04 - Editorial:

   João Aguiar Campos

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

    D. José Cordeiro

    Rita Figueiras

24 - Semana de..

   Henrique Matos

26 - Dossier

    Terra Santa
     Luís Valença Pinto

 

 


 

 

56 - Multimédia

58 - Estante

60 -  Vaticano II

62 -  Agenda

64 - Por estes dias

66 - Por outras palavras

67 - YouCat

68 - Programação Religiosa

69 - Minuto Positivo

70 - Liturgia

72  - Família

74 - Ano da Vida Consagrada

78 - Fundação AIS

80 - Pastoral Juvenil

82 - Lusofonias

Foto da capa: Fundação AIS

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
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Opinião

 

 

 

 

Napolitano por um dia

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Cáritas: Por um empenhamento cívico

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Terra Santa: Ajudas para a paz

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João Aguiar Campos | Rita Figueiras Fernando Cassola Marques  | Manuel Barbosa |Paulo Aido | Tony Neves | Henrique Matos | Francolino Gonçalves ! Johnny Freire

 

As minhas cruzes

  João Aguiar Campos   
  Secretariado Nacional   

  das comunicações    

   Sociais   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A senhora tinha um ar dorido e as mãos enrolavam-se enquanto ouvia, naquela sala de espera do consultório médico, a paciente sentada a seu lado. Esta desfiava desventuras – dores de alma e dores do corpo – umas atrás das outras, não se percebendo bem qual delas a tinha levado até ali.

A senhora do ar dorido intervinha na conversa apenas com monossilábicas exclamações, ao mesmo tempo que erguia os olhos para o relógio onde o tempo de espera avançava na parede. Quando a interlocutora fez uma pausa maior, estendeu o seu comentário, sentenciando: «Olhe, minha senhora, a vida é mesmo assim… Todos temos as nossas cruzes!”

O comentário soou-me a ponto final. E o mesmo deve ter sentido a queixosa, pois ficou em silêncio, abanando a cabeça e fechando os olhos, como se procurasse lá dentro o seu calvário privativo.

Instintivamente fiz o mesmo, ouvindo, íntima, a pergunta que me coloquei: quais são, João, as tuas cruzes?

Pensei nelas então e repenso-as agora que as confesso. Não as enumero todas, mas apenas as que mais me têm doído…

Têm-me doído a cruz da renúncia. Dói-me cada vez que não a vejo como oferta generosa e alegre daquilo ou daqueles que tenho de deixar. Sim; quando deixo sem dar, sofro o despojamento, a expropriação e não a alegria da prenda desprendida, amiga e amorosa.

Tem-me doído a cruz da própria dor. A dor esmaga-me cada vez que a vejo como limite e não 

 

 

a compreendo como sinal; cada vez que exclamo que está a dar cabo de mim, sem a perceber como recomeço, aviso, momento de alicerce, ocasião para relativizar e, paradoxalmente, valorizar a fugacidade dos instantes.

Tem-me doído a cruz do orgulho. Sinto-a quando me dou por ofendido, ou quando não me perdoo nem me deixo perdoar. É, então, uma dor inventada, que nunca existiria se a não criasse na proveta da minha vaidade ou do meu amor-próprio.

Tem-me doído a cruz da incompreensão. E esta abarca tanto a mágoa de não ser compreendido como a incapacidade de compreender que há obstáculos no caminho 

 

  

 

e dias em que o sol, mesmo nascendo, não se mostra.

Tem-me doído a cruz da superficialidade. Nasce do vazio que fica no fim de cada pressa, de cada avareza que faz mesquinhos os gestos e pensa que é possível ser santos de serviços mínimos.

Tem-me doído – coisa estranha? – a cruz dos dias em que nada me dói. Porque descubro depois que fui eu a não querer ver, a não querer sentir, a não querer saber que há choros na TV apagada, no rádio desligado, ou na rua que escondi nas persianas corridas e silenciei nos vidros duplos.

Sim; tenho muitas outras dores que ainda hei-de reconhecer, para as ver remidas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O co-piloto está a controlar sozinho o avião. Depois pressiona os botões do sistema de controlo de voo para pôr em curso a descida do aparelho. Esta ação sobre o controlo de altitude só pode ser deliberada”.

(Procurador de Marselha, Brice Robin, Rádio Renascença, 26 de março de 2015, admite que queda do Airbus A320 nos Alpes franceses pode não ter sido acidental)

 

 

 

“Temos uma enorme confiança na administração tributária, na Autoridade Tributaria e Aduaneira (…) cujo valor e reputação não pode e não deve ficar prejudicado por um caso que tem tido uma repercussão pública provavelmente maior do que o caso mereceria”

(Maria Luís Albuquerque, Ministra das Finanças, Observador, 26 de março de 2015, sobre caso «Lista VIP»

 

 

Cáritas: Complexidade dos problemas implica empenho cívico e generosidade

Os participantes do Conselho Geral da Cáritas pediram, este domingo, no Porto, aos cristãos que levem o “sonho realista” de um mundo” mais justo e solidário” porque a “complexidade dos problemas” pede empenho cívico e a generosidade.

A família Cáritas deve traduzir “a gramática e o quadro da Doutrina Social da Igreja” sublinharam os participantes do Conselho Geral da Cáritas que estiveram reunidos, de sexta-feira a domingo, na Casa de Vilar, Porto.

Neste encontro estiveram representantes de dezanove, das vinte, Cáritas diocesanas que aprofundaram o papel que estas instituições devem “desenvolver em caminho profético no intuito de diminuir a crise que assola Portugal e o mundo”, realça o comunicado final.

O presidente da Cáritas Portuguesa realçou também que os “decisores políticos” devem encontrar um caminho que permita “devolver condições de rendimentos dignos à população”.

Quem parte para eleições não pode levar consigo apenas as preocupações  

 

partidárias e as convicções pessoais”, alertou Eugénio Fonseca.

Uma sociedade "onde há pobreza não poder ser nunca uma sociedade desenvolvida”, disse o presidente da Cáritas Portuguesa.

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana considera que Portugal vive um período “complexo e complicado” e a classe média “está imbuída de muitas interrogações”.

“Muitos portugueses estão a ser vítimas da exclusão social”, referiu, este domingo, D. Jorge Ortiga à Agência ECCLESIA no decorrer do Conselho Geral da Cáritas que decorreu, de sexta-feira a domingo, no Porto.

Os políticos “viajam pelo país” por ocasião das “campanhas eleitorais”, mas “não entram nas ruelas de algumas aldeias perdidas no interior do país”, alertou o presidente da comissão.

Devido à “idade e ao isolamento sociológico”, uma “grande parte” dos portugueses estão a viver com “muitas dificuldades”, denunciou o presidente da comissão.

 

 

 

 

 

 

 

Na abertura do conselho geral das Cáritas, Eugénio Fonseca apelou a que se revejam as “condições de pagamento” da dívida portuguesa, porque elas “condicionam o atual orçamento de Estado” que “continua a penalizar as famílias portuguesas”.

Com o aproximar das eleições legislativas, o presidente da organização católica exortou os participantes desta assembleia a 

 

enviarem a todos os partidos políticos “um conjunto de propostas de atuação para o desenvolvimento de uma estratégia nacional de combate à pobreza”.

A Cáritas e os organismos sociais da Igreja têm o “dever e obrigação” de “não ficarem dentro das igrejas, nas estatísticas e burocracias” mas “saírem e irem para o terreno” como pede o Papa Francisco.

 

 

 

A liturgia é meio de educação

O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade afirmou que “não só se educa para a liturgia como a própria liturgia educa a pessoa”, na abertura do Encontro Nacional de Catequese (ENC), esta terça-feira, em Castelo Branco.

“Para muitos, a liturgia deixou de ser fonte e passou a ser problema que se passou a querer resolver. O futuro do cristianismo na Europa depende muito de fazer da liturgia a fonte para os crentes”, disse D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, que apresentou o tema ‘Liturgia, Escola de Fé’.

O prelado refletiu sobre a origem da palavra ‘Liturgia’ apresentando-a como um “serviço a favor do povo” e questionou porque é que a Missa, se é “fonte de onde brota a vida, pode ser considerada uma seca”.

“A liturgia é a fé celebrada nos diversos momentos e, mais, a espiritualidade da Igreja: o vértice e fonte da Igreja. A primeira escola da fé”, sublinhou aos diretores e equipas dos secretariados diocesanos, na conferência inaugural do ENC.

D. José Cordeiro disse que é preciso prosseguir com a “refontalização” que começou no Concilio Vaticano II e definiu a necessidade “da formação 

 

 

 

 

 

do clero e do povo” para a liturgia.

“O centro da liturgia é a Páscoa de Cristo e celebra o mistério de Cristo como história da salvação”, observou, explicando que com este olhar sobre a liturgia, percebe-se que ela “aparece como lugar da catequese por excelência, do encontro da comunidade com o seu sentido e com o seu Senhor”.

Depois de alertar para a necessidade de ir às origens, o bispo da Diocese de Bragança-Miranda frisou que a formação litúrgica é de “capital importância” hoje, porque é preciso “uma liturgia séria, inteligível, capaz de narrar a perene aliança de Deus com os homens”.

 

 

 

 

 

Herberto Helder,

um poeta com uma obra imortal

O poeta madeirense Herberto Helder, um dos maiores nomes da literatura portuguesa contemporânea, morreu esta segunda-feira aos 84 anos na sua casa em Cascais.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre e também poeta José Tolentino Mendonça, conterrâneo do autor, destaca a “imortalidade da sua obra e da sua experiência” de vida.

Um legado que “permanecerá para lá do desaparecimento do poeta e que constitui um dos patrimónios mais intensamente originais que a cultura portuguesa de todos os tempos produziu”, salientou o atual vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa.

 

Natural do Funchal, Herberto Hélder de Oliveira é considerado o maior poeta português da segunda metade do século XX e estreou-se na literatura com a obra “O Amor em Visita”, em 1958.

Durante quase 60 anos, a par de outras ocupações profissionais, inclusivamente como redator e repórter, publicou dezenas de títulos como a “Apresentação do Rosto”, uma autobiografia apreendida pela Censura em 1968; a “Vocação 

Animal” em 1971; “A cabeça entre as mãos” em 1982; “A faca não corta o fogo”, em 2008 e “Servidões” em 2013.

 

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugal tem uma nova basílica em São Bento da Porta Aberta

 

 

 

Eugénia Costa Quaresma - Mobilidade Humana: O trabalho da Obra Católica Portuguesa das Migrações

 

 

Napolitano por um dia…

O Papa Francisco visitou este sábado a cidade de Nápoles, após uma passagem por Pompeia, condenando a ação da Máfia e mostrando a sua preocupação com o desemprego.

“Quem segue voluntariamente o caminho do mal rouba um bocado de esperança, pode ganhar alguma coisinha, mas rouba a esperança a si próprio, aos outros, à sociedade. O caminho do mal é um caminho que tira sempre a esperança, também à gente honesta e trabalhadora”, disse, perante milhares de pessoas reunidas no bairro de Scampia, dos subúrbios da cidade italiana.

Visitou ainda o santuário mariano de Pompeia, onde rezou em silêncio e falou de improviso à multidão que o aguardava. Francisco rezou a ‘pequena súplica’, a histórica oração composta pelo Beato Bartolo Longo, que em 1875 levou para Pompeia a imagem da Virgem Maria do santo Rosário.

