberto quais as implicações de considerarmos que a questão ecológica é mais do que um problema moral, mas chega seriamente a ser um problema existencial. Sugiro que as implicações são ao nível da linguagem e dos atos informados por essa linguagem.

Não sei se conhecem o documentário “Uma Verdade Inconveniente”, que venceu um Oscar da Academia de Hollywood, onde Al Gore chama a atenção, através de uma excelente apresentação, para o “problema moral” da questão ecológica. A linguagem que utiliza é a do medo. Evidencia toda a destruição resultante do abuso que uma parte da humanidade (a menor parte, diga-se) exerce sobre o mundo natural, degradando-o, bem como - consequentemente - a vida de uma grande parte da humanidade. Mas … será a linguagem do medo adequada para tomarmos uma maior consciência de que a questão ecológica é um problema existencial? Penso que não. Explico-me.

No medo agimos por uma questão de sobrevivência.

 

 

 No fundo, agimos porque pensamos em nós próprios e não tanto no mundo natural, ou no relacionamento com esse. No medo existimos para sobreviver. E não nego que essa pode ser uma forma eficaz de levar o ser humano a agir de forma diferente. Mas será ele livre quando age por medo? É esta a grande limitação da linguagem do medo: não nos deixa verdadeiramente livres no agir. E, consequentemente, se não somos verdadeiramente livres, a nossa ação ocorre por necessidade de sobrevivência e não por uma maior consciência das razões profundas do sentido do nosso agir.

Qual é, então, a linguagem adequada quando se encara a questão ecológica como um problema existencial? Eu penso que seja a linguagem do amor.

 

No amor, o sentido do meu agir é pelo bem do outro. No amor, esqueço-me de mim mesmo, para que seja o relacionamento com o outro a levar-me a fazer uma profunda experiência de existir. No amor, sou capaz de: renunciardando aquilo que sou e tenho; dar espaço, para que o outro cresça e desenvolva.

A linguagem do amor não é mera teoria, mas exige treino diário. Por exemplo, renunciando a um banho mais longo, poupando água. Ou então, numa fila de trânsito, dando espaço para que um carro entre, fazendo não só o outro mais feliz, como evitando um pára-arranca que consome mais combustível, poluindo o ambiente.

No amor, palavra e ato são uma coisa só. E isso faz toda a diferença.

Pois, a isso chamamos … coerência.

 

 

Fiado

  Paulo Rocha   
  Agência ECCLESIA   

 

Vender fiado foi hábito de muitos balcões (e criou também o contexto para caricaturas com alguma expressividade...). Para uns, corresponde a memórias de outras décadas, que conservam imagens de espaços onde vendedores e clientes eram separados por bancadas de madeira que o tempo e o negócio foi corroendo (não só a madeira, por vezes). Para outros, é infelizmente a rotina a que foi necessário voltar por causa de carências inesperadas ou devido a situações de desemprego prolongado.

A verdade nas relações entre pessoas permitia que acontecesse essa confiança comercial: ter os produtos, nomeadamente alimentares, quando eram precisos e pagar quando era possível. E assim pode continuar, desde que essa condição primeira – a verdade – esteja também sempre presente!

Afastar a verdade do percurso pessoal, das relações entre pessoas e instituições e da observância de direitos e deveres remete, por um lado, para momentos-sombra na história privada ou pública de mulheres e homens e, por outro, para um castelo de suspeita frágil que pode atingir tudo e todos.

Nesta semana, a palavra verdade e, já agora, transparência, parecem ganhar particular relevância ou a falta dela…

A este propósito, reproduzo um comentário lido numa rede social sobre esquecimentos, suspeitas ou corrupções que foram preenchendo estes dias... João Aguiar Campos é o autor e, entre as partilhas pelo grupo de “amigos” de reflexos do que vai

 

 

 

 

 

 acontecendo e que vale a pena ir lendo nos momentos de espera de cada dia, referia-se nestes termos ao impacto gerado por notícias de incumprimento de obrigações de todos os cidadãos:

 

Mais notícias de alegada corrupção. O panorama não é nada animador...

E não fica mais claro quando - se está em causa "fuga" aos impostos - se ouvem lamentos do género: "E nós, a malta que trabalha por conta de 

 

outrem e não pode fugir, é que se lixa"!...

É mesmo verdade que "andamos todos ao mesmo"?

Quando se tem pena de ser bom, reto e coreto algo está já a minar-nos por dentro.

 

Toda a gente quer “fiado”, de facto… Que assim seja! Mas com a verdade de outros tempos e a transparência que hoje é necessária em todas as ocasiões.

 

 


Quando Jesus sobe ao palco

 

A inspiração religiosa está presente em muitas obras de arte

que nos rodeiam e continua a inspirar muitos artistas no seu trabalho,

todos os dias. É uma realidade que passa muitas vezes despercebida,

mas que merece atenção. O dossier temático desta edição parte

da estreia do musical Godspell para falar de um conjunto de iniciativas

artísticas que, um pouco por todo o país, procuram novas formas para

transmitir a mensagem de sempre deixada por Jesus Cristo aos seus

discípulos. Um trabalho incansável de criação e recriação que

mostra uma Igreja viva e atenta ao seu tempo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

«Godspell», a vida de Jesus
ao estilo da Broadway

 

Lisboa recebe até ao dia 15, no palco do Teatro Tivoli, o musical «Godspell», que relata a vida de Jesus através das parábolas de São Mateus, ao estilo da Broadway, numa adaptação da encenadora Matilde Trocado. Uma proposta sobre o amor, a alegria e a vida em comunidade, numa forma diferente de transmitir a mensagem cristã ao mundo atual.

Matilde Trocado observa que o musical vai “muito” na linha do apelo do Papa Francisco de se transmitir a alegria do Evangelho.

 

Entrevistas conduzidas por Carlos Borges

 

Agência ECCLESIA (AE) - Já tem experiência em musicais de âmbito religioso. Como foi receber este desafio de encenar o Godspell?

Matilde Trocado (MC) - Sim, nesse âmbito já tinha feito dois, o ‘Wojtyla’ e o ‘Quadro’. Recebi o desafio com muito entusiasmo, sem dúvida, por várias razões: primeiro porque a base da história é a história mais bonita do mundo, do meu ponto de vista; depois, também sou muito fã de Stephen Schwartz, gosto muito do trabalho dele.

Por isso, poder pegar num musical dele também é uma coisa que me entusiasmou bastante, fiquei muito contente.

 

AE - Que trabalho tem vindo a desenvolver na peça?

MT - O guião é o original, as músicas são as originais, mas cada equipa que pega num Godspell faz o seu e isto é uma adaptação nossa, vive de toda a equipa que o construiu, porque uma das coisas que o Godspell tem de interessante e curioso é que cada ator dá o nome à personagem que vai interpretar. Ou seja, se o ator se chama José, a personagem chama-se José, e cada ator é chamado a dar muito de si em cada construção.

Este Godspell é o que se conhece mas também é único porque é nosso, desta equipa que o fez. Não tem nada a ver com o de há 40 anos (primeira 

 

 

 

 

encenação em Portugal, ndr), uma época totalmente diferente, um contexto totalmente diferente. Está muito atualizado e a abordagem é outra.

 

AE - Como é feita essa atualização aos dias de hoje?

MT - O texto do espetáculo é o bíblico, e sabemos que este é um texto com uma atualidade incomparável, que fala ao nosso 

 

tempo. Nesse aspeto, não há como fazer um esforço muito grande, porque aquelas parábolas têm a ver connosco, quer a gente queira quer não. Por isso, eu sublinho mais a novidade na abordagem, porque nós que o criamos somos de hoje e não somos de há 40 anos, também em coisas como figurinos a abordagem é completamente outra, como em termos cénicos, é muito diferente.

 

 

 

AE - Qual a importância que o musical transmite para os dias de hoje?

MT - Eu penso que é muito forte, porque o musical fala muito de amor e é muito alegre, mas a essência do musical fala de uma comunidade, 10 pessoas que são lideradas por Jesus e vão sendo cada vez mais equipa, cada vez mais grupo, cada vez mais comunidade mesmo.

Hoje em dia, nós vivemos no sentido inverso, muito mais individualistas, conseguimos fazer tudo sozinhos, temos telemóveis, computadores, não precisamos de ninguém para nada quase. Isto é a história de uma comunidade, de um grupo que se junta, entrosa-se de uma maneira…

Julgo que vale a pena por isso, 

 

 

 

vivemos ao contrário hoje em dia, cada vez mais cada um por si. 

 

AE - Vai no sentido do que o Papa diz quando pede que se combata a globalização da indiferença nos dias de hoje?

