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Paulo Rocha Henrique Matos
Comunicações Sociais
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Foto da capa: D.R. Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,. Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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13 de maio entre Brasil e Portugal
Francisco lembrou aparições de Fátima
Dia Mundial das Comunicações Sociais[ver+]
D. Manuel Linda | Paulo Rocha Rita Figueiras | Ângela Roque Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Inês Espada Vieira | Pedro Jerónimo |
Narrar de novo |
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Paulo Rocha
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O debate sobre a comunicação desagua com frequência no que todos desejariam e ninguém tem: os jornalistas gostariam de fazer notícias diferentes, os leitores passar por conteúdos positivos, os telespectadores ver imagens menos dramáticas, os ouvintes ir além de soundbites e todos os membros de grupos nas diferentes redes passar por menos de curiosidades bacocas. Na origem desta constatação, tantas vezes exposta por profissionais dos media e por aqueles que aparentemente apenas se servem deles, está a abundância globalizada de mensagens, conteúdos, dramas, comentários, imagens ou filmes. E sobretudo o caos que invade as diferentes possibilidades de comunicar. De facto, tanto se valoriza um comunicado como um desabafo e pode ser notícia um relato ou relatório, independentemente de quem o produza. Por outro lado, os critérios de credibilidade e valorização do que está ao alcance de todos os recetores apenas depende do impacto que gera e das audiências que conquista. Sim, porque tanto um programa de entretenimento como uma fotografia estampada num mural têm o mesmo objetivo: conquistar audiência. A comunicação é cada vez mais um grande fórum, anárquico, onde confluem pequenos e grandes anúncios, local de novidades e curiosidades, centro onde se procuram referencias fundamentais da Humanidade como bisbilhotices de todos os quotidianos. Diante deste panorama surge um desafio: “narrar |
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de novo”. É a proposta do Papa na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se assinala este domingo. Francisco fala três vezes em “narrar”: valoriza os media enquanto possibilidade de “narrar e compartilhar”; afirma que o desafio hoje consiste em “aprender de novo a narrar”, indo além da possibilidade de “produzir e consumir informação”; e explica que “narrar significa compreender que as nossas vidas estão entrelaçadas numa trama unitária, que as vozes são múltiplas e cada uma é insubstituível”. “Narrar”, neste sentido, está distante de qualquer processo de comunicação da galáxia digital que construímos. Porque a trama não é unitária, mas episódica, fragmentada, do instante. |
“Narrar”, no conceito do Papa, distancia-se também dos projetos de comunicação, tanto os empresariais que apenas visam o lucro como os institucionais que procuram solidificar um nome, uma mareca, uma comunidade de pessoas, onde se podem incluir também os desenvolvidos pela Igreja Católica.
“Narrar de novo” exige não apenas atitude diferente diante do consumo dos media, mas sobretudo novas estratégias de presença neste ambiente, descobrindo a “trama unitária” que os liga, mesmo que com “vozes múltiplas”, porque “cada uma é insubstituível. "Narrar de novo" passa, por certo, pela concretização de desejos tantas vezes formulados de trabalho em conjunto, parcerias e valorização recíproca do muito que se faz nos media. |
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Procissão de Nossa Senhora de Fátima percorre as ruas de Macau. |
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"Os indicadores de que dispúnhamos apontavam para este resultado, um resultado de crescimento, que nos permitirá este ano alcançar a meta de 1,6% de crescimento, tal como o Governo previu" Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal, sobre os s mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística, Lisboa, 13.05.2015
“Tem de haver, como em todos os problemas de comportamento e de saúde mental de jovens e crianças, uma intervenção sistémica. Trabalhar com os pais destas crianças – da vítima e do agressor – com as escolas (os professores e os assistentes operacionais, porque são quem está nos recreios e não sabem como lidar com este tipo de situações)” Filomena Gaspar, especialista em educação parental em declarações à RR sobre vídeo divulgado nas redes sociais com imagens de agressão entre jovens, Coimbra, 14.05.2015 |
“Seria a cereja em cima do bolo para demonstrar a forma altamente negativa como o Governo conduziu todo este processo” António Costa, líder do PS, sobre a venda da TAP, Lisboa, 14.05.2015
“[Je suis Charlie] Não contribuiu para coisa nenhuma. É um daqueles movimentos de massa provocados e manipulados”
Jaime Nogueira Pinto, autor de "O Islão e o Ocidente", em declarações à RR, Lisboa, 14.05.2015
“É importante que todo este movimento de defesa e proteção da vítima de crime seja compatível com aquilo que é o essencial da filosofia e da conceção da intervenção penal em Portugal” A Joana Marques Vidal, procuradora-geral da República, no âmbito da Conferência ‘Vítimas de Crime na Europa: O futuro é agora!’, Lisboa, 13.05.2015 |
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Imagem peregrina de Nossa Senhora
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O bispo de Leiria-Fátima manifestou a esperança de que a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora às dioceses de Portugal, que se iniciou a 13 de maio, contribua para uma sociedade cada vez mais justa e solidária. “Sê conselho dos que governam e dos que trabalham pela paz e olha para a condição dos que vivem as dificuldades do mundo contemporâneo”, exortou D. António Marto, na oração de envio da imagem peregrina, que durante os próximos 12 meses estará de passagens por todas as dioceses portuguesas. Numa intervenção proferida no final da Missa de encerramento da
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peregrinação internacional de maio, na Cova da Iria, o prelado pediu a Maria que “acolha com solicitude materna o grito de louvor e a súplica de todos os que, em cada lugar de Portugal, procuram a força da sua intercessão” e “trabalham por um mundo melhor”. Apelou ainda à intercessão de Nossa Senhora para “os bispos, presbíteros e diáconos” de cada diocese, para que Maria seja “o alento de todos os consagrados, a alma de cada família e a alegria dos agentes de pastoral”. A passagem da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima pelo país está englobada na preparação do centenário das |
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aparições, marcado para 2017. O início da iniciativa, esta quarta-feira, foi acompanhado por mais de 200 mil peregrinos, dos mais variados países e continentes, que encheram o Santuário de Fátima nas cerimónias 12 e 13 de maio, presididas este ano por D. Raymundo Damasceno Assis, cardeal-arcebispo de Aparecida. Após deixar o Santuário de Fátima, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima fará de carro o seguinte percurso por Portugal: Viseu, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança-Miranda, Lamego, Coimbra, Guarda, |
Portalegre-Castelo Branco, Setúbal, Évora, Beja, Algarve, Santarém, Lisboa, Madeira, Aveiro, Açores, Porto, Leiria-Fátima. O Santuário espera que esta iniciativa seja para os portugueses “uma forte experiência de fé” e recorda que “todos são convidados a participar”. A primeira imagem peregrina, feita segundo indicações da irmã Lúcia, foi oferecida pelo bispo de Leiria e coroada pelo arcebispo de Évora a 13 de maio de 1947, tendo desde esta data, por diversas vezes, percorrido o mundo inteiro. |
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Fátima e Aparecida mais unidos
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O cardeal brasileiro D. Raymundo Damasceno Assis, presidiu em Fátima à cerimónia de entronização de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, sinal da “união” entre Portugal e Brasil. “Queremos que a presença desta imagem seja sinal da união destes povos, portugueses e brasileiros, que estão unidos profundos laços históricos, pela mesma fé, pelo mesmo amor a Nossa Senhora”, declarou o arcebispo de Aparecida. O presidente da peregrinação internacional do 13 de maio rezou pela paz e colocou sob a proteção da Virgem Maria o próximo Sínodo sobre a família, que vai decorrer em outubro, no Vaticano. O cardeal brasileiro explicou a |
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devoção que nasceu em Aparecida, cuja importância “foi crescendo, ao ponto de exigir a construção de uma nova basílica”, para celebrar em 2017 os 300 anos do encontro desta imagem. D. António Marto também rezou pela paz e evocou os "mártires" de hoje que são perseguidos por causa da sua fé em Jesus Cristo. “Nossa Senhora Aparecida, abençoai este povo que ora e canta, abençoai todos os vossos filhos, abençoai Portugal e o Brasil”. A entronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida faz parte das comemorações dos 300 anos do “achamento” da imagem da “Mãe Aparecida no rio Paraíba do Sul”, que será celebrado em 2017. |
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Segurança dos peregrinos nas preocupações da Igreja
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O bispo de Leiria-Fátima pediu que as autoridades civis “apressem” os projetos de itinerários alternativos para os peregrinos que caminham até ao Santuário da Cova da Iria. “Temos tido já reuniões com autoridades municipais em ordem a encontrar percursos seguros e recomendáveis”, longe das vias de “grande circulação”, sobretudo no norte do país, revelou D. António Marto, na conferência de imprensa de apresentação da peregrinação internacional. O também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) deixou um apelo às autoridades para que “apressem a realização destes projetos”. Nesse contexto, citou uma mensagem que recebeu, após a recente morte de cinco pessoas, pedindo “caminhos específicos para peregrinos”, como acontece com Santiago de Compostela. D. António Marto manifestou a solidariedade dos responsáveis do Santuário aos familiares dos peregrinos atropelados no início do mês. Já o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, sublinhouque a "segurança" dos peregrinos tem sido uma prioridade, procurando |
"verdadeiras alternativas que não aumentem" a distância. "Não é uma situação fácil de resolver, o peregrino de Fátima procura sempre o caminho mais curto", explicou. Segundo o reitor, o Santuário tem "apoiado" as iniciativas que visam melhorar os percursos de peregrinação, incluindo do ponto de vista económico, embora não tenha competências "no ordenamento do território". A intervenção ocorreu horas depois de secretário da Conferência CEP ter manifestado a solidariedade dos bispos católicos às famílias dos peregrinos que morreram a caminho de Fátima, elogiando o esforço do Santuário para tornar os percursos mais seguros. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt
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13 de maio assinalado no Vaticano |
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O Papa assinalou no Vaticano a memória da primeira das aparições de Fátima, junto de uma imagem de Nossa Senhora, convidando os católicos a manter viva esta devoção. “Neste dia de Nossa Senhora de Fátima, convido-vos a multiplicar os gestos diários de veneração e imitação da Mãe de Deus. Confiai-Lhe tudo o que sois, tudo o que tendes; e assim conseguireis ser um instrumento da misericórdia e ternura de Deus para os vossos familiares, vizinhos e amigos”, afirmou, durante a audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro. |
O encontro com milhares de peregrinos começou com um momento de silêncio, quando Francisco se deslocou para junto da imagem, colocada perto da sua cadeira, para rezar e fazer um pequeno gesto de carinho.