Já em Nápoles o Papa apelou à conversão dos criminosos e seus cúmplices, para resgatar a cidade e não deixar que lhes “roubem a esperança”.

“Aos criminosos e a todos os seus 

 

 

cúmplices, a Igreja repete: convertei-vos ao amor e à justiça, deixai-vos encontrar pela misericórdia de Deus! Com a graça de Deus, que tudo perdoa, é possível voltar a uma vida honesta”, disse Francisco na Eucaristia a que presidiu.

A prisão de Poggioreale, em Nápoles, esperava Francisco que se sentiu feliz por conseguir visitar os reclusos para levar o “amor de Jesus” e lembrou que só o pecado os pode separar de Deus.

"A única coisa que nos pode separar d'Ele é o nosso pecado, mas se nós o reconhecermos e confessarmos com arrependimento sincero, o pecado torna-se o lugar do encontro com Ele, porque Ele é a misericórdia", disse.

Eram muitos os membros do clero e os religiosos que se encontraram com Francisco na Catedral de Nápoles 

 

 

 

 

presenciando a liquefação do sangue do padroeiro de Nápoles, São Genaro, guardado numa ampola.

O Papa falou de improviso e renovou a sua preocupação com o que denomina por "terrorismo da bisbilhotice".

“A bisbilhotice destrói. As diferenças existem, sim, e isso é cristão,  mas devem ser resolvidas face a face”, afirmou, perante a catedral cheia.

O último encontro em Nápoles foi com a juventude onde o Papa chamou a atenção para a afetividade e 

 

desejou que encontrem uma nova primavera.

Lembrou que numa “cultura do descartável” em que os idosos jamais devem ser descartados e disse que “o afeto é o remédio mais importante”.

Por fim Francisco pediu oração para que os jovens encontrem saídas para a crise do desemprego, que encontrem uma nova primavera e rematou: “é preciso cuidar dos jovens, dar-lhes trabalho, e dos idosos, que são guardiões da memória”. 

 
 

 

«Coesão» da Europa depende «muito mais do que do futuro do euro»

Os bispos que integram a Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE) sublinharam, num encontro com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a urgência de zelar pela "coesão" do Velho Continente.

Um factor que “muito mais do que do futuro do euro”, depende da preservação e partilha de "valores comuns", salientou o cardeal Reinhard Marx, presidente da COMECE.

O diálogo com Juncker aconteceu no decurso da última reunião plenária dos bispos católicos europeus em Bruxelas, que decorreu entre quarta e esta sexta-feira, e permitiu debater o programa da Comissão Europeia para os próximos anos.

No âmbito da cimeira que Bruxelas dedicou sobretudo à crise na Grécia, a COMECE teve oportunidade de “levantar questões acerca da situação atual da Europa, do futuro da Zona Euro e da unidade do território”, refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA.

Para o cardeal Reinhard Marx, o "meeting" com os responsáveis da Comissão Europeia representou 

 

 

“um claro sinal do interesse que aquele organismo tem em continuar o seu diálogo com as Igrejas cristãs”, como está consagrado o Tratado de Funcionamento da União Europeia.

O presidente da COMECE assegurou que os bispos vão, por sua vez, “continuar a acompanhar o processo de integração europeia de forma construtiva”.

Ao longo dos três dias de reunião da COMECE, houve ainda oportunidade para debater formas novas de reforçar o diálogo e a paz entre cristãos e muçulmanos, através do contributo do cardeal Jean-Louis Tauran.

Destaque depois para a recondução, durante assembleia plenária, do cardeal Reinhard Marx à frente da COMECE.

 

 

 

 

 

Cardeal-patriarca de Lisboa e bispo responsável pelo setor da Família nomeados para o Sínodo

 

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e o bispo de Portalegre-Castelo Branco, responsável pela área pastoral da Família, D. Antonino Dias, vão representar Portugal no Sínodo dos Bispos sobre a Família, entre 4 e 25 de outubro.

A informação é avançada hoje pela sala de imprensa da Santa Sé, na sequência da ratificação por parte do Papa Francisco de uma lista de 55 delegados, e respetivos substitutos, eleitos pelas conferências episcopais dos diversos continentes.

D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, e D. Antonino Dias, atualmente à frente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, vão tomar parte na segunda sessão do Sínodo dos Bispos dedicada à Família, em Roma.

Iniciativa que terá como tema “A Vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.

Do lado português, destaque ainda 

 

 

para a nomeação do bispo de Leiria-Fátima, e vice-presidente da CEP, D. António Marto, como substituto.

Quanto às restantes delegações, realce para outro responsável católico de um país de língua portuguesa, D. Francisco Chimoio, arcebispo de Maputo, que vai seguir para Roma em representação de Moçambique.

Em finais de janeiro, o Papa Francisco já tinha ratificado uma primeira lista com 48 delegados eleitos para o Sínodo, provenientes dos vários continentes.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Papa «une-se ao luto dos familiares das vítimas» da queda do Airbus A320

 

 

 

Papa Francisco associa-se à celebração do Dia Mundial da Água

 

 

 

Festejar

  D. José Cordeiro   
  Bispo de   
  Bragança-Miranda
  

 

O Papa Francisco ao expor os cinco verbos que caracterizam a Igreja “em saída” – primeirar, envolver-se, acompanhar, frutificar – conclui assim: «Por fim, a comunidade evangelizadora jubilosa sabe sempre «festejar»: celebra e festeja cada pequena vitória, cada passo em frente na evangelização. No meio desta exigência diária de fazer avançar o bem, a jubilosa torna-se beleza na liturgia. A Igreja evangeliza e se evangeliza com a beleza da liturgia, que é também celebração da actividade evangelizadora e fonte dum renovado impulso para se dar».

A festa responde a uma necessidade vital do ser humano e tem as suas raízes em Deus. Falo de festa cristã e não apenas de um passatempo e que hoje com é frequente fazer parte do circuito comercial e que muitas comissões de festas desvirtuam.

Fazemos festa porque é bom viver e alegrarmo-nos juntos. A festa traz em si mesma a afirmação do valor da vida e da criação, tornando a nossa vida mais humana e mais digna. Efectivamente, como escreveu Maurice Zundel, no poema da Sagrada Liturgia: «O cristianismo reside essencialmente em Cristo e é mais a sua Pessoa do que a sua doutrina».

O ponto central de todas as festas cristãs é a celebração da Eucaristia, porque «as festas dos Santos proclamam as grandes obras de Cristo nos seus servos e oferecem aos fiéis os bons exemplos a imitar» (Sacrosanctum Concilium 111).

O domingo é o principal dia de festa para os cristãos, o dia de alegria e do repouso, no qual a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias. Desde as origens do cristianismo que se celebra o Domingo.

 

 

 

 

Mas o dia da festa de Nossa Senhora ou do Santo ou da Santa padroeira da Paróquia, da Unidade pastoral, do Concelho, do Santuário, da Confraria, da Irmandade, enquanto manifestação popular traz consigo valores antropológicos e cristãos que têm de ser considerados:

· O encontro da família e dos amigos;

· A quebra da monotonia e celebrar algum acontecimento com alegria, felicidade e descanso;

· A experiência do dom e da gratuidade e da liberdade que remete para a transcendência;

· A novena ou tríduo de preparação com a Eucaristia, a Reconciliação, a escuta da Palavra, o rosário, a reflexão, a oração comum;

· A procissão como acto público de fé e de peregrinação;

· A esmola feita com dignidade 

 

 
e discrição sem a ostentação do dinheiro das notas de papel nas fitas das imagens;

· A Liturgia, lugar da relação com Cristo, na escuta da Palavra, na experiência do mistério e na espera da sua Glória.

 

A beleza da Liturgia é a arte de rezar com nobre simplicidade nos gestos e orações, na música, no canto, na palavra, no silêncio, nas procissões, na piedade popular, na alegria do coração. A festa e as festas são para dar sentido à vida, ou como dizia Santo Atanásio no séc. IV: «Cristo ressuscitado faz da vida do ser humano uma contínua festa».

Festejar é próprio de quem sente que é amado por Deus. Deus ama e chama no quotidiano e na festa a participar do Seu Amor.

 

 

Os comentadores multimedia

  Rita Figueiras    
  Universidade Católica   

   Portuguesa   

 
 

Ao longo dos últimos anos, o mercado do comentário em Portugal tem-se expandido, refletindo a valorização dada à opinião, ao debate e à discussão no quadro da sociedade democrática, mas tem-se expandido também por motivos comerciais, patentes nas estratégias de recrutamento de rostos conhecidos do grande público e na disputa desses mesmos rostos pelos variados media.

O destaque crescente dado à opinião tem vindo a consolidar algumas tendências no sector. Por um lado, verificamos que há um conjunto reduzido de comentadores que acumulam muitos espaços de opinião nos mais variados meios, para além de uma presença forte na blogosfera. Vejamos alguns exemplos: Pedro Marques Lopes é colunista no Diário de Notícias, na Bola, no programa Bloco Central na rádio TSF e no Eixo do Mal na SIC Notícias. Ricardo Araújo Pereira é comentador na revista Visão e no Governo Sombra, programa que é emitido na rádio TSF e no canal de televisão por cabo TVI24. Daniel Oliveira comenta no Expresso, no Record, no Eixo do Mal na SIC Notícias e no Sem Moderação do Canal Q. José Pacheco Pereira é, simultaneamente, comentador no jornal Público, da revista Sábado e na Quadratura do Círculo na SIC Notícias.

É igualmente notória a crescente divisão do espaço de opinião televisivo entre os partidos de governo nos canais generalistas e dos partidos com assento parlamentar nos canais de notícias por cabo, verificando-se um processo de lottizzazione

 

 

 

partidária do espaço de opinião. Estes comentadores fazem também parte da pool de porta-vozes dos seus partidos no parlamento, acumulam participações em diferentes fóruns e circulam abundantemente entre as várias esferas de visibilidade, revelando experiência mediática e capacidade adaptativa aos novos palcos da comunicação. São ainda exemplos ilustrativos de uma dupla tendência no espaço de opinião em Portugal: por um lado, a figura do comentador multimédia parece estar em franco crescimento e, por outro, a compartimentação do comentário

 

 como manifestação de uma partidocracia é uma característica que se acentua.

A valorização da opinião é evidente na crescente presença de espaços de opinião nos mais variados media. No entanto, esta diversidade parece ser mais ilusória do que real. O aumento do número de espaços de opinião, mais do que ser um indicador de debate plural, parece antes demonstrar que poucas individualidades e perspetivas têm é continuamente mais lugares onde se expressar.

 

 

“Ladrões de Esperança”

  Henrique Matos   
  Agência ECCLESIA   

 

Francisco viajou por estes dias para uma região italiana onde o Estado de Direito vive amordaçado e se verga com frequência aos interesses obscuros da Máfia e da Camorra. O cordeiro foi ao encontro dos lobos? De forma alguma. Nápoles é feita de gente honesta que apenas deseja dignidade e reconhecimento. Francisco foi ali falar da esperança que alguns pretendem retirar aos muitos que fazem a cidade e lhe dão rosto.