MT - Sem dúvida. Também está muito na linha do Papa Francisco a origem deste musical: o autor John-Michael Tebelak teve a ideia após de ter lido os Evangelhos, achou que havia uma alegria imensa. Depois foi a uma cerimónia e achou tudo muito triste que propôs à universidade a criação deste projeto. Isso segue o apelo do Papa Francisco da alegria, de transmitirmos a alegria do Evangelho, a alegria que ali está. 

 

 

 

 

 

AE - Que importância pode ter o facto de o musical decorrer num tempo próximo da Páscoa?

MT - A Quaresma é um tempo certo para este musical, que fala muito da paixão, sobretudo no segundo ato. Faz sentido ver este musical na Quaresma, porque relata de uma maneira não exaustiva e não literária a Paixão, mas fala dela e é muito oportuno.

 

AE - Qual seria o seu apelo para alguém que queira ver esta história?

MT - Eu acredito muito neste projeto e sobretudo acredito muito na equipa. Acho que cada um deles que está em palco vale a pena. É único, transmite algo: são todos muito diferentes, é um grupo muito heterogéneo, mas são todos extraordinários à sua maneira.

 
 
É curioso que o público também acabe por ser uma peça muito importante neste musical e o público está mais dentro do que fora, por isso o apelo é que venham. Se houver três palavras-chaves são a alegria, o amor e a comunidade. Por isso…

 

AE - São palavras que hoje em dia não estão tão presentes na nossa comunidade, na sociedade?

MT - Eu gosto de acreditar que estão. Eu gosto de acreditar que encontramos o amor em todo o lado e a alegria também, às vezes não de uma maneira tão clara. Julgo que pode ser uma mensagem de esperança muito grande, exatamente contra a visão de que não há amor no mundo. Há a potes e é preciso sabermos olhar uns para os outros.

 

 

 

 

 

AE - O que é que a inspira para a temática religiosa?

MT - Tem sido um misto de opção e ocasião também. O primeiro musical que escrevi foi o Wojtyla e depois entretanto têm vindo a convidar-me para esse tipo de teatro. Eu gosto muito de aliar aquilo em que acredito à minha paixão pelo teatro e de certa maneira, neste musical, as coisas estão muito ligadas porque também é uma carta de amor ao teatro e ao que o teatro pode fazer.

Estas personagens é como se estivessem dentro de um teatro, com jogos de teatro e é por ai que atravessam todas as parábolas, todas as coisas. Por isso é muito especial, porque junta aquilo em que acredito e que tenho como sentido de missão e o meu amor ao teatro e ao que ele pode fazer.

 

 

AE - Que diferença vê do Godspell para os outros musicais em que esteve envolvida?

MT - Cada um é muito especial. Para mim o Wojtyla foi muito especial porque é da minha autoria e por causa da pessoa de João Paulo II. Acho que foi sendo cada vez mais, quando fiz o Wojtyla tive de aprender muito mais sobre ele, ler muita coisa e hoje em dia quero acreditar de uma maneira muito pouco modesta que ele também olha para mim de alguma maneira. 

O ‘Quadro” também foi muito especial porque colaborei com o padre jesuíta Nuno Tavares Lemos, que é um  criativo, um artista com quem gosto muito de trabalhar.

O Godspell é engraçado, vem dos Estados Unidos da América e se calhar não tem tanto a ver connosco

 

 

 

 

 

portugueses, mas adaptamo-lo e vem juntar dois mundos, o da fé o teatro musical que acompanho e trabalho muito. Todos eles são especiais. 

 

AE - Os jovens têm menos medo e vergonha de transmitir a mensagem em que acreditam, também através do teatro e da arte?

MT - Claro que há exemplos mais explícitos em que a arte e a religião se misturam, mas eu penso que a arte mexe sempre com o transcendente. Mesmo que não estejamos a falar de uma peça que tenha Jesus como protagonista.

 
Pelo menos a arte que eu admiro e que gosto de seguir mete-se sempre muito com o transcendente e confunde-se muito. Por isso, a junção das duas coisas parece-me natural e lógica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

 

 

 

 

 

AE - Qual é para si a importância de estar a participar neste musical?

Mariana Marques Guedes  (MMG) - O Godspell tem vários desafios: primeiro tentar passar a mensagem da maneira correta que é de amor e queremos que o público sinta isso. Depois o próprio espetáculo não é fácil, porque estamos quase sempre em palco, o elenco todo, e as caixas do cenário são pesadas, nós mexemos muito durante o espetáculo, mais a coreografias, as músicas, é desafiante.

 

 

AE - A peça é um desafio acrescido para uma católica, pela sua mensagem?

MMG - Eu sinto que sim, sinto esse peso da responsabilidade porque tenho dever de saber mais a fundo aquilo que se está a tratar na peça e tenho tentado levá-lo com mais seriedade. Não melhor do que os outros, porque eles são fantásticos e muito bons atores porque conseguem ter esse sentimento, mas acredito que eu o viva de uma maneira especial, principalmente neste tempo da Quaresma, sem dúvida.

 

 

 

 

 

 

 

 

A jovem atriz Mariana Marques Guedes vê no Godspell  uma maneira

de a “arte a servir a fé”.

 

 

 

 

 

 

 

 

AE - É especial representar a peça neste tempo da Quaresma?

MMG - É muito, muito. Há uma altura em que estamos a representar a Última Ceia e o Bruno, que representa Jesus, está a partir o pão e o vinho. No fim, levamo-lo em braços e ao chegar à cruz, penso muito que os pecados que fazemos são a crucifixão de Cristo. Por isso, levá-lo em braços é o peso de tudo, da Páscoa...

 

 

 

 

AE - A peça é uma forma de falar de fé, religião, envolver os jovens que vierem ver a falar deste tema?

MMG - Sim, sem dúvida. Para mim é uma visão da arte a servir a fé e é importante passarmos a mensagem de que a fé não tem de ser chata, difícil e complicada. É atual. Podemos estar envolvidos na fé e fazermos um espetáculo sobre a fé e não tem de ser chato.

A fé não tem de ser uma coisa

vivida pelos nossos avós

ou pela senhoras 

 

 

 

 

todas vestidas de preto a rezar o terço, é alegria e boa. Espero que seja um exemplo para que os outros jovens que também acreditam perceberem esta mensagem e amor.

 

 

 

 


 

 

 

 

AE -Fez alguma preparação específica para a peça?

MMG - Infelizmente, entrei processo a meio e por isso foi difícil acompanhar tudo, mas falamos muito pela parábolas que Jesus apresentava no Evangelho e é importante que as percebamos para representá-las da maneira correta. Nesse sentido, fui 

 

 

perceber melhor as parábolas, lê-las outra vez, e no fundo usar o tempo de Quaresma para preparar o musical e vice-versa.

 

AE -Que mensagem se pode retirar da peça para a sociedade hoje?

MMG - Tanta coisa, vale a pensa viver por amor, servir a amigos verdadeiros e que vale a pena viver de verdade, não sobreviver mas viver em pleno, o máximo que pudermos.

 

Fotos:

Agência Ecclesia

GodspellEmPortugal 

 
 

 

Teatro para tornar atual a história de Jesus

O musical norte-americano «Godspell», que vai estrear hoje em Lisboa, apresentou aos atores o desafio de apresentar de forma atual a vida de Jesus, através das parábolas do Evangelho segundo São Mateus. A cantora e atriz Mia Rose assinala à Agência ECCLESIA que a história de Jesus, que as pessoas “hão de sempre estudar”, é aqui contada de “maneira diferente”, com músicas de que os espetadores “vão gostar”.

 
Dez atores estão em palco durante todo o espetáculo para contar a história de Jesus através da dança e da música, ao som do pop e do rock.

Mia Rose confessa que este é um trabalho que lhe está a dar “prazer” e lhe tem permitido aproximar-se de “Jesus e da fé”, apresentando-se como uma pessoa “bastante religiosa”,

O musical «Godspell», ao estilo da Broadway, vai subir ao palco do Teatro Tivoli, numa adaptação da 

 

 

 

 

 

 

encenadora Matilde Trocado. A apresentação do espetáculo em Lisboa prolonga-se até ao próximo dia 15; o Teatro Aveirense acolhe a peça a 27 de março.
O musical escrito por Stephen Schwartz e John-Michael Tebelak estreou na Broadway, bairro de Nova Iorque conhecido pelas suas salas de teatro, em 1971.

Bruno Xavier vai interpretar a personagem de Jesus, apesar de ter feito o casting noutro sentido, pelo que a escolha o deixou em “estado de choque” e com a consciência de desempenhar um papel de “grande responsabilidade”, apesar de todos funcionarem “em grupo” sobre o palco. O ator revela que pesquisou o “máximo” em documentários, livros, através da internet e tentou “ler bastante nas entrelinhas” ou seja, ver a essência da história.