“Agora, peço ao meu irmão português que, neste dia de Nossa Senhora de Fátima, reze em português uma Ave-Maria à Virgem, com todos em silêncio”, disse de improviso, depois de saudar os peregrinos lusófonos presentes no Vaticano. O Papa voltou a referir-se ao 13 de maio no final da audiência, durante
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a tradicional saudação aos grupos de jovens, doentes e recém-casados. “Hoje é a memória litúrgica da Beata Virgem Maria de Fátima. Caros jovens, aprendei a cultivar a devoção à Mãe de Deus com a recitação diária do Rosário; caros doentes, senti Maria presente na hora da cruz; e vós, caros esposos, rezai-lhe para que não falte nunca na vossa casa o amor e o respeito recíproco”, apelou. Uma imagem peregrina de Nossa |
Senhora de Fátima está na Itália para uma visita de cinco meses às comunidades católicas da região, em particular às dioceses de Lácio, Campânia e Puglia. Na agenda da passagem da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima por solo italiano esteve a celebração do 13 de maio, com uma procissão entre a basílica romana de Santa Cruz de Jerusalém e a basílica papal de São João de Latrão. |
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Dia de festa num encontro
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O Papa Francisco encontrou-se esta segunda-feira no Vaticano com 7 mil crianças no Vaticano, numa iniciativa da ‘Fábrica da Paz’, e disse que a sociedade deve apostar na reinserção, em vez da prisão de menores. “A solução da cadeia é a mais cómoda para esquecer aqueles que sofrem”, sublinhou, em resposta a uma das 13 perguntas que lhe foram colocadas por alguns dos participantes, na sala Paulo VI. Questionado sobre os centros de detenção para os mais novos, Francisco foi claro: “Não, não estou de acordo”. Segundo o Papa, o papel da sociedade passa por ajudar cada jovem a “voltar a levantar-se, a reinserir-se, com a educação, com o amor, com a proximidade”. A intervenção espontânea questionou ainda a “indústria da morte” que está ligada aos conflitos militares, consequência de um mundo em que “tudo anda em volta do dinheiro, não da pessoa”. “Porque é que tantas pessoas poderosas não querem a paz? Porque vivem da guerra, da indústria das armas. Isto é grave”, alertou. |
Após vários momentos de música e representações teatrais, o encontro com o Papa levou um grupo de crianças para mais perto de Francisco, que ouviu questões de um menino em cadeira de rodas sobre o sentido do sofrimento. “Não gosto de dizer que uma criança é deficiente, não, esta criança tem uma capacidade diferente”, começou por dizer, sublinhando que “todos têm a capacidade de dar alguma coisa”. Neste sentido, citou o escrito russo Fiódor Dostoiévski e a sua questão sobre o sofrimento das crianças, sustentando que “não há resposta” e que é necessário “ajudar” aqueles que sofrem com uma presença muito próxima. |
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Cáritas debate prioridades globais |
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O Papa destacou no Vaticano a urgência da Igreja Católica continuar a apoiar em todo o mundo as populações vítimas da pobreza, da fome, da desigualdade social e da violência. Durante a missa de abertura da 20.ª Assembleia Geral da Cáritas Internacional, na Basílica de São Pedro, Francisco recordou as “muitas pessoas” que atualmente só esperam que haja “comida suficiente”, isto num mundo "com recursos para todos” mas onde “há falta de vontade em partilhá-los com todos”. Para o Papa argentino, a Igreja Católica, através de instituições como a Cáritas, deve “fazer tudo o que está ao seu alcance para que todos tenham de comer” e “recordar aos poderosos da Terra que um dia serão sujeitos ao julgamento de Deus”. |
Nesse sentido, recordou aos responsáveis das diversas Cáritas mundiais presentes em Roma - incluindo o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca - o mandato do Evangelho, que “quando é acolhido e anunciado, desafia a lavar os pés e as feridas dos que sofrem e a preparar uma mesa para eles”. “Quem vive a missão da Cáritas não é um simples agente, é uma testemunha de Cristo. Uma pessoa que procura Cristo e se deixa procurar por ele, uma pessoa que ama com o espírito de Cristo, um espirito de gratuidade, de entrega. Todas as nossas estratégias e planos serão vazios se não levarmos em nós este amor”, alertou. A 20.ª Assembleia Geral da Cáritas Internacional decorre até domingo em Roma. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Maria, a pobre dos pobres |
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D. Manuel Linda Bispo das Forças Armadas e de Segurança |
A propósito dos contínuos e trágicos acontecimentos do Mediterrâneo, há dias, um deputado europeu português dizia que a solução não é de natureza política. Fico espantado, pois não o imagino a defender uma medida biológica de extermínio das populações dos países donde esses emigrantes provêm e, conhecendo as suas convicções antiassistencialistas, também não o vejo a advogar que seja a Igreja a estender-lhes as mãos caridosas e a ocupar-se deles. Pois eu penso radicalmente o contrário: a solução é política e só política. Evidentemente, não com as coordenadas que o nosso mundo ocidental está a traçar: isto não vai lá com uma réplica da muralha da China, transposta para as praias da Itália ou da Espanha. Passa antes por uma nova visão da realidade global, algo a que os olhos de muitos se fecham. Os povos oriundos “das sombrias regiões da morte” intentam chegar cá para apanharem, ao menos, as migalhas que caem da nossa mesa abastada. Essas migalhas podem não consistir, exclusivamente, no alimento. Mas são também –e, porventura, fundamentalmente- a conservação da vida, a segurança, a liberdade, a paz e a identidade religiosa. Se duvidarem, perguntem-no aos refugiados da Síria e das áreas controladas pelo ISIS, aos que fogem do Boko Haran ou a um qualquer outro fundamentalismo e tribalismo. E não será isto um problema político? É, sim. Um problema criado por esta política imunda que leva, por exemplo, os Estados Unidos, |
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a Inglaterra e a França a fornecerem as mais modernas armas com as quais muitos são dizimados e os que escapam, tomados de pavor, não veem outra solução senão fugir. Armas tão sofisticadas que, na maior parte das vezes, nem sequer os exércitos nacionais, legalmente constituídos, as possuem. E é claro que não foram os terroristas a fazer essas armas: elas partem daqui, do Ocidente. E que tem isto a ver com Nossa Senhora, a Senhora de Maio? Tem tudo. Ela canta: “O Senhor derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias”. Canta, portanto, uma nova |
ordem mundial. Não discutida nas frequentemente inúteis assembleias internacionais dos bem pensantes. Mas um fermento de novidade que há de conduzir a um outro estado de coisas, a uma outra civilização. Não obstante esta política... Mas quem são estes “ricos despedidos de mãos vazias”? Temo bem que seja este nosso mundo ocidental que, por dinheiro, vende a alma ao diabo e retira a cruz do emblema do Real Madrid, já que um qualquer sultão do petróleo das arábias a isso obrigou e, na França, desloca a estátua de S. João Paulo II, só porque segura na mão o báculo pastoral com a cruz... Afinal, que podemos esperar desta mentalidade sociopolítica? |
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Os kingmakers |
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Rita Figueiras Portuguesa
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Os papéis e os níveis de influência que os media exercem na vida política têm sido vastamente analisados pelos Estudos de Comunicação Política. Doris Graber, uma das mais conceituadas investigadoras da área, chamou a atenção para uma das funções mais subtis que os jornalistas podem exercer em eleições, que é a participação na seleção de candidatos, função que designou por ‘fazedores de reis’ (kingmakers). A análise de um conjunto vasto de campanhas eleitorais tem demonstrado que este outro papel que os jornalistas desempenham nem sempre é fácil de discernir, porque o que pertence à ordem das causas explicativas para uma determinada cobertura parece antes ser uma consequência de um conjunto de fatores de ordem partidária e eleitoral. O papel dos media enquanto ‘fazedores de reis’ desenvolve-se ao longo do tempo e vai-se revelando através das várias peças sobre os protocandidatos que não são outra coisa do que a short list de protocandidatos dos próprios media. Esta é elaborada tendo em conta critérios políticos e mediáticos. Estes últimos são um produto da relação que os protocandidatos têm com os media e das suas competências mediáticas (desempenho, oralidade e telegenia), onde a performance em conformidade com um conjunto de expectativas dos media para o cargo político em concreto é um fator muito importante. Estas peças podem surgir, logo num primeiro momento, acompanhadas de sondagens de opinião sobre o tema ou, a esse
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pretexto, motivar a sua realização. Por outro lado, uma candidatura não sancionada pelos media revela-se na forma como os candidatos são apresentados aos votantes, i.e., como perdedores ou para não serem levados a sério. A maior das sanções é a invisibilidade mediática, não lhe sendo concedido acesso aos meios de comunicação. Nos primeiros meses em que estes temas começam a ser agendados, a cobertura jornalística tende a progredir em paralelo com a realização de sondagens, onde a short list é testada. Os candidatos que tendem a receber ampla cobertura dos media tendem também a ter bons resultados nas sondagens. Por sua vez, bons resultados nas sondagens traduz-se em maior cobertura |
mediática e é neste processo subtil que as causas se começam a transformar em consequências e a tornarem-se indistintas umas das outras. Neste processo, os jornalistas vão construindo o candidato que lhes parece melhor de entre os vários concorrentes. Isto é feito através de um amplo acesso do candidato dos media aos mais variados tipo de programas onde pode expor o seu pensamento e história(s) de vida, o que vai contribuindo para um reconhecimento favorável e lhe alarga as expectativas de êxito. Chegados a este ponto, resta perguntar: Quem é que os media já elegeram como os dois principais candidatos a Presidente da República em 2016? Já há muitos dados disponíveis e aceitam-se apostas. |
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Aprender de novo a narrar... |
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Henrique Matos |
A narrativa pede a capacidade de interpretar, de escutar... saber ler os sinais, exige a crítica e também a dúvida que nos faz ir em busca de respostas. Se estes são requisitos que se pedem a qualquer profissional da comunicação, o Papa Francisco interpela cada um de nós ao inconformismo e a que nos tornemos capazes de narrar a vida como a entendemos. Segundo o Papa, não nos devemos ficar no consumo ou na produção de conteúdos informativos simples... narrar é algo mais, é partilhar uma consciência crítica, debater com os outros as causas e as consequências do que nos perturba os dias e a forma como, no encontro de ideias, superamos essa massificação do pensamento tão conveniente para alguns. O Papa fala a propósito do 49.º Dia Mundial das Comunicações Sociais e não se fica pelo desafio, dá ideias. A boa ideia do Papa é descobrir a comunicação em estado puro, eficaz, autêntica e cheia de conteúdo... segundo ele, não a encontramos nas mais prestigiadas faculdades de jornalismo ou nas redações dos jornais de grande tiragem, tão pouco no brilho das imagens de quem lidera as audiências... Francisco apresenta-nos a “Família” essa mesmo, a nossa, a de cada um, esse parentesco de laços e afetos que nos comunicou a mensagem mais importante, a vida e como a levar por diante. Segundo o Papa, o que é genial na comunicação familiar é a partilha dos afetos e os vínculos que nos unem e tornam próximos. O Papa vai mais longe e sublinha um extraordinário meio de comunicação. Nada de informática, ou |
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qualquer rede social. Francisco fala do corpo, e desta vez ele não é o facilitador do pecado ou a lembrança fatídica da nossa fragilidade, é mesmo uma mais valia que nos permite dar expressão concreta aos afetos. O beijo, o abraço, o calor, a prova de que quem eu gosto está mesmo ali. O corpo é a nossa máquina de comunicar e de criarmos relação com o outro. Nem tudo é um mar de rosas na comunicação familiar, é certo. Bem-vindos ao mundo real, o que não faltam são silêncios demasiado longos, indiferenças que impedem restabelecer as cumplicidades de uma paixão que arrefeceu, ou as urgências do dia a dia que se sobrepõem sempre ao gesto de amor. Mas também estes são desafios e estímulos a uma comunicação verdadeira. Ela não precisa de maquilhagem nem de fingir o que não é. Essa é a que nos entra |
em casa pelas novelas ou nos noticiários que nos levam a olhar tudo da mesma forma. Na família, a dor pede o perdão, a separação o reencontro, e tudo isto se faz com a palavra e com o gesto, com o corpo. A falar é que a gente se entende, expressão bem portuguesa que S. João Paulo II lembrou numa das visitas que nos fez. Falar é importante, mas o silêncio não é menos, ele amplifica a palavra. Escrevia Bento XVI que «o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas de conteúdo». Vivemos hoje possibilidades grandiosas com o que a tecnologia permite. Não devemos recear os perigos mas apenas estar atentos. Importante é saber usar a ferramenta poderosa para narrarmos o quotidiano como o queremos, com os vínculos e os afetos que aprendemos nessa grande escola de comunicação que é a Família de cada um. |
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O Semanário ECCLESIA apresenta nesta edição um dossier dedicado ao Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015, partindo do tema escolhido por Francisco, ‘Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor’. O cónego João Aguiar Campos, diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, aborda em entrevista a relação entre Igreja e Media, que é desenvolvida posteriormente em testemunhos de quem vive no dia a dia os desafios lançados pelo Papa.
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Francisco defende na sua mensagem uma educação para o pluralismo, no interior de cada família, e sublinha a importância de valorizar as várias formas de comunicação. O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (17 de maio, em 2015). Os donativos recolhidos nas celebrações dominicais vão reverter, neste dia, para os projetos do secretariado nacional e dos secretariados diocesanos do setor. |
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Uma Igreja que comunicaO diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais apresenta em entrevista três objetivos com que a Igreja Católica assinala o Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano a 17 de maio, e contextualiza como é esta presença que informa mas também forma, desde o “meio tradicional” que são as celebrações até à imprensa, os meios audiovisuais e o digital. O cónego João Aguiar Campos comenta ainda a importância de o Papa Francisco centrar a sua atenção na família que comunica e é comunicante. Entrevista conduzida por Paulo Rocha
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Agência ECCLESIA (AE) – A Igreja Católica assinala e propõe o Dia Mundial das Comunicações Sociais com que objetivos? Cónego João Aguiar Campos (JAC) – Assinala-o três objetivos essenciais. O primeiro um objetivo de prestar homenagem à própria comunicação social percebendo quanto ela contribui para a comunhão da própria humanidade para nos manter socializados, dinamizados e informados. Depois assinala também como reflexão, sobretudo sublinhar que a comunicação é essencialmente comunhão, não é mera informação mas comunhão. E, terceiro objetivo, dentro do contexto do modo da Igreja olhar precisando de meios de comunicação, ou de estar presente nos meios de comunicação, para cumprir a sua identidade missionária também este dia apela aos crentes |
que contribuam para sustentar esta mesma presença seja em meios ditos neutros, seja através de meios próprios.