 

“Quem segue voluntariamente o caminho do mal rouba um bocado de esperança, pode ganhar alguma coisinha, mas rouba a esperança a si próprio, aos outros, à sociedade. O caminho do mal é um caminho que tira sempre a esperança, também à gente honesta e trabalhadora”. As palavras são do Papa e foram proferidas perante milhares de pessoas reunidas no bairro de Scampia, dos subúrbios da cidade italiana. Mas os ladrões de esperança estão hoje disseminados por muitas latitudes e contaminam as próprias instituições que nasceram para assegurar os direitos e as expetativas dos cidadãos. Se em Nápoles se chama crime organizado, noutras paragens adquirem nomes como "interesses do mercado", "constrangimentos económicos", "flexibilização laboral", “egoíosmo”, “sede de poder” e poderíamos continuar. Francisco acrescentava, “Isto é grave. O que faz um jovem sem trabalho, que futuro tem, que caminho escolhe? Esta é uma responsabilidade, não só da cidade ou do país mas também do mundo. 

 

 

 

 

 

Porquê? Porque há um sistema económico que descarta as pessoas”. A cultura do descartável já tinha merecido a condenação pontifícia em ocasiões anteriores, é por demais evidente a forma como penetrou no tempo e no pensamento de cada um de nós. Tudo é a prazo, e esse, mede-se na proporção do interesse. Se já não interessa deita-se fora. Esta bitola não é só para futilidades, define também a essência do mercado de trabalho, até mesmo, a qualidade dos relacionamentos. Voltamos às palavras de Francisco: “Esta falta de trabalho rouba-nos a dignidade. Temos de lutar contra isto, temos de defender a dignidade dos cidadãos, dos homens, das mulheres, dos jovens. Este é o drama do nosso tempo”.

 

É o caminho do mal o grande

ladrão de esperança, e

quem o trilha não são

apenas os que controlam

a máfia napolitana, é

também cada um de

nós... quando falhamos

as expetativas ou a

confiança que

depositaram em nós,

quebramos as promessas,

caímos na infidelidade aos compromissos assumidos, não 

 

assumimos o outro com um “próximo” mas como “concorrente”. 

A Quaresma está a chegar ao seu termo, espera-se que este tempo propício à mudança dos corações tenha produzido o seu fruto. Pede-se uma atitude  vigilante. Vivamos da melhor forma estes últimos dias de quaresma e entremos renovados no Tríduo da nossa libertação.

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

O local onde nasceu uma mensagem de paz universal está constantemente em guerra. No Médio Oriente, os locais da Terra Santa, palco das narrativas do Antigo e do Novo Testamento, a afirmação de identidades culturais e religiosas motiva conflitos entre estados e entre etnias, que todos os dias colocam em causa a dignidade de todas as pessoas, nomeadamente os cristãos. Apesar de tudo, é nesses locais que cristãos de todo o mundo se inspiram para viver a paz e aprendem a linguagem do perdão que a cruz ensina. Os acontecimentos da Páscoa recordam-na de forma plena.

 

 

 

 

 

Médio Oriente:
Uma região onde apenas é possível
controlar danos

 

Luís Valença Pinto, antigo chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Portugal, analisa a situação geopolítica no Médio Oriente, que está na origem da fuga dos cristãos da região e desafia os católicos de todo o mundo a visitar a Terra Santa não como peregrinos, mas como “bandeiras” do cristianismo.

 

Entrevista de Paulo Rocha

 

 

Agência Ecclesia – No berço de uma mensagem de paz acontecem, sucessivamente, conflitos. Estamos diante da teoria de que os polos opostos que atraem?

Luís Valença Pinto - Estamos perante a consequência triste e trágica de um conjunto de decisões muito erradas que têm sido tomadas nos últimos 100 anos.

No território sempre houve tensões. A presença otomana foi geradora de alguma paz, mas no sentido de ausência de conflitos, não paz profunda, baseada em critérios de justiça e da não discriminação. Depois disso, na sequência da falência do 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Império Otomano e das crises

do início do séc. XX, geraram-se acontecimentos muito errados, que têm como contexto profundo e permanente as oposições entre sunitas e xiitas. Das várias fações!

Nesse quadro de oposições cavaram-se acontecimentos mais trágicos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O acordo com que o famoso Lawrence da Arábia promoveu e conseguiu juntos dos povos árabes da região, com o acordo e beneplácito das autoridades britânicas, do Cairo de que ele dependia diretamente e também de Londres, era quase “clânica”, tinha uma conceção organizada em xeiques e emiratos. Aprovada em 1915, não impediu que no ano seguinte, em 1916, as potencias coloniais daquela região, franceses e britânicos, tenham estabelecido o famoso acordo de Sykes-Picot que dividiu a região em estados, completamente à revelia da matriz familiar e religiosa que a caraterizava.

Outro acontecimento foi a inclusão de Israel, em 1948, pela forma imposta como foi feita, sem nenhuma atenção à realidade árabe daquela região. Finalmente, o enorme equívoco (sendo generoso) que foi a invasão americana do Iraque pelas consequências que trouxe para aquele país e para toda a região.

 

 

 

 

 

AE – Como se deveria ter encontrado um Estado para Israel, em 1948?

LVP – É completamente compreensível que, no clima da época e na sequência da II Guerra Mundial e do que se passou com o povo judeu, houvesse essa visão de se encontrar mais do que um estado, um “santuário”. Julgo que a ideia era encontrar um santuário, um sítio onde não aparecessem perseguições, holocaustos e onde os judeus pudessem definir a sua própria segurança. Esta era a grande linha condutora da política israelita. Houve outras hipóteses, nomeadamente Angola, Austrália e outros locais extraordinários foram considerados para esse efeito. Mas é ali, naquela região, pelo menos! Mas não poderia ser: chegar, impor e tudo o resto se tem de acomodar. Teria de haver um processo negocial, o que não aconteceu.

 

 

 

 

 

 

 

AE – A matriz familiar e religiosa é, recorrentemente, esquecida no debate geopolítico sobre a região?

LVP – Muitos dos processos que lá ocorrem convidam a um repensar geopolítico da região. Não sei o que é possível, porque não sou favorável a arranjos geopolíticos do tipo “cantonização”. Os povos, hoje, podem e devem viver conjuntamente 

 

 

e a convivência é uma boa regra.

Está aberto o rearranjo geopolítico da região. Não se pode voltar às tribos, aos clãs, aos emires e aos xeiques. O que não quer dizer que não se repensem as definições dos estados na região, com atenção à dimensão da matriz familiar e religiosa. Mas a motivação principal deve ser a da convivência dos povos da região.

 

 

AE – Com estados para cada um deles?

LVP – Não. Sou absolutamente contra a “cantonização” das sociedades e dos povos atrás de barreiras políticas porque não é nem boa expressão de paz e saudável convivência, no imediato, como é potenciadora de conflitos no médio prazo.

 

 

AE – Mas há identidades culturais que se têm de rever em torno de um Estado, nomeadamente Israel e Palestina…

LVP – Com certeza que sim. Nesse âmbito considero preocupantes os resultados nas eleições israelitas e as declarações que se seguiram. Benjamin Netanyahu afirmou mais 

 

 

uma vez o “estado único”. Só se quiser dizer que, a prazo, nomeadamente por causa da demografia, haverá um “estado único” de predominância árabe (o que não creio que esteja no espírito dele). O razoável é que venha a haver: Israel redefinido nas suas fronteiras, porque o que se passou em 67 não pode definir as fronteiras definitivas de Israel; e um estado palestiniano. O que não desejaria é que os palestinianos vivessem na Palestina e os hebreus em Israel. Acho que o saudável é que em qualquer uma das entidades vivam hebreus, árabes e cristãos. Porque neste processo, que tenta opor judeus e árabes, as comunidades cristãs têm sido completamente erodidas e de uma maneira completamente infame. Pelas duas partes, mas mais pelo lado israelita do que pelo lado árabe.

 

Controlar danos: a única possibilidade

AE – Podemos correr o risco de potências extremistas da região imponham novos estados, novas fronteiras, pela força?

LVP – Pode haver esse “apetite”. Não creio que a Comunidade Internacional aceite uma coisa dessas.

O exercício geopolítico da região é muito completo, é um verdadeiro 

 

puzzle. É mais do que xadrez. É um puzzle em que cada peça tem mais do que uma cabeça e ajusta-se em mais do que um sítio, com mais do que um promotor ou apoiante. Há uma grande oposição de fundo entre iranianos e sauditas, mas não creio que possam ser livres de fazer o que querem naquela região, nem em qualquer outra. É importante a paz de toda aquela gente.

Não sei o que é mais perigoso, do ponto de vista dos israelitas: se o Irão com os seus próximos, se a Arábia Saudita com os outros sunitas, o Egito, por exemplo. A Irmandade Muçulmana não está neste momento numa posição de responsabilidade do estado egípcio, mas fez declarações no sentido da existência de uma onda sunita.

Uma situação que é dificultada também porque em cada uma das várias unidades geopolíticas que lá estão constituídas acontece pelo menos duas coisas: um processo próprio e o eco do  processo muito complexo da região.

A minha visão é que é uma quimera pretender resolver. O que é preciso é encontrar uma maneira de “viver com”. Os vários atores têm de ter a preocupação de controlar a paz e não impor a paz, de convencer e não de vencer. Numa linguagem mais técnica, a única coisa que se pode aspirar na região é um controlo de danos.

 

 

 

AE – Quer dizer que a paz não é possível na região?

LVP – Não sei onde a paz é possível…! Se falarmos da paz nominal, a ausência de combates, é certamente possível. Se falarmos na paz verdadeira, assente na justiça, na não discriminação no plano económico, político, religioso, social, etc, a paz é desejável, mas um caminho difícil de percorrer e uma meta difícil de alcançar.

 

AE – Qual o papel da comunidade internacional nesse “controlo de danos”?

LVP – Primeiro perceber o realismo que há na ideia de “controlo de danos”. Depois alguns extremismos que encontramos na comunidade internacional apoiantes de partes da região tinham de ser muito censurados. Por exemplo, o apoio cego e ilimitado da comunidade judaica dos Estados Unidos à política mais extremista de Israel é um fator de perturbação e não pode ser determinado pelo facto da comunidade judaica ser um elemento muito importante nas eleições norte-americanas.

 
Não pode haver mais duplicidade no reconhecimento do direito aos palestinianos de terem o seu estado e das comunidades cristãs viverem na região como cidadãos de pleno direito.

A comunidade internacional não pode aceitar “estados confessionais”.

 

Cristãos são ignorados

AE - Qual o espaço para os cristãos, em todo esse contexto?

LVP – Os cristãos são completamente ignorados! Como são uma parte fraca, são uma parte abusada.

 

AE – Por serem minoria?

LVP – E por não estarem politicamente organizados como está Israel ou a Autoridade Palestiniana, para não falarmos dos estados árabes da região.

 

AE – Qual o papel da comunidade internacional para estancar a fuga dos cristãos? O Papa Francisco tem repetido apelos nesse sentido…

LVP – O que o Papa tem feito e dito é de uma grande clareza e frontalidade e, do ponto de vista político, de uma grande coragem. Não tem tido o suficiente eco. Mas à Igreja compete 

 

 

 

 

 

 

também a pastoral e, nesse domínio, está a fazer o que pode e muito bem, com a expectativa de ter resultados a prazo.

Há dois discursos: um que o Papa faz em público, que nós sabemos, e depois há com certeza outro, diplomático, feito no segredo das chancelarias, embaixadas e 

 

encontros bilaterais.

Atribuindo todos nós ao Papa Bergoglio uma dimensão de verdade e frontalidade e de abertura luminosa, não tenho nenhuma dúvida que aquilo que ele diz em público não deixará de dizer em privado, e porventura com mais veemência.