 
“Se Ele (Jesus) pisou a terra teve um tom, falava com as pessoas, de certeza que ria, chorava, tinha medo, incertezas, e quis senti-lo mais terreno, esse lado mais humano”, observa Bruno Xavier. O entrevistado disse que já teve várias perspetivas de Jesus ao longo do seu crescimento e hoje “mais maduro” e por pertencer a este projeto, tem uma ideia um pouco “mais sólida” e pensa “mais a fundo” sobre religião e sobre a fé.

O apóstolo Judas vai ser interpretado por Manuel Moreira, para quem as parábolas do Evangelho de São Mateus, escolhidas pelo autor do musical, “são ensinamentos universais e intemporais”. Sobre a sua personagem, considera que não é “um traidor”, mas alguém “mais sofrido do que mau”.

 

 

Arte e comunicação do evangelho
- Grupo Gólgota

Falar de arte e de comunicação do Evangelho é vincular, através de linguagens diversas, manifestações estéticas e comunicativas à Boa Nova, ao Evangelho, a Jesus Cristo.

Como “expressão cultural e social da espiritualidade passionista”, o Grupo Gólgota tem o seu nome  ligado ao Calvário e à Cruz, como trampolim para a Vida. Tendo na base a espiritualidade de S. Paulo da Cruz, fundador dos Missionários Passionistas, e o seu carisma, o Grupo Gólgota procura que os seus elementos sejam “testemunhas do que viram e ouviram” de Jesus, dos seus sinais e ensinamentos, da sua Paixão, Morte e Ressurreição...

 
Sendo o teatro o seu campo de ação e evangelização, o Grupo Gólgota procura recriar, com originalidade e fidelidade, na Semana Santa em Santa Maria da Feira, os últimos dias da vida de Cristo, desde a Sua Entrada Triunfal na Cidade de Jerusalém até à Sua Morte e consequente Ressurreição.

Levando para as ruas da cidade estes acontecimentos, numa simbiose criativa e original de emoções, sentimentos, espiritualidade e Evangelho, encaminha todos os que tomam parte deles, atores e público, à descoberta de Cristo, da Sua Mensagem, e de que “a Paixão de Cristo é a maior e mais bela obra do 

 

 

 

 

 

 

 

amor de Deus” (S. Paulo da Cruz).

Envolvendo a Comunidade Passionista, a paróquia da Feira e vários organismos civis, os elementos do Grupo Gólgota, animados pelo espírito que move os Passionistas e a Igreja, abrem as portas da Semana Santa com a “Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém – na ‘cidade humana’”, no Domingo de Ramos, levando, atores e público juntamente com centenas de crianças da Catequese, a uma manifestação pública de fé e peregrinação acompanhando Jesus. A recriação da “Última Ceia, Getsémani e Sinédrio”, na quarta-feira santa, num ambiente intimista e reflexivo, convida a abeirar-se do amor de Cristo plasmado na Última Ceia e a iniciar o processo da Sua Paixão. 

 

“Via Sacra”, em sexta-feira santa, leva-nos de volta à Paixão de Jesus, lançando o convite de acompanharmos, como peregrinos, Jesus até ao Calvário, onde Ele dá a sua Vida por amor e nos torna participantes da sua Vida.

Todas estas recriações e encenações mais do que teatro, são, acima de tudo, vivência profunda que nos aproxima da novidade que é o próprio Deus. Deixar-se envolver nestas recriações é afirmar publicamente que acreditamos e aceitamos Jesus de Nazaré! É pôr-se a caminho, deixando para trás o que prende e acomoda, assumindo nosso o Seu estilo de Vida, no Serviço e no Amor, que nos abre as portas à Alegria do Evangelho.

 

P. César Costa, cp

 

 

Falar de fé num teatro de luz negra

O grupo ‘Jovem Levanta-te’ da Quinta da Princesa, Paróquia da Amora, continua com sucesso a sua participação no programa ‘Got Talent Portugal’, onde anunciam Jesus através de uma encenação de luz negra. “Sempre sem perder o foco que é Deus, acreditamos que há de ser uma inspiração para muitos”, revela uma das mentoras do grupo de jovens à Agência ECCLESIA.

Lucivânia Oliveira explica que a participação com “simplicidade e sem hesitação” na fase de apuramento do programa deu mais visibilidade ao grupo e foi um “incentivo” para os jovens que “muitas vezes se sentem desvalorizados”.

“Por serem cristãos não são extraterrestres, é saudável, o que fazem é útil”, observa a responsável em contraponto com as “dificuldades” que os jovens “sentem na escola ou outros ambientes” por dizerem que vão à Igreja. “Sabemos que o nome de Jesus ainda incomoda muita gente”, comentou Lucivânia Oliveira, que destaca que o “fundamental” do grupo ‘Jovem Levanta-te’ é continuar a trabalhar com os jovens e as crianças.

Neste contexto, Edmilson Oliveira, também dinamizador do grupo,  

 

explica que através da fé, de Jesus, pretendem apresentar aos jovens uma perspetiva mais positiva da vida. “Tentamos através do teatro, da dança, do teatro de luz negra e do diálogo trazer esses jovens para o mundo de Deus, um mundo certo”, acrescenta sobre um contexto social da Paróquia da Amora com diversos bairros sociais.

Aos jovens propõe também retiros e às crianças acompanham-nas em “explicações com voluntários” e trabalham para que “não sejam influenciados” pela realidade menos positiva. “Tentamos educar as crianças através da Igreja, com oração, e evangelizar”, comenta.

Os jovens aderem ao grupo através do passa-palavra ou por conhecerem outros elementos que os convidam a ir, como o Danilson Sílvio que destaca a “amizade e a partilha” que geram.

Aiton Oliveira, por exemplo, foi desafiado pelo irmão, um dos fundadores do ‘Jovem Levanta-te’ em 2008. “Quando estamos fora do grupo sentimo-nos diferentes, aqui somos todos iguais, é uma coisa boa”, comentou o jovem para quem “Deus é importante” na sua vida porque não se sente sozinho.

 

 
 

 

 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Via Sacra para Crentes e não crentes

Um filósofo e um empresário uniram-se para escrever o livro «Via Sacra para Crentes e não Crentes», partindo das 14 estações tradicionais com que a Igreja percorre os momentos do julgamento e crucifixão de Jesus Cristo. “Esta é uma mensagem para todos, é demasiado forte e universal para os cristãos a reclamarem só para si. O caminho que fazemos é semelhante ao de Jesus Cristo quer tenhamos ou não consciência disso, é um dom e podemos ser dom na vida das pessoas”, explicou José Luís Martins à Agência ECCLESIA.

O filósofo e cronista revelou que o livro parecia “mais difícil em teoria”, antes de começar a escrever, uma vez que depois foi descobrindo a proximidade à vida de cada um: como aconteceu com Jesus Cristo, todos caem e se levantam, todos encontram um “amigo inesperado que ajuda”. 

“Ficamos contentes quando percebemos que estávamos claramente a abrir as portas e a tentar marcar a diferença, numa época caracterizada pela globalização da indiferença”, acrescentou José 

 

 

 

Luís Martins recordando o apelo do Papa na mensagem para a Quaresma.

O empresário Paulo Pereira da Silva, presidente da Renova, relata por sua vez que a Via Sacra é um ato de piedade popular que sempre o “marcou muito”. “Aparentemente é um caminho que corre tudo mal até acabar na própria morte mas depois há a esperança da ressurreição. De alguma forma dá uma certa tranquilidade em relação à vida, ao valor do sofrimento”, explicou.

A publicação apresenta o modelo “clássico” da Via Sacra, com as 14 estações, mas integra duas reflexões, uma para crentes e outra para não crentes.

 

 

 

 

 

 

 

Mostrar Igreja de novas formas

A argumentista Inês Leitão e a realizadora Daniela Leitão, irmãs, apresentaram o documentário ‘O Padre das Prisões’, com o qual querem mostrar a Igreja de “novas formas”. A obra retrata o trabalho de 40 anos de assistência espiritual e religiosa nas cadeias do sacerdote católico João Gonçalves, da Diocese de Aveiro, atualmente coordenador nacional da Pastoral Penitenciária da Igreja Católica.

“O padre João Gonçalves e a Pastoral Penitenciária devem ser uma referência daquilo que é o trabalho da Igreja portuguesa com os que estão verdadeiramente na margem, e poder ajudar a sua ação pública, é um desafio profundo e uma pequena felicidade”, referiu Inês Leitão à Agência ECCLESIA.

O trabalho, com imagem de Ricardo Vieira, chegou ao público um ano e um dia depois de as irmãs Leitão se terem encontrado com o Papa no Vaticano, para entregar-lhe um documentário sobre o trabalho dos missionários da Consolata e a realidade social do bairro do Zambujal.

 

 

 

Inês confessa que “não imaginaria” estar de volta a este tipo de documentário sobre Igreja, desta feita com uma equipa alargada. “Há um ano julgava que aquele momento era pontual, hoje penso que podemos continuar a mostrar a Igreja de novas formas, com novos públicos e isso deixa-me muito feliz”, assinala.

“Acho que tenho muita sorte em estar rodeada de profissionais maravilhosos, de aprender todos os dias mais e mais, e ter a possibilidade de tornar pública a vida de padres (pessoas) de exceção”, prossegue Inês Leitão.

 

 

 

 

 

 

FlumenFest

Entre os dias 3 a 8 de Março de 2015, o Auditório Vita está a realizar o I Festival Internacional de Cinema do Minho, no Seminário Menor em Braga. Para a primeira edição, os dois organizadores – P. Marc Monteiro e Inês Gil -  escolheram o tema: Ao Encontro do Outro.

O nome FlumenFest (Flumen – rio) surge num desafio de apresentar uma programação alternativa, onde o espectador é convidado a olhar o mundo sempre em movimento e transformação, como se fosse a corrente de um rio.

A programação do Festival foi elaborada a partir de uma seleção 500 longas e curtas metragens produzidas entre 2012 e 2015 e que fazem parte da competição internacional. FlumenFest tem a honra de apresentar 26 obras oriundas do mundo inteiro, ocidente e oriente, desde documentários, filmes de ficção, animação e obras mais experimentais. Realizadores vindo do mundo inteiro foram apresentar o seu filme: da Coreia do Sul (Pohang Harbor), de França (Felicidade e Brother),  de Taiwan (Chicharon), da Irlândia (The Swing), Polonia (Mother Earth) e do Luxemburgo (Filhos da

 

 Lua). O júri da competição internacional consta com Rui Prata (antigo responsável do Museu da Imagem em Braga), Carla Gonçalves (professora de cinema e colaboradora do IndieLisboa), P. João Paulo Costa (teólogo), Teresa Vasconcelos (membro do GRAAL) e Luis Silva Pereira (professor de filosofia da Universidade Católica de Braga).

Aliado à Sétima Arte, o festival propõe outras linguagens de reflexão:

Na música teremos dois concertos rock, realizados nos espaços da TOCA, tendo como convidados, na Sexta-feira dia 6 às 23 horas, Manuel Fúria; no Sábado dia 7, no mesmo local e à mesma hora, teremos outro concerto de rock da banda Tochapestana.

Na arte plástica e contemporânea contamos com 3 instalações vídeo expostas na belíssima livraria Centésima Página (até dia 9 de Março).

A Nova Aliança, um tríptico da autoria de Inês Gil, Portugal.

Sister, um tríptico de animação da realizadora da Singapura, Lea Vidakovic

Turning, instalação vídeo que retrata a pessoa como ela é apontando-nos para a igualdade do ser humano, 

 

 

 

 

 

do realizador Irlandês Eoin Heaney.

Teremos, também, a oportunidade de refletir sobre o cinema numa mesa redonda moderada por Inês Gil, com o P. João Paulo Costa, o Professor Carlos Morais e o psicólogo Paulo Azevedo, na sexta-feira dia 6 às 21h30 sobre o tema “O Cinema como Descoberta do Outro”.

O encerramento do Festival irá decorrer no Sábado dia 7, com a entrega dos prêmios das várias competições. O troféu foi desenhado por José Miguel Ribeiro, realizador de filmes de animação conhecido pelo seu filme “A Suspeita” que ganhou o Cartoon de Ouro em 2000.

FlumenFest tem por objetivo dinamizar e promover a região do Minho, oferecendo ao público o tipo de cinema que se afasta totalmente do circuito comercial e que permite refletir sobre a relação que temos com o outro, no sentido largo da palavra. A Diocese de Braga apostou numa programação alternativa para abrir o diálogo entre crentes e não crentes, utilizando o cinema e a sua diversidade de formas e de expressão.

A comissão organizadora já está a pensar numa próxima edição: 

 

 

provavelmente no outono de 2016, com uma nova temática a definir.

 

 

Viagens com Alma no Douro

O Secretariado Diocesano de Liturgia/Departamento de Bens Culturais da Igreja da Diocese do Porto apresenta até 15 de março a exposição de vídeo e fotografia resultante do "Viagens com Alma no Douro - A via para os novos mundos". A mostra pode ser apreciada no Palácio das Artes (Largo de São Domingos, Infante).

O projeto, cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte – Valorização e Animação do 

 

 

Património Cultural, é a etapa que dá sequência ao trabalho já em curso pelo Secretariado Diocesano de Liturgia do Porto - Departamento de Bens Culturais da Igreja de inventariar, dinamizar e tornar mais visível e acessível o património religioso, no âmbito geográfico da Diocese do Porto. Chega agora o momento de abrir este património à criação artística contemporânea, cruzando o valor material daquele com o desafio imaterial colocado por esta.

Para quem Tocam os Sinos? | For whom do the bells toll? | Trailer from Lula Gigante

 

 

 

 

Daí a aposta na construção de uma exposição coletiva que reinterpreta o Douro, as suas gentes, o seu território e o seu património, selecionando 6 trabalhos (3 de fotografia e 3 de vídeo, eleitos a partir de uma convocatória dirigida a todos os jovens de todo o país e que teve mais de 4 dezenas de candidaturas) com foco na seleção de elementos patrimoniais que se situam no território de intervenção do projeto: o Douro interior e exterior que é essência das freguesias da diocese do Porto: Baião, Castelo de Paiva, Gondomar, Marco de Canaveses, Penafiel, Porto, Santa Maria da Feira (Canedo) e Vila Nova de Gaia, acrescentando diversidade de visão e  

 

 

 
de expressão ao seu património religioso.
 
Fotografia

Catarina Gonçalves e Limamil (“Cianotipia em pano-cru”),

Marlene Pinto e Sérgio Rolando (“Oragos Privados”)

Paulo Cunha Martins (“Do Lugar, para a Matéria, Sobre a Memória”)

 

Vídeo

André Vieira e Priscilla Fontoura (“Para quem tocam os sinos?”)

Leonel Meneses e Sara Pereira (“Talha Douro”)

Mariana Marques (“Santos do Douro”)

 

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Terras sem Sombra,

um festival único no mundo

O novo diretor artístico do Festival Terras Sem Sombra anunciou várias estreias numa programação centrada no sul da Europa e destaca a originalidade do evento, que acredita ser “único no mundo“. “É muito original fazer um festival creio único no mundo no sentido de combinar o meio ambiente com a música e o património. Sempre me seduziu este clima próximo que se vive nas igrejas com o público e com a população e os passeios meio ambientais que são um regalo para os que observamos desde fora”, explicou Juan Ángel Vela del Campo, que apresentou a 11ª edição do evento, em conferência de imprensa no Museu da Eletricidade, Lisboa.

O crítico musical espanhol disse à Agência ECCLESIA que encara o convite para ser o diretor artístico durante três anos “como um desafio”, esperando que a programação do primeiro ano seja “bem recebido” pelo público “tão popular das diferentes populações do baixo Alentejo”. ‘Diálogos musicais do sul da Europa (séculos X-XXI)’ é o tema do programa que começa na Igreja de 

 

Santo Ildefonso, em Almodôvar, a 14 de março, e termina com a entrega do Prémio Internacional “Terras Sem Sombra” em Sines, a 4 de julho.

O novo diretor artístico do festival destaca que para o primeiro ano pensou numa programação centrada “fundamentalmente” no sul da Europa e sobretudo “as relações entre Portugal e Espanha”. “Nos primeiros concertos há uma correspondência da mesma época do que se fazia em Espanha e em Portugal”, exemplificou.

Juan Ángel Vela del Campo destacou ainda a música de Carlos Seixas, no século XVIII, e a “época de ouro” da polifonia renascentista com a música mística de Tomás de Vitória, no século XVI e XVII.

Depois a oferta ultrapassa a fronteira ibérica e são apresentados por exemplo compositores napolitanos como Davide Peres, “que viveu em Lisboa durante 26 anos”, e o terceiro centenário do nascimento de Girolamo Abos, da ilha de Malta.

O responsável salienta ainda que a conjugação na programação de música “um pouco popular” num diálogo musical, cultural e humano é uma 

 

 

 

das “características deste festival” promovido pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja.

O Festival Terras Sem Sombra vai realizar também espetáculos em Odemira (28 de março), Sines (11 de abril), Grândola (18 de abril), Santiago do Cacém (9 de maio), Castro Verde (23 de maio), Moura (6 de junho) e Beja (20 de junho), sempre a partir das 21h30.

 
Nas manhãs de domingo, os organizadores proporcionam aos participantes a descoberta da biodiversidade do baixo Alentejo com um programa específico.

José António Falcão, que criou o Festival Terras Sem Sombra em 2003, considera que deviam “ir mais longe” nomeadamente na internacionalização de Portugal e “muito particularmente do Alentejo”, uma realidade que vai ser visível em 2016 com a ligação 

 

 

 

 

 

 

 

a Manaus, no Brasil.