AE – A par de outras iniciativas, nomeadamente de âmbito mais interno, litúrgico, existe uma afirmação clara de que é preciso estar presente na comunicação social anunciada através dos meios de comunicação social? JAC – Uma Igreja que não comunique nega-se a si própria, ela é enviada como missionária e está ao serviço de uma pessoa emprestando a sua voz, a sua presença. Por isso, além de afirmar-se como missionária e católica deve estar presente em todas as circunstâncias e para todas as pessoas. Missionário só dentro da Igreja ou dentro do adro não se entende, tem de estar com a sua proposta humilde onde as pessoas se encontram. |
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AE – É mais importante ter meios próprios ou estar presente nos meios generalistas? JAC – É interessante que quase há 40 anos, a Communio et Progressio (Instrução Pastoral sobre os meios de comunicação social de 1971) responde que as circunstâncias dirão. Com meios próprios é mais fácil passar a integridade da mensagem mas estando presente nos ditos meios neutros por ventura está mais presente geograficamente na universalidade porque estes outros meios têm uma tiragem que os meios próprios da Igreja não chegam a alcançar. Também estar presente nos meios neutros através de jornalistas católicos, não são pregadores, são essencialmente profissionais, e é com o seu serviço à verdade que também cumprem a sua missão.
AE – Em qualquer meio, mesmo os da Igreja, não são pregadores? JAC – Não são pregadores, mesmo os meios de comunicação social da Igreja não são compêndios de teologia, o jornal não é um compêndio de teologia, nem um programa de |
televisão é transmitido diretamente da Faculdade de Teologia, da Universidade Católica. É um olhar sobre a normalidade da vida com olhos crentes, a chave de leitura é crente, as circunstâncias são o que são.
AE – Através de que meios de comunicação social a Igreja informa e forma? O que é que existe disponível ao público? JAC – Existe um meio tradicional que é o meio das celebrações, da palavra, e estes meios e instrumentos tradicionais não devem ser abandonados. Pelo contrário, devem ser tão cuidados que ainda recentemente foi publicado o diretório homilético, isto é, para ensinar aqueles que têm de dirigir-se a uma assembleia de crentes a melhor maneira de o fazerem sem que seja uma aula de marketing mas um serviço digno à palavra. Depois, concretamente em Portugal temos a capacidade de fazer através da rádio de inspiração cristã, umas mais propriedade da Igreja e outras associadas a ela através da sua identidade. A Rádio Renascença |
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que é porventura o meio mais amplo com as suas diversas rádios, webtvs e também um jornal online. Fazemo-lo através das marcas que pretendem à ECCLESIA, a agência, esta presença no meio público que é a RTP, o Semanário (digital) ECCLESIA e também a presença da Igreja nos tempos dedicados às confissões |
religiosas na RDP. Depois a multiplicidade de jornais paroquiais ou diocesanos com diferentes tiragens mas que globalmente podem ter três milhões de potenciais contactos que não é de modo algum desprezível nesta ação da Igreja. |
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AE – É para todo este universo de comunicação que este dia apela. Que compromissos podem ter todos os cristãos para com esses meios? JAC – Há o compromisso de serem produtores e serem consumidores. Não gosto de olhar apenas para o consumidor até porque hoje vivemos uma grande interação, intercâmbio. Produtores escrevendo, produtores aceitando pronunciar-se e depois lendo, consumindo e apoiando. Se os meios não tiverem audiência |
dificilmente terão também razão eficaz, suficiente para o de facto ser.
AE – Em cada ano o Papa escreve uma mensagem para este dia mundial e este ano está centrado na família. Que conteúdo propõe o Papa Francisco para o 49.º Dia Mundial das Comunicações Sociais com o tema ‘Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor’? JAC – Em primeiro lugar centrado na
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família faz sentido, porque estamos num tempo sinodal. Vivemos a assembleia extraordinária do sínodo sobre a família e agora em outubro teremos a assembleia ordinária sobre a família. É neste intervalo de reflexão que de alguma forma faz a digestão do já dito e já discutido e ao mesmo tempo prepara a refeição da reflexão de outubro, o Papa quer que a família esteja no centro desta sua mensagem para a comunicação social. Família como escola de comunicação, como lugar de comunicação, como modelo de comunicação. Dizendo concretamente que na família sentimos mais vivamente que noutro ambiente qualquer que a comunicação tem de ser incarnada, onde o corpo esteja presente. Esta é uma nuance muito interessante da mensagem do Papa para este ano até pelas novas tecnologias e o digital. Muitas vezes centramo-nos nas potencialidades, no meio ou numa visão instrumental, felizmente já passada, mas o que o Papa diz é que fora dos instrumentos a comunicação tem de ser uma mensagem corpórea, de toque, de abraço, uma mensagem de ternura. Se o ano passado falava de comunicação ao serviço da cultura |
do encontro, este ano diz que a família é uma comunidade comunicadora onde as diferentes gerações tocando-se, abraçando-se numa proximidade contínua não apenas comunicam mas aprendem efetivamente o essencial da comunicação.
AE – O Papa destaca que a família é a primeira escola de comunicação. JAC - É a primeira escola de comunicação nos diferentes géneros e nas diferentes gerações que ai se cruzam. Uma escola onde cada um pode ser ele mesmo e dizer-se aos outros tal como é e aceitar ou ser chamado a aceitar os outros tal como eles são. Parece que em nenhum outros espaço há esta generosidade tão afirmada. |
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AE – O Papa desafia também a aprender de novo a narrar. Que desafio é este? JAC – É aprender a dizer-se, aprender a revelar-se, a contar e a contar-se.
AE – Ultrapassando estereótipos que há sobre a família? JAC – Sim, com certeza mas ultrapassando também esta dificuldade que muitas vezes temos de encontrarmos o ambiente e a forma de nos dizermos. Narrarmo-nos também pelo silêncio, pela atenção, pela escuta. Narramo-nos pela palavra, o Papa também chama a atenção para isso, recuperar efetivamente a palavra porque é a palavra que nos diz e na sua expressão, “que revigora o vínculo”. Quem não ouvimos negamos-lhes a existência e aqueles a quem não falamos facilmente os desprezamos e este é também um grande desafio que o Papa nos coloca. Apresentando aliás, como protótipo de comunicação e da linguagem do corpo na comunicação, o exemplo do encontro entre Maria e a prima Isabel e o abraço entre as duas mulheres e aquela presença comunicante, “o |
menino saltou de alegria no meu seio”. Aquela presença comunicante de dois que ainda não se haviam revelado mas já se sentiam vocacionados ou chamados a conhecer-se.
AE – Numa conferência para casais abordou o tema da comunicação em família como algo essencial para a estabilidade familiar. O vínculo entre pais, filhos, avós. JAC – Porque se não houver comunicação, se cada membro da família não conhecer, não contactar, não conviver. Não se pode apenas limitar a viver com, a estar por ali, se não partilhar a vida facilmente aquilo vira residência noturna ou centro de dia onde cada um vai passando e vendo eventualmente os post-it colocado na porta do frigorífico que é um centro que quase todos visitam, mesmo quem chega tarde. Antes havia um slogan, que ainda é atualíssimo, “família que reza unida, permanece unida”, família que comunica é família que vive a comunhão, vive a alegria e vive a fidelidade e a vaidade da pertença. E, depois, é também esta família |
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que vive comunicando internamente que depois se comunica com a sua riqueza de família vivendo o amor na Igreja e se comunica na sociedade. Por isso, assim como o Papa perguntou “que Igreja dizes de ti mesma”, hoje também temos de perguntar às nossas famílias: “Famílias que dizes de ti mesma?” Comunidade comunicativa, de amor e igreja doméstica ou apenas um sítio de |
reunião onde nos vamos suportando, no mau sentido da palavra, considerando o outro como peso, e não suportando no sentido de apoiando, acompanhando, vivendo uns com os outros. Família que comunica e depois extravasa esta sua riqueza para a Igreja e para a sociedade. |
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AE – Que impacto é exercido sobre a família através dos media, do ambiente mediático onde também ela se insere? JAC – Os media podem ter sobre a família um efeito negativo e efeito positivo. Naturalmente que através dos meios de comunicação – rádio, televisão, jornais – entram na família um conjunto enorme de desafios e problemas mas também entram enormes potencialidades de abertura ao mundo, à cultura e a perspetivas de vida ou problemas que não se tinham colocado. Dai que seja bom que as famílias acolham como uma visita ilustre |
e que se vai transformando familiar os meios de comunicação social mas depois também os saibam usar por exemplo para o diálogo. Não sou dos que dizem que se deve cortar ou acabar com mas muitas vezes temos de falar sobre. O que me custa é que qualquer meio de comunicação entre em casa e seja única pessoa que lá dentro pode falar à vontade e os outros são mandados calar porque alguém quer ouvir falar aquele. Aliás o Papa nesta mensagem a respeito da civilização e cultura digital em que estamos faz realmente o deve e haver entre o aldo positivo e o lado negativo ao mesmo tempo que nos |
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torna cidadãos de mundo e nos alarga horizontes é preciso que dentro de casa não nos isole. A internet, ou outros, não nos torne apaixonados pela comunicação virtual esquecendo a comunicação dos corpos, a comunicação real, em presença.
AE – Considera que o Papa Francisco nesta mensagem toma o que a família tem de melhor, ou seja, estável, constituída de acordo com o que é mais habitual. Quando hoje existe muita destruturação, instabilidade e algo que quase impossibilita a comunicação como é proposta?
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JAC – De qualquer maneira a proposta continua a ter de fazer-se. E depois em torno da família viramo-nos muito pessimistas e somos capazes de contar todos os dramas e esquecer os momentos de alegria. E concretamente neste momento em que olhamos muito e devemos olhar para as feridas na família e para as famílias feridas não deixar de ter um pensamento positivo de gratidão e louvor para as famílias que atravessando todas as dificuldades continuam a afirmar-se amorosas, amantes e crentes nesta dimensão continuada do amor e dos afetos. |
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AE – No contexto do Dia Mundial das Comunicações Sociais que projetos no âmbito do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais interessa reafirmar como prioritários para a Igreja Católica nos media? JAC – Interessa-nos reafirmar e continuar o bom trabalho que a Ecclesia tem feito como agência de informação da Igreja, sendo capaz de percorrer com olhos atentos o país e sendo capaz de olhar para a Igreja Universal e não apenas na Agência mas no aprofundamento do semanário, e neste contributo diário e semanal de presença na rádio e na televisão. Não posso esquecer o aprofundamento também necessário e refletido de que a Igreja deve amar da própria Rádio Renascença, como emissora católica portuguesa. E depois os pequenos jornais que na sua dimensão são um enorme sinal de proximidade e às vezes perder ou fechar a proximidade é o primeiro passo para soberbamente nos ignorarmos uns aos outros.
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AE – Que importância tem na sua opinião uma presença na RTP2 e na Antena 1 num espaço que é inter-religioso? JAC – Em primeiro lugar esta é uma presença das confissões e é importante que todas as confissões, cumprindo os parâmetros que a lei exige para que sejam consideradas confissões, tenham esta liberdade e oportunidade de se dizerem e contactarem os seus, não se trata de uma catequese. O fenómeno religioso faz parte da vida humana e é bom que os meios, como a RTP, continuem a considerar que no seu serviço público se integra perfeitamente esta presença das confissões religiosas.
AE – É importante para a sociedade portuguesa na atualidade? JAC – É importante religiosa e culturalmente. Eu penso que se perdermos a noção da riqueza que o judaísmo e cristianismo emprestaram à nossa civilização, e outras confissões noutros planos, perdemos também, |
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muito da cultura, da nossa humanidade. Há, às vezes, a tentação de pensar que Deus diminui o homem, eu penso que não que Deus chama o homem efetivamente a ser. Camões tem uma expressão |
interessantíssima quando fala da incarnação do Verbo diz que “desceu do céu à terra para levar o homem da terra ao céu”. E esta divinização do homem é absolutamente digna de meditação. |
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Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amorMensagem do Papa Francisco para 49.º Dia Mundial das Comunicações Sociais |
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O tema da família encontra-se no centro duma profunda reflexão eclesial e dum processo sinodal que prevê dois Sínodos, um extraordinário – acabado de celebrar – e outro ordinário, convocado para o próximo mês de outubro. Neste contexto, considerei oportuno que o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais tivesse como ponto de referência a família. Aliás, a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar. Voltar a este momento originário pode-nos ajudar quer a tornar mais autêntica e humana a comunicação, quer a ver a família dum novo ponto de vista.
Podemos deixar-nos inspirar pelo ícone evangélico da visita de Maria a Isabel (Lc 1, 39-56). «Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”» (vv. 41-42).
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Este episódio mostra-nos, antes de mais nada, a comunicação como um diálogo que tece com a linguagem do corpo. Com efeito, a primeira resposta à saudação de Maria é dada pelo menino, que salta de alegria no ventre de Isabel. Exultar pela alegria do encontro é, em certo sentido, o arquétipo e o símbolo de qualquer outra comunicação, que aprendemos ainda antes de chegar ao mundo. O ventre que nos abriga é a primeira «escola» de comunicação, feita de escuta e contacto corporal, onde começamos a familiarizar-nos com o mundo exterior num ambiente protegido e ao som tranquilizador do pulsar do coração da mãe. Este encontro entre dois seres simultaneamente tão íntimos e ainda tão alheios um ao outro, um encontro cheio de promessas, é a nossa primeira experiência de comunicação. E é uma experiência que nos irmana a todos, pois cada um de nós nasceu de uma mãe.
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Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num «ventre», que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é «o espaço onde se aprende a conviver na diferença» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 66). Diferenças de géneros e de gerações, que comunicam, antes de mais nada, acolhendo-se mutuamente, porque existe um vínculo entre elas. E quanto mais amplo for o leque destas
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relações, tanto mais diversas são as idades e mais rico é o nosso ambiente de vida. O vínculo está na base da palavra, e esta, por sua vez, revigora o vínculo. Nós não inventamos as palavras: podemos usá-las, porque as recebemos. É em família que se aprende a falar na «língua materna», ou seja, a língua dos nossos antepassados (cf. 2 Mac 7, 21.27). Em família, apercebemo-nos de que outros nos precederam, nos colocaram em condições de poder
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existir e, por nossa vez, gerar vida e fazer algo de bom e belo. Podemos dar, porque recebemos; e este circuito virtuoso está no coração da capacidade da família de ser comunicada e de comunicar; e, mais em geral, é o paradigma de toda a comunicação.
A experiência do vínculo que nos «precede» faz com que a família seja também o contexto onde se transmite aquela forma fundamental de comunicação que é a oração. Muitas vezes, ao adormecerem os filhos recém-nascidos, a mãe e o pai entregam-nos a Deus, para que vele por eles; e, quando se tornam um pouco maiores, põem-se a recitar juntamente com eles orações simples, recordando carinhosamente outras pessoas: os avós, outros parentes, os doentes e atribulados, todos aqueles que mais precisam da ajuda de Deus. Assim a maioria de nós aprendeu, em família, a dimensão religiosa da comunicação, que, no cristianismo, é toda impregnada de amor, o amor de Deus que se dá a nós e que nós oferecemos aos outros.
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Na família, é sobretudo a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra… é sobretudo esta capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade. Reduzir as distâncias, saindo mutuamente ao encontro e acolhendo-se, é motivo de gratidão e alegria: da saudação de Maria e do saltar de alegria do menino deriva a bênção de Isabel, seguindo-se-lhe o belíssimo cântico do Magnificat, no qual Maria louva o amoroso desígnio que Deus tem sobre Ela e o seu povo. De um «sim» pronunciado com fé, derivam consequências que se estendem muito para além de nós mesmos e se expandem no mundo. «Visitar» supõe abrir as portas, não encerrar-se no próprio apartamento, sair, ir ter com o outro. A própria família é viva, se respira abrindo-se para além de si mesma; e as famílias que assim procedem, podem
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comunicar a sua mensagem de vida e comunhão, podem dar conforto e esperança às famílias mais feridas, e fazer crescer a própria Igreja, que é uma família de famílias.
Mais do que em qualquer outro lugar, é na família que, vivendo juntos no dia a dia, se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência e do pôr-se de acordo. Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; preciso é aprender a enfrentá-los de
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forma construtiva. Por isso, a família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão. O perdão é uma dinâmica de comunicação: uma comunicação que definha e se quebra, mas, por meio do arrependimento expresso e acolhido, é possível reatá-la e fazê-la crescer. Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade. |
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Muito têm para nos ensinar, a propósito de limitações e comunicação, as famílias com filhos marcados por uma ou mais deficiências. A deficiência motora, sensorial ou intelectual sempre constitui uma tentação a fechar-se; mas pode tornar-se, graças ao amor
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dos pais, dos irmãos e doutras pessoas amigas, um estímulo para se abrir, compartilhar, comunicar de modo inclusivo; e pode ajudar a escola, a paróquia, as associações a tornarem-se mais acolhedoras para com todos, a não excluírem ninguém.
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Além disso, num mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta, semeia discórdia, polui com as maledicências o nosso ambiente humano, a família pode ser uma escola de comunicação feita de bênção. E isto, mesmo nos lugares onde parecem prevalecer como inevitáveis o ódio e a violência, quando as famílias estão separadas entre si por muros de pedras ou pelos muros mais impenetráveis do preconceito e do ressentimento, quando parece haver boas razões para dizer «agora basta»; na realidade, abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível, para educar os filhos na fraternidade.
Os meios mais modernos de hoje, irrenunciáveis sobretudo para os mais jovens, tanto podem dificultar como ajudar a comunicação em família e entre as famílias. Podem-na dificultar, se se tornam uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar apesar da presença física, de saturar todo o momento de silêncio e de espera,
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ignorando que «o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas de conteúdo» (BENTO XVI, Mensagem do XLVI Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24/1/2012); e podem-na favorecer, se ajudam a narrar e compartilhar, a permanecer em contacto com os de longe, a agradecer e pedir perdão, a tornar possível sem cessar o encontro. Descobrindo diariamente este centro vital que é o encontro, este «início vivo», saberemos orientar o nosso relacionamento com as tecnologias, em vez de nos deixarmos arrastar por elas. Também neste campo, os
primeiros educadores são os pais. Mas não devem ser deixados sozinhos; a comunidade cristã é chamada a colocar-se ao seu lado, para que saibam ensinar os filhos a viver, no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum.
Assim o desafio que hoje se nos apresenta, é aprender de novo a narrar, não nos limitando a produzir e consumir informação, embora esta seja a direção para a qual nos impelem os potentes e preciosos meios da
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comunicação contemporânea. A informação é importante, mas não é suficiente, porque muitas vezes simplifica, contrapõe as diferenças e as visões diversas, solicitando a tomar partido por uma ou pela outra, em vez de fornecer um olhar de conjunto.
No fim de contas, a própria família não é um objeto acerca do qual se comunicam opiniões nem um terreno onde se combatem batalhas ideológicas, mas um ambiente onde se aprende a comunicar na proximidade e um sujeito que comunica, uma «comunidade
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comunicadora». Uma comunidade que sabe acompanhar, festejar e frutificar. Neste sentido, é possível recuperar um olhar capaz de reconhecer que a família continua a ser um grande recurso, e não apenas um problema ou uma instituição em crise. Às vezes os meios de comunicação social tendem a apresentar a família como se fosse um modelo abstrato que se há de aceitar ou rejeitar, defender ou atacar, em vez duma realidade concreta que se há de viver; ou como se fosse uma ideologia de alguém contra outro, em vez de ser o lugar onde todos aprendemos o que
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significa comunicar no amor recebido e dado. Ao contrário, narrar significa compreender que as nossas vidas estão entrelaçadas numa trama unitária, que as vozes são múltiplas e cada uma é insubstituível.
A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher,
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entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro.
Vaticano, 23 de janeiro
– Vigília da Festa de São Francisco de Sales –
de 2015.
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Amar é comunicar |
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Comunicar é um desafio permanente. Perdoar, aceitar o outro como é, rezar, transmitir a fé, levando-a “em vasos de barro”. Embora as palavras, o diálogo, sejam importantes, são as atitudes que marcam. É assim com as crianças, que pese embora ainda não percebam muitas das coisas que os adultos dizem, registam os sinais que os mesmos trasmitem. O desafio é ainda maior na atualidade, quando somos constantemente estimulados por múltiplos media. A comunicação é algo que esteve sempre presente desde que nos conhecemos. Não só no contexto em que isso aconteceu, mas porque os primeiros contactos foram feitos de longas conversas. O diálogo esteve sempre presente. Procurámos nunca deixar uma discussão ou desentendimento em aberto para o dia seguinte. Fosse aquando do namoro, seja enquanto casados. Nessas alturas é preciso humildade, para sairmos de nós mesmos e passarmos ao outro. Sobretudo quando ele, o outro, não tem razão ou não tem aquela que gostariamos que tivesse. Isso é naturalmente uma graça de Deus e que resulta de |
um percurso de perscruta e (re)descoberta permanente. Aprender a ser cristão é um processo sobretudo marcado pelo amor de Deus. Que não se impõe, que não exige, que perdoa, que acolhe, que sara, mas que também corrige quando é preciso. À imagem do Hino à Caridade, que nos acompanha há muitos anos. “O amor é paciente, é benigno, não é invejoso; não se ufana, não se ensoberbece, não é inconveniente, não procura o seu interesse, não se irrita, não suspeita mal, não se alegra com a justiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1.ª Cor. 13). Não queremos com isto dizer que somos “santinhos”, pois a maioria das vezes ele não é uma realidade nas nossas vidas. Porém, reconhecemos nele a verdade. Que dialogar e agir em prol do outro, é amá-lo. É em casal, é no seio familiar que experimentamos que Cristo Ressuscitou – quando permite o perdão e nos passa da tristeza à alegria – e que Deus nos ama como somos – quando o manifesta através do outro. Amar é, pois, comunicar. E a família, como nos diz o Papa Francisco, é o “ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”. |
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Pedro & Ângela
Ele tem 35 anos, é professor universitário, Doutor em Informação e Comunicação em Plataformas Digitais; ela tem 29 anos, é técnica de comunicação numa Junta de Freguesia, Mestre em Ciências da Comunicação. Conheceram-se |
durante a Licenciatura em Comunicação Social e Educação Multimédia, em finais de 2006, casaram em Maio de 2013 e tiveram o José em Abril de 2014. Residem na Paróquia de Santiago de Marrazes, Diocese de Leiria-Fátima. |
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"Família e Comunicação” |
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Que importância tem a comunicação para uma família como a nossa? De que forma condiciona a nossa vida? O desafio foi-nos lançado pela Ecclesia, a propósito da mensagem do Papa para o Dia das Comunicações Socias, por sermos uma família onde pai e mãe trabalham na comunicação social. Ainda por cima na mesma empresa. Podemos dizer que comunicar é central nas nossas vidas. Pelas obrigações profissionais que temos, naturalmente, e porque sempre tivemos a consciência de que equilibrar trabalho e família não se consegue sem uma boa base de comunicação. Comunicar é partilhar, saber ouvir, é respeitar a opinião do outro, mesmo quando é diferente da nossa. É respeitar os silêncios, é compreender as ausências, é esclarecer dúvidas. É alimentar a confiança. E é um desafio permanente, que se vai transformando à medida que os filhos crescem. Trabalhar na mesma “casa mãe”, embora em rádios diferentes, também traz dificuldades. Não gostamos de levar “trabalho para casa”, mas muitas vezes o trabalho vai connosco… |
Somos uma família de quatro pessoas, pai produtor musical de rádio, mãe jornalista, e temos duas filhas, uma já adulta e universitária (19 anos), outra ainda na adolescência (fará em breve 15). Ao longo dos anos, e nas várias fases das nossas vidas, fomos lidando e amenizando os constrangimentos naturais das nossas profissões: horários flexíveis, trabalho aos fins-de-semana e feriados, reportagens que às vezes implicam ausências. Como se concilia isto tudo? Com boa vontade e bom senso. E com muita comunicação.
Durante vários anos, por exemplo, o Antonio trabalhou na equipa do “Café da manhã” ( RFM). Entrar às 6 da manhã obrigava-o a deitar-se tão cedo que eram as filhas que iam dar o “beijo de boa noite” ao pai, e não o contrário. Quando eu tive de assegurar, durante anos, a continuidade dos noticiários, era “normal” trabalhar todos os feriados, muitos Natais, domingos de Páscoa e fins-de-ano. Foi a comunicação que temos com a chamada “família alargada”, com avós sempre presentes, que nos ajudou a ultrapassar dificuldades. “Não existe a família perfeita” |
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Angela e António estão casados há 22 anos
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sublinha o Papa na mensagem para o Dia das Comunicações Sociais, acrescentando que “não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; o que é preciso é aprender a enfrentá-los de forma construtiva”. Tão verdade! Sabemos que na nossa família há coisas que necessariamente não acontecem como noutras. Para uma jornalista e um criativo estar |
informado é uma obrigação e um dever profissional, e nem sempre se consegue “desligar”, há uma necessidade constante de informação. O que para muitos pode ser difícil de entender… Lá por casa continuamos a acordar com o noticiário da rádio, interessa-nos saber, logo pela manhã, quais são os destaques dos jornais, e muitas vezes acompanhamos as refeições |
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com a televisão acesa! Desaconselhável? Talvez. Mas nunca foi dramático nem prejudicial. Pelo contrário, tem-nos ajudado a cimentar a relação com as nossas filhas numa base de confiança e diálogo permanente sobre o que vemos, seja informação, seja entretenimento. A “moral da história”, que quando eram mais pequenas procurávamos sempre nos livros lhes líamos, ou nos filmes que víamos em conjunto, foi sendo transposta para esta forma de “estar” frente à televisão. À medida que foram crescendo tornou-se óbvio que era fundamental sermos nós, pais, a “desmontar” a informação que recebem, ajudá-las a interpretar o mundo que as rodeia. Para além do que o simples exercício de falar sobre as coisas já traz de bom à relação pais/filhas, e ao modo como se devem partilhar ideias. “Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade”, afirma o Papa na mensagem para o Dia das Comunicações Sociais. Não temos |
quaisquer dúvidas sobre isso. É fundamental desfazer equívocos, incentivar a tolerância quando discordamos uns dos outros, aprender a saber ouvir, a dar a vez ao outro para se exprimir, ou respeitar quando se prefere o silêncio. Francisco também desafia as famílias a “aprender de novo a narrar”, não se limitando “a produzir e consumir informação”. É precisamente isso que tentamos fazer nesta ajuda que lhes damos na interpretação do que as rodeia, do que nos rodeia. A velocidade com que as notícias hoje circulam e lhes chegam através dos meios de comunicação social formais ou, por exemplo, nas redes sociais, torna tudo mais complicado. Não é fácil estar atento a tudo, em permanência, por isso há que investir na proximidade e na confiança. O que significa “terrorista”, e porque razão há terroristas que matam em nome de Deus? Como se combate o ódio? Como podemos ajudar os cristãos perseguidos? O que é a violência doméstica, e a que sinais devemos dar valor? E a pedofilia? Porque é que há tantos jovens a agredir outros? São algumas das questões que já motivaram longas |
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e esclarecedoras conversas lá por casa. A realidade é, por vezes, tão violenta que é fundamental os pais ajudarem os filhos a interpretar o que vêem, lêem e ouvem, a terem sentido crítico, a saberem reflectir e cruzar acontecimentos, a saberem escolher o que consomem em termos informativos ou de entretenimento. Valorizamos muito as conversas com as nossas filhas. Gostamos de ouvir a opinião formada que têm sobre as coisas, e não perdemos a oportunidade de uma boa discussão, no bom sentido. E elas também são, em relação às nossas profissões, as nossas maiores críticas, também nos ajudam a ter olhares novos sobre as coisas, através dos seus olhares. E também nos aconselham! Já aconteceu ter a ideia de uma reportagem depois de uma boa |
conversa com as nossas filhas…
“Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor” é o tema da mensagem do Papa para o Dia das Comunicações Sociais que nos guiou nesta reflexão em família, e que aqui partilhamos. Uma mensagem que nos interpela como profissionais da comunicação (será que estamos a fazer as opções editoriais certas e a tratar devidamente o tema da família?) e, simultaneamente, como pais e educadores. E não temos dúvidas de que a família é, de facto, “o primeiro lugar” onde se aprende e ensina a comunicar.
Ângela Roque, jornalista da RR, editora de Religião António Manuel Antunes, produtor musical da RFM |
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A vivência do «Deus-amor nos gestos concretos» da família |
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Nuno e Conceição Martins são os pais do Pedro, de 18 anos, e da Ana de 16 anos, com deficiências múltiplas. Os progenitores destacam a “preponderância” e “importância” do Papa Francisco apelar à não-exclusão de ninguém na mensagem para Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015. “Nós sabemos a potência e o poder que a comunicação social tem nas nossas vidas, na realidade das famílias e sociedade em geral. É preponderante haver este alerta para existir um crescimento da sociedade para esta temática”, comentou Nuno Martins que considera que a sociedade pode crescer “no amor e na solidariedade” com esta partilha. Para Conceição Martins é “muito importante” a referência do Papa porque sente “algum conforto”, que existe alguém que “pensa e se preocupa” com esta realidade. “Quer que também tenhamos voz e haja atenção nesta sociedade onde às vezes a correria não permite estar atento”, observou sobre a realidade das pessoas com deficiência. |
“Muito têm para nos ensinar, a propósito de limitações e comunicação, as famílias com filhos marcados por uma ou mais deficiências”, escreveu o Papa na mensagem ‘Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor’.
“A deficiência motora, sensorial ou intelectual sempre constitui uma tentação a fechar-se; mas pode [..] ajudar a escola, a paróquia, as associações a tornarem-se mais acolhedoras para com todos, a não excluírem ninguém”, desenvolveu Francisco no documento para o 49.º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Conceição Martins concorda com o Papa e frisa que a sociedade pode ser mais acolhedora com a inclusão de pessoas com deficiência, porque elas se apresentam “sem disfarçar”. “A verdade que transmite o que sente torna-se uma riqueza e o amor que têm para dar, que é muito verdadeiro, e percebe-se nos gestos, na afeição, na ternura, enriquece muito”, acrescentou. |
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O “desafio maior” é passar ao concreto com espaços e ambientes preparados para esse acolhimento e exemplifica com a realidade das “igrejas normalíssimas e tradicionais”, “geladas” entre outubro e março, são desadequadas ao sistema imunitário da Ana.
“Pesquisamos e descobrimos que existem Missas nos centros comerciais que é fantástico. Estacionamos no parque e o acesso à capela é pelo interior”, disse Conceição Martins. A espiritualidade e a fé são transmitidas aos dois filhos desde |
pequenos e de maneiras diferentes, adequadas à realidade de cada um: “A Ana é sobretudo a oração em casa, os gestos de amor”. Para além das orações antes das refeições, onde a Ana, já familiarizada, “se benze” e espera, a família Martins também tem uma sala dedicada à oração. Conceição Martins não sabe qual a “perceção” que a filha tem de Deus, mas afirma que tem o “essencial” que é a “vivência do Deus-amor” nos gestos concretos da família e dos que lhe são mais próximos. |
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Carta a meus filhos
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Não sei, meus filhos, que família será a vossa. É possível, porque tudo é possível, que ela seja a que desejo para vós, semelhante àquela que construímos em conjunto todos os dias. Uma família que diariamente se procura e se encontra, no lar e no mundo, na intimidade e na exposição. Desejo para vós, uma simples família, em que prevaleçam o respeito e a alegria, o diálogo e a presença, a memória e a descoberta. É possível que não seja esta a família que desejais ou a que podereis vir a ter. E se, afinal, a vossa família for diferente da nossa, desejo que nela vivam o mesmo amor, o mesmo perdão, a mesma festa, que o Papá e eu aprendemos diariamente convosco. Sobretudo, que vivais a mesma alegria que recebemos de vós, nos gestos do quotidiano: no abraço regateado, no calor das vossas (já não tão) pequenas mãos, no silêncio do serão, no celebrar das conquistas escolares, nas “lições de vida” à hora do jantar, na observação do vosso caminho individual. Naquelas linhas de afeto, enfim, com que vamos |
cosendo a teia que nos suporta e nos impele, a teia a que nos agarramos para sentir a segurança do hoje e de que nos servimos para seguir adiante. Estas linhas, estes dias, esta vida, são um sonho que o Papá e a Mamã herdaram dos abuelitos, e da vovó e do vovô, a quem estamos gratos sempre, e que ainda hoje são um colo que nos ampara a todos. Há dias, porém, em que nem tudo é como desejaríamos, em que nos deparamos com dificuldades, com um quotidiano que nos subjuga, e com as nossas próprias limitações. Há dias, em que querer ser a melhor profissional e a melhor mãe são realidades incompatíveis, em que querer estar presente choca com a implacável agenda de um trabalho noutro país. Sabeis certamente de que dias falo. Ou talvez não, talvez o vosso perdão fale mais alto do que os meus desabafos, porquanto é tanta a generosidade do coração das crianças. Mas esses dias existem e os perigos desses dias também. E por isso, a família que criamos nos cumpre tê-la com cuidado, como coisa preciosa, |
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conscientes da bênção que recebemos e que temos o privilégio de alimentar. Um dia, meus filhos, sabereis isto e mais, e é possível até que saibais que isto não é bem assim. Um dia, tereis as vossas certezas, as vossas vidas e, na liberdade e no respeito, elas serão múltiplas e únicas. Um dia, sabereis que o amor nem sempre pode tudo, se ele não for comunicado; se no centro da dinâmica familiar não estiver a |
imperiosa ação de comunicar esse amor. De o dizer, de o tocar, de o partilhar, por vezes até de o explicar, para o conseguir compreender. É por este amor e por esta família que vos escrevo hoje. Inês Espada Vieira, Universidade Católica Portuguesa
(Uma apropriação do poema de Jorge de Sena, «Carta a meus filhos sobre os Fuzilamentos de Goya»)
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Família, Media e Igreja |
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O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje que “em boa hora” o Papa Francisco “juntou” o Dia Mundial das Comunicações Sociais ao tema da família, “que a Igreja está a debater”. Para o D. Manuel Clemente, a mensagem do Papa intitulada ‘Comunicar a família. Ambiente privilegiado do encontro, na gratuidade do amor’, refere-se ao “tema da família”, às “comunicações sociais” e à “sociedade que precisa de se encontrar como comunidade”. “É preciso que gostemos das pessoas ao ponto de estarmos sempre motivados para resolver os problemas nossos e os dos outros, que são nossos também”, sustentou D. Manuel Clemente, afirmando que é na família é o local de aprendizagem dessas atitudes. “A sociedade precisa de se encontrar
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como comunidade”,defendeu o cardeal, que representará, com D. Antonino Dias, a Conferência Episcopal Portuguesa na assembleia do Sínodo dos Bispos de outubro próximo. Num encontro com jornalistas para apresentar a aplicação móvel ‘Missas em Lisboa’ e para comentar a mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se assinala este domingo, D. Manuel Clemente referiu que o debate do Sínodo dos Bispos acontece “em ligação à Igreja toda”. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa constatou que o debate mediático sobre a família está a ter “muito impacto” no debate sinodal. “A presença dos media é realmente muito forte e tem uma velocidade que depois desafia à ponderação que também é preciso haver nestes assuntos”, sublinhou o cardeal-patriarca de Lisboa. “Nas assembleias sinodais sente-se de uma maneira muito premente que temos de falar, debater, mas sempre como representantes verdadeiros e informados, e por isso prudentes, de uma realidade muito vasta que é a realidade familiar”, acrescentou.
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De acordo com o diretor do Departamento da Comunicação do Patriarcado de Lisboa, padre Nuno do Rosário Fernandes, a aplicação móvel vai potenciar a funcionalidade “mais procurada” na página da internet do diocese.
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Comissão Episcopal
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Existem sítios que, do meu ponto de vista, justificam que regularmente os relembremos seja porque celebramos datas que a isso nos obrigam ou porque a qualidade dos conteúdos disponibilizados são ricos demais para serem deixados ao “abandono”. Celebra-se esta semana, entre 10 e 17 de maio, mais uma semana da vida. Esta semana já é comemorada desde 1994 sendo organizada pela Conferência Episcopal Portuguesa, através da Comissão Episcopal para o laicado e família. “Esta iniciativa vem na sequência do apelo lançado em 1991 pelo Papa João Paulo II, na Encíclica O Evangelho da Vida sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana, ao propor uma celebração que tenha por objetivo «suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos e condições, concentrando a atenção de modo especial na gravidade do aborto e da eutanásia, sem contudo menosprezar os outros momentos e |
aspetos da vida…» (EV 85).” Assim esta semana propomos uma visita ao sítio da comissão episcopal responsável pela organização desta semana em que se celebra o Dia Mundial da Família (15 de Maio). Ao digitarmos o endereço www.leigos.pt encontramos um espaço eminentemente informativo, apresentando uma estrutura e ambiente tradicionais, não fugindo aos cânones habituais. Na página principal além do menu encontramos as últimas notícias inseridas e ainda algumas sugestões para outros sítios relacionados. Ao clicarmos em comissão podemos ver quem são os elementos que a compõem e perceber que a sua finalidade passa pelo “acompanhamento das associações de fiéis na área do Apostolado dos Leigos (Movimentos Eclesiais, Novas Comunidades, Obras de Apostolado, etc.) e a promoção da Pastoral nas áreas da Família, da Juventude e do Ensino Superior”. Em “família”, ficamos a perceber que esta área engloba a área da pastoral familiar e que é formada “por um |
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grupo de pessoas com experiência de trabalho nas questões da Família”. |
responsável pelo sector da pastoral do ensino superior integrando alunos e docentes. Em plena semana da vida fica o desafio de acederem a este espaço para, além de consultarem os conteúdos apresentados, acederem aos materiais relativos a esta semana que tem como mote “Vida com dignidade: opção pelos mais fracos”. Fernando Cassola Marques |
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Teu nome: Mãe |
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Este livro, com ilustrações a aguarela, apresenta-nos a Virgem Maria com muitos e variados títulos, mas há um que permanece comum a todos: Mãe. Ela é Mãe, em todas as horas da vida, de cada um de nós e da humanidade. Mãe de Cristo e por isso Mãe da Igreja, Mãe da humanidade. A experiência do amor da Mãe do céu que a autora nos ajuda a fazer leva-nos também a participar no amor privilegiado que Nossa Senhora tem pelos perseguidos por amor a Cristo. A autora Maria Teresa Maia Gonzalez sente que a “vida de Maria é uma inspiração” e daí veio a necessidade de descobrir novos elementos “partindo das realidades que agora se vivem”. “É a partir da cronologia de vida de Maria na Terra que estão incluídas as várias invocações que criam sintonia”, disse em declarações à ECCLESIA. O livro é uma edição da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, com ilustração de Isabel Monteiro. As receitas revertem para apoiar vários projetos da vida consagrada no Iraque em favor dos refugiados nomeadamente a Congregação das Irmãs Dominicanas, em Erbil, e no |
“apoio aos milhares de refugiados que dependem delas”, trabalho que a diretora da fundação AIS, Catarina Martins, testemunhou diretamente na recente visita que fez ao Líbano e ao Iraque. A sessão de lançamento, que decorreu esta quarta-feira ao fim da tarde na Sala Cónego Abranches, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, contou com a participação de Ângela Roque, jornalista da Rádio Renascença
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que, a pedido da autora, leu alguns dos textos do livro. A obra é também reflexo das meditações do padre Werenfried, devoto de Maria e fundador da FAIS, que serviram de inspiração para a autora. Trata-se de um livro para “orar e meditar” que, segundo Maria Teresa Gonzalez, se destina a crentes e não crentes, convidando mesmo os não crentes a “não colaborarem apenas com a FAIS mas também a refletir nestes assuntos”. |
“Orar a partir do coração” está escrito na nota prévia do livro e a autora sente que é “para não papaguear, para criar sintonia com Deus, além de dialogar e escutar para criar encontro”, propósitos desta publicação.
A autora refere que ao longo do dia todas as pessoas se deparam com diferentes realidades, basta sair à rua, e podem encontrar-se momentos de encontro com Deus, “às vezes só em silêncio, contemplando” e este livro pode inspirar esses tempos de oração. |
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II Concílio do Vaticano: Nas «encruzilhadas da vida» de D. António Ribeiro |
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O cardeal-patriarca de Lisboa, D António Ribeiro, não participou nas sessões do II Concílio do Vaticano (1962-1965), mas teve um papel fulcral na divulgação desta assembleia magna realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano. De 1959 a 1964 apresentou, aos sábados, na RTP, o programa «Encruzilhadas da Vida», em que debatia temas de atualidade, frequentemente, sugeridos pelos próprios telespectadores. Nos três anos seguintes (1964/67) foi o rosto do programa, no mesmo canal televisivo, «Dia do Senhor». Naqueