04 - Editorial:

   João Aguiar Campos

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

    José Luís Gonçalves

    DNPJ

24 - Semana de..

   Sónia Neves

26 - Dossier

    Assembleia Plenária da CEP
     D. Jorge Carlos Patrón Wong

 

 


 

 

56 - Multimédia

58 - Estante

60 -  Vaticano II

62 -  Agenda

64 - Por estes dias

66 - Por outras palavras

67 - YouCat

68 - Programação Religiosa

69 - Minuto Positivo

70 - Liturgia

72 - Ano da Vida Consagrada

76 - Família

78 - Fundação AIS

80 - Lusofonias

Foto da capa: Agência ECCLESIA

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
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Opinião

 

 

 

 

Bispos em Assembleia Plenária

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Vocação, profissão e Igreja

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De Setúbal ao Vaticano

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D. Jorge Carlos Patrón | José Luís Gonçalves | Sónia Neves | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves

 

Desfocados

  João Aguiar Campos   
  Secretariado Nacional   

  das comunicações    

   Sociais   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Julgo que a maioria dos que me lêem ainda se recorda do "velho" método de fotografar. Pode mesmo dar-se o caso de conservar a câmara analógica, como forma de agradecer a eternização de importantes momentos e manifestações de afecto. Lembra-se também, por certo, do cuidado posto em cada fotografia e do exigente critério que antecedia cada flash: “Vale a pena gastar rolo?"; "Ponham-se lá direitos, que eu vou contar até três!"; "A Fernanda mexeu-se e lá está estragada mais uma...".

Quando se tratava de mudar o rolo, havia mil cuidados; na hora de passar pela revelação, o suspense era mais que muito: quantas fotos teriam ficado realmente bem?.. O desgosto era mais que muito quando se recebia o relatório oral das tremidas, das desfocadas, das queimadas ou das escuras…A ponto de estarmos dispostos a pagar mais alguma coisa, se nos apresentavam a eventualidade de arriscar uma revelação melhorada.

Veio o digital e aliviou-nos. Mas tanto, que nos descuidou, permitindo banalizar o gesto de fotografar esquecendo a arte de escrever com luz.

Hoje aponta-se a câmara ou o telemóvel a (quase) tudo o que mexe ou atrai a esquina do olhar. De facto, de imediato se pode apagar, repetir, corrigir. O cartão de memória facilmente se descarrega para uma pasta qualquer, onde a qualidade e o lixo esperam, iguais em dignidade!, o tempo de uma criteriosa selecção -- que até pode nem ser feita, 

 

 

 

 

porque alguns apenas dão à mania chinesa/japonesa da multiplicação. Fotografar parece ser até uma forma de preguiça que nos deixa passar levianamente por sítios ou pessoas, a rever no sofá, quando houver tempo. A democratização da fotografia redundou, assim, na banalização e descuido: fotografamos sem exigência nem foco!...

Importa, entretanto, admitir que esta banalidade do olhar não está simplesmente na facilidade da câmara: entrou e mora em nós.

Hoje estamos, importa admiti-lo, demasiadas vezes desfocados do essencial. Perseguidores de instantes, parecemos incapazes da arte de saborear, compreender e explicar. Instalamo-nos confortavelmente na facilidade do “delete”, que não implica custos nem deixa remorsos. “Partimos para outra”, como sói dizer-se – vivendo constantemente mais à frente que o hoje!...

Na política, por exemplo, os problemas adiam-se para as eleições que se avizinham -- ao mesmo tempo que estas se descuidam, de imediato, em nome das que hão-de vir. As 

 

reuniões improvisam-se e multiplicam-se, porque não assentam debates nem acentuam o que é determinante resolver, ocupando-se a abanar rama das coisas. Nas conversas da família, o sabor da presença é silenciado pela incomunicação, ou azedado pelas discordâncias do que pode vir a ser. Até na Igreja, quando falta beber o sumo de um concílio de há 50 anos, queremos já outro...que outros deixarão, porventura, incumprido.

Mas voltemos à fotografia, como metáfora: estamos, diariamente, a abusar da facilidade. O coração e o pensamento parecem alheios ao registo. Depois, espantamo-nos com as surpresas. Estamos superficiais e desfocados!...

Atraídos pelo desejo de consenso, descuramos o debate e parecemos ignorar que o acordo por omissão não é habilidade mas, na maioria das vezes, debilidade.

 

Eu creio profundamente na bondade e na misericórdia. Mas gosto de as ver servidas por uma voz que, na turma em desordem nas últimas filas, não se limite a um pedido discreto aos silenciosos alunos da frente: «Vá lá, meninos, portem-se bem!»

 

 

 

 

 

 

Nigerianas com velas durante uma vigília no 1.º aniversário do rapto de centenas de meninas em Abuja, às mãos do grupo islâmico ‘Boko Haram’  © Lusa  

 

 

 

"Portugal é dos países de toda a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) em que os trabalhadores mais suportam com impostos e com contribuições para a Segurança Social os custos de funcionamento do Estado. Perante esta realidade qual é a prioridade do primeiro-ministro? É preocupar-se com os baixos salários ou com a tributação dos trabalhadores? Não, é preocupar-se com os custos de trabalho como se fosse o grande problema"

António Costa, líder do PS, 14.04.2015, Sobral de Monte Agraço

 

“A Mesquita Central de Lisboa é uma mesquita aberta para todos, não há influência direta nem indireta de qualquer ideologia ou de qualquer escola de interpretação do Islão ou de qualquer tipo que não seja islâmico. A mesquita é de todos”.

Xeque David Munir em entrevista à Renascença, 14.04.2015, Lisboa

 

"A redução da Taxa Social Única [para as empresas] é uma medida para construir em concertação social e diálogo social, para criar condições, para criar mais emprego"

Marco António Costa, vice-presidente do PSD, 14.04.2015, Lisboa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Enquanto não regularmos esta atividade a nível europeu não estaremos em condições de garantir aos cidadãos que as decisões dos responsáveis públicos são tomadas em função do interesse público e não de interesses privados de grupos de pressão poderosos e bem organizados"

João Paulo Batalha, diretor-executivo do Transparência e Integridade/Associação Cívica, em entrevista à Renascença sobre a regulação do ‘lobby’, 14.04.2015

 

 

“O progresso do País, no presente e no futuro, resultará muito da articulação entre a educação, a investigação e a inovação, de modo a que a criação de riqueza seja estimulada, ao mesmo tempo que se difunde o saber, se reforçam as competências e se promove a inclusão social”

Aníbal Cavaco Silva, presidente da República Portuguesa, na cerimónia de condecoração da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e de personalidades do Ensino Superior, 14.04.2015, Lisboa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Peregrinação de Setúbal ao Vaticano sensibiliza para cuidados primários
no Dia Mundial da Voz

Dois laringectomizados partiram hoje de Setúbal numa peregrinação de sensibilização para os cuidados a ter com a voz, no seu dia mundial, um percurso de mais de 2800 quilómetros até à Praça de São Pedro (Vaticano).

“[Para a viagem] enormes expetativas de sermos recebidos pelo Papa, é esta a nossa grande esperança”, explicou o único ciclista laringectomizado do grupo de seis pessoas.

Esta iniciativa pretende “dar força a todos os doentes oncológicos”, principalmente aos laringectomizados, revela Manuel Fernandes Santos, acrescentando que escolheram como início da viagem/peregrinação o Dia Mundial da Voz “para que ficasse gravado em todas as pessoas”.

‘Dar Voz à Esperança – Por Caminhos Nunca Antes Pedalados’ começou hoje em Setúbal e vai passar pelos santuários marianos de Fátima e de Lourdes (França), uma ideia do Movimento de Apoio a Laringectomizados, fundado em 1992, da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). 

 

“É um associar de uma peregrinação da fé e do alertar a população pelos locais que vão passando para a prevenção primária. A LPCC não é uma instituição católica, apoiamos todos os doentes e não íamos deixar de apoiar uma peregrinação”, comentou a responsável pelo voluntariado do núcleo regional do sul da Liga

Sofia Cabrita destacou os “quilómetros de coragem e a mensagem de esperança” a quem sofre e sofreu por ser laringectomizado, e contextualizou que em Setúbal são “mais de 250 registados”.

A população portuguesa “está mais sensibilizada” para as doenças oncológicas mas ainda aparecem “cerca de 50 mil novos casos de cancro por ano e cerca de 25 mil são mortais”, exemplificou.

Pedro Maciel, o motorista do carro de apoio aos ciclistas, assinala que “normalmente” as pessoas atingidas por este problema “eram muito comunicadoras, esforçaram muito a voz, para além do tabagismo, álcool”. 

 

 
 

 

 

 

Laringectomizado desde há cinco anos destaca da adaptação, “nos primeiros anos”, o “grande problema” de nunca mais ouvir a sua voz, rir como antigamente ou o facto de respirar pelo aparelho que o ajuda a falar que “é sempre outra grande dificuldade”.

“Nunca mais podemos mergulhar, tomar banho é uma grande dificuldade, é um risco mortal quase todos os dias. São dificuldades que gostaríamos de sensibilizar as pessoas mas não deixar de ter esperança”, desenvolveu.

Segundo Pedro Maciel que estava a experimentar um kit novo “falar sem mãos é perfeitamente espetacular”. 

 

“A atenção e investimento científico não são prioritários. Nos últimos cincos anos com os instrumentos que me vão colocando tenho sentido que a minha qualidade de vida tem melhorado bastante”.

O condutor do carro de apoio confessou a esperança de ser recebido pelo Papa Francisco que tem sido “muito evangelizador, pacificador e agregador”.

Filomena Gonçalves, terapeuta da fala da LPCC, destacou a “mensagem positiva” desta iniciativa e apelou para os cuidados que se devem ter, como “cuidar, hidratar, fazer repouso vocal”.

 

 

«Marketing cultural» vai angariar fundos para restauro da igreja de São Cristóvão

A igreja de São Cristóvão acolheu a apresentação de um projeto de divulgação que pretende sensibilizar e captar fundos para a sua recuperação, depois ser um dos projetos vencedores do Orçamento Participativo de Lisboa. “Ganhamos 75 mil euros que não podemos aplicar em restauro, mas que vamos aplicar em marketing cultural de forma que as pessoas sejam atraídas à igreja, que possam conhecer o património”, explicou o padre Edgar Clara à Agência ECCLESIA.

O pároco da igreja de São Cristóvão, no bairro histórico da Mouraria, observa que o património que não é conhecido “começa a degradar-se” e não há ninguém que queira ajudar “porque não conhece”.

Esta igreja data de 1680 e, do seu património destacam-se, por exemplo, 34 telas de Bento Coelho da Silveira, do século XVII, talha dourada, alfaias litúrgicas e paramentos.

O sacerdote alerta que é “absolutamente fundamental” o seu restauro e revela que desde há cinco anos procura “todo o tipo de concursos, projetos” para obter 

 

 

 

fundos até que venceu a edição 2014 do Orçamento Participativo de Lisboa.

O projeto «Arte por São Cristóvão» vai divulgar e promover a Igreja e o seu espólio através de iniciativas que começam este sábado. “Vou começar na igreja de Nossa Senhora da Saúde e termina na igreja de São Cristóvão”, informa o padre Edgar Clara, o cicerone da primeira visita guiada; depois, semanalmente as visitas são orientadas por técnicos profissionais.

 

Dos eventos que terminam no primeiro trimestre de 2016 contam-se arraias com sardinha e fado, às sextas-feiras, “durante as festas da cidade”, no próximo mês de junho.

 

 

 

 

Mensagem cristã e Fátima
na final do «Got Talent Portugal»

O grupo “Jovem Levanta-te” da Quinta da Princesa, Paróquia da Amora, terminou a sua participação na final do programa “Got Talent Portugal” com a sensação de “missão cumprida” e empenhado em continuar a “tocar corações e a evangelizar”. Em entrevista concedida à Agência ECCLESIA, Lucivânia Oliveira, uma das mentoras do grupo católico, que através do “teatro de luz negra” levou a mensagem cristã à RTP, dá conta que já estão previstas várias atuações, entre as quais no “Fátima Jovem” deste ano.

“Temos a agenda cheia até setembro, vamos estar no Fátima Jovem, na peregrinação deste ano dos jovens ao Santuário, entre 2 e 3 de maio, e também em Ovar, Espinho, Porto e Algarve”, adiantou a jovem.

Criado em 2008 na Amora, num contexto geográfico com vários bairros sociais, o grupo “Jovem Levanta-te” procura, através da religião, do teatro, da dança e do diálogo, ajudar crianças e jovens a acederem a uma experiência de vida mais positiva.

Sobre a ida ao “Got Talent Portugal”, Lucivânia Oliveira destaca o “privilégio de poder falar de Jesus” em horário nobre, algo que por si só já significou uma vitória.

 

 

“Foi uma sensação única, independentemente de termos ganho a final ou não, a glória é de Deus. Ele manda-nos de porta em porta evangelizar, como diz o Evangelho, de bolsos vazios, não levem nada, e no palco nós já nos sentimos vencedores”, salientou.

Este domingo na final do programa da RTP, o grupo apostou numa atuação com referências a Maria, ao terço e ao Santuário de Fátima, acompanhada da música “Amor da Portugal”, de Dulce Pontes.

Os símbolos cristãos levados para o palco, explicou Lucivânia Oliveira, tiveram como inspiração “a música de Dulce Pontes, muito bonita, a fazer lembrar o “património de Portugal, Fátima, o altar de Portugal, a Mãe do Mundo”. 

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Padre Joaquim Carreira distinguido com medalha e certificado de honra
«Justo entre as Nações»

 

 

 

Lamego: Bispo pede «saúde de proximidade» em diocese afetada pelo envelhecimento e migração

 

Rosto de Misericórdia para toda a Igreja

O Papa apresentou a bula ‘Misericordiæ Vultus’ (Rosto de Misericórdia) que é composta por 25 números e deseja que cada um viva a Misericórdia e se deixe surpreender por Deus. “Misericórdia não é uma palavra abstrata, mas uma forma para reconhecer, contemplar e servir”, explica Francisco.

O desejo do Papa é que este ano seja uma oportunidade para "viver a cada dia a misericórdia” e que sirva para chegar às "periferias" onde se encontram os mais fracos e desprotegidos. “Neste Ano Santo, poderemos fazer a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática. Quantas situações de precariedade e sofrimento presentes no mundo atual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos", alerta.

Francisco recuperou o ensinamento de São João XXIII, que falou do "remédio da misericórdia" e Paulo VI,

 

 que identificou a espiritualidade do Vaticano II como Samaritano. "A trave mestra que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo", sustenta.

O “Rosto de Misericórdia” também explica alguns destaques do Jubileu: primeiro o lema "misericordioso como o Pai", depois o convite a uma peregrinação e, especialmente, a necessidade de perdão.

O Papa dá destaque no número 15 à redescoberta das Obras de Misericórdia Espiritual e Corporal “para despertar a nossa consciência, muitas vezes apática perante o drama da pobreza, e para entrar mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina”.

Outro ponto forte do documento é o número 19 em que Francisco apela contra a violência organizada e contra os promotores ou cúmplices 

 

 

 

 

da corrupção.

A apresentação da bula, este sábado, marcou a convocação do Ano Santo que inicia a oito de dezembro, solenidade de Maria: “para não deixar a humanidade sozinha à mercê do mal” e coincide com o 50.º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, a que a Igreja “sente a necessidade de manter vivo”.

 

O seu encerramento acontece "na solenidade litúrgica de Cristo Rei, a 20 de novembro de 2016”.

A Porta Santa da Basílica de São Pedro será aberta pelo Papa a 8 de dezembro e no domingo seguinte o gesto simbólico vai repetir-se em todas as igrejas do mundo, às quais Francisco tenciona enviar 'missionários da misericórdia".

 

 

Porta-voz do Vaticano
afasta polémica com governo turco

O porta-voz do Vaticano disse que o Papa quer evitar qualquer “polémica” com a Turquia, após as críticas dos governantes deste país por Francisco ter falado num “genocídio arménio”. “Registamos as reações turcas, mas não julgamos necessário fazer disso uma polémica”, referiu o padre Federico Lombardi, após ter sido questionado, em conferência de imprensa, sobre as declarações do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que “condenou” a posição do Papa.

Segundo o porta-voz do Vaticano, Francisco tinha a intenção de promover o “diálogo” e a “reflexão” em relação a estes acontecimentos históricos. O Papa presidiu este domingo a uma Missa pelo centenário do ‘martírio’ (Metz Yeghern) arménio, na Basílica de São Pedro, antes da qual dirigiu uma saudação aos participantes em que citava uma declaração assinada por João Paulo II em 2001.

“No século passado, a nossa humanidade viveu três grandes e inauditas tragédias: a primeira, que geralmente é considerada como ‘o primeiro genocídio do século XX’ 

 

(João Paulo II e Karekin II, Declaração Conjunta, Etchmiadzin, 27 de Setembro de 2001), atingiu o vosso povo arménio – a primeira nação cristã – juntamente com os sírios católicos e ortodoxos, os assírios, os caldeus e os gregos”, disse.

O presidente da Turquia condenou esta terça-feira a intervenção de Francisco sobre o tema "advertiu" o Papa "para não repetir esse erro".

Segundo a Arménia, 1,5 milhões de pessoas foram perseguidas e mortas, enquanto para a Turquia o número de arménios mortos não supera os 500 mil, nos combates que se sucederam ao levantamento das populações arménias contra os otomanos.

O padre Federico Lombardi entende que a intervenção do Papa “deu um forte impulso para a reflexão”.

 

 

 

Papa critica «ideologia do género»

O Papa Francisco criticou a “ideologia do género”, numa catequese dedicada à importância da diferença entre homem e mulher na definição da família e do matrimónio. “Questiono-me, por exemplo, se a chamada teoria do género não é também uma expressão de frustração e de resignação, que procura eliminar a diferença sexual porque não já sabe confrontar-se com ela”, referiu, durante a audiência pública semanal que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

Numa reflexão sobre a importância do matrimónio, Francisco observou que a cultura moderna trouxe “novos espaços, novas liberdades” para a compreensão da diferença homem-mulher, mas também “muitas dúvidas e muito ceticismo”. “Corremos o risco de dar um passo atrás. A remoção da diferença, de facto, é o problema, não a solução: para resolver o problema

 

 das relações, o homem e a mulher devem, pelo contrário, falar mais”, recomendou. O Papa sustentou que, com “respeito” e “amizade”, é possível projetar o casamento “para toda a vida”, uma realidade que é mais do que religiosa e que deve envolver também os “intelectuais”, em favor “de uma sociedade mais livre e mais justa”. “O homem e a mulher, como casal, são imagem de Deus”, acrescentou.

Francisco alertou para as consequências negativas da ausência de reconhecimento da “reciprocidade” entre os dois sexos, “no pensamento e na ação, nos afetos e no trabalho, também na fé”. “Pergunto-me se a crise coletivas de confiança em Deus, que nos faz tanto mal, que nos faz ficar doentes de resignação à incredulidade e ao cinismo, não estará ligada à crise da aliança entre homem e mulher”, observou.

 

 

 

 

 

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Bento XVI celebra 88.º aniversário

 

 

 

Jubileu da Misericórdia

 

 

Religião e Direitos Humanos

  José Luís Gonçalves    
  Escola Superior  
  de 
 Educação   
  de Paula Frassinetti
   

 

As notícias que dão conta do assassinato de cristãos por todo o mundo têm chamado atenção pela frequência e pela dimensão com que são difundidas nos meios de comunicação social ocidentais. Entre as mais recentes vítimas, lembramos os 21 coptas mortos no Egito e os 148 alunos da Universidade Católica em Garissa, no Quénia - estes intencionalmente separados dos outros e assassinados por professarem a «religião errada». De facto, o relatório de 2014 da «Comissão Internacional Sobre Liberdade Religiosa» contabiliza 4.344 cristãos assassinados, tendo o número de vítimas triplicado desde 2012. Na verdade, a experiência da dignidade humana violentada tem vindo a suscitar uma reação viva e justa de indignação no espaço público. Talvez por essa razão, há dias atrás, D. Manuel Clemente pedia que a perseguição aos cristãos, em curso em vários países do mundo, fosse incluída na “agenda política e humanitária” das diplomacias como uma questão de direitos humanos.

Posto o problema nesse plano, há que reconhecer que a relação entre religiões e direitos humanos constitui, apesar de tudo, uma reflexão recente e só encontra condições para se desenvolver e amadurecer em sociedades abertas marcadas pela liberdade de credo e pelo pluralismo religioso e cultural. Acresce que o conceito-âncora que fundamenta os direitos humanos é o princípio da «dignidade humana», conceito que abarca conteúdos nem sempre compreendidos e aceites no interior das diversas tradições culturais e 

 

 

 

 

 

 

 

das próprias religiões, quando sequer entram nos ordenamentos jurídicos das sociedades. Estamos ainda longe de considerar que “a noção de dignidade humana constitui a charneira conceptual que liga a moral do igual respeito por todos ao direito positivo e à legislação democrática, de modo a que a sua conjugação permita, em condições históricas favoráveis, o surgimento de uma ordem política baseada na dignidade humana” (J. Habermas, 2012. Um ensaio sobre a constituição da Europa, p.37).

De uma forma resumida, poder-se-á afirmar que o diálogo entre religiões e direitos humanos conhece, hoje, três obstáculos fundamentais. O primeiro advém do facto de, no interior das religiões, se estabelecerem diferenças entre os seres humanos (diferenças de género, entre crentes e não-crentes, entre estes e os das ‘outras’ religiões…) que justificam e perpetuam desigualdades e geram processos de discriminação, negando, desde logo, a ideia fundacional dos direitos humanos que é a dignidade entre iguais. O segundo obstáculo 

 

consiste no facto de o «direito divino» revelado às religiões se atribuir a si mesmo características que o superiorizam em relação aos direitos humanos: pensa-se imutável e julga-se gozar de prerrogativas de plenitude e de universalidade enquanto relativiza os direitos humanos como ‘invenção’ histórica. O terceiro obstáculo diz respeito à oposição que as religiões fazem a toda a fundamentação antropológico-jurídica dos direitos humanos que não postule uma base transcendente da pessoa humana como se fosse possível negar valor às éticas humanistas.

O que, na verdade, está em causa neste diálogo entre religiões e direitos humanos é a capacidade de tirar todas as consequências do conceito de «dignidade humana», na medida em que esta introduz a ideia do valor intrínseco, absoluto e incondicionado da pessoa. Para serem coerentes com os seus postulados, ambos, religiões e direitos humanos, devem saber responder à mesma pergunta: o que vale uma pessoa?

 

 

 

 

 

ÀS PORTAS DO FÁTIMA JOVEM 2015

Misericórdia com rosto

Coração. Sim, aqui há amor, ternura, compaixão e são estes os valores de fundo que levaram o Papa Francisco a propor o Jubileu da Misericórdia. D. António Couto diz que a Misericórdia é a chama divina com que devemos acender e purificar o nosso coração.

A Bula de proclamação deste Jubileu, publicada a 11 de Abril, começa por dizer que Cristo é o rosto da misericórdia do Pai, pois ela é o caminho que une Deus e as pessoas e ninguém tem o direito de colocar limites ao amor de Deus que perdoa. Está mesmo tudo dito!

A misericórdia de Deus é eterna e todos a podemos compreender melhor com textos como as parábolas do Bom Samaritano, do Juízo Definitivo, da Ovelha e da dracma perdidas, do Pai e seus dois filhos. A misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão.

É tempo de deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança para que entre em cena a felicidade. Não é por acaso que 

 

a bem-aventurança: ‘felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia’ será o lema das Jornadas Mundiais da Juventude que se realiza em Cracóvia no verão de 2016.

A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor cheio de misericórdia e compaixão. Há que renovar a pastoral da Igreja, anunciando e vivendo o valor da misericórdia.

Este Jubileu obriga-nos a peregrinar na direção das periferias, cuidando dos feridos que as sociedades causam e não curam. Não podemos ficar indiferentes.

 

 

 

 

 

 

Há que mudar de vida, sendo a conversão uma palavra-chave dos tempos que correm.

O Papa Francisco vai longe nesta proposta jubilar ao apelar a um reforçado diálogo ecuménico e entre religiões. Quer que o Jubileu nos torne mais abertos ao diálogo para melhor nos conhecermos e compreendermos.

A Igreja tem de sentir a urgência de anunciar a misericórdia de Deus, vivendo-a com a convicção de que ela não tem fim.
 

 

 

 
Quis seguir, passo a passo, o texto do Papa Francisco, salientando apenas as frases que julgo serem mais apelativas para que a misericórdia vença. É minha convicção de que o deficit de ternura que marca o mundo atual tem consequências desastrosas e gera mais periferias e margens onde vão morrer e sofrer milhões de cidadãos deste mundo a que chamamos nosso.

 

Tony Neves, DNPJ

 

 

É tempo de…

  Sónia Neves   
  Agência ECCLESIA   

 

“Dantes havia mais tempo, agora só há relógios…” Esta foi uma das expressões que ouvi há uns dias e me tem feito pensar. A frase saiu da boca de uma senhora na casa dos 60 anos que, bem recostada na cadeira da esplanada à beira-mar, desenrolava o novelo da atualidade, dos famosos aos políticos, da crise à falta de valores, comentava com a amiga em jeito de desabafo. Percebia-se pelo discurso ser uma pessoa culta e atenta que aproveitava a manhã para ali apanhar os primeiros raios de sol de uma primavera a inaugurar.

Refleti sobre a expressão tão prontamente dita, como se de um ditado popular se tratasse, que foi fácil fazer-me sentido. Transportou-me de imediato para as versões que se contavam, quando não havia luz e o serão era passado a contar histórias em família. Levou-me a pensar no tempo que tinha para ler, sentar e ouvir, conversar, fazer uma caminhada… havia tanto tempo e não me lembro de haver relógio… Ou pelo menos como há hoje: no ecrã do telemóvel, no mostrador do forno e micro-ondas, na televisão, nos outdoors da publicidade ou ainda (imagine-se) no pulso de alguém que ainda goste de ostentar horas, ou nos novos “relógios inteligentes” que dão muito mais que horas.

Horas que passam e não voltam, horas que marcam o ritmo da vida, das vidas. Horas de chegada e partida. Horas de arranque ou paragem. Horas de espera. Horas de sonho. “Hora pequenina”. Horas de expectativa. Horas de sono. Horas de alegria ou pesar. Horas de que se gosta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

e passam rápido, horas lentas quando não se vê os ponteiros a andar.

É este o compasso que marca o dia e a noite, cada dia, cada semana! É ainda em clima de Páscoa que recordo outro compasso, esse sim, que “faz parar o tempo”, trazendo a alegria da Ressurreição e fazendo passar depressa os minutos em cada casa pois a notícia que “transportam” não pode ficar entre quatro paredes e a urgência de anunciar é grande. É ao som ritmado das campainhas que o grupo do compasso pascal chega e parte deixando no ar a plena certeza da esperança na vida e na vida de fé. A próxima semana é dedicada à oração pelas vocações, padre ou religiosa, leigo ou família, a vocação é fruto da ressurreição, mote da fé cristã e do tempo, que faz com que a pessoa ‘’ganhe’’ a maturidade 

 

 

necessária para decidir pela sua felicidade.

Tal como na natureza o tempo é precioso para fazer nascer, crescer, amadurecer, dar flor/fruto e morrer, também na fé o tempo tem o seu papel.

O Papa Francisco convocou no passado sábado o ano da Misericórdia, na sua bula refere cerca de 18 vezes o tempo e dali detenho que a atitude precisa de tempo para "viver a cada dia a misericórdia” e chegue aos “mais fracos e desprotegidos”.

“Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida”. Para interiorizar e “olhar para o lado” sinto que é preciso tempo! É tempo de…

 

 

Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa
Fátima, 13-16 de abril de 2015

Comunicado final

1. Os Bispos portugueses estiveram reunidos em Assembleia Plenária de 13 a 16 de abril de 2015, em Fátima, com a presença do Núncio Apostólico, e do Presidente e da Vice-Presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal.

 

2. No início dos trabalhos, a Assembleia exprimiu votos de congratulação e fraternas felicitações a D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, pelo novo serviço apostólico de que foi incumbido pelo Papa Francisco, criando?o Cardeal da Igreja Católica, e pela recente escolha como membro da Congregação para o Clero.

 

3. Em sintonia com os apelos do Papa Francisco, a Assembleia manifestou preocupação pela perseguição aos cristãos em vários países do mundo, sobretudo no Próximo Oriente e recentemente no Quénia, o que deveria exigir uma atenção redobrada por parte de todos na defesa da vida, dos direitos humanos e da liberdade religiosa.

 
4. Aproximando-se um tempo de eleições em Portugal, a Assembleia refletiu sobre a necessidade de a sociedade portuguesa assentar numa base comum de valores sociais e humanistas. A sociedade ganharia se tivesse em conta princípios do pensamento social cristão, tão acentuados na programática exortação apostólica «A Alegria do Evangelho» do Papa Francisco.

Causas essenciais como o respeito pelo bem comum, pelos princípios da solidariedade e da subsidiariedade, pela vida empresarial criadora de trabalho e da riqueza, pela justa promoção social dos pobres, pelo apoio aos mais frágeis, em particular os nascituros, às mães gestantes e às famílias deveriam constar nas propostas concretas e consistentes dos partidos e candidatos.

Esperamos que os que se propõem servir politicamente o País se pronunciem também sobre a salvaguarda da vida humana em todas as suas fases, a valorização da vida familiar e da educação dos filhos, 

 

 

 

 

 

 

o trabalho e o emprego, a saúde e a segurança social, o acompanhamento dos que emigram, a integração dos imigrantes e o diálogo sociocultural inclusivo.

 

5. «A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo», tema da próxima Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos em outubro, foi objeto de aprofundada 

 

análise por parte dos membros da Assembleia. A reflexão teve como ponto de partida a síntese das respostas das Dioceses às perguntas do documento preparatório (Lineamenta), que será enviada para a Secretaria Geral do Sínodo.

 

6. A Assembleia aprovou uma Nota Pastoral sobre a «Visita da Imagem Peregrina às Dioceses de Portugal»

 

 

 

 

 

que vai decorrer de maio de 2015 a maio de 2016 no âmbito do programa de preparação para o centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima. A mensagem de Fátima, «coração espiritual de Portugal» (Bento XVI), é proposta em dinamismo de peregrinação de uma Igreja em missão evangelizadora.

 

7. Os Centros Sociais Paroquiais, enquanto instituições de solidariedade social, foram objeto de longa reflexão, quanto à sua autonomia, gestão, eclesialidade e sustentabilidade, tendo em conta a sua situação concreta e as orientações da Igreja. Em ligação com esta temática, a Assembleia aprovou um modelo de Estatutos para os Centros Sociais Paroquiais e outros Institutos da Igreja Católica, a serem utilizados por cada Centro e Instituto, para adequar os seus Estatutos ao novo Decreto-Lei nº 172-A/2014, de 14 de novembro, e admitindo adaptações em cada diocese.

 

8. Com o mesmo objetivo de poderem adequar os seus Compromissos (Estatutos) à mesma legislação, a 
 

 

 

 
Assembleia aprovou um novo Compromisso-modelo para as Irmandades da Misericórdia.
                                     
9. No tempo de informações, comunicações e programações, a Assembleia foi informada das várias iniciativas das comissões episcopais e doutros organismos da Conferência Episcopal, que estão divulgadas nos respetivos sites.
Abordou ainda outros assuntos de interesse comum: organização da visita ad limina dos bispos portugueses (4-12 de setembro); Jornadas Pastorais do Episcopado (15-17 de junho) sobre a Vida Consagrada, com a presença dos Superiores e Superioras Maiores dos Institutos Religiosos e Seculares; missão do Pontifício Colégio Português em Roma no apoio à formação superior do clero; plano estratégico da Faculdade de Teologia para 2015-2020, nos três núcleos de Lisboa, Porto e Braga, da Universidade Católica Portuguesa; realização 
 
 

 

 

 

 

 

do 4.º Congresso Eucarístico Nacional em Fátima, a 10-12 de junho de 2016.
 
10. A Assembleia procedeu às seguintes nomeações para o próximo triénio: Padre Válter Henrique Machado Malaquias, do Patriarcado de Lisboa, para Conselheiro Espiritual Nacional das Equipas Jovens de Nossa Senhora; Padre Eduardo Alexandre Esteves Novo, dos Padres Marianos, 
 

para Diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil; Padre Eduardo Jorge Gomes da Costa Duque, da Arquidiocese de Braga, para Assistente do Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior; Padre Carlos Alberto da Graça Godinho, da Diocese de Coimbra, para Diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo.

 

Fátima, 16 de abril de 2015 

 

 

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Visita da Imagem Peregrina 
às dioceses de Portugal
nota da Conferência Episcopal Portuguesa

 

1. Na proximidade do centenário

No âmbito do programa de preparação para o centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima, as dioceses de Portugal acolherão a imagem da Virgem Peregrina, entre maio de 2015 e maio de 2016.

A Igreja em Portugal tem, assim, ocasião para rejubilar de alegria, ao aproximar-se esta celebração. Ao acolhê-la como vivência da fé, exprime a certeza de que Deus nunca abandona a humanidade, mesmo quando a esperança parece vacilar no meio dos dramas e incertezas do tempo presente, mas sempre a conduz para o encontro salvífico com seu Filho Jesus Cristo.

Ao reconhecer às aparições de Fátima o estatuto de revelações, embora particulares, a Igreja está em sintonia com a multidão de homens e mulheres que vivem a fé cristã animados pela força de uma 

 

mensagem plenamente conforme ao Evangelho de Jesus Cristo. Nela se encontram os elementos constitutivos do cristianismo: a fé em Deus Trindade Santíssima, a centralidade da Eucaristia celebrada e adorada, a condição da Igreja como Povo de Deus, a figura do Papa como promotor da unidade e da caridade entre os cristãos, a penitência e a oração como meios que conduzem à conversão a Deus e ao amor dos irmãos, a paz em todas as suas dimensões como efeito salvífico da morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Por isso, desde muito cedo a própria hierarquia da Igreja acolheu a dimensão sobrenatural das aparições de Nossa Senhora em Fátima. As peregrinações dos Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, bem como de inúmeros membros do episcopado, do clero e cristãos do mundo inteiro mostram como Fátima está no coração da Igreja. 

 

 

 

 


 

2. Fátima, coração espiritual de Portugal

Em Portugal, a força da fé cristã e o modo como ela se vive não seriam os mesmos sem este precioso auxílio divino. De facto, ao longo destes últimos cem anos, o catolicismo do nosso país, já antes radicalmente mariano, foi sendo também profundamente impregnado da espiritualidade de Fátima.

Hoje, a piedade popular de cariz mariano e inspirada pelos apelos de Fátima faz parte integrante da expressão de fé do Povo de Deus em todos os recantos do nosso país, das zonas rurais às urbanas, do mundo mais simples ao mais desenvolvido social e culturalmente. Tanto no culto mariano celebrado na liturgia da Igreja, como na piedade popular expressa nas peregrinações, festas, romarias e outras manifestações 
de devoção, é notória a especial predileção dos portugueses pela via mariana presente em Fátima.

“Fátima é o coração espiritual de Portugal”, como afirmou o Papa Bento XVI na sua peregrinação de 13 de maio de 2010. Para isso muito têm contribuído as iniciativas promovidas ou acolhidas pelo Santuário de 

 

Fátima: os inúmeros retiros espirituais, congressos teológicos e encontros de espiritualidade, as celebrações dos vários Sacramentos, particularmente da Eucaristia e da Reconciliação, os diversos exercícios da piedade popular, entre os quais se destacam as peregrinações, levam os pequenos grupos ou as grandes multidões ao encontro com Deus e com a Igreja.

Para isso contribui também a veneração da imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. A sua presença generalizada nas nossas igrejas e capelas é um dos sinais mais evidentes do acolhimento universal que o povo lhe concede como sua intercessora junto de Deus e como portadora da mensagem da paz para a Igreja e para o Mundo de hoje.

 

 

 

 

 

3. Um momento de missão evangelizadora

Esperamos, por isso, que esta visita da imagem da Virgem Peregrina de Fátima mobilize todas as comunidades cristãs para um acolhimento caloroso, marcado pela alegria de receber, na fé, o ícone da Mãe de Deus e Mãe dos Homens, contemplação do rosto terno e misericordioso de Deus, sempre objeto da devoção e do carinho 

 

dos fiéis. Na simplicidade e na grandeza de povo crente, entoaremos com Maria o cântico de louvor e gratidão a Deus pela grandeza das suas obras, proclamando com entusiasmo a profecia do Magnificat: “de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações” (Lc 1, 48).

Aproveitamos este momento de graça para convidar o Povo de Deus a 
 

 

 

 

entrar em profundidade na celebração da sua fé, particularmente por meio da participação na Eucaristia, da celebração do Sacramento da Penitência e da Unção dos Doentes; para incentivar à oração de adoração diante do Santíssimo Sacramento, tão caraterística da espiritualidade de Fátima; e para relançar o hábito da oração mariana do Rosário nas famílias cristãs, acompanhada pelas 
 
meditações bíblicas e pelo silêncio contemplativo. Convidamos as crianças a crescerem no amor a Jesus e a Nossa Senhora, seguindo o exemplo dos Três Pastorinhos, Lúcia, Jacinta e Francisco. Pedimos a todos que acolham a imagem da Virgem Peregrina com sobriedade e que a visita seja ocasião de solicitude e partilha com os pobres.

Enquanto fenómeno mobilizador das multidões, a mensagem e 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

a espiritualidade marianas de Fátima predispõem, de facto, muitos corações para acolherem a ação evangelizadora da Igreja. Esperamos que este acontecimento de grande alcance eclesial deixe marcas muito positivas nas comunidades cristãs, ajude a renascer a alegria do encontro com o Evangelho de Jesus Cristo e o entusiasmo de viver em Igreja.

Aproveitemos esta peregrinação como incentivo para a concretização do grande objetivo da Igreja em Portugal: a evangelização. De acordo com a nossa Nota Pastoral “Promover a Renovação da Pastoral da Igreja em Portugal” (11 de abril de 2013), os 

 

caminhos que se abrem à Igreja entre nós vêm à luz no contexto da caminhada para o centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima (cf. nº 5). Que Maria, a Estrela da Evangelização, nos ajude a encontrar os meios para a renovação pastoral delineados pela Conferência Episcopal Portuguesa e pelas nossas dioceses, em sintonia com os caminhos apontados pelo magistério do Papa Francisco, particularmente na Exortação Apostólica “A alegria do Evangelho”.

A todos exortamos a acolherem a Virgem Peregrina de Fátima como a imagem da “Igreja em saída”, que vai ao encontro dos seus filhos e filhas em todas as periferias, para lhes levar o anúncio de Jesus Cristo como o único Salvador.

 

Fátima, 16 de abril de 2015 

 

 

 

     
 

 

Atenção aos problemas
ligados à vida e demografia

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) sublinhou hoje, no contexto das próximas eleições legislativas, a urgência de serem abordados temas como a lei do aborto e o apoio à natalidade.

Em conferência de imprensa no final da assembleia plenária dos bispos portugueses, que decorreu durante quatro dias em Fátima, D. Manuel Clemente salientou que “qualquer organismo político responsável tem de ter muito diante dos olhos os problemas que estão ligados à vida e à demografia”.

“Quando dizem algumas previsões que em meados deste século Portugal terá 6 milhões de concidadãos em vez dos atuais 10 milhões, isto não é um problema de somenos, tem de ser pensado, refletido a sério, é um problema de sobrevivência”, apontou o cardeal-patriarca de Lisboa.

Sobre a lei do aborto, referiu que o atual uso da legislação transforma-a “às vezes quase num meio de regulação de nascimentos”, com mulheres e recorrerem a ela “mais do que uma” vez “no prazo de um ano”.

 

 Algo que tem sido “denunciado” nem tanto por “organizações confessionais” mas “por cidadãos, por médicos, por pessoas ligadas ao mundo da saúde”.

“Não foi para isso que a lei foi feita”, sustenta D. Manuel Clemente, para quem mais do que pensar já em mudanças de lei ou em novos referendos importa trabalhar a questão ao nível das “convicções, nas consciências”.

Para aquele responsável católico, uma “sociedade que considera a vida como o primeiro de todos os direitos e a base de todos os outros direitos tem que se organizar nesse sentido” pois muitas vezes “as pessoas são deixadas tão sós que lhes parece que não há outro recurso”.

É no plano das consciências que esta questão deve primeiramente ser trabalhada e “depois também com certeza terá a sua tradução legal”, complementou o presidente da CEP.

Quanto à importância do apoio à natalidade, o cardeal-patriarca de Lisboa recorreu a “previsões” que apontam para a possibilidade de 

 

 

 

 

 

 

Portugal “em meados do século ter 6 milhões de concidadãos em vez dos atuais 10 milhões”. “Isto não é um problema de somenos, tem de ser pensado, refletido a sério, é um problema de sobrevivência”, frisou D. Manuel Clemente.

A questão da quebra na natalidade, da redução na demografia, segue de mãos dadas com o progressivo envelhecimento da população, 

 

questão que segundo o presidente da CEP também está a ser “muito mal tratada”. “Por um lado, é um bem estarmos cá mais tempo, mas isso tem que ser complementado pelo refrescamento das gerações e como é que estas coisas depois se ajudam mutuamente, os mais novos aos mais velhos, isto são os grandes problemas, diz respeito a todos”, alertou.

 

Apresentar propostas sem esperar «cheques em branco» do eleitorado

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje em Fátima que os candidatos e partidos políticos têm de apresentar propostas “concretas” para ganhar a confiança do eleitorado. “Cheques em branco, não é bem a altura para os passar”, declarou D. Manuel Clemente, no final da Assembleia Plenária.

Em declarações aos jornalistas, o cardeal-patriarca de Lisboa reafirmou a sua preocupação com a centralização do debate em “casos” em vez de “causas”, como tinha feito no discurso inaugural da reunião magna da CEP. “Apresentem causas, programas e reflexões concretas, não fiquemos apenas no fulanismo. Isso são nomes, ficamos assim numa 

 
 
espécie de nominalismo oco. Não, causas”, apelou.
Segundo o responsável, esta ‘fulanização’ do debate político “desvia do essencial”, que é debater os problemas e “quais são as propostas para os resolver”.

As eleições para a Assembleia da República em Portugal vão ocorrer este ano numa data a definir pelo presidente, entre 14 de setembro e 14 de outubro; as eleições presidenciais, por sua vez, vão realizar-se no início de 2016.

D. Manuel Clemente considerou que o surgimento de vários candidatos presidenciais resulta de um “exercício de cidadania”, num processo “normal”.

 
 

 

 

Centros Paroquiais

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) elogiou hoje em Fátima o papel de “excelentes” padres na direção de Centros Sociais Paroquiais, afirmando que “de maneira nenhuma” exista intenção de os afastar desses cargos.

“Nós, como sociedade, não só como Igreja, somos muito devedores a excelentes padres que investiram o melhor que tinham, que sabiam e podiam, para criar e sustentar instituições de solidariedade social. Não está isso em causa”, declarou D. Manuel Clemente, em conferência de imprensa final da Assembleia Plenária da CEP, que começou esta segunda-feira.

A assembleia dos bispos católicos revelou, em comunicado, que aprovou um “modelo de estatutos” para os Centros Sociais Paroquiais e outros 

 

Institutos da Igreja Católica, a serem utilizados por cada Centro e Instituto, para adequar os seus estatutos ao novo Decreto-Lei nº 172-A/2014, de 14 de novembro, “admitindo adaptações em cada diocese”.

“Nalguns casos há leigos, religiosos ou religiosas, perfeitamente habilitados a desempenhar funções de gestão dos centros. Não é necessário que seja o pároco, era o que faltava”, declarou o cardeal-patriarca.

A este respeito, o responsável insistiu na ideia de não estar em causa o “trabalho de excelentes párocos que são excelentes presidentes de instituições sociais católicas”.

D. Manuel Clemente precisou, a este respeito, que a Concordata assinada entre a República Portuguesa e a Santa Sé, em 2004, “protege a identidade das instituições sociais católicas” 

 

 

Bispos esperam propostas concretas
dos partidos

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa disse na abertura dos trabalhos que os partidos políticos têm de apresentar “propostas concretas e consistentes”, em ano de eleições legislativas. “É imprescindível que os partidos e candidatos apresentem propostas concretas e consistentes para a resolução dos problemas que enfrentamos e se evite trocar causas por casos”.

As eleições para a Assembleia da República em Portugal vão ocorrer este ano numa data a definir pelo 

 

presidente, entre 14 de setembro e 14 de outubro; as eleições presidenciais, por sua vez, vão realizar-se no início de 2016.

Neste contexto, o cardeal-patriarca de Lisboa recordou que a sociedade portuguesa “entrará em breve num período de reflexão e decisões políticas” que requerem “uma particular atenção” de todos.

D. Manuel Clemente, que citou o Papa Francisco, falou de “causas essenciais” que têm de estar no centro do debate político, como o “respeito ao bem 

 

 

 

Cristãos perseguidos

D. Manuel Clemente pediu que a perseguição aos cristãos em vários países faça parte da “agenda política e humanitária”. “Acompanhamos os sucessivos apelos do Papa Francisco, para que a comunidade internacional desperte para a gravíssima situação dos cristãos perseguidos em vários países do mundo – o cristianismo é hoje a religião mais perseguida em termos globais –, como continua a acontecer no Próximo Oriente e ainda recentemente aconteceu no Quénia, citando apenas duas de várias situações flagrantes ou latentes”, disse o cardeal-patriarca de Lisboa, no discurso de abertura da 186.ª assembleia plenária do organismo episcopal.

O responsável sublinhou que as dioceses portuguesas têm compartilhado esta preocupação, “com oração e ajudas materiais”.

 

comum, a vida empresarial criadora de trabalho e riqueza, a real promoção dos pobres ou a salvaguarda dos mais frágeis”. “Grandes foram as dificuldades sofridas por muitos, sobretudo os mais pobres ou desapoiados, com gravíssimos problemas por resolver ainda, especialmente no campo do trabalho e do emprego”, alertou.

O cardeal-patriarca aludiu ao “legítimo pluralismo” dos católicos, que devem ter em conta os “princípios do pensamento social cristão” que foram “reapresentados pelo Papa Francisco na sua exortação ‘programática’”, a ‘Evangelii Gaudium’ (a alegria do Evangelho).

 

 

 

 

Para o presidente da CEP, é urgente encontrar uma “base comum de valores sociais e humanitários”, na partilha de “finalidades essenciais que só conjuntamente serão alcançadas”. A este respeito, D. Manuel Clemente lembrou que a propriedade “não é um bem absoluto para ninguém”, mas relativo ao bem comum.

O discurso falou da “qualidade humana e humanizante da atividade económica”, que não deve ser “esquecida nem hipotecada a qualquer apriorismo teórico ou alheamento prático”.

 

 

 

 

Convicções católicas sobre a vida e a família

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa defendeu mudanças na lei portuguesa sobre o aborto e pediu maior apoio à maternidade. “Em Portugal, tal [o aborto] atinge uma grande quantidade de vidas humanas, cuja gestação é interrompida ao abrigo duma lei que as não protege”, disse o cardeal-patriarca de Lisboa, no discurso de abertura da 186.ª assembleia plenária do organismo episcopal.

O responsável recordou a Iniciativa Legislativa de Cidadãos que reuniu cerca de 50 mil assinaturas para que a Assembleia da República “veja e reveja o que está e não está a ser feito neste campo”. “Foi tal o envolvimento dos subscritores, que algo de novo e positivo acontecerá certamente, no plano prático e legal”, declarou.

D. Manuel Clemente citou o Papa Francisco para referir que a “defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano. “Como o Papa não deixa de acrescentar, a defesa da vida em gestação há de ser prevenida e acompanhada com o apoio concreto às mães gestantes”, prosseguiu.

 
O presidente da CEP entende que esta deve ser uma prioridade política “geral”, ultrapassando o campo confessional estrito, por estar em causa a “base imprescindível do direito comum de todos”. “Especialmente agora, quando uma brusca queda demográfica põe em causa a própria sobrevivência harmónica e socialmente garantida da nossa população inteira”, acrescentou.

O cardeal-patriarca de Lisboa espera que todos os que se propõem “servir politicamente” o país se pronunciem sobre as questões relativas à “salvaguarda da vida humana em todas as suas fases, à promoção da vida familiar e à educação dos filhos, ao trabalho e ao emprego, à saúde e segurança social para todos, à integração dos imigrantes e ao diálogo sociocultural inclusivo”.

O presidente da CEP convidou os católicos a apresentar as suas convicções na praça pública, recordando que “há modos de encarar a realidade ‘familiar’ que não coincidem com a visão cristã” do matrimónio e da família.

Segundo D. Manuel Clemente, a sociedade “só ganha com a 

 

 

 

 

 

 

 

apresentação clara das convicções e opções de pessoas e grupos, num pluralismo de presença e não de ausência de ideias e testemunhos”.

O patriarca de Lisboa admitiu que mesmo para católicos convictos “nem sempre é fácil e linear a vivência do matrimónio, não sendo raras as dificuldades a ultrapassar e mesmo as ruturas de difícil superação”. “O 

 

Sínodo dos Bispos continua atento a tais situações, na sequência das posições pontifícias já tomadas, que relembram a indelével condição batismal dos católicos e o seu lugar na vida e ação da Igreja, inclusive em casos de rutura matrimonial, e a necessidade de acompanhamento, mesmo quando constituíram outras ligações não sacramentais”, precisou.

 

 

DIA MUNDIAL DAS VOCAÇÕES

 

Profissão e vocação

O termo “profissão” procede das raízes latinas pro e fero-latum. Literalmente significa: “pôr a favor de”. Profissional é, nestes termos, quem orienta suas próprias capacidades e preparação em benefício de uma causa. Como se pode observar, a etimologia coloca o acento na finalidade da profissão e não no título profissional, e muito menos no facto de se estar em posse de algo. O termo é utilizado com freqüência, erroneamente, com um sentido restritivo, de modo que quando ouvimos falar de “profissões”, pensamos imediatamente nas profissões liberais ou em estudos universitários.

Porém, se utilizarmos o termo “profissionalidade”, a compreensão de profissão já se torna mais abrangente. Exercem uma profissionalidade e actuam profissionalmente também aqueles que não “possuem” uma profissão. Consequentemente podemos falar da profissionalidade de um carpinteiro, de um varredor, de uma enfermeira ou de um sacerdote. Fala-se de profissionalidade quando as pessoas  orientam os dons recebidos e as capacidades que possuem para um fim superior. 

 

Assim, também se pode compreender que alguns “profissionais” não sejam muito “profissionais”, por isso que utilizam a profissão para fins egoístas, como enriquecer-se ou conseguir prestígio, ou, noutros casos, porque exercem a profissão de modo medíocre.

O termo “vocação” refere-se a outra realidade. Vem da raiz latina vocare, que significa “chamar”, e pressupõe um diálogo entre quem chama e quem é enviado. No âmbito da Igreja, o termo “vocação” refere-se à sequela de Jesus, ou seja, à vida discipular e missionária. Há somente três maneiras de seguir Jesus: como leigo ou leiga, como religioso ou religiosa, e como sacerdote. Muitos leigos, religiosos e sacerdotes exercem ao mesmo tempo uma profissionalidade, porém esta coloca-se ao serviço da vocação e está subordinada a ela. Para um discípulo de Jesus, a profissão vem a ser um instrumento da vocação.

 Convém, pois, fazer uma distinção mais clara entre vocação e profissão. A vocação é o chamamento de Deus que se concretiza, no horizonte da fé cristã, como vocação laical, religiosa ou sacerdotal. A profissão é propriamente uma forma de vida que 

 

 

 


 

 consiste na opção de dedicar os dons recebidos a um fim. Esta forma de vida não se dá exclusivamente no âmbito da Igreja, mas está presente em todas as culturas. Todavia, a profissão pode e deve ser interpretada à luz da vocação específica dos baptizados. 

Coloquemos agora estes conceitos em movimento para imaginar o que podem significar na prática. A vocação laical consiste em seguir Cristo no meio das realidades temporais: a família, a política, a economia, as  

 

ciências, a ecologia, a justiça social, para mencionar alguns campos significativos. O leigo vive comprometido na transformação do mundo para ir manifestando (“des?cobrindo”) o Reino de Deus que nele já está presente. Por isso, para o leigo, a profissão é muito importante. Por exemplo, através de um exercício consciente da sua profissão, um advogado cristão pode colaborar na criação de uma ordem mais justa, o que é desejado por Deus; um agrónomo que colabora no resgate

 

 

DIA MUNDIAL DAS VOCAÇÕES

 

ecológico de uma região, segundo o plano do Criador; um médico que ajuda as pessoas a recuperarem a saúde, convertendo-se em sinal de Cristo junto dos doentes.

Como se pode observar, ambas as coisas - a vocação e a profissão - são importantes e sérias. Porém, para o cristão, a vocação é o fim e a profissão é um meio em função deste fim. Uma recta vivência da vocação exige uma grande qualidade profissional, pois, como poderá transformar o mundo segundo o desígnio de Deus quem é incompetente no exercício da própria profissão? Um exercício coerente da  

 

profissão é algo que se aproxima muito da vocação. Deste modo, entre vocação e profissão, dá-se uma profunda complementaridade.

A partir desta perspectiva, também se consegue ilustrar melhor o trabalho profissional das pessoas consagradas. Um religioso ou uma religiosa que tenham feito profissão de radicalidade na sequela de Jesus, deverão exercer com semelhante radicalidade também o seu serviço profissional, não somente em virtude da qualificação técnica que possam ter, mas sobretudo pela disponibilidade evangélica para o serviço.

 

 

 

O valor do trabalho

 

Para os leigos que vivem no meio do mundo, e também para os sacerdotes e religiosos, é conveniente que reflictam sobre o valor do trabalho enquanto parte da vocação do homem. Segundo o livro do Génesis, o Senhor «colocou o homem no jardim do Éden para o guardar e o cultivar» (Gn 2,16). Os evangelhos apresentam-nos Jesus exercendo um ofício e trabalhando com as suas mãos (cf. Mt 13, 54-58), e mostram como o Salvador reconheceu o profundo valor do trabalho humano, vinculando-o à vontade de Deus (cf. Jn 5, 17).

A reflexão do Magistério da Igreja sobre a dignidade do trabalho, especialmente a partir do Concílio Vaticano II, põe em grande realce a relação existente entre a vocação dos leigos e a sua profissão: «O trabalho humano procede imediatamente da pessoa, a qual como que marca com o seu zelo as coisas da natureza, e as sujeita ao seu domínio. É com o seu trabalho que o homem sustenta de ordinário a própria vida e a dos seus; por meio dele se une e serve aos seus irmãos, pode exercitar uma caridade 

 

autêntica e colaborar no acabamento da criação divina. Mais ainda: sabemos que, oferecendo a Deus o seu trabalho, o homem se associa à obra redentora de Cristo, o qual conferiu ao trabalho uma dignidade sublime, trabalhando com as suas próprias mãos em Nazaré. Daí nasce para cada um o dever de trabalhar fielmente, e também o direito ao trabalho» (Gaudium et Spes, n. 67)

Não é este o lugar para desenvolver a teologia do trabalho, magistralmente exposta por Leão XIII na Encíclica Rerum novarum, por Pio XII na Encíclica Quadragesimo anno, e por São João Paulo II nas Encíclicas Redemptor hominis Laborem exercens. Se aceitássemos a briga de concentrar todo este corpo de reflexão em duas linhas, ficaria bem patente a dignidade do trabalho como meio para o desenvolvimento da pessoa e como parte fundamental da sua própria vocação. O sentido cristão do trabalho é profundamente coincidente com os valores da vocação e da profissão, expostos acima. Os três âmbitos são propícios para o desenvolvimento das virtudes e para a santificação do homem.

 

 

DIA MUNDIAL DAS VOCAÇÕES

 

 

Modificando a linguagem

 

A linguagem exprime as convicções que estão presentes no imaginário de uma colectividade. Quando na nossa sociedade se ouve a palavra “profissão”, é comum pensar-se no esforço que implica construir uma carreira profissional, isto é, o mérito de quem adquiriu uma profissão através de um título. A lógica que aí funciona é esta: «Esforcei-me para conseguir este título profissional; em razão deste mérito, tenho direito a explorar esta profissão, cobrando desmesuradamente pelos meus serviços profissionais.» Com esta mentalidade, torna-se muito difícil edificar uma ética profissional.

Porém, se modificarmos as premissas, a percepção da profissão já será diferente: «Tive o privilégio de estudar e de obter um título. Isto foi possível graças ao esforço da minha família e ao sacrifício de tantos jovens como eu que não tiveram acesso à Universidade.» Aqui, o acento é posto no dom recebido, não no mérito. Consequentemente, o profissional já passará a delinear uma ética profissional que consista em colocar 

 

ao serviço dos demais aquilo que deles se recebeu. O título universitário não é uma ocasião para a superioridade, mas para o serviço.

No caso de um profissional cristão, esta segunda maneira de pensar mostra uma grande cercania com a sua fé. Se ele conhece bem aquela que é a sua vocação específica, saberá também pôr a sua profissão em função da sua vocação. Porém, se ignorar a sua própria identidade vocacional, acabará por não estabelecer qualquer vínculo entre vocação e profissão.

Infelizmente, no âmbito das vocações de especial consagração, nem sempre existe uma justa valoração do trabalho. Por isso, nós sacerdotes e pessoas consagradas, temos muito que aprender dos profissionais autênticos, e não nos faria mal uma formação mais cuidadosa sobre o profissionalismo no exercício do serviço ministerial.

Deste modo, abre-se diante de nós uma perspectiva pastoral importante, que compreende os seguintes elementos:

* Pedagogia da vida como vocação. Desde a infância e em cada etapa da vida, acompanhar e perguntar como

 

 

 

se está respondendo à vocação baptismal, à sequela de Jesus, ao chamamento à santidade. Se a vocação se apresenta como algo natural, com a mesma naturalidade as crianças e os jovens se hão-de perguntar pela própria vocação.

* Neste contexto da vivência da vocação cristã, apresentar com 

 

clareza as vocações específicas: sacerdotal, à vida consagrada ou àquela laical. 

Nesta mesma perspectiva de vocação cristã, facilitar a escolha da profissionalidade e da profissão.

* Modificar a interpretação do termo “profissão”, para que signifique mais a “profissionalidade” que a posse  

 

 

DIA MUNDIAL DAS VOCAÇÕES

 

 

de um título universitário. Segundo esta interpretação, o trabalho já não será visto como uma carga, mas sim como um privilégio.

* Educar os estudantes universitários e os profissionais para que aprendam

a ter um trato de colaboração, e não

 

 

 de superioridade, com todos quantos exerçam a profissionalidade sem terem um título académico, e com quem irão compartilhar o trabalho no futuro.

* Oferecer aos estudantes universitários e aos profissionais 

 

 

 

 

uma catequese suficiente a respeito da sua vocação laical e da profunda conexão que deve existir entre a vocação e o exercício profissional. Traçar, com  eles, as linhas da espiritualidade da sua profissão e do futuro trabalho profissional.

* Propor aos estudantes pré-universitários uma catequese vocacional completa, que inclua o sentido da vocação e da profissão, e a integração entre ambas, de modo que possam aproximar-se de um discernimento vocacional mais autêntico.

* Oferecer uma catequese suficiente sobre a profissionalidade às pessoas que exercem um ofício que, 

 

segundo a mentalidade ordinária, não é tido por “profissão”, de modo que possam estar orgulhosos da sua profissionalidade e a exerçam conscientemente.

* Educar os seminaristas e formandos das comunidades religiosas na valorização da vocação laical, da profissão e do mundo do trabalho, de modo que assimilem o sentido da profissionalidade do seu próprio serviço ministerial.    

 

D. Jorge Carlos Patrón Wong

Secretário para os Seminários da Congregação para o Clero

 

 

DIA MUNDIAL DAS VOCAÇÕES

52.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

O Papa Francisco defendeu que a “vocação cristã” está ligada ao compromisso solidário em “favor da libertação dos irmãos, sobretudo dos mais pobres”, numa mensagem divulgada pelo Vaticano. “a vocação cristã, radicada na contemplação do coração do Pai, impele simultaneamente para o compromisso solidário a favor da libertação dos irmãos, sobretudo dos mais pobres”, refere, no texto que dirigiu às comunidades católicas para o 52.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações (26 de abril).

A mensagem tem como título ‘O êxodo, experiência fundamental da vocação’ e sublinha que “a vocação cristã só pode nascer dentro duma experiência de missão”. “Ouvir e receber a chamada do Senhor não é uma questão privada e intimista que se possa confundir com a emoção do momento; é um compromisso concreto, real e total que abraça a nossa existência e a põe ao serviço da construção do Reino de Deus na terra”, assinala Francisco.

O Papa desafiou os jovens a ser capazes de sair de si próprios e da “falsa estabilidade” para seguir o sacerdócio e a vida consagrada.

 
 
 
 
A vocação cristã só pode nascer dentro duma experiência de missão

 

 

 

“Na raiz de cada vocação cristã, há este movimento fundamental da experiência de fé: crer significa deixar-se a si mesmo, sair da comodidade e rigidez do próprio eu para centrar a nossa vida em Jesus Cristo”, refere Francisco.

“A oferta da própria vida nesta atitude missionária só é possível se formos capazes de sair de nós mesmos”, insiste o Papa.

Francisco precisa que esta saída “não deve ser entendida como um desprezo da própria vida”, mas como uma forma de encontrar “a vida em abundância”. “A vocação cristã é, antes de mais nada, um chamamento de amor que atrai e reenvia para além de si mesmo, descentraliza a pessoa”, observa.

 

 

 

 

 

Segundo o Papa, esta experiência de “êxodo” é o “paradigma da vida cristã, particularmente de quem abraça uma vocação de especial dedicação ao serviço do Evangelho”. “A vocação é sempre aquela ação de Deus que nos faz sair da nossa situação inicial, nos liberta de todas as formas de escravidão, nos arranca da rotina e da indiferença e nos projeta para a alegria da comunhão com Deus e com os irmãos”, escreve. Francisco alarga esta visão à atividade missionária e evangelizadora da Igreja, reforçando os seus apelos por uma “Igreja «em saída», não preocupada consigo mesma, com as suas próprias estruturas e conquistas”, mas sim “capaz de ir, de se mover, de encontrar os filhos de Deus na sua situação real e compadecer-se das suas feridas”.

 

 

 

Guião

A Comissão Episcopal Vocações e Ministérios preparou um Guião que, entre vários conteúdos, apresenta uma proposta de Catequese para Crianças, outra para Adolescentes e outra para Jovens, um esquema de uma Vigília de Oração pelas Vocações e ainda o de um Rosário. Na parte final pode encontrar algumas Dicas para o Discernimento Vocacional.

 

 

 

 

H2Onews, A fonte das suas notícias

http://www.h2onews.org

 

Presente há quase dez anos na internet, o sítio H2Onews realiza, produz e distribui todos os dias notícias em formato áudio / vídeo e texto disponíveis em 8 línguas sobre a vida da Igreja, sobre os acontecimentos sociais e culturais que se referem diretamente à vida dos católicos no mundo. Oferece ainda um serviço inteiramente gratuito a televisões, rádios e sítios católicos, para que, conforme está escrito “as palavras do Papa e as notícias sobre a Igreja possam estar acessíveis a todos aqueles que o desejarem”.

Este serviço surgiu durante o congresso internacional de televisões católicas em Madrid que aconteceu em Outubro de 2006, como resposta ao convite que o Papa João Paulo II fez na sua mensagem para o dia mundial das comunicações sociais de 2005 de se colocarem os meios de comunicação social ao serviço da evangelização, da paz e do desenvolvimento dos povos.

Tem então como objetivo “responder às necessidades de crescimento da comunicação católica de todo o

 

 

 

mundo, através dos novos meios multimediáticos.” A designação H2O, conforme sabemos, é a fórmula química da água que é fonte de vida, sendo que esta plataforma se auto-intitula como “serviço informativo que quer ser água, para cada utilizador: uma informação renovadora, que brota da fonte pura do Evangelho.”

Quando entramos nesta plataforma digital e depois de seleccionarmos a língua pretendida, encontramos um painel com vídeos em destaque. Nessa barra de vídeos temos também a possibilidade de os pesquisar por vários temas (sínodo, cultura, evangelho, bíblia, terra santa, etc.). Na página principal temos também a possibilidade de descarregar uma aplicação que nos permite “receber todos os dias, automaticamente, uma 

 

 

 

 

seleção dos melhores vídeos do mundo católico”.

Na opção “serviços” podemos consultar quais os trabalhos que podem ser realizados pela equipa do H2Onews (produção, pós-produção, soluções web e comunicação). Por outro lado em “portfolio” dispomos de todos os vídeos foram realizados e produzidos através deste serviço.
A qualidade dos produtos disponibilizados é muito boa 
 
primando-se por conteúdos de excelência. É certamente com sítios destes que a Igreja Católica, enquanto instituição, demonstra a sua adesão séria, concreta e empenhada às novas tecnologias. Um bom exemplo a ser seguido certamente por outros organismos eclesiais.

 

 

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

 

 

«Best-seller» sobre Jesus chega a Portugal

A Paulinas Editora vai colocar nas bancas a 20 de abril a obra “Jesus, um encontro passo a passo”, do escritor e padre jesuíta James Martin, “um dos mais influentes religiosos católicos dos Estados Unidos da América”. Na introdução do livro, enviada à Agência ECCLESIA, o autor destaca a publicação como “um olhar dirigido a Jesus”, uma reflexão própria “para pessoas com uma fé profunda ou sem fé nenhuma que se queiram informar sobre Cristo”.

O livro teve como base uma viagem que James Martin realizou em 2012 à Terra Santa, uma experiência que 

 

“tornou os Evangelhos mais vivos” na sua mente e que permitiu aceder a “uma quantidade imensa de informações fascinantes acerca da vida e da época de Jesus de Nazaré”. “Viajar pela Terra Santa é como visitar a casa de família de um bom amigo. Por muito bem que se conheça essa pessoa, o conhecimento será melhor depois de se ir a sua casa. Espero fazer o leitor viver essa viagem da maneira que eu a vivi”, salienta o escritor.

De acordo com a Paulinas Editora, o livro de James Martin é um autêntico “diário de bordo” que leva os leitores “por quase todos os lugares que 

 

 

 

 


 

a Bíblia refere terem sido visitados” por Cristo, “desde Jerusalém a Nazaré, passando pelo Mar da Galileia e o Monte das Bem-aventuranças”.

O padre Joaquim Carreira das Neves, que assina o prefácio, destaca a forma entusiástica como a obra tem tido recebida desde que foi primeiramente publicada nos EUA, em 2014, mesmo “no meio de dezenas e centenas de livros publicados sobre Jesus”.  Para o sacerdote, “o mistério do seu sucesso consiste na metodologia seguida pelo autor”, que olhou Jesus “tal como 

 

ele aparece os Evangelhos”, através das “lentes” da sua própria “educação, experiência, oração, e mais recentemente” do ponto de vista “da sua peregrinação à Terra Santa”.

Também “através das lentes da fé”, já que como James Martin refere no livro, a sua escrita bebeu muito dos ensinamentos do fundador dos jesuítas, Santo Inácio de Loiola: “olhar o mundo humano em atitude de contemplação, de oração imaginativa e de compreensão sobre o espaço vital”.

 

 

II Concílio do Vaticano: Alguns textos conciliares «envelheceram»

 

No início do II Concílio do Vaticano (outubro de 1962), Portugal vivia numa “ditadura”, “com falta de liberdade”, “muita censura” e com “grande atividade da Polícia chamada PIDE”, disse à Agência ECCLESIA o bispo emérito de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva.

Ordenado sacerdote em julho de 1954, D. Serafim Ferreira e Silva estudou também em Roma (Itália) e acompanhou “todo o percurso do pré-concílio, durante o concílio e pós-concílio” e acrescenta que até escreveu “alguns artigos” e “um livro” sobre este acontecimento da Igreja.

Ao recordar estes tempos e os “50 anos desta caminhada” - o prelado – nascido em junho de 1930 e natural da Diocese do Porto (Maia) – realça que pede “a Deus que haja – não apressadamente, mas sem demora – um novo concílio”. No entanto, acrescenta o bispo emérito de Leiria-Fátima, o espírito conciliar deve “permanecer e desenvolver”. Defensor de um “novo concílio” nos próximos tempos, D. Serafim Ferreira e Silva deseja também que “haja uma renovação permanente da Igreja que é a mesma, mas que tem de se contextualizar no espaço e no tempo”.

A mensagem que o II Concílio do Vaticano trouxe ao mundo e à Igreja “não está esgotada” porque “ultrapassa o tempo para fora do tempo”, mas aconselha a uma “renovação, visto que há culturas diferentes”, sublinhou.

Quando se deu a abertura do II Concílio do Vaticano (11 de outubro de 1962), o bispo emérito estava em Portugal, mas foi a Roma – estava lá o seu bispo (D. 

 

 

 

 

 

António Ferreira Gomes) – e teve “a honra de entrar na aula conciliar”. E adianta que viveu “intensamente” este acontecimento convocado pelo Papa João XXIII.

No diálogo que teve com D. António Ferreira Gomes (na altura estava exilado em Espanha), D. Serafim Ferreira e Silva recorda os “diálogos e as notícias dadas” pelo então bispo do Porto. O prelado – recebeu a ordenação episcopal em 1979, na Basílica do Sameiro (Braga) – confidenciou à Agência ECCLESIA que lhe apresentou “alguns votos” e ele foi “cumpridor” dos seus desejos, mas “era uma unidade no meio de uma pluralidade”.

D. Sebastião Soares de Resende (bispo da Beira - Moçambique) e D. António Ferreira Gomes (bispo 

 

do Porto, mas  exilado) foram os bispos portugueses que tiveram intervenções na primeira sessão do II Concílio do Vaticano que “marcaram a palavra pelo magistério”. Ordenado padre antes do concílio, D. Serafim Ferreira e Silva sublinha que o “mais fácil de fazer, foi colocar em prática as alterações litúrgicas” e “as alterações canónicas”.

Ao nível das dificuldades, o prelado cita a “adaptação bíblica da «Verbum Dei», uma constituição que mantém toda a atualidade”, enquanto outros textos “envelheceram”.

Para o prelado, “a «Gaudium et Spes», o documento sobre as comunicações sociais e a «Sacrosanctum Concilium» precisam de ser novamente reescritos”, visto que “o mundo alterou-se muito”.

 

Abril 2015 

Dia 17 de Abril

* Braga - Loja «FNAC» - Entrega dos prémios do concurso de fotografia da Semana Santa de Braga


* Funchal - Colégio dos Salesianos - Encontro regional de EMRC dos 2º e 3º ciclos e secundário com o tema «A alegria de um sonho».


* Lamego - Seminário de Lamego - Jornadas Jurídico-Pastorais sobre matrimónio e família.


* Lisboa - Espaço Aberto ao Diálogo em Chelas - Celebração do aniversário da «Comunidade Vida e Paz» com apresentação do portal «emvolta.pt».


* Porto - Santa Maria da Feira (Biblioteca Municipal) - Debate sobre «Religião e Mulher» com a participação de Teresa Lago e Teresa Toldy.


* Aveiro – Sé - Apresentação do álbum “Cânticos da Manhã e da Tarde” e a atuação de Teresa Salgueiro.

 

 
* Braga - Sede Regional do CNE - João Armando Gonçalves, presidente do Comité Mundial da Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME) apresenta as principais conclusões da Conferência Mundial de Escutismo e fala sobre o futuro do movimento escutista.


* Braga – Sé - Encenação «Payassu - O Verbo do Pai Grande» do padre António Vieira.

 

Dia 18 de Abril

* Coimbra - Região de Cantanhede e Ançã - Celebração do Dia diocesano do professor com visita à região de Cantanhede e Ançã (Coimbra).


* Lisboa - Torres Vedras - O Secretariado Regional de Lisboa, da UMP (União das Misericórdias Portuguesas) promove uma jornada de reflexão sobre «Partilhar para crescer» com a presença do bispo auxiliar de Lisboa, D. José Traquina.


* Beja – Grândola - O festival de música sacra ‘Terras Sem Sombra’, organizado pela Diocese de Beja, traz a Grândola dois artistas premiados pelo Vaticano num concurso internacional de Roma.

 

 

 

 

 

 

 

* Porto - Casa de Vilar - Jornadas sobre «Pensar a família» promovidas pelas Equipas de Nossa Senhora e com conferências do padre Vasco Pinto Magalhães SJ e Teresa Ribeiro, especialista na área da família.


* Leiria – Batalha - Colóquio sobre o Mosteiro da Batalha e inauguração de exposição. Atividades integradas no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.


* Lisboa - Visitas guiadas vão abrir as portas da Igreja de São Roque, do Hospital Ortopédico de Sant’Ana e dos Conventos de Santos-o-Novo, do Grilo, de Nossa Senhora da Encarnação e de São Pedro de Alcântara.


* Coimbra - Instituto Universitário Justiça e Paz - O Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil realiza o ANIMA (formação para atuais e futuros animadores de grupos de Jovens) com o tema «(Re) Conheces Deus?».


* Lisboa - Mosteiro do Lumiar das Monjas Dominicanas - Comemorações do 40º aniversário do Centro de Reflexão Cristã (CRC) com mesa-redonda sobre «O CRC e a renovação da Igreja - quarenta anos de intervenção cristã» com Manuela Silva e José Leitão.

 
* Guarda - Centro Apostólico D. João de Oliveira Matos - Encontro sobre «A comunidade paroquial e o despertar vocacional»


* Aveiro - Centro Universitário Fé e Cultura - Ação de formação para organistas promovida pela Escola Diocesana de Música Sacra de Aveiro (EDMUSA).


* Lisboa - Museu de São Roque - Conferência sobre «A Antiga Igreja da Misericórdia de Lisboa: Novos Contributos para a sua história e processo evolutivo» por Gonçalo de Carvalho Amaro.


* Leiria – Batalha - Abertura da exposição «Lugares da oração no Mosteiro da Batalha»


* Lisboa - Igreja de São Roque - Espetáculo «Paiaçu ou Pai Grande» do padre António Vieira pelos atores João Grosso e Sílvia Filipe.


* Braga - Barcelos (Seminário da Silva) - Colóquio sobre «A mulher na Igreja e na sociedade» com Lígia Cunha e Fátima Monteiro e promovido pelo Centro Espírito Santo e Missão e integrado no ciclo «Missão na Praça».


 

 

 

 

 

 

 

17 de abril a 14 junho

Um ciclo de teatro dedicado ao padre António Vieira é a nova proposta cultural da Rota das Catedrais do norte de Portugal. Começa na Sé de Braga, esta sexta-feira a partir das 21h30, e termina na Sé de Viana do Castelo, a 14 de junho.

 

Sábado, 18 de abril

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios celebrado com mais de 1000 atividades em Portugal continental e ilhas. Iniciativa anual tem como tema em 2015 «Conhecer, Explorar, Partilhar»
Na Mouraria, o Pároco da igreja de São Cristóvão, o padre Edgar Clara, vai ser o cicerone da visita aos lugares religiosos do bairro histórico lisboeta.

 

19 a 26 de abril

Semana de Oração pelas vocações intitulada ”Caminho de beleza seguir Jesus – Vocação e santidade”. O guião propõe uma oração pelas vocações; catequese para crianças, adolescentes e jovens, uma vigília, a oração dos Mistérios do Terço e ainda dicas para o discernimento vocacional.

 

23 abril

«A Arte Transforma?» é a interrogação que conta com a reflexão da cineasta Inês Gil, o compositor musical João Madureira e o escritor Jacinto Lucas Pires. As inscrições terminam no dia 20, é promovido pelo movimento GRAAL que acolhe a iniciativa inserida na série "Terraço em Diálogo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


POR OUTRAS PALAVRAS
 

3º Domingo de Páscoa - Ano B

 

 

 

 

 

 

 

 

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Como deve uma família viver a fé?

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingo, dia 19 - Ritmos e vivências no Mosteiro de Singeverga

 

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 20 - entrevista com padre José Miguel Barata Pereira e padre Leonel Francisco, sobre a semana das vocações

terça- feira, dia 21 - Informação e entrevista com Paulo Fontes do CEHR da Universidade Católica
quarta-feira, dia  22 - informação  e entrevista com Francisco Monteiro, da pastoral dos ciganos 

quinta-feira, dia 23 - informação e entrevista com Frei Fernando Ventura
sexta-feira, dia  24 - entrevista de apresentação da liturgia dominical.

 

 

Antena 1

Domingo, dia 19 abril - 06h00 - Património e o desenvolvimento local: Rota do Românico e Rota das Igrejas. Comentário com o padre José Luís Borga.

 

Segunda a sexta-feira, 20 a 24 de abril - 22h45 - Histórias de alegria pascal na semana de oração pelas vocações: Miguel Silva do Mosteiro de Singeverga; Lurdes Xavier, consagrada secular; padre Nuno Santos, da diocese de Coimbra; Pedro Rodrigues, do Mosteiro de Singeverga e o jovem Pedro Hasse Ferreira

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B – 3.º Domingo da Páscoa

 
 
 
 
 
 
 
Discípulos missionários
em Cristo Ressuscitado
 

A liturgia da Palavra neste 3.º Domingo da Páscoa procura responder a questões essenciais para a fé cristã. Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como é que podemos fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação?

A primeira leitura apresenta-nos o testemunho dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem mostrado, em gestos concretos, que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação, Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolher a proposta de vida que Jesus lhes faz.

A segunda leitura lembra que o cristão, depois de encontrar Jesus e de aceitar a vida que Ele oferece, tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu, no reconhecimento da fragilidade que faz parte da realidade humana e num esforço de fidelidade aos mandamentos de Deus.

O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial – no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço – que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. Centrados nesse encontro, os discípulos são convidados a dar testemunho de Jesus diante dos outros homens e mulheres.

O encontro com o Ressuscitado acontece essencialmente na Eucaristia e a partir da Eucaristia. Como os discípulos de Emaús que, cheios de alegria pelo encontro com 

 

 

 

 

 

o Ressuscitado, vão contar aos Apóstolos como tinham reconhecido o Senhor quando Ele tinha partido o pão. Escreveu São João Paulo II na encíclica “o Dia do Senhor”: “É precisamente na Eucaristia dominical que os cristãos revivem com uma intensidade particular a experiência feita pelos Apóstolos reunidos na tarde de Páscoa, quando o Ressuscitado se manifestou diante deles. Neste pequeno núcleo de discípulos, primícias da Igreja, estava presente, de certa maneira, o povo de Deus de todos os tempos”.

Sempre que nos reunimos para celebrar a Eucaristia, em que refazemos o gesto revelador 

 

da presença do Ressuscitado, disponhamos do tempo para escutar a Palavra, porque o próprio Cristo nos “abre as Escrituras”, como outrora aos discípulos de Emaús.
Que as nossas vidas e comunidades se alimentam sempre da única presença sacramental de Cristo, Palavra e Pão. Que seja celebrada e assumida nas variadas presenças e encontros quotidianos da nossa peregrinação humana e cristã. Em Cristo Ressuscitado, sejamos sempre e de modo concreto discípulos missionários.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.pt

 

Ser religioso na Terra Santa

O irmão António, da paróquia católica de Jericó, na Palestina, disse à Agência ECCLESIA que têm de ser os cristãos a promover o diálogo entre muçulmanos e judeus na Terra Santa. “Os cristãos são a ponte entre os muçulmanos e os hebreus, porque falam com os dois”, afirmou o religioso norte-americano, que está em Jericó há três anos.

O frade franciscano refere que os palestinos da localidade sentem “a falta de justiça” pelas desigualdades sociais que os discriminam, nomeadamente no acesso ao trabalho e à habitação. “As famílias de maioria cristã vivem na pobreza. Não têm casa nem trabalho. Os palestinos não recebem os benefícios sociais dos árabes israelitas”, referiu à Agência ECCLESIA, sustentando que o relacionamento entre cristãos e muçulmanos, em Jericó é “muito tranquila”.

“A experiência do medio oriente é de guerra entre cristãos e muçulmanos. Aqui é um mundo diferente”, sublinhou.

O irmão António apontou como prova da “tolerância efetiva” a existência de duas escolas católicas em Jericó, 

 

onde há 23 estabelecimentos de ensino públicos. “Temos duas escolas católicas e quando os familiares procuram uma boa educação enviam os filhos para aqui”, precisou.

Jericó, uma região com 32 mil habitantes, tem 500 cristãos, dos quais 224 são católicos. As duas escolas católicas, ligadas às religiosas e aos religiosos franciscanos, têm cerca de mil estudantes muçulmanos.

O religioso norte-americano observa que “há um convívio entre as famílias” dos estudantes e os responsáveis dos muçulmanos e dos católicos participam nas festas de uma e de outra religião.

A cidade de Jericó é das mais antigas da civilização humana, defendendo a arqueóloga inglesa Kenyon que os primeiros vestígios de sedentarização na região são do oitavo milénio antes de cristo.

 

 

 

 

Padre Plácido Robaert

O franciscano padre Plácido Robaert, há quase 40 anos ligado à Terra Santa, disse à Agência ECCLESIA que a ideia de um Estado confessional judaico, em Israel, “é terrível”. “O Estado devia ser laico. Passou a época do estado ser católico ou muçulmano, porque isso cria violência, cria dificuldade na defesa da liberdade de consciência, da fé e até no sentido da ciência”, afirmou o sacerdote, em Jerusalém.

Para o investigador da Bíblia, Israel deve ser um Estado onde todas as pessoas “vivam fraternalmente” e sem “impor” a fé tem, algo que ainda exige um “caminho longo”, o que não lhe retira a confiança de quem um dia “vai acontecer”.

Natural do Brasil, o padre Plácido Robaert chegou a Jerusalém para estudar os livros da Bíblia em 1982, sendo posteriormente bibliotecário do ‘Studium Biblicum Franciscanum ‘de Jerusalém e trabalha atualmente no Santuário do Getsémani.

“Os peregrinos mudaram muito. Já não há o sentimento religioso, como nos anos 80. Há muita gente que vem fazer turismo, fotografias. Apesar disso, muitos saem a chorar da basílica porque reconhecem que Jesus morreu por nós, que chorou sangue”.

 

 
 

 

 

 

A Vida Consagrada é bela

O Papa Francisco esteve este sábado com os participantes do Congresso internacional para Formadores de consagrados e consagradas e pediu que não “descuidem a formação pessoal”. “Vocês não são apenas mestres, mas, sobretudo, testemunhas da sequela de Cristo, segundo seu próprio carisma, que pode ser redescoberto mediante a alegria de ser discípulos de Jesus. Por isso, cuidem sempre da sua formação pessoal, que nasce de uma forte amizade com o único Mestre”.

“A vida Consagrada é bela” e adiantou que não deve ser vivida como “um peso, mas um serviço, uma missão”, destacou Francisco.

Esta é a vossa a tarefa, a vossa missão: transmitir a beleza da consagração não só como “Maestros”, mas, sobretudo dando o testemunhos da sequela de Cristo. Daí a necessidade de os formadores cuidarem também da sua própria formação e de terem sempre fresca a “a alegria de ser discípulos de Cristo”, acrescentou.

O Papa reafirmou a vontade de ter este encontro pois através dos formadores e educadores consegue

 

 “ver os seus e nossos jovens, protagonistas de um presente, vivido com paixão, e promotores de um futuro repleto de esperança”. “Jovens que, impelidos pelo amor de Deus, procuram na Igreja os caminhos para o assumir na própria vida. Sinto a presença deles aqui e a eles dirijo meu pensamento carinhoso”.

Ao ver o numeroso grupo de jovens presente na Sala Paulo VI, o Papa disse que “nem parece que há crise vocacional”, não obstante sua clara diminuição na Igreja, que torna ainda mais urgente a tarefa da formação à Vida Consagrada.

O primeiro encontro do género promovido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e inserido no ando dedicado à Vida Consagrada reuniu cerca de 1400 participantes sob o tema “Viver em Cristo segundo a forma de vida do Evangelho”.

 

 

 

 

 

 

Perseguição aos cristãos

O prefeito e o secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica uniram-se aos alertas contra a perseguição dos cristãos em várias partes do mundo, durante este congresso internacional de religiosos, em Roma.

“[Os Governos] têm de adotar providências de pacificação concretas entre os povos e cesse a espiral de violência da qual são vítimas inocentes particularmente mulheres e crianças”, apelaram os participantes.

Uma denúncia, “com a voz frágil e poderosa do Evangelho”, feita pelo cardeal João Braz de Aviz e pelo arcebispo José Rodríguez Carballo.

Segundo o jornal do Vaticano ‘L’Osservatore Romano’, as notícias “dramáticas” provenientes do Médio Oriente “abalaram a sensibilidade” destes que elevaram preces, “em comunhão com o Papa Francisco e toda a Igreja”, pela paz. “Que o dom de Cristo Ressuscitado possa prevalecer sobre o ódio e a violência, e para que os homens se reconheçam todos irmãos”, são os seus desejos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Associação de Famílias Numerosas espera debate sério sobre apoios à natalidade

A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas espera os partidos políticos promovam um “debate sério” sobre os 20 projetos-lei apresentados no Parlamento e cheguem a “pontos de consenso” que promovam a natalidade.

“Estamos à espera de um debate sério e que se consiga chegar a pontos de consenso para conseguir uma garantia de estabilidade das políticas que é crucial para a recuperação da natalidade”, disse a secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN).

À Agência ECCLESIA, Ana Cid Gonçalves explicou que os 20 projetos-lei revelam o “muito que há por fazer” no apoio às famílias com filhos e à natalidade em Portugal nas “mais diversas áreas”.

Os partidos no Parlamento debateram na reunião plenária esta quarta-feira projetos de lei que abrangem matérias como a promoção da natalidade, a proteção de crianças e apoio às famílias, a universalidade do abono de família e da educação pré-escolar para as crianças a partir dos quatro anos; a meia jornada de 

 

trabalho para funcionários públicos e o regresso às 35 horas de trabalho semanais.

A APFN alerta que os assuntos em debate “não abrangem” a totalidade das necessidades, mas uma parte importante e a entrevistada acrescenta que existe “consciência” dos tempos difíceis atuais, por isso “é necessário implementar as medidas paulatinamente”.

“É importante que esse caminho seja definido o mais rápido possível em relação às áreas em que é preciso adotar medidas mantendo a sua estabilidade sem recuo”, alertou.

A responsável revela que consideram a proposta da “meia jornada” para a Função Pública “bastante positiva” uma vez que corresponde a uma necessidade das famílias, mas propõe “maior flexibilidade”.

A medida permitiria um tempo com metade do período normal de trabalho, recebendo 60% da remuneração, às pessoas com filhos menores de 12 anos ou, independentemente da idade, com deficiência ou doença crónica, estendendo-se às pessoas 

 

 

 

com netos menores de 12 anos.

Ana Cid Gonçalves recorda um inquérito da associação, em 2013 onde se percebia o “desejo” de as famílias reduzirem o horário de trabalho em duas horas e não quatro, porque esta “implica perda de rendimento importante e complicado de assumir”.

“Muitas dessas propostas vão no sentido de perceber as necessidades concretas que as famílias têm e procurar respostas para cada uma dessas necessidades”, observa a secretária-geral da APFN.

Sobre o abono de família, a entrevistada contextualiza que é universal na grande maioria dos

 

países europeus, “uma prestação que visa reconhecer o valor de cada criança que nasce”, e pede que no contexto atual se faça um caminho para essa mesma universalidade.

Para a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, uma maior proteção às mulheres no contexto laboral é “muito importante” porque “continuam a ser discriminadas” por causa dos filhos.

“A nossa proposta vai no sentido de estímulos positivos, incentivo às empresas que a contratação de um pai e uma mãe podem conferir condições específicas”, destacou a secretária-geral da APFN.

 

 

China: Diocese de Hong Kong denuncia situação da Igreja

A batalha do Cardeal Zen

Tem 82 anos e continua cheio de energia. O bispo emérito de Hong Kong não desarma na denúncia da situação terrível em que se encontra na China a Igreja fiel ao Papa e que continua a ser alvo de ataque por parte do Governo de Pequim.

No final do ano passado, quando as ruas da antiga colónia britânica se encheram de manifestantes em protesto pela democracia, foi impossível não ignorar a posição do Cardeal Joseph Zen Ze-kiun, Bispo emérito de Hong Kong, que não se poupou na defesa dos que lutavam contra as inferências de Pequim.

O Cardeal Zen é uma das vozes mais respeitadas da Igreja na China e as suas palavras, de denúncia dos atropelos dos direitos do homem, têm um eco que ultrapassa sempre as fronteiras do país.

A isso também não é alheio o facto de o grau de autonomia de que goza o território de Hong Kong, após a passagem de soberania em 1997, de Londres para Pequim, permitir à própria Igreja local a denúncia do clima de asfixia em que os cristãos 

 

fiéis a Roma continuam a viver no resto do país.

 

Preocupação

Mas não é só o Cardeal Zen a apontar o dedo às autoridades de Pequim. No final da semana passada, num encontro que teve lugar na Tailândia, sobre a “Paz e Reconciliação no contexto da Ásia”, a Comissão Justiça e Paz da Diocese de Hong Kong apresentou um relatório onde expressou a sua “preocupação” com a situação da Igreja Católica na China. Nesse relatório, foram referidas diversas situações de violação da liberdade religiosa e detenção arbitrária de bispos, sacerdotes e leigos, assim como casos de “tortura de padres desobedientes”, eufemismo para classificar os sacerdotes fiéis a Roma e que pertencem à chamada Igreja Clandestina.

Segundo a Comissão Justiça e Paz de Kong Kong, muitas vezes os sacerdotes têm sido forçados pelas autoridades a assinar documentos em que, entre outras coisas, afirmam “apoiar o

 

 

 

 socialismo na China” ou que defendem uma gestão da Igreja “independente, auto-suficiente e auto-governada”, em oposição a Roma. Segundo o documento, há vários casos de pessoas “desaparecidas” ligadas à Igreja Católica.

 

Perseguição

No final do ano passado, o Cardeal Zen esteve em Roma, onde participou num Simpósio sobre a Igreja na Ásia. Em declarações à Fundação AIS, o prelado afirmou então que “não devemos ter esperanças” de 

 

mudanças significativas no regime chinês no que diz respeito a “uma melhora imediata nas relações entre a China e a Santa Sé”. E acrescentou: “O Governo chinês intensificou a perseguição recentemente. Vimos igrejas demolidas, cruzes tiradas dos edifícios… A Igreja ainda é escravizada pelo Governo”. Neste longo Inverno para a Igreja Católica na China, ganha um conforto especial a coragem de homens como o Cardeal Zen, que não têm medo das palavras. Apesar dos seus 82 anos.

Paulo Aido 

www.fundacao-ais.pt

 

 

Monumentos Religiosos

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

A Arte e a Cultura sempre foram dimensões essenciais da prática cristã. A beleza é um dos sinais mais evidentes da presença de Deus na história da humanidade e, por isso, sempre foi cultivada.

Ao passar numa povoação, seja ela de que tamanho for, fique ela em que sítio ficar, dá logo para perceber qual a religião que mais caracteriza aquele povo. Uma Igreja, uma mesquita, um templo hindu…enfim, tudo pode ajudar a explicar-nos quais as marcas religiosas daquela gente.

O cristianismo, ao longo de vinte séculos, construiu um património imobiliário de valor incalculável. Igrejas, mosteiros, seminários…são imagem de marca de povos onde o ideal cristão se instalou e ganhou corpo e vida.

É impensável visitar Lisboa, Madrid, Paris, Moscovo, Londres, Bruxelas, Viena, Budapeste, Praga…sem entrar na Catedral, seja ela católica, ortodoxa ou de uma das Igrejas nascidas da Reforma. São edifícios imponentes, regra geral muito antigos, com pinturas e esculturas de grande valor cultural.

Hoje, estes monumentos levantam algumas questões. A primeira prende-se com os tempos de mudança que vivemos e que pode transformar Igrejas em edifícios só para turista visitar. A segunda traz o desafio da manutenção, pois construções antigas e enormes exigem orçamentos elevadíssimos para o funcionamento e obras necessárias.

 

 

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

Os governos, regra geral, já perceberam que este património é vital para a compreensão das raízes culturais do povo e também para a entrada de receitas resultantes da visita dos turistas aos monumentos. Por esta razão, há interesse em reabilitar paredes e telhados e em restaurar obras de arte. Mas o mecenato cultural também joga 
 
um papel decisivo, nem sempre devidamente reconhecido.

Para as Igrejas, os seus monumentos deviam apelar para a urgência de uma evangelização pela arte e pela cultura presentes na arquitectura, pintura, escultura. Talvez esta seja a dimensão da chamada ‘nova Evangelização’ que é preciso tomar mais a sério. Tudo em nome de uma Fé que se tornou Obra de Arte.

 

 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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