 

 

 

AE – A Páscoa recorda de forma referencial os lugares santos. A visita que é possível realizar a alguns deles permanece como o único meio para manter a ligação ao cristianismo nascente, enquanto mensagem de paz, na região?

LVP – A principal motivação para a presença de cristãos de todo o mundo na Terra Santa não deveria ser apenas o turismo religioso. As pessoas não podem lá ir apenas para ver a basílica A, o túmulo B, o Monte das Oliveiras… Têm de lá ir como bandeiras, para evidenciar que aquelas tímidas e frágeis bandeiras que lá estão, os cristãos, não estão sozinhos no mundo. Representam uma parte muito importante da consciência universal, que tem para com eles sentimentos de responsabilidade e de solidariedade.

 

 

 

AE – E é uma forma do fator religioso se envolver no compromisso de procura de paz para a região?

LVP – Mas sem se materializar em cantão. Desejaria muito que houvesse um estado de Israel com árabes, israelitas e cristãos e um estado palestiniano com palestinianos, israelitas e cristãos. O que implica esquecer ideias como “povo eleito” ou “partido de Deus”. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No ambiente da Bíblia

A 13 de Outubro de 1969, cheguei a Jerusalém para uma especialização em estudos bíblicos na “Escola Bíblica e Arqueológica Francesa”. Em vez de regressar a Portugal ao fim de dois anos, como previsto, fiquei lá para prosseguir o estudo da Bíblia nas terras onde o Antigo Testamento foi escrito e Jesus nasceu, viveu, exerceu a sua actividade, foi morto e, finalmente, se manifestou ressuscitado aos primeiros discípulos. Além de lugar de residência, a Terra Santa tem sido objecto do meu estudo.

É óbvio que a Bíblia é uma obra humana. Só a fé permite reconhecer que ela é também palavra divina. O acesso a esta passa pelo sentido das palavras humanas, que depende, em boa parte, das circunstâncias em que elas foram ditas ou escritas e ouvidas ou lidas pela primeira vez.

O imaginário do Antigo Testamento é essencialmente rural, tendo por matriz, fonte e referente as realidades da vida campestre, em particular as suas duas actividades principais: o 

 

cultivo da terra e a pastorícia, que eram os dois pilares da economia da Palestina. Segundo Gn 2,4b-3,24, Deus criou o homem agricultor. Os trabalhos agrícolas dão os nomes aos tempos do ano em que se fazem. As colheitas são o objecto de três das quatro grandes festas anuais: Os Ázimos e as Semanas celebram o começo e o fim das ceifas; as Cabanas celebram o fim do ano agrícola. A Páscoa, a outra grande festa anual, estava ligada à pastorícia. As relações entre Deus e o povo expressam-se com metáforas tomadas da agricultura, sobretudo da viticultura, assim como do pastoreio. Metáforas da mesma origem expressam a felicidade e o infortúnio.

O imaginário dos Evangelhos é predominantemente rural, como o do Antigo Testamento. Deste ponto de vista, a novidade dos Evangelhos é o lugar que neles ocupam o chamado mar da Galileia, e as populações ribeirinhas. A actividade piscatória é fonte de algumas imagens usadas por Jesus, por exemplo, a metáfora 

 

 

 

 

 

com que evoca a missão dos primeiros discípulos, pescadores de homens, assim como a parábola da rede lançada ao mar.

A compreensão do sentido originário dos textos bíblicos pressupõe o conhecimento da cultura, inclusivamente da cultura material, dos seus autores, que se situam entre o séc. VIII a.C. e os começos do séc. II d.C. Ora, essa cultura assenta na Geografia, no clima, na flora e na fauna da Palestina. A experiência mostrou-me que a familiarização com a Terra Santa é uma mais-valia inestimável para compreender e sentir os textos bíblicos.

Para os cristãos, a apreensão do sentido originário da Bíblia não pode ser senão uma primeira etapa. Deve seguir-se a actualização desse sentido, isto é, a sua apropriação pelas comunidades cristãs de todos os tempos e lugares.

 

Frei Francolino J. Gonçalves, OP

 

 

 

 

 

Jerusalém, cidade bem construída, 
harmoniosamente edificada. (Sl 122, 3)

Passaram já alguns anos desde que cheguei a Jerusalém pela primeira vez. Não são muitos mas os suficientes para experimentar, por exemplo e infelizmente, três guerras de Gaza (2009, 2012 e 2014). Cheguei em setembro de 2008 para fazer estudos em Sagrada Escritura e Arqueologia Bíblica no Studium Biblicum Franciscanum que desde os inícios do séc. XX, sob a guia da Ordem dos Franciscanos Menores, permite fazer estes mesmos estudos em Jerusalém. O facto da Associação religiosa, da qual sou membro, Silenciosos Operários da Cruz, possuir em Jerusalém uma comunidade ajudou à escolha de Jerusalém para poder realizar os ditos estudos. Jerusalém é uma cidade fascinante. Provavelmente é melhor falar de três “cidades”, isto é, três realidades na mesma cidade. O centro desta é a «cidade velha», a cidade dentro das muralhas com os seus diversos bairros (muçulmano, judeu, cristão e arménio) e depois as partes oriental (de maioria árabe) e ocidental (de maioria judaica). Dizia que o centro 

 

é a «cidade velha» até porque aí se situam três lugares lugares importantes para as três religiões monoteístas: o Muro das Lamentações para a religião judaica, o Monte das Mesquitas para a religião muçulmana e a Basílica do Santo Sepulcro (ou da Ressurreição) para os cristãos de todo o mundo. Portanto o primeiro desafio é ser capaz de viver nesta cidade respeitando a fé e os lugares das diferentes religiões. Um segundo desafio é aquele de ser capaz de viver com pessoas com culturas diferentes, penso essencialmente na relação com a população árabe, onde está inserida a comunidade dos Silenciosos Operários da Cruz. Um terceiro desafio, este ao nível da cristandade, é o de ser capaz de viver e relacionar-se com pessoas de outras Igrejas e comunidades cristãs. Neste último desafio ajudou muito a experiência académica pois no Studium Biblicum Franciscanum estudaram e estudam pessoas de outras Igrejas, especialmente das Igrejas Ortodoxas Grega e Russa. Todas estas relações e algumas amizades deram-me 

 

 

 

 

 

Uma judia, uma árabe muçulmana e uma portuguesa

 

 

   
 

 

 

a oportunidade de perceber que é muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa, seja raça, religião ou cultura. No capítulo da relação com as outras Igrejas e comunidades cristãs é também muito significativa a vivência da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (que por razões do calendário de Natalício das diferentes Igrejas celebra-se uma semana mais tarde 

 

em relação àquela “oficial”) onde cada dia é vivido nas diversas Igrejas com o seu respectivo rito e onde se pode experimentar uma união, em Cristo, ainda que na diversidade de cada tradição.

Viver a Quaresma e a Páscoa em Jerusalém é também uma vivência única. Durante o Tempo de Quaresma e o Tempo Pascal a Custódia de Terra Santa dos Franciscanos Menores, 

 

 

 

 

 

 

que por aqui andam desde os tempos de S. Francisco de Assis, organiza diversas peregrinações nos diferentes locais ligados aos acontecimentos do Mistério Pascal de Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Os pontos altos são as Vigílias de Oração nas noites de sábado para domingo em cada semana da Quaresma, a procissão de Domingo de Ramos que parte de Betfagé e que segue o mesmo caminho que, segundo a tradição, percorreu o próprio Jesus até à sua entrada messiânica em Jerusalém (Mt 21,1-10; Mc 11,1-11; Lc 19,29-40; Jo 12,12-19). Tudo culmina com a celebração do Tríduo Pascal com a celebração na Basílica do Santo Sepulcro, sempre de manhã cedo por causa do Status Quo que rege a vida das diferentes comunidades presentes ao interno da Basílica.

Quanto à experiência específica da acção da Associação dos Silenciosos Operários da Cruz que é o viver e caminhar, na fé cristã e na humanidade, com as pessoas que sofrem, com as pessoas “com 

 

deficiência” e com os seus familiares. Trata-se de uma vivência que vale a pena, ainda que difícil, seja pelo facto da língua (o árabe, que é a língua dos cristãos locais, não é uma das mais fáceis de aprender) e o próprio facto da fé cristã ser comum alguns pertencem a outras Igrejas que não a Católica. E até aqui, como dizia anteriormente, é sempre mais o que nos une do que o que nos separa. Pois dor e sofrimento não creio que conhecem raça ou religião, se bem que estas condicionam a forma como se vive o tempo da dor e do sofrimento. Pois Jesus Cristo é o mesmo para qualquer cristão e Ele que não fez nenhum tratado sobre o sofrimento mas mostrou-nos com a sua vida e com a sua morte de que forma somos chamados a viver o tempo do sofrimento.

Desde Jerusalém desejo-vos uma Santa Páscoa.

 

Padre Johnny Freire

 

 

A “via-sacra” dos cristãos
no Médio Oriente continua

A diretora da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alerta para a Via-Sacra “difícil de ultrapassar” que os cristãos no Médio Oriente têm vivido nos últimos quatro anos e considera que a Comunidade Internacional não pode ser “cínica”.

“Têm de acabar os cinismos, não podemos esquecer que existem muitos países que continuam a fazer muito dinheiro com venda de armamentos, compras de petróleo a baixo preço”, comenta Catarina Martins, sobre a discussão à situação específica dos cristãos que vai começar esta sexta-feira nas Nações Unidas.

À Agência ECCLESIA, a responsável comenta que “é chocante ver a não-reação” da Comunidade Internacional, dos governos e das organizações que “gerem o mundo”, de não focarem nunca o problema dos cristãos perseguidos e até “evitam falar da palavra cristãos”.

“É tudo cinismo e hipocrisia do mundo ocidental”, observou a diretora da AIS que considera que a sociedade civil 

 

tem de “obrigar” os governos a terem “posições mais fortes”.

Para Catarina Martins “todas as minorias” têm o direito de estar no seu lugar e “não podem fugir” só porque há uma parte da população que não concorda, como acontece com o autoproclamado Estado Islâmico e alerta para as consequências do desaparecimento da cultura cristã.

“Se a comunidade cristã desaparece completamente há determinados valores que vão desaparecer e pode haver um desequilíbrio que não sabemos ainda as consequências para o resto do mundo”, desenvolve, observando que o planeta “é uma aldeia” e as consequências não são só locais.

Neste contexto, Catarina Martins afirma que nos últimos quatro anos os cristãos no Médio Oriente vivem uma contínua Via-Sacra e questiona qual seria a reação de cada se estivesse na mesma situação.

“Como é que nós reagiríamos se fôssemos obrigados a sair da nossa

 

 

 

 

 

 casa só com o que temos vestido e com a nossa família. Muitas vezes a família também ficou para trás, alguns porque se perderam, outros porque foram assassinados”, contextualiza sobre a Via-Sacra “difícil de ultrapassar”.

A entrevistada afirma que “muitas vezes” não se fala da presença cristã que está a ser ameaçada, “de um genocídio”, com a perseguição, morte e deslocação dos cristãos e outras minorias, raízes cristãs que “não podem desaparecer” de “zonas bíblicas”.

 

 

 

“Nós temos de ajudar de facto que estas pessoas possam regressar às suas terras, recomeçar a sua vida e ajudar a que a presença cristã se mantenha nestas terras”, acrescentou.

 

 

 

Quotidiano na Terra Santa

“Se o exército israelita conseguir o que quer, irão tirar-me a terra e construir um muro. Isso faz-me sentir como se alguém perfurasse o meu coração. Estas oliveiras pertencem à minha família há muitos anos. Elas sustentam-nos. Estão a levar mais do que terra e rendas: estão a tirar-nos a nossa identidade”, relata Musa, 70 anos, cristão ortodoxo de Beit Jala, próximo de Jerusalém, perante a expropriação iminente da sua terra.

Outras 50 famílias cristãs encontram-se na mesma situação. Direta ou indiretamente estão a ser afetados pela confiscação de terras: ou porque a construção de um muro será feita nesses terrenos ou porque deixarão de ter acesso a elas.

“Rezamos para que haja uma alternativa na rota que deixe as terras para as comunidades cristãs e suas famílias”, disse o bispo Shomali, do Patriarcado latino, responsável pelos territórios palestinos. Durante semanas, os fiéis juntavam-se a cada sexta-feira no vale de oliveira do Cremisa, local possivelmente afetado

 

 pela barreira, para celebrar a eucaristia e rezar.

“Ainda acreditamos na justiça e esperamos o melhor”, afirma o bispo, acrescentando um pedido ao “benfeitores da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre” para rezarem pela proteção dos direitos dos cristãos.

 

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“Tínhamos esperança que com a visita do Papa em maio e depois do encontro no Vaticano para rezar, com o Presidente israelita Peres e o nosso presidente Abbas, mas o que aconteceu depois? Tudo piorou”, recorda George Azenian, um cristão ortodoxo arménio, comerciante na Praça da Manjedoura, junta à Igreja da Natividade, que vende cruzes e rosários.

“A guerra em Gaza, depois a violência em Jerusalém: as pessoas têm medo e deixaram de vir. Estamos a sofrer enormes perdas em comparação com o ano passado”, afirma queixando-se da quebra de visitantes.

 

 

 

 


“Só em Israel é preciso uma permissão para rezar. Por isso a nossa organização está há anos a chamar a comunidade internacional à atenção para que faça pressão com Israel, para mudar esta prática. Os muçulmanos e os cristãos palestinos deveriam poder visitar sem dificuldades os lugares santos em Jerusalém para rezar”, afirma Rifat Kassis, um colaborador da organização cristã supraconfessional de direitos humanos, Kairos Palestina.

Para entrar em Israel, os palestinos da Cisjordânia e de Gaza têm que pedir uma permissão à chamada Administração Civil, organismo em Israel que autoriza as entradas. Há 

 

queixas por parte de alguns cristãos que consideram que as autoridades atuam de forma restrita nas autorizações de entrada durante a Semana Santa cristã, acontecendo uma parte de uma família obter autorização e outra ficar do outro lado do muro.

À Ajuda à Igreja que Sofre a administração civil de Israel deu conta de 16 mil pedidos de autorização de entrada em Israel, tendo sido concedidos 14 mil, estando os restantes a ser analisados. O Patriarca Latino de Jerusalém dispõe de números mais baixos.

Por Ajuda à Igreja que Sofre

 

 

Razões para visitar a Terra Santa

A Ecclesia e a Faculdade de Teologia promovem uma peregrinação à Terra Santa. Alguns peregrinos adiantam as razões para esta peregrinação.

 

Era um sonho antigo este de estar em imersão na terra calcorreada por Jesus. Desejo ver a luminosidade, sentir e cheirar os lugares por onde Jesus foi tecendo as Suas relações. Dou catequese há muitos anos e já sonhei muito com todos estes lugares. (Helena Presas)

 

No meio de tanto ruído, correria e preocupações da alma, sou interiormente desafiada a peregrinar aos lugares onde Jesus viveu a sua vida pública. Estou expectante, em conseguir desfrutar nesta viagem, de uma vivência de fé, relacionamento e união mais profunda com Deus, e concomitantemente, rever a minha vida à luz do Evangelho, ao visitar, pisar e orar nos lugares por onde Ele passou. (Maria Adelaide Ferreira Cabral)

 

Peregrinar à Terra Santa é procurar no espaço e na História a presença do Filho de Deus que se fez Homem. Mistério dos mistérios! (Manuela Correia)

 

 

 

 

É para mim um sonho muito antigo efetuar a peregrinação à Terra Santa pois considero um grande enriquecimento espiritual poder seguir nesse lugar as passadas do divino Mestre. Além disso também me vou sentir culturalmente mais rica devido ao acompanhamento de um mestre na matéria como é o Padre João Lourenço. (Maria Manuela Leitão)

 

Conhecer a Terra Santa tem sido um objetivo silencioso na minha Vida: o desejo de conhecer os lugares sagrados de que tanto ouvimos falar e imaginar aquando das celebrações litúrgicas. Nunca planeei tal viagem, mas eis que bem no final de um Curso de Espiritualidade Cristã na Faculdade de Teologia da UCP veio até mim o anúncio desta Peregrinação. Então, o ato de peregrinar percorrendo os passos de Jesus por locais contextualizados pela História, ainda viva, e marcados pela Sua Vida passou a ser um objetivo nada silencioso e muito expectante. Na companhia do meu marido dou graças a Deus pela experiência de fé e renovação que teremos a oportunidade de vivenciar. (Maria João Zilhão)

 

 

 

 

 

Poderei apresentar algumas motivações para esta Viagem à Terra Santa. Naturalmente que não deixarei de me Centrar na Pessoa de Jesus, mas procurarei melhorar o meu conhecimento em vários contextos relacionados com a sua Pessoa, histórico, geográfico, religioso, sociológico. Levo comigo algumas dúvidas que procurarei esclarecer. O porquê daquela Terra ter sido ao longo dos séculos palco constante de conflitos, como aquele Povo se fidelizou/desfidelizou a um Deus único, como o Cristianismo influenciou toda a humanidade e quais as dificuldades que se põem às pessoas de hoje o entendimento dessa mensagem. Um passeio que 

 

 

pode ser útil e agradável, e espero sentir que Jesus também por ali se passeou nem sempre de maneira agradável mas seguramente necessária.

Rui César Gomes

 

Esta peregrinação era um sonho, que acalentava há já algum tempo. Sou uma cristã, católica praticante que pretendo percorrer os caminhos que JESUS percorreu, vivendo intimamente a Sua vida e especialmente a sua paixão, morte e ressurreição. Sinto que a minha vida espiritual vai ficar bem mais enriquecida! Agradeço a Jesus esta oportunidade que me deu. As minhas cordiais saudações.

Zilda do Céu Pardal

 

 

Vaticano pede ajudas para os cristãos perseguidos na Síria e Iraque

O Vaticano apelou aos católicos de todo o mundo que ajudem as comunidades cristãs perseguidas na Síria e Iraque, que vivem um “momento dramático”.

O pedido foi apresentado pelo cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais (Santa Sé), na carta aos episcopados de todo o mundo, por ocasião da coleta anual de Sexta-feira Santa (3 de abril, em 2015).

O documento, divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé, é acompanhado por um relatório que descreve a aplicação dos donativos de 2014, em particular a ajuda de emergência (cerca de 2 milhões de euros) destinada à Síria e ao Iraque.

“Há milhões de deslocados que fogem da Síria e do Iraque, onde o grito das armas não se cala e o caminho do diálogo e da concórdia parece completamente perdido, ao mesmo tempo que parecem prevalecer o ódio insensato de quem mata e o desespero desarmamento de quem perdeu tudo e foi expulso da terra dos seus pais”, alerta o cardeal Sandri.

 
Segundo o responsável da Santa Sé, as comunidades católicas têm de estar atentas a estes acontecimentos, para evitar a “fuga” dos cristãos da Terra Santa.

“Só na unidade de espírito e na caridade fraterna de todos os discípulos de Cristo, a Igreja, sua esposa, poderá dar testemunho de esperança aos seus filhos que vivem todos os dias os mesmos sofrimentos do Senhor humilhado e abandonado”, escreve.

O cardeal Sandri deixa votos de que a coleta anual seja acolhida por parte de todas as dioceses, “para que possa crescer a participação solidária” em favor das populações cristãs no Médio Oriente, oferecendo-lhes “o apoio necessário”.

A Igreja Católica promove anualmente uma recolha de donativos para as comunidades que vivem na Terra Santa e para a manutenção dos lugares ligados à vida de Jesus e ao início do Cristianismo.

O Papa Paulo V, com o documento ‘Cœlestis Regis’, de 22 de janeiro de 1618, foi o primeiro a determinar

 
 

 

 

 

 

 

a finalidade desta recolha de donativos e Bento XIV confirmou-a com o breve apostólico ‘In supremo militantis Ecclesiæ’, de 7 de janeiro de 1746.

A preservação da memória dos chamados Lugares Santos, que está confiada à Custódia franciscana, passa pela preservação dos vários monumentos que assinalam a ligação

 

dos espaços a Jesus e os apóstolos, mas sobretudo pelo apoio às atuais comunidades cristãs – uma minoria entre muçulmanos e judeus na Palestina e Israel – que vivem situações difíceis.

Os católicos da Terra Santa incluem comunidades de rito latino, greco-melquita, copta, maronita, síria, caldeia e arménia.

 

 

Fazer memória da vida de Jesus
a partir dos acontecimentos de hoje

As celebrações do Tríduo Pascal, que os cristãos assinalam para fazer memória dos últimos dias da vida de Jesus, devem ser uma proposta que leve as pessoas “ao encontro dos acontecimentos reais dos dias de hoje”.

“Olhar para a Semana Santa, para quinta, sexta e sábado, tentar fazer o exercício interior e exterior sobre o que hoje significa uma quinta-feira, uma sexta-feira e um sábado santo, passa necessariamente por abrir os olhos ao que acontece à nossa volta”, afirma a Irmã Irene Guia, Escrava do Sagrado Coração de Jesus e comentadora da ECCLESIA.

A religiosa recusa o objetivo de “fazer memória dos últimos acontecimentos na vida de Jesus” sem “atualizar hoje aquilo que significou para Jesus e no seu tempo a sua Paixão, morte e Ressurreição”.

“Enquanto fizermos só memória como se fosse apenas um acontecimento de há 2000 anos, vai ser muito difícil ler a Ressurreição”.

A comentadora da Ecclesia propõe o exercício de “identificação” com 

 

situações concretas e atuais que “ajudem a perceber que hoje continua a acontecer quinta-feira, sexta-feira e o sábado santo”.

“Com quem é que hoje nos devemos identificar para que Cristo continue a viver a quinta-feira santa, para que Cristo continue a padecer a sexta-feira santa, para que Maria e os seus amigos continuem a experimentar o vazio e a perplexidade perante Jesus morto?”

A irmã Irene Guia assinala o risco de viver a fé “a partir de uma teoria, de uma palavra” mas que “não é uma palavra viva”, apontando os tempos atuais como “de Ressurreição”.

“Há muitos acontecimentos na História que nos parecem dizer que isto acaba aqui, mas porque a fé é um dom que recebemos e do qual vivemos e nos alimentamos, há qualquer coisa que diz que a morte não pode ser a última palavra”.

“Temos tudo para poder perceber Cristo hoje presente na História”.

A religiosa recorda a “indignação” gerada nas populações a partir da “perseguição e morte de cristãos”, 

 

 

 

 

 

a memória desses “mártires e a mudança que isso provoca em cada pessoa”, também o testemunho de quem “frágil morre nas mãos de outros” como momentos de Ressurreição.

 “Se eu alterar a minha vida, o meu coração, seu eu me abrir a esta fraternidade, eu estou a deixar que as suas vidas mudem a minha. E isso é Ressurreição”.