“Faz todo o sentido uma colaboração um festival português e um brasileiro também de exceção na medida em que estamos a falar de experiências que ligam muito a música ao património e à questão essencial hoje, a nível global, que é a conservação dos recursos naturais”, desenvolveu o diretor-geral.

O historiador destacou que o evento tem uma “ligação forte” à conservação da biodiversidade, à valorização dos monumentos e 

 

sobretudo à produção dos produtos regionais e é neste ponto que se encontra a “maior dificuldade”, pela falta dos subsídios congelados na edição de 2014.

A coordenação das ações de salvaguarda da biodiversidade corre a cargo de Pedro Azenha Rocha e a diretora-executiva do Terras sem Sombra é Sara Fonseca, vogal da direção do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja.

 

 

 

 

 

 

Fátima na música de Arvo Pärt

A obra musical «Os três pastorinhos de Fátima» de Arvo Pärt é “uma música que não pede palmas” porque, simplesmente, “flui e termina”, disse à Agência ECCLESIA o compositor Alfredo Teixeira.

A peça musical «Drei Hirtenkinder aus Fátima» do compositor estónio teve a sua estreia nacional na Sé de Lisboa e fez parte do concerto evocativo dos três pastorinhos.

No seu catálogo, Arvo Pärt tem músicas de “muitas dimensões” e que se integram em “lógicas muito diferentes” por isso, o tempo diminuto da peça musical do compositor natural da Estónia não tem – segundo Alfredo Teixeira – “a vocação de se integrar numa peça mais longa”.

 
Apesar do hábito de associar a “intensidade musical à duração”, o professor da Universidade Católica Portuguesa sublinha que “como nas outras artes, a dimensão miniatural acaba por ter uma força expressiva muito grande”.

O programa do concerto teve características singulares e apresentou-se “sob o signo do paradoxo” porque os participantes foram convidados para uma experiência em que “a mais frágil” das obras, a menor em duração, se ofereceu “como o lugar culminante de uma viagem musical”, salientou.

Na economia de um “movimento ondulante”, a dicção aclamativa esboça “a ingenuidade própria de roda infantil”, considerou Alfredo Teixeira

 
 

 

Cáritas Portuguesa Online

http://www.caritas.pt/

 

Decorre entre 1 e 8 de março a semana nacional da Cáritas, este ano sob o tema: “Num só coração, uma só família humana” e que integra, entre outras iniciativas, um peditório público em todo o país, um programa específico nas várias dioceses com conferências, exposições e dádivas benévolas de sangue. Esta organização que faz parte da Confederação Mundial - Caritas Internationalis - atua em mais de 162 países e é uma “instituição oficial da Conferência Episcopal Portuguesa, que tem como objetivo servir de plataforma para a ação social da Igreja, junto dos mais desfavorecidos”.

Ao digitarmos o endereço www.caritas.pt somos informados sobre as ações de solidariedade que estão a decorrer, bem como as principais notícias das atividades que ocorreram ou que irão ser implementadas.

Na opção “caritas portuguesa”, podemos conhecer um pouco mais sobre a Cáritas nacional, objetivos, história, corpos sociais e ainda 

 

conhecer a ação da Cáritas em Portugal. Nomeadamente é possível saber que a sua rede é constituída por 20 Cáritas diocesanas e por grupos locais de atuação de proximidade, com a colaboração de profissionais e voluntários.

Caso queira saber tudo sobre as campanhas de solidariedade em Portugal e no mundo, que se “destinam a ajudar os mais pobres que sofrem, quer por desastres naturais ou catástrofes humanas”, basta clicar em “campanhas”.

No item “projetos”, obtemos mais dados sobre os programas que são desenvolvidos nos mais variados locais, junto dos mais carenciados, na luta contra a exclusão, na formação de agentes, na sensibilização para o desenvolvimento. Tudo isto são “temas que se cruzam nestes projetos, sempre em parcerias com atores locais, privados ou públicos”.

Esta instituição católica apoia e colabora nas diversas iniciativas promovidas pelas mais distintas associações/agentes da sociedade. Seja na cooperação com as instituições de apoio aos imigrantes bem como na assistência em situações de 

 

 

emergência. Por outro lado assume ainda a responsabilidade de facilitar a formação de todos os que praticam e animam a pastoral da caridade e ainda, promove e suporta parcerias de voluntariado. Para conhecer tudo isto e muito mais basta aceder a “políticas sociais”.

Por último, sugerimos que passe pelo espaço “colaborar”, onde fica a conhecer formas de cooperação com esta organização católica e ainda na

 

 “editorial caritas”, onde encontrará publicações de referência “em português que na sua maioria são livros de pequena tiragem e não sustentáveis no canal livreiro”.

Fica então lançado o repto para que visite o sítio e colabore com esta instituição porque, em época de crise instalada no nosso país, precisamos de “uma solidariedade mais operativa e generosa”.

Fernando Cassola Marques

 

 

A Via Sacra dos cristãos sírios

No âmbito da campanha da Fundação AIS de ajuda de emergência para a Síria e, neste tempo Quaresmal, a organização apresenta a Via Sacra meditada pelas famílias refugiadas da Síria (edição Fundação AIS). Um convite à oração pela Paz e em comunhão com este povo que vive num clima de terror, miséria e de enorme sofrimento.

Esta Via Sacra foi escrita por D. Samir Nassar, arcebispo de Damasco, na Síria, que esteve em Portugal no final de 2013. Nesta Quaresma, pede que nos lembremos especialmente destes nossos irmãos que sofrem, convidando a rezar inspirados nas palavras escritas neste livro: “Obrigado pela vossa proximidade e

 

 

spiritual que nos ajuda a suportar melhor o Caminho da Cruz, que já dura há quatro anos”.

No prefácio escrito por D. José Alves, arcebispo de Évora, pode ler-se “Agora, recebemos este texto da Via Sacra. É curto mas incisivo. Cada palavra está carregada de sentido. Em cada palavra ecoa a vida atribulada de milhares de pessoas de todas as idades e condições. (…) Esta oração da Via Sacra é um grito que ecoa na eternidade como o grito de Cristo na cruz. Grito de dor que interpela a maldade e a indiferença humanas. Grito de súplica de quem confia na proteção divina e no auxílio dos discípulos de Jesus...”

 

 

 

 
Um inocente condenado à morte Que injustiça!

Senhor, no seu sofrimento as nossas famílias sentem-se muito próximas de Ti, vítimas inocentes à Tua imagem… Devido à violência e à perseguição são forçadas a abandonar: casas, escolas, paróquias, aldeias, vizinhos, amigos, cemitérios; para viver em campos de refugiados, na miséria e na indiferença. Pilatos está sempre presente, a alimentar a injustiça...

(Meditação para a 1ª estação, ‘Jesus é condenado à morte’)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

II Concílio do Vaticano:
A presença feminina nas sessões conciliares

 

Quando se aproxima o Dia Internacional da Mulher (08 de março) convém recordar a presença feminina no II Concílio do Vaticano (1962-65). Nesta assembleia magna, convocada por João XXIII e continuada pelo seu sucessor, estiveram presentes vinte e três mulheres como auditoras. A 08 de setembro de 1964, o Papa Paulo VI anunciou, oficialmente, a novidade e no dia 25 do mesmo mês, entrou na Aula conciliar a primeira mulher, a francesa Marie-Louise Monnet (Fundadora do Movimento Internacional de Apostolado dos Meios Sociais Independentes) (na foto ao lado).

De setembro de 1964 a agosto de 1965 foram chamadas “uma por uma: dez religiosas e treze leigas, escolhidas segundo critérios de competência e de internacionalidade” (In: Adriana Valerio; «As 23 mulheres do Concílio – A presença feminina no Vaticano II»; Lisboa; Paulinas Editora). Na previsão de alguns padres conciliares, a participação destas auditoras devia revestir-se sobretudo de caráter simbólico, mas essa presença “ultrapassou essa barreira, deixando sinais importantes nos próprios documentos conciliares”, sublinha Adriana Valerio na obra citada.

Esta possibilidade aberta às mulheres “não foi aprovada nem apoiada por todos”, mas também houve quem concordasse e simpatizasse com ela. Um mês depois do anúncio do Papa Paulo VI, o bispo Albino Luciani (futuro Papa João Paulo I) exprimiu no jornal «Avvenire o seu agrado relativamente à presença das auditoras 

 

 

 

 

 

no Concílio. Contrastando com o “desapontamento expresso por muitos clérigos”, evidenciava a importância da iniciativa do Papa e previa que a presença das mulheres “não se reduzirá a puro símbolo, [porque] fora das assembleias, as comissões conciliares pedir-lhes-ão pareceres e elas poderão transmitir os seus pontos de vista, sugestões e observações”, escreveu Adriana Valerio.

Durante as sessões conciliares, os auditores e as auditoras ocuparam a tribuna de Santo André, na Basílica de São Pedro, do lado direito da longa 

 

mesa da presidência, de frente para o altar-mor. Na parte oposta, estavam os observadores protestantes. Naturalmente, a presença das mulheres no II Concílio do Vaticano provocou “diversos comentários jocosos”. Se os prelados eram os «padres conciliares», as auditoras eram as «madres conciliares».

Apesar das dificuldades iniciais, o concílio representou para a mulher a afirmação da igualdade fundamental com o homem. Esta assembleia magna não desatou todos os nós, mas abriu perspetivas novas e horizontes a desbravar.

 

Março 2015

06 de Março

* Santarém - Tomar (Biblioteca municipal) - Conferência sobre «A religiosidade popular nas festas do Espírito Santo» por frei José Nunes e integrada no ciclo sobre o Espírito Santo».

 

* Coimbra - Soure (Centro Paroquial) - Conferência quaresmal sobre «Cristão hoje... porquê?» pelo padre Gonçalo Diniz, da Diocese de Leiria-Fátima.


* Lisboa - Auditório do Colégio São João de Brito - Lançamento da obra «A Arte do Essencial - propostas para uma vida de oração» da autoria do padre Dário Pedroso e apresentação de Isabel Figueiredo


* Porto - Espinho (Multimeios) - Conferência de Joaquim Azevedo no encontro «As feridas do teu amor» organizado pela Paróquia de Espinho.


* Porto - Fundação António Cupertino de Miranda - Debate sobre «A Geoestratégia de Deus» com Ramalho Eanes, Paulo Rangel e o padre Anselmo Borges.


 


 

 

* Lisboa – UCP - Colóquio sobre Santa Teresa d´Ávila orientado pelo biblista Armindo Vaz e Teresa Messias (06 e 07)


* Porto - Casa de Vilar - 85ª Assembleia da CEEC (Comité Europeu do Ensino Católico) com a presença de D. António Francisco dos Santos, Bispo do Porto e vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé e uma intervenção de Joaquim Azevedo sobre a importância do diálogo Interculural no contexto da Escola Católica. (06 e 07)


* Porto - Centro de Congressos da Alfândega Porto - I Encontro Nacional das Instituições de Solidariedade (06 e 07)


* Braga - Tesouro-Museu da Sé de Braga - Exposição de artesanato de Barcelos «Cristo sofreu por nós» da autoria de Maria de Jesus Pias.(06 a 06 de abril)


* Braga - Hospital de Braga - Exposição de bandeiras processionais da arquidiocese de Braga. (06 a 09 abril)


 

 

 

 

 

 

 

Dia 07 de março

* Lisboa - Convento de São Domingos - Conferência sobre «Iluminação e budismo zen - implicações para uma mística cristã» integrada no ciclo «De onde vem a luz?» e proferida por frei Rui Grácio.


* Itália - Roma - Paróquia de Todos os Santos - O Papa Francisco assinala o 50.º aniversário da primeira Missa celebrada em italiano pelo Beato Paulo VI, após as alterações litúrgicas promovidas pelo II Concílio do Vaticano (1962-1965).


* Leiria – Seminário - Ação de formação para conselhos económicos e comissões orientada pelo ecónomo da diocese de Leiria-Fátima, padre Cristiano Saraiva.


* Fátima - Homenagem ao padre Luis Kondor promovida pela Embaixada da Hungria e a Associação Portugal-Hungria para a Cooperação.


* Fátima - Encontro do Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior com a presença de D. Joaquim Mendes.


 

 

 

* Évora - Vendas Novas - Encontro diocesano de catequese com o tema «Deixa-te Amar».


* Guarda - Encontro de D. Manuel Felício com o Secretariado Diocesano da Família para fazerem o trabalho de síntese das respostas dadas às perguntas preparatórias do Sínodo dos Bispos sobre a Família.


* Aveiro - Albergaria a Velha (salão da junta de freguesia) - Conferência sobre «As razões da (des)crença, um diálogo entre crentes e não crentes» e um workshop sobre «Cultura científica e catequese» por João Paiva, professor da Universidade do Porto.


* Braga - Famalicão (centro paroquial) - Festival de Sopas para angariar fundos para a Juventude Operária Católica (JOC)


* Lisboa - Torres Vedras (Auditório do Centro Pastoral) - Exibição da peça «O Nazareno» pelo Grupo de Teatro de Peniche e baseado no musical de Frei Hermano da Câmara.

 

 

 

 

 

 

 

 

- O padre Gonçalo Diniz, pároco da Sé de Leiria, vai ser esta sexta-feira o orador de uma conferência em Soure, na região de Coimbra, dedicada ao tema “Cristão hoje…porquê?”. O debate começa às 21h00 no centro paroquial de Soure.

 

- O auditório do Centro Pastoral de Torres Vedras vai receber este sábado, pelas 21h30, a peça “O Nazareno”, interpretada pelo Grupo de Teatro de Peniche e baseada num musical de Frei Hermano da Câmara.

 

- No domingo, o Instituto dos Irmãos de São João de Deus convida as pessoas a uma reflexão quaresmal baseada na vida e no exemplo de São João de Deus, com o provincial da congregação, Irmão Vítor Lameiras, às 17h30 no auditório do Santuário do Coração de Maria, situado nos Carvalhos, na cidade do Porto.

 

- Em Setúbal, na terça-feira, decorre na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Seixal, uma sessão do ciclo “Com Arte e com Alma. Serões com o nosso Património”, às 21h00, coordenada pelo investigador Anísio Franco, especialista em História da Arte, e pela metre na área da Arte e da Religião, Ana Cristina Silva.

 

- “O novo compromisso de cooperação para o setor social e solidário” é o tema de uma jornada que a Diocese de Viana do Castelo vai promover na quarta-feira a partir das 9h00, no auditório Centro Paulo VI, em Darque.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


POR OUTRAS PALAVRAS
 

3º Domingo da Quaresma

 

 

Pesam como um jugo os ritos vazios e as orações parecem gemidos de escravos. 
Só rezando com o Filho, pelo Filho e como filhos seremos libertos da opressão 
do tempo. Então, os sacrifícios terão a doçura de um beijo e o fumo do incenso 
subirá da fogueira onde foram queimados o medo, a impiedade e a hipocrisia.
Sim; a lei do Senhor reconforta a alma e as suas ordens dão sabedoria aos 
simples. 
O Senhor não algema; dá, amorosamente, a mão!...

 

Cónego João Aguiar

 

 

 

 

 

 

Porque não se pode tirar a própria vida nem a dos outros?

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h18

Domingo, dia 08 - Dia Nacional da Cáritas: projetos de todos os dias.

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 09 -Entrevista ao padre Lino Maia sobre a CNIS;
Terça- feira, dia 10 - Informação e entrevista ao padre Armindo Vaz sobre os cursos da UCP sobre Santa Teresa d' Ávila;
Quarta-feira, dia  11 - Informação e entrevista a José Victor Adragão sobre "24 horas para o Senhor";
Quinta-feira, dia 12 - Informação e entrevista a Elisabete Puga e Nazaré Soares sobre o Instituto Secular das Cooperadoras da Família;
Sexta-feira, dia 13 - Apresentação da liturgia de domingo pelos padres Armindo Vaz e Nélio Pita.

 

Antena 1

Domingo, dia 08 de março - 06h00 - Maria José Vilaça e Maria Teresa de Vasconcelos e o Dia Internacional da Mulher. Comentário com a Irmã Irene Guia.
 

Segunda a sexta-feira, 09 a 13 de março - 22h45 - Quaresma: vivências da irmã Paula Jordão, da Fraternidade Verbum Dei.

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B - 3.º Domingo da Quaresma

 
 
 
 
 
 
 
Próximos de Deus junto dos irmãos
 

A Palavra de Deus deste 3.º Domingo da Quaresma, tendo sempre como pano de fundo a eterna preocupação de Deus em conduzir os homens ao encontro da vida nova, apresenta sugestões diversas de conversão e de renovação.

Na primeira leitura, Deus oferece-nos um conjunto de indicações, os 10 mandamentos, que devem balizar a nossa caminhada pela vida. Dizem respeito às duas dimensões fundamentais da nossa existência: a relação com Deus, que sublinha a centralidade que Ele deve assumir no nosso coração e na nossa vida, e a relação com os irmãos, convite a despir todos os comportamentos que geram violência, egoísmo, agressividade, cobiça, intolerância, escravidão, indiferença face às necessidades dos outros.

Na segunda leitura, Paulo sugere-nos uma conversão à lógica de Deus na cruz, ao amor total, ao dom da vida até às últimas consequências, ao serviço simples e humilde aos irmãos.

O Evangelho apresenta-nos o episódio em que Jesus, indignado com o que se passa no templo, faz uma limpeza total, para que o templo deixe de ser casa de comércio e de animais, e passe a ser casa de Deus e de pessoas em oração.

Jesus vem mudar a maneira de encontrar Deus seu Pai. Antes, bastava ir ao templo; com Jesus é preciso escutar a mensagem do amor de Deus e beneficiar dos seus gestos de salvação, sinais da bondade de Jesus para com os homens.

É no templo de Jerusalém que Jesus estabelece a sua morada. É certo que os Judeus sabiam que não se pode encerrar Deus dentro de quatro muros, mas era somente

 

 

 

 

 

 no templo que se podia oferecer os sacrifícios e o culto de adoração e ação de graças. Os escribas e os doutores da Lei tinham fechado o acesso a Deus, mas com Jesus surge algo de inaudito: Deus salta o muro! A cólera de Jesus contra os vendilhões do templo é manifestação disso.

Doravante, Deus deixa-Se aproximar num homem que não é um especialista do templo, um homem que encontra as prostitutas e os publicanos, e come com estes, sem nunca pedir a ninguém para ir primeiro purificar-se no templo. Como diz São Paulo, “em Jesus temos livre acesso ao Pai”.

Quando vamos comungar, é este homem, Jesus ressuscitado, que vem

 

encher-nos com a sua presença. E, ao mesmo tempo, tornamo-nos presença de Deus junto dos nossos irmãos e das nossas irmãs. Aí está a imensa vocação de todo o batizado! Mas será que estamos verdadeiramente conscientes disso?

Vamos a meio da Quaresma, tempo de caminhada para a vida nova em Jesus Cristo morto e ressuscitado. Continuemos a olhar para Jesus, descobrindo as suas indicações práticas e deixando-nos alimentar pela sua Palavra. Ao longo desta terceira semana da Quaresma, deixemos as indiferenças e sejamos presenças próximas de Deus junto dos irmãos.

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

Famílias portuguesas
a caminho do Encontro Mundial

O Departamento da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa apresenta a “partilha de experiências” como a “grande mais-valia” do Encontro Mundial da Famílias onde vai estar o Papa Francisco, este ano em Filadélfia, e convida à participação dos portugueses neste evento.

“Neste momento com o Departamento Nacional da Pastoral da Família decidiu-se organizar programa e já temos a proposta para todas as dioceses e movimentos que queiram participar. Consiste numa peregrinação, irmos uma semana mais cedo no sentido de pré-jornadas e depois participar no encontro”, explicou o padre Rui Carvalho.

À Agência ECCLESIA, o sacerdote revela que também há a possibilidade das famílias portuguesas participarem apenas no Encontro Mundial das Famílias, entre 22 e 27 de setembro, em Filadélfia, nos Estados Unidos da América.

O Departamento da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa proporciona a possibilidade das famílias 

 

portuguesas “ficarem alojadas em famílias de Filadélfia”, ou em hotel, e o padre Rui Carvalho destaca que a “riqueza” do encontro é a “partilha e encontro” entre famílias.

‘O amor é a nossa missão, a família plenamente viva’ é o tema do Encontro Mundial da Família que dividem-se em dois momentos, primeiro o congresso onde vão ser convidadas famílias e especialistas sobre esta temática.

Depois no fim de semana o encontro conta com a participação do Papa, para a “festa da família” e o encerramento com Missa presidida por Francisco.

“Há de facto um projeto de Deus para a família que é a célula fundamental da sociedade”, frisa o entrevistado que destaca a “época muito rica” que a Igreja está a viver sobre o tema da família.

O encontro de Filadélfia realiza-se nas vésperas da 14ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, que vai ser dedicado ao tema ‘A vocação e a missão da família na Igreja 

 

 

 

 

 

 

 

e no mundo contemporâneo’.

Para o padre Rui Carvalho a forma de ouvir a opinião das famílias e conhecer as diversas realidades no mundo inteiro, através dos questionários, é eficaz e uma boa forma de comunicação porque as famílias “refletem e rezam sobre a sua missão e vocação”.

Ainda neste contexto, o sacerdote destaca a Festa da Família 2015, organizada pelo Departamento da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa, no dia 17 de maio, no Mucifal, em Sintra.

“Creio que será entusiasmante e estimulante para as famílias da nossa diocese pela partilha de experiências e a ajudarem-se mutuamente”, observou o sacerdote.

 

 

 

 

 
Encontro Mundial

O Setor da Pastoral da Família do Patriarcado de Lisboa, em colaboração com o Departamento Nacional da Pastoral Familiar, está a organizar a peregrinação a este encontro, de forma a que se possa ter um contingente que represente as famílias cristãs de Portugal.  Pode encontrar o programa da peregrinação e fazer a sua inscrição em http://familia.patriarcado-lisboa.pt/emf

 

 

 

«Via os Carmelitas a passarem de bicicleta para a praia e queria ser como eles!»

Nasceu nos arredores da cidade de Aveiro e o gosto de estar à beira-mar ainda se sente no falar. De temperamento difícil, Jeremias Vechina um dia “encontrou-se com Deus”, pacificou e sentiu-se feliz… Dos carmelitas conhecia os padres de Aveiro que passavam de bicicleta, ao fim da tarde junto à sua casa, para irem até à praia e sonhou ser assim!

 

Hoje com 76 anos o sacerdote carmelita Jeremias Vechina traz no corpo as marcas da doença que o cansam mas não deixa de ter forças para fazer o que aprendeu durante a vida: ser consagrado.

“Um consagrado carmelita mostra uma face de Deus, através da pregação, da forma de acolher ou de cuidar dos idosos mas, para mim, mostramos ao Mundo como orava Cristo”, explica o sacerdote à Agência ECCLESIA, em tom suave mas ritmado.

Conjugar as vertentes da clausura e da oração é o que se propõe a ordem dos Carmelitas Descalços, que Jeremias Vechina foi descobrindo na sua juventude e o cativou.

 
“Quando era mais pequeno lembro-me de ver uns padres de bicicleta, passavam na minha rua, em direção à praia, no fim da tarde, para irem descansar um pouco depois das confissões”.

A Gafanha da Nazaré, sua terra natal, era caminho para as praias próximas de Aveiro e por ali passavam os padres carmelitas, com quem Jeremias Vechina se veio a encontrar quando em 1953 entrou para o Seminário de Aveiro.

“Eu tinha três tios sacerdotes que iam muitas vezes a minha casa, porque a minha mãe tratava-lhes da roupa, acolhia-os e até lhes fazia um doce… era normal conversar com eles e depois entrei no seminário, naturalmente”, conta o carmelita.

Lá iam confessar os padres carmelitas e Jeremias Vechina considerava-os diferentes: “acolhiam-nos de outra maneira, cativou-me e decidi”.

Foi para Viana do Castelo, fez o noviciado em Espanha, depois estudou Espiritualidade e Dogmática em Roma e passou por quase todas casas dos Carmelitas em Portugal, 

 

 

 

 

 

 

destacando-se a presença durante 20 anos nas edições Carmelo, em Lisboa.
Está em Aveiro desde maio de 2014 e ao olhar para a sua vida de quase 50 anos de consagração explica que o encontro com Jesus Cristo “deu um novo rumo à sua vida” e sente-se feliz.

 

“A minha vida resume-se em duas partes, antes de Cristo e depois de Cristo, uma vida de enamoramento permanente.

A minha afetividade dava muitos problemas, afeiçoava-me em demasia às pessoas e hoje tudo está 

 

pacificado; continuo com as minhas fragilidades temperamentais mas não sou capaz de fazer alguma coisa que saiba que magoa Jesus ou os meus irmãos”, conta em tom assertivo.

No ano dedicado à vida consagrada Jeremias Vechina entende que o Papa Francisco colocou “um desafio à vida religiosa para discernir a realidade europeia e resolver as encruzilhadas de falta de vocações e esperança”.

“Acredito que os leigos necessitam da vida consagrada para os levarem a ter a experiência de Cristo”, conclui.

 

 

ABC da Vida Consagrada (5ª parte)

Maria

É modelo para a vida consagrada, pois foi pobre, virgem e obediente. Foi “a escrava do Senhor”. Fiel a Deus Pai, confia no projeto de Deus: “faça-se em mim segundo a Tua Palavra (Lc 1, 38). Maria abandona-se nas mãos de Deus e mediante a ação do Espírito Santo aceita o risco de ser mãe de Jesus e mais tarde torna-se fiel discípula do Filho. Cumpre fielmente a sua missão de mãe e discípula do Senhor. Muitas coisas não entende, “medita-as, guarda-as em seu coração”. Faz do seu projeto de vida, quando diz o seu “Fiat” cumprir o projeto de Deus para ela.

Fiel, junto à cruz, é a imagem da Igreja. Ao aceitar ser mãe de Deus, também recebe a humanidade na pessoa do discípulo amado. Maria é aquela que sente a predileção de Deus, que lhe responde sim, que lhe entrega toda a sua vida e acaba por acolher no coração a humanidade que o Filho redimiu com a própria vida.

 

 
Noviciado

A nível de direito Canónico[1] tem pelo menos um ano de obrigatoriedade, podendo ir até dois. No último ano, geralmente, durante um período, há estágio noutra comunidade. Esta formação termina com a 1.ª profissão, que é temporária, implica professar votos públicos.

Este é um período de formação em que se procura conhecer o/a candidato/aa e ajudar a discernir a sua vocação. É um tempo único e irrepetível. Quase não há atividades exteriores. É um tempo de uma certa clausura, normalmente não se vai a casa nesse período. O/a formando/a, ajudado/a por um/a Mestre/a, aprofunda o sentido da vida consagrada por meio da: Oração; Estudo; Vida Fraterna; Missão; Carisma.

Caso perceba que não é a sua vocação, o/a noviço/a pode deixar livremante o instituto ou ser despedido.

 

 

 

[1] Cf. DC. Can 641 a 653

 

 

 

 

 

 

Obediência

A obediência tem uma dimensão redentora, e eclesial. Parte da fé no Espírito Santo, no dom voluntário (Pascal) ao Pai, na salvação da humanidade, segundo o exemplo de Jesus, por meio da submissão ao superior, representante de Deus e resulta numa maior inserção na dimensão mistérica da Igreja e no crescimento pessoal. Implica um comportamento evangélico, a submissão humilde segundo as Constituições, mas também, responsável ativa e inventiva, que leva à maturidade do ser humano livre.

Tendo Jesus como modelo, que nas bodas de Caná (Jo 2, 1-12), quando a sua mãe lhe diz “Filho não têm vinho”, Ele reage com uma certa rebeldia, “Mulher ainda não chegou a minha hora”, contudo consegue ver mais longe, encarar Maria como uma mediadora da vontade do Pai e inicia a sua vida pública fazendo o primeiro sinal.

A vida fraterna é obedecer a Deus e desenvolver o sentido de escuta, de atenção à Vontade do Pai, (Lc 11,28). Mas não é caminho solitário, por 

 

 

isso é ícone da Igreja, é sinal escatológico do Reino de Deus, esta atenção à vontade do Pai traduz-se na caridade, que une “os membros de um Instituto no mesmo testemunho e numa mesma missão, mesmo respeitando a própria individualidade e a diversidade de dons”. Superior e Irmão aprendem a viver o amor fraterno, a praticar a difícil arte do diálogo, para descobrir a vontade do Pai, a ação do Espírito Santo, de forma que a autoridade seja um serviço de discernimento e de comunhão.

 

Irmã Flávia Dores

Comunidade das Dominicanas de Santa Catarina de Sena - Aveiro

Para o Correio do Vouga

e a Agência Ecclesia

 
 
 

 

 

Médio Oriente: A Barbárie contra os cristãos não tem fim

Vidas interrompidas

No mesmo dia, quase à mesma hora em que uma igreja católica era inaugurada no Egipto, corria o sangue, numa praia da Líbia, de 21 mártires às mãos dos jihadistas. Quando iam ser degolados, por serem cristãos, deram um testemunho impressionante da sua fé. Estavam a rezar: “Jesus, ajuda-me!”

 

Domingo, 15 de Fevereiro. Em Sharm el-Sheij, a comunidade copta inaugurou a primeira igreja católica no Monte Sinai. Quase à mesma hora, numa praia na Líbia, um grupo de homens, envergando roupas cor-de-laranja e com as mãos atrás das costas, caminha junto à água. Atrás deles, vestidos de negro e encapuzados, seguem outros homens, armados com facas. Os homens vestidos de cor-de-laranja são todos cristãos coptas. Estão a rezar. Um deles - percebe-se pelo movimento dos lábios -, diz: “Jesus, ajuda-me!” Instantes depois, estão já todos deitados por terra. Os homens de negro agarram nas suas cabeças e degolam-nos. A água da praia de Tarabulus começa a ficar tingida de

 

 vermelho. Os homens de negro são terroristas do “Estado Islâmico”. Há um luto carregado na diocese de Samallout, província de Minya. A maior parte destes 21 cristãos era oriundo dali, das aldeias da região. Foi para conseguirem trabalho, que estes 21 cristãos coptas decidiram rumar até à Líbia. Youssef Younan, um dos assassinados, estava noivo. O seu trabalho era o sustento da sua mãe e das duas irmãs. Louqâ Ngati tinha 27 anos, estava casado e era pai de uma menina de nove meses. Hany Salib tinha três raparigas e um filho… Todos os 21 têm histórias assim. Pertenciam a uma família, viviam numa aldeia, tinham sonhos, projectos. As suas vidas foram interrompidas no domingo, dia 15 de Fevereiro, culpados de seguirem Jesus, de serem Cristãos.

 

Contagem decrescente

O sofrimento das famílias dos 21 cristãos assassinados já começara há bastante tempo. No dia 3 de Janeiro, era ainda de madrugada na cidade costeira de Sirte, na Líbia, onde estavam alojados muitos destes 

 

 

 

© Lusa
 

trabalhadores egípcios, quando um grupo de homens armados irrompeu nas casas e nos quartos à procura de cristãos. Era fácil descobri-los pelas tatuagens de cruzes que ostentam nas suas mãos. Muitos foram arrancados das suas camas. Outros, conseguiram esconder-se. Para alguns, começou ali a contagem decrescente que os levaria até à praia de Tarabulus, até ao dia 15 de Janeiro.

Hoje, ninguém esconde o medo. Poucos dias depois deste bárbaro assassinato, soube-se que outros 

 

35 egípcios teriam caído também nas mãos dos jihadistas. Desde a decapitação dos 21 cristãos, mais de 10 mil egípcios cruzaram a fronteira rumo a casa, mas desconhece-se quantos ainda estarão na Líbia. Agora, na Igreja de Sharm el-Sheij, no Monte Sinai, as orações são também lamentos e lágrimas. Ninguém vai esquecer o sangue derramado pelos cristãos no dia da inauguração deste templo. Eles são os novos mártires da Igreja.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

 

Mulheres de garra

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

A minha vida está cheia de grandes mulheres. Com algumas convivi, mais ou menos tempo, com muita ou pouca cumplicidade. Outras foram-me entrando pela vida dentro, sem pedir licença, mas forçando-me a aceitar a profundidade da riqueza das suas vidas. É de duas destas que eu quero falar. Separa-as o tempo e o espaço. Une-as a fé, a abertura a Deus e a solidariedade com as pessoas, sobretudo as mais pequeninas e pobres.

Maria, antes de mais. É um modelo de vida e de Missão. Atenta aos sinais de Deus, percebe o que Ele espera dela, diz sim e é coerente até ao fim. Junto à cruz faz a experiência dolorosa de uma Mãe que perde o seu Filho. Na manhã de Pentecostes, lá está ela com os Apóstolos pronta para receber o fogo do Espírito que marca o dia um da Igreja.

Saltando muitos anos, vou até Calcutá para olhar as peugadas deixadas pela Madre Teresa. Esta mulher nasceu rica e podia ter morrido num grande colégio, mas os ventos do Espírito empurraram-na para as periferias do mundo, lá onde os direitos humanos são espezinhados porque as pessoas não são tratadas como tal. Começou a acompanhar moribundos sem abrigo nas ruas de Calcutá e decidiu que a sua vida seria dedicada inteiramente a eles. Via Cristo no rosto desfigurado desta gente miserável. Contestava a forma como o mundo atirava para a sarjeta gente que merecia ser tratada com dignidade. Quando decidiu deixar o Colégio e partir para a Índia, Madre Teresa percebeu que aquele era o primeiro dia do resto da sua vida. E foi mesmo.

 

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

 

Hoje, olhamos para esta mulheres com respeito e ternura. Têm um ar maternal que nos cativa e mobiliza. Ajudam-nos a perceber que a grandeza humana não tem género e que, ontem como hoje, o mundo foi enriquecido com a presença de mulheres que o dignificaram e transformaram.

Um pouco por todo o mundo, há ainda mulheres maltratadas. É um crime de bradar aos céus, um 

 

atentado contra a natureza. Muito caminho foi já percorrido, mas há muito que fazer para que a igualdade de dignidade entre o homem e a mulher seja reconhecida e praticada.

Celebrar o Dia Mundial da Mulher é uma enorme responsabilidade social, um dever de cidadania. Basta que cada um olhe para a sua Mãe para perceber como as mulheres são importantes e sem elas não há ternura nem futuro.

 

 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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