 
Ao longo da Semana Santa a Ecclesia disponibiliza vídeos onde a Irmã Irene Guia propõe “desafios para viver e atualizar” os acontecimentos da Paixão e morte de Jesus.

A Igreja Católica, com o Domingo de Ramos, assinala o início da Semana Santa, um dos momentos centrais do ano litúrgico, que evoca os últimos dias de Jesus, com celebrações na quinta-feira, sexta-feira e sábado santos. 

 

 

São Bento da Porta Aberta online

http://www.sbento.pt/

 

No passado sábado, 21 de março, o Santuário de São Bento da Porta Aberta recebeu o título de “basílica menor”, numa cerimónia presidida pelo arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga. Assim esta semana proponho uma visita ao sítio digital do santuário localizado em Terras do Bouro, distrito de Braga.

Ao digitarmos o endereço www.sbento.pt encontramos um espaço eminentemente informativo com uma qualidade gráfica interessante onde as imagens que incorporam o santuário são o elemento primordial e que nos chama mais a atenção.

Na página principal podemos ler os principais destaques, assinar a newsletter para receber as notícias referentes a S. Bento da Porta Aberta e ainda aceder à opção culto, que é aquela na qual me vou debruçar.

Logo que entramos na opção “culto” podemos estudar a história de vida de São Bento, onde ficamos a saber que ele “nasceu na cidade italiana de Núrsia, em 24 de Março do ano 480, sendo filho de uma família nobre e cristã, e que foi enviado para Roma

 

para completar os estudos”.

Em “história” podemos ler um “artigo fundamental sobre a verdadeira data da fundação do Santuário” da autoria do Cónego Prof. Doutor. Avelino de Jesus da Costa publicado no "Diário do Minho" a 7 de Agosto de 1980.

No item “santuário”, somos convidados a conhecer um pouco melhor todo este espaço de culto a S. Bento que “deve a sua origem à influência dos monges de Santa Maria de Bouro”.

Caso pretenda saber quais os horários habituais das Eucaristias (dominicais e vespertinas) celebradas no Santuário dedicado ao patrono da Europa, basta clicar em “horários de culto”.

Como sabemos o título de “basílica” é concedido pela Santa Sé a certas igrejas pela sua antiguidade ou por serem centros de peregrinações. No caso do santuário de S. Bento da Porta Aberta sabemos que “ao longo dos tempos, muitos milhares de peregrinos têm percorrido, a pé, dezenas de quilómetros em direção ao santuário”. Assim na opção “peregrinações” fica a conhecer melhor os verdadeiros caminhos da Fé traçados pela região.

Em “casas”, são mostradas algumas

 

 

 

 

 

 fotografias relativas aos quatro espaços disponíveis no Santuário para retiros, seminários, encontros.

Por último em “informações”, dispomos de conteúdos de índole mais prática. Nomeadamente podemos consultar a agenda, aceder ao jornal de São Bento em versão digital, saber as datas de realização 

 

das festas e romarias, e perceber um pouco da natureza envolvente ao santuário dedicado ao fundador da ordem Beneditina, que se encontra “rodeado pelas montanhas do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) e a albufeira da Caniçada”.

 

Fernando Cassola Marques

 

«O Evangelho da Nova Vida», um apelo à renovação do Papa Francisco

A Nascente Editora apresenta o livro “O Evangelho da Nova Vida”, onde o Papa Francisco partilha uma mensagem de “mudança e de confiança”, o Evangelho é uma “nova vida para todos” e um apelo à renovação da Igreja.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a editora destaca que o livro constitui uma “lição extraordinária de liberdade e de fé em Deus” através dos temas que estão “mais presentes” nas mensagens de Francisco: “A família e a sociedade; os pobres e a injustiça; a Igreja enquanto «mãe»”.

Neste contexto, a nova obra de 192 páginas é um convite à esperança e à transformação, onde o Papa continua o propósito de “anunciar o Evangelho” aliado ao “empenho de reforma da Igreja” e ao esforço de dar uma orientação a um mundo que “não salvaguarda a vida nem a dignidade dos homens”.

“O Papa Francisco chama a Igreja a um empenho mais intenso e generoso, na

 

 
 
 

 saída de si própria para ir ao encontro do mundo. Aliás, viver a fé não é ficar acomodado numa poltrona a enunciar verdades abstratas mas é experimentar aquilo em que se crê, em contacto com as realidades e as provas da vida”, escreve o autor e crítico de literatura religiosa, Giuliano Vigini, no prefácio.

A Nascente Editora informa ainda que disponibiliza os primeiros capítulos do livro “O Evangelho da Nova Vida” para leitura imediata.

 

 

 

 

 

 
 

 

 

 

II Concílio do Vaticano: A primeira missa concelebrada em Portugal

 

Em Portugal foi na arquidiocese de Évora, em Viana do Alentejo, a 14 de janeiro de 1965 que pela primeira uma missa foi concelebrada de acordo com as normas do conselho para a execução da reforma litúrgica. A celebração (na foto) foi presidida pelo padre Wenceslau de Almeida Gil (pároco de Viana) que festejava as bodas de prata sacerdotais. Concelebraram com ele 12 padres.

A primeira fase da reforma litúrgica decidida pelo II Concílio do Vaticano entrou em vigor a 07 de março de 1965 (primeiro domingo da Quaresma desse ano). Esta data foi fixada pelo Papa Paulo VI quando aprovou a instrução de 26 de setembro de 1964 preparada pelo conselho para a execução da reforma litúrgica de colaboração com a congregação dos ritos.

A concelebração em Viana do Alentejo foi autorizada pelo conselho litúrgico e “uma completa documentação fotográfica e cinematográfica de toda a ação litúrgica seguiu para Roma para estudo e arquivo” (In: Boletim de Informação Pastoral nº 37-38, página 51). O mesmo órgão de comunicação social revela que foi lhe foi enviado um “relato de toda a concelebração acompanhada de judicioso comentário crítico” que não é publicado “integralmente devido ao caracter de certo modo experimental” da celebração.

Ao fazer o balanço desta primeira fase, o Boletim de Informação Pastoral citado salienta que em Portugal esta fase teve uma “aceitação dócil e uma preparação fraca”. Ao fazer referência à leitura dos textos em vernáculo, 

 

 

 

 

 

a publicação conclui que de um “modo geral os leitores não leem bem”. Quando as leituras em feitas em latim, “as deficiências passavam mais ou menos despercebidas a quem ignorava aquela língua”. Após os primeiros tempos da reforma litúrgica “todas as deficiências de ritmo, entoação, expressão, agravadas pelas deficiências das próprias traduções, já não podem passar despercebidas”.

Além disso, “não se leem os textos 

 

litúrgicos como se lê alto qualquer texto. E a leitura duma epístola ou evangelho não se faz da mesma maneira que a de uma oração ou de um texto de uma antífona que em princípio devia ser cantada”. Há regras que “precisam de ser formuladas, aprendidas e respeitadas”. Neste domínio “pouco ou nada se fez entre nós”, lamenta-se no Boletim de Informação Pastoral nº 37-38, página 47.

 

 

Março 2015

Dia 27 de março

* Aveiro - Teatro Aveirense - Exibição do musical «Godspell»


* Braga – Barcelos - Sessão do ciclo de tertúlias do Colégio Teresiano de Braga com a presença de Walter Osswald.


* Bragança - Vila Boa de Ousilhão - Lançamento da obra «D. Manuel António Pires - história de vida de um missionário (1915-2015)» da autoria de Luis Vale.


* Beja - A Cáritas Diocesana de Beja, ao abrigo de um projeto de cooperação transfronteiriço, apresenta o projeto «Horta - Nova Esperança», que pretende dar competências a pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social.


* Lisboa – GRAAL - Tertúlia no «Terraço» sobre «A Arte Transforma?» com Lídia Jorge, Luís Filipe Rocha e Manuel San-Payo questionados por Isabel Allegro de Magalhães e promovida pelo Movimento GRAAL.

 

* Aveiro - Albergaria (Biblioteca Municipal) - Debate sobre «Religião e História» com a participação de Fernando Rosas e José Eduardo Franco


* Braga - Igreja do Hospital de São Marcos - Concerto «O esplendor da música sacra no barroco italiano» pela orquestra Sine Nomine e pelo Coro Polifónico da Lapa (Porto).


* Porto - Casa da Música (Sala Suggia) - Concerto «Missa Solemnis» de Beethoven pela Orquestra Sinfónica do Porto e Coro da Casa da Música


* Algarve - Vila Real de Santo António - Jornada Diocesana da Juventude (27 e 28)


* Évora - Colégio dos Salesianos - Dia diocesano da Juventude (27 e 28).


* Lisboa - tenda do Centro Cultural de Belém - A Associação Cultural Meeting Lisboa (ACML) promove o «Meeting Lisboa 2015» subordinado ao tema "Se a felicidade não existe, então o que é a vida?". (27 a 29)

 

 

 

 

 

Dia 28 março

* Aveiro – Albergaria - Celebração do Dia Diocesano da Juventude.


* Beja - Odemira (Igreja de São Salvador) - O segundo concerto do festival de música sacra «Terras Sem Sombra», promovido pela Diocese de Beja, destaca a “escola napolitana” com um espetáculo do maestro Davide Perez, oriundo do século XVIII.


* Porto - Casa de Vilar - Conferência sobre «A dimensão humana e social da Quaresma» pelo padre Lino Maia e promovida pelo Movimento de Educadores Católicos.


* Santarém – Seminário - Encontro diocesano de Catequistas


* Beja – Almodôvar - Dia diocesano da Juventude com o tema «Felizes os puros de coração porque verão a Deus»


* Braga - Igreja dos Congregados - Celebração do Dia da juventude.


* Algarve - Patacão (Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo) - O Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo abre as portas a quem quiser rezar pela paz.

 

 

* Aveiro - Gafanha da Encarnação (Largo da Igreja Matriz) - Encenação da Paixão de Cristo «Jesus, eis o Homem»


* Aveiro – Sé - Concerto «Ecce Homo» pela Escola de Artes da Bairrada. Do programa consta também o ‘Stabat Mater’, de Luís Cardoso, e ‘Requiem’, de Gabriel Fauré.


* Braga - Igreja de Santa Cruz - Exposição «Salve, Crux Sancta» integrada nas solenidades da Semana Santa de Braga


Dia 29 de março

* Porto - Santa Maria da Feira - Encenação da «Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém» pelo Grupo Gólgota, ligado aos Missionários Passionistas


* Coimbra - Ferreira do Zêzere (Dornes) - Via-Sacra em Dornes «Uma vela a Jesus».


* Açores - O Serviço Diocesano de Apoio à Pastoral Juvenil (SDAPJ), de Angra, lança o jornal «Juventude Açores 15», no contexto do Dia Mundial da Juventude.

 

 

 

 

 

 

 

 

A exposição «Memórias de Conventos Femininos de Évora» foi inaugurada hoje na igreja do Salvador, em Évora, e pode ser visitada até 15 de maio 2015.

Esta mostra centra-se em quatro conventos femininos, dos oito que existiam em Évora, em 1834, e acabaram por ser demolidos, total ou parcialmente, na sequência da extinção das Ordens Religiosas. É organizada pela Direção Regional de Cultura do Alentejo e Cabido da Sé de Évora.

 

A Irmandade de Nossa Senhora do Monte do Carmo organiza a Procissão do Triunfo, este domingo a partir das 16h00, pelas ruas de Tavira, começa na igreja do Carmo. Existem registos que dão conta que esta manifestação religiosa composta nove andores de talha dourada já se realizava em 1789, pela Ordem Carmelita da cidade de Tavira.

 

A Igreja Católica celebra no Domingo de Ramos 30 anos desde que o Papa São João Paulo II desafiou os jovens a viverem o Dia Mundial da Juventude.
«Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» é o título da mensagem do Papa Francisco.
Em Portugal, dioceses e movimentos mobilizam os jovens para encontros de reflexão, oração, convívio e partilha.

 

«Última Ceia, Getsémani e Sinédrio» vai ser apresentada pelo Grupo Gólgota, ligado aos Missionários Passionistas, que oferece originalidade e fidelidade nas diversas representações ao longo da Semana Santa.
A igreja Matriz de Santa Maria da Feira acolhe esta encenação no dia 1 de abril, a partir das 13h30.

 

 

 

 

 

 

 

 


POR OUTRAS PALAVRAS
 

Domingo de Ramos

 

 

Deus e os homens abraçados no mesmo amor do Filho: um amor feito de obediência ao Pai e de entrega sem limites, na dor e na solidão.

A Paixão é, por isso, ao mesmo tempo, amorosa obediência e sofrimento: o Filho que não volta o rosto à dor é o mesmo que olha nos olhos cada homem e o chama à vida.

Quem se entrega, total e gratuitamente, não fracassa. À quele que se humilhou, Deus o exaltou: «Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai».

 
João Aguiar Campos

 

 

 

 

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Podemos forçar alguém a crer em Deus?

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h18

Domingo, dia 29 - Madeira: percursos de santidade em 500 anos de história.

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 30 -Entrevista a frei Miguel de Castro Loureiro sobre a Terra Santa;

Terça- feira, dia 31 - Informação e entrevista a Ana Vieira sobre a Via-Sacra meditada pelas  famílias da Síria;
Quarta-feira, dia  01 - Informação e entrevista a frei Filipe Rodrigues, sobre a Semana Santa;
Quinta-feira, dia 02 - Informação e entrevista ao padre Nuno Ventura sobre o Ano da Vida Consagrada; 
Sexta-feira, dia 03 - Entrevista a D. António Couto sobre as narrativas das paixão de Cristo.

 

Antena 1

Domingo, dia 29 de março - 06h00 - Godspell: falar da fé em linguagem jovem.
 

Segunda a sexta-feira, 30 de março a 03 de abril - 22h45 - Quaresma: vivências da irmã Julieta Dias, do Sagrado Coração de Maria (30, 31 e 1), Testemunhos de consagrados sobre a importância de Quinta-feira Santa (dia 2) e Visita a doente, na paróquia do Campo Grande, Lisboa (dia 3)

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B - Domingo de Ramos
na Paixão do Senhor 

 
 
 
 
 
 
 
Contemplar a Cruz, olhar o irmão
 

O longo Evangelho deste Domingo de Ramos convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus. Na cruz, revela-se o amor de Deus, esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.

Quantas vezes a multidão estava perto de Jesus! Para O escutar, para beneficiar dos seus gestos, para cruzar o seu olhar, para aprender a rezar…

A mesma multidão estende os mantos ou os ramos à passagem de Jesus e grita: “Hossana! Bendito o que vem em nome do Senhor!”

Estava esta gente pronta a reconhecer como Rei aquele que teria como trono uma cruz e como coroa uma coroa de espinhos?

O seu grito era uma aclamação, alguns dias mais tarde o seu grito será uma condenação: “Crucifica-O!”

Chegou o tempo do silêncio que permite acolher o mistério, o mistério do Amor de Deus. Celebrar a paixão e morte de Jesus é abismar-se na contemplação desse amor.

Por amor, Jesus veio ao nosso encontro, assumiu os nossos limites e fragilidades, experimentou a fome, o sono, o cansaço, conheceu as tentações, experimentou a angústia e o pavor diante da morte; e, estendido no chão, esmagado contra a terra, atraiçoado, abandonado, incompreendido, continuou a amar.

Desse amor resultou vida plena, que Ele quis repartir connosco “até ao fim dos tempos”: esta é a mais espantosa história de amor que é possível contar, a boa notícia que enche de alegria o coração dos crentes.

Contemplar a cruz significa assumir a mesma atitude 

 

 

 

 

 

que Jesus assumiu e solidarizar-se com aqueles que são crucificados neste mundo: os que sofrem violência, os explorados e excluídos, os que são privados de direitos e de dignidade.

Olhar a cruz de Jesus significa denunciar tudo o que gera ódio, divisão, medo, em termos de estruturas, valores, práticas, ideologias; significa evitar que os homens continuem a crucificar outros homens; significa aprender com Jesus a entregar a vida por amor. Viver deste modo pode conduzir à morte, mas o cristão sabe que amar como Jesus é viver a partir de uma dinâmica que a morte não pode vencer: o amor gera vida nova e introduz na nossa 

 
carne os dinamismos da ressurreição.

Que esta semana seja “santa”. Na vida trepidante que levamos, procuremos reservar na nossa agenda alguns encontros precisos que desejamos ter com o Senhor: em cada dia, viver com Ele um momento de oração, de meditação, de adoração; fixar as celebrações nas quais poderemos participar; prever serviços a prestar, visitas a fazer... Que a semana seja “santa” nos momentos quotidianos de encontro com Jesus Cristo, sempre a contemplar a Cruz e a olhar o irmão.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.pt

 

Papa apela à oração
pelo próximo Sínodo sobre a Família

O Papa apelou às comunidades católicas de todo o mundo, na audiência geral desta quarta-feira, para que rezem pelo sucesso da segunda assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Família, que vai decorrer em outubro deste ano.

“Por favor não se esqueçam da vossa oração. Toda a Igreja, Papa, cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos, todos somos chamados a rezar pelo Sínodo”, exortou Francisco durante o encontro com os peregrinos, na Praça de São Pedro.

Num dia em que a Igreja Católica celebrava a festa da Anunciação, evento que deu “início ao Mistério da Encarnação” de Cristo “não só no ventre de sua mãe” Maria, “mas no seio de uma verdadeira família”, o Papa argentino lembrou todas as famílias que precisam de apoio e intercessão.

Pais, mães, filhos e filhas, avós e netos, todas as pessoas que na sua casa se encontram “aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor”.

 
Francisco espera que a Igreja Católica, “sustentada e animada pela graça de Deus”, por intermédio da oração de todos, “possa empenhar-se ainda mais, e de forma mais unida, no testemunho da verdade do amor de Deus e da sua misericórdia por todas as famílias do mundo, sem exceção”.

Isto porque, recordou, “a ligação entre a Igreja e a Família”, como ficou expressa na Família de Nazaré, de Jesus, Maria e José, esse laço é “sagrado e inviolável”.

“A Igreja como mãe, nunca irá abandonar as famílias, mesmo as que caiam no pecado ou se afastem da fé. Ela sempre fará tudo para as curar, as guardar, as convidar à conversão e à reconciliação com Deus”, frisou o Papa.

Num encontro com milhares de peregrinos, marcado pela chuva, o Papa argentino recordou também os 20 anos da encíclica “Evangelho da Vida”, publicada por João Paulo II a 25 de março de 1995.

Um documento onde, sublinhou Francisco, “a família ocupa um lugar central enquanto âmago da vida 

 

 

 

 

 

 

humana”.

“As palavras do meu venerado antecessor [São João Paulo II] recordam que cada casal humano é, desde o início, uma união abençoada por Deus a fim de formar uma comunidade de amor e de vida, e de abraçar a missão da procriação”, salientou.

O Papa Francisco concluiu a sua 

 

reflexão acerca desta temática reforçando o convite a todas as pessoas, “mesmo as mais afastadas da oração”, para que intercedam “com amor pela família e pela vida”.

“Que nesta jornada de oração todos saibam alegrar-se com quem está alegre e sofrer com aqueles que sofrem”, complementou.

 

 

Ser carmelita

O padre Armindo Vaz, da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços, explicou que seguiu o caminho da vida consagrada e sacerdócio por circunstâncias um “pouco fortuitas”, num verão quente de 1955.

“Um padre carmelita foi à minha aldeia a perguntar se havia alguém que queria ir para o seminário. O meu pai foi interpelado pelo pároco e assim rapidamente como na eleição do Rei David para a Eleição do Povo de Israel, também fui agarrado um bocadinho pelos cabelos para ir para o seminário”, recordou à Agência ECCLESIA.

Este sábado, dia 28 de março, a Igreja, e em concreto a família carmelita e teresiana, celebra o V centenário de nascimento de Santa Teresa de Jesus.

Para o padre Armindo Vaz a herança mais rica que a fundadora da ordem, também conhecida 

 

 como Teresa de Ávila, deixou foi o “conjunto dos seus escritos” e destaca três livros, “O livro da vida”; “O caminho da perfeição” e “as moradas do castelo interior”.

“São de riqueza humana e espiritual que não tem comparação com obras de outros fundadores de congregações ou ordens religiosas”, afirmou.

O sacerdote carmelita destaca ainda que a mística espanhola foi “uma grande mulher” do ponto de vista religioso, cultural e profundamente humana.

“Humana para com todas as pessoas que sentiam-se bem por contactar com ela. Lidava tanto com as pessoas mais simples, como as suas irmãs religiosas mas também com o Rei D. Filipe II, a grande nobreza e a fina flor da sociedade”, desenvolve o padre Armindo Vaz.

 

 

 

 

 

 

 

Cajado de Santa Teresa de Ávila
em Portugal

Está a decorrer em Portugal o “Caminho de Luz”, integrado nas celebrações do V centenário do nascimento de Santa Teresa de Ávila, que consiste na possibilidade de ver o cajado que a acompanhou na fundação de 17 conventos em Espanha, 15 femininos e dois masculinos, está a percorrer alguns locais de Portugal como sinal

Para o provincial da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços, padre Joaquim Teixeira, o “caminho de luz tem o objetivo de apresentar à Igreja e ao mundo Santa Teresa de Jesus como “mestra de luz”.

“A sua experiência intensa de Deus, os seus ensinamentos, os seus escritos são também uma luz para os nossos dias”, começou por explicar o padre Joaquim Teixeira sobre “uma mulher que ensina os mestres espirituais”, afirmou o carmelita. O padre Joaquim Teixeira observa que o símbolo do cajado faz com que as pessoas possam “tocar alguma coisa” porque às vezes a fé “precisa destas expressões mais visíveis, mais encarnadas”.

 

 

 

A viagem nacional do ‘Caminho de Luz’ começou no último domingo na Basílica da Estrela, em Lisboa, vai estar em Fátima, Porto, Braga e Santo Tirso.

Para o padre Joaquim Teixeira esta passagem por Portugal tem um significado “muito rico” porque Santa Teresa de Jesus “desejou imenso” vir a Portugal fazer uma fundação.

“Teresa de Jesus teve uma relação de profunda amizade e correspondência epistolar com o arcebispo de Évora, D. Teotónio de Bragança. Houve grande amizade e deu-lhe apoio para que a reforma teresiana fosse implementada em Portugal”, relembrou o sacerdote.

 
 
 
 

 

 

Teresa de Ávila ajuda a fazer
da mística um «tema de rua»

Eugénia Magalhães considera que a celebração do V centenário de nascimento de Santa Teresa de Ávila, este sábado, é uma oportunidade para descobrir uma “mulher inconformada” e fazer da mística “um tema de rua”.

Doutoranda em História e Cultura das Religiões, Eugénia Magalhães investiga percursos e textos da mística e afirma a necessidade de “mostrar” os místicos para não serem esquecidos nem tomados como “algo estranho”.

“O meu projeto de vida é tornar a mística um tema de rua, um tema de paróquia, um tema da teologia, do nosso dia-a-dia, de amigos no café e não algo estranho e misterioso com o qual não temos nada a ver”, referiu Eugénia Magalhães.

Para a investigadora é fundamental ler os textos místicos, mesmo que “só um bocadinho”, para contactar com a atualidade do que escreveram e perceber que está relacionado com o quotidiano.

"A mística empurra-nos inevitavelmente para sermos  

 

inconformados com o que vivemos no dia-a-dia. Porque a mística é um discurso terrivelmente transparente e profundo”, referiu.

Eugénia Magalhães considera que as grandes figuras da história são as que “fazem uma grande reflexão sobre si próprias e sobre aquilo que as rodeia”.

“Não podemos dizer ‘eu acredito’ sem fazermos uma reflexão sobre nós próprios e o mundo que nos rodeia”, sublinhou, acrescentando que esse foi o grande legado de Teresa de Ávila.

“É uma mulher muito inconformada com o seu tempo. De uma grande fidelidade à Igreja, grande amor a Cristo e olha à sua volta e pensa no que tem de fazer”, afirmou Eugénia Magalhães.

Para a investigadora, a mística de Ávila viveu “tempos difíceis” e, diante de “algo que parecia estável”, resolve “descalçar-se e pôr-se a caminho”, porque “percebeu que o conformismo não leva a lado nenhum”.

Eugénia Magalhães, que estuda os místicos na investigação académica 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

para o doutoramento, considera Santa Teresa de Ávila uma mulher de ação, que a leva “às raízes do Evangelho” para “começar tudo de novo”, o que resultou na fundação de 17 conventos.

 

 

 

 
Santa Teresa de Ávila nasceu a 28 de março de 1515 e o V centenário de nascimento está a ser assinalado pelas congregações teresianas e carmelitas.

 

 

 

A difícil tarefa da reconciliação
na República Centro-Africana

Guerra a preço de saldo

No país onde uma granada custa menos do que uma lata de coca-cola, a paz continua ameaçada por bandos rivais que se escondem atrás de um falso conflito religioso. O país está a saque, as pessoas em fuga, as igrejas cheias de refugiados. Só a reconciliação pode trazer a esperança do fim da guerra. Deste país em lágrimas chegam-nos pedidos de ajuda.

 

República Centro-Africana. Em Março de 2013, o presidente François Bozizé, um cristão, foi afastado do poder por uma milícia predominantemente muçulmana: os Séléka. Desde então, começaram a surgir bandos armados, os anti-Balaka, que a Igreja tem denunciado como sendo “ladrões que estão a lucrar com a revolta contra os muçulmanos. Para as populações, pouco importa quem segura os machados sedentos de sangue ou arrasa casas, igrejas, mesquitas, deixando um rasto de loucura e destruição. Desde o início dos tumultos, milhares de pessoas já perderam a vida e há mais de 1 

 

milhão de refugiados. O caos está instalado. Só na capital, Bangui, pelo menos 30 mil pessoas vivem em condições miseráveis no aeroporto, em igrejas e mesquitas. O arcebispo, D. Dieudonné Nzapalaiga, confessou à Fundação AIS o seu desespero. “No seminário estão 8 mil pessoas, nos carmelitas, umas 4 mil… Vivem em condições terríveis, estão traumatizados e cheios de medo. As suas casas foram destruídas e ninguém tem trabalho…”

Armas a preço de saldo

Mas de onde vêm as armas que têm sequestrado este país? As granadas são da China e da Bulgária. Os morteiros do Sudão. Os foguetes do Irão. As balas do Reino Unido e Bélgica. Espanha e Camarões fornecem os cartuchos para as espingardas. As granadas podem ser compradas a 50 cêntimos, menos do que o preço de uma garrafa de coca-cola no mercado…

Quando as armas estão assim, a preço de saldo, a paz tem um custo elevadíssimo. Diz o bispo: “enquanto as armas continuaram escondidas, 

 

 

 

 

não será possível cortar com este ciclo vicioso de violência. A solução está apenas no diálogo”.

O Arcebispo de Bangui não se refugia em palavras. Há dias, visitou na cadeia um dos líderes das milícias anti-balaka. “Deus odeia o pecado mas ama o pecador”, disse então. Foi assim, cheio de misericórdia, que entrou na cadeia e escutou, durante horas, um dos responsáveis pela onda de violência que paralisou o país. Antes de sair da cela, ele virou-se para o arcebispo e confessou: “até agora ninguém tinha vindo visitar-me”.

 
Para D. Dieudonné Nzapalainga não se pode desistir da esperança. “Como bispo, sou uma sentinela que se ocupa do seu rebanho – o povo de Deus – e procura infundir-lhe esperança. Mas o povo de Deus é composto por todos os homens, não apenas pelos cristãos”.

A República Centro-Africana está a viver um enorme pesadelo. Falta tudo mas, para este prelado, a maior ajuda que podemos dar é “espiritual”. “Rezem por nós, isso é o mais importante”.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

 

30 anos de uma cascata de Luz
e de Esperança

O slogan “Luz de Cristo no coração da Igreja” atrai o meu olhar.

Somos testemunhas de quanto essa luz brilhou com S. João Paulo II e de como essa luz brilhou nas novas gerações.

A uma distância de 30 anos do I Encontro do Papa com os jovens na diocese de Roma, no Domingo de Ramos, percebemos que ali encontramos o núcleo original do projeto pastoral das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ). Um sonho profético de João Paulo II, um impulso vital para que, neste novo milénio, a Igreja se descubra e se cerque de juventude, e seja pleno de Esperança e da Alegria do entusiasmo da Fé.

Vós sois o futuro do mundo, a esperança da Igreja! Vós sois a minha Esperança” disse aos jovens logo em 22 de outubro de 1978, nas palavras com que iniciou o seu pontificado.

 

A beleza da Fé, a Alegria de ser Cristão, a descoberta da vocação... fervilham neste “Laboratório de Fé” em que se tornaram as JMJ.

 
As JMJ não são apenas números, mas são expressão de uma Igreja jovem convocada por Cristo, principio de unidade, um ícone de Igreja universal. São os jovens que melhor vivem a fé em diáspora, no contexto de uma sociedade que relega a religião para o âmbito estritamente privado. O Papa  sabia que a Fé (sobretudo a dos jovens) tem necessidade de fazer uma experiência concreta de comunidade e de comunhão, e isto é ser igreja. Os jovens precisam de saber que não caminham sós na experiência de acreditar.

Celebrar o Dia Diocesano da Juventude é pois dar continuidade a uma história que continua hoje, com novos protagonistas, onde o Mistério é a realidade que vem ao nosso encontro, que se nos revela, pois é Deus que toma a iniciativa de se revelar.

 

Se com João Paulo II e nestes 30 anos fomos convidados a descobrir o Amor, a Alegria que brota do Evangelho, bem como com Bento XVI a afirmar a nossa fé, concretamente este ano, já em 

 

 

 

 

 

peregrinação espiritual para Cracóvia, o Papa Francisco escancara o forte apelo de Jesus para nos lançarmos, com coragem, na aventura da busca da felicidade…

Propõe como guia para o caminho as Bem-aventuranças. No ano passado, refletimos sobre a Bem-aventurança dos pobres em espírito, este ano refletimos sobre a sexta Bem-aventurança: «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8), para no próximo ano refletirmos sobre a Misericórdia.

 
Como nos recordava D. Rino Fisichella, “é a verdade sobre Deus e é a verdade que Deus quis fazer conhecer. A misericórdia é a palavra síntese do Evangelho. A misericórdia é o rosto de Jesus; é aquele rosto que nós conhecemos, quando se encontra com todos, quando cura os doentes, quando se senta à mesa com os pecadores públicos e sobretudo quando o pregam na cruz e perdoa: ali encontramos o rosto da misericórdia divina”.
 

 

Ares do campo

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Nasci, cresci e volto à aldeia sempre que posso. Lá estão as minhas raízes, as gentes da minha infância, a Igreja onde fui batizado, a Capela onde celebrei vezes sem fim, o campo de cultivo onde fui ordenado Padre, os campos onde trabalhei, os rios onde tomei banho... Aí me sinto sempre em casa.

A minha família é de agricultores, quer do lado do pai, quer do lado da mãe. Na minha casa sempre houve gado e foi dos campos que tiramos o pão de cada dia e condições mínimas para todos estudarmos.

Os tempos passaram e a agricultura deixou de dar condições para uma família sobreviver. Mantemos os campos, mas são os salários dos meus irmãos quem aguenta as despesas que são maiores que os rendimentos. Resta-nos a alegria de ver que os campos estão cultivados, que as galinhas, os coelhos e os cordeiros que comemos são da nossa quinta, que as alfaces, batatas, cebolas, couves, laranjas, tangerinas, maçãs, peras, ameixas e uvas chegam á nossa mesa idos diretamente dos nossos campos e pomar. É a única alegria que nos resta, mas sai cara aos meus irmãos.

Hoje, a agricultura que permite viver exige grandes espaços e muitos investimentos, havendo garantia, à partida, de que o mercado vai absorver os produtos da colheita. Sim, esse é talvez o maior problema dos agricultores. São muitos os produtos que vão apodrecer no campo ou nos armazéns, pois ninguém compra ou só aparecem as grandes superfícies a oferecer uma ninharia pelas colheitas, ainda com a desvantagem de só pagar uns meses 

 

 

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

depois. Em muitos casos, o agricultor paga mais para produzir que o dinheiro que lhe prometem pagar no fim de tanto investimento e canseira.

Não tenho soluções para a agricultura. É verdade que é necessária criatividade na escolha dos produtos a cultivar e na busca de mercados que os absorvam. Mas há decisões, a este nível, que só podem ser tomadas pelos governos, quer para apoiar a  

 

produção, quer para regulamentar os mercados. Enquanto tal não acontecer, o país vai continuar a mostrar a quem passa campos abandonados, florestas queimadas e o povo a abandonar o mundo rural para se refugiar nas cidades que pouco ou nada têm a oferecer de bom a quem chega fugido dos campos.

É tão bom viver no campo. Há que criar condições para que as pessoas ali vivam com dignidade.

 

 

 

 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

 

 

 

 

#tudoaocontrario

Seis mil novos casos de traumatismos cranianos por ano em Portugal

De 22 a 29 deste mês, a Novamente terá a decorrer uma acção de sensibilização e angariação de fundos, desafiando figuras públicas, associados e familiares a inverterem peças de roupa e fotografias nas redes sociais, colocando o astag #tudoaocontrario para que tudo culmine no facebook e site tudoaocontrario.com

 

Existem 200 mil casos de traumatismo craniano em Portugal, metade dos quais são de vítimas de acidentes rodoviários. O traumatismo crânio-encefálico (TCE) é a maior causa de morte e incapacidade em jovens adultos de todo o mundo, sendo considerado como a epidemia silenciosa pela Organização Mundial de Saúde. A Associação Novamente aposta na sensibilização para uma melhor compreensão destes casos, pois um dos maiores danos que o TCE causa é a reintegração na vida social e ativa.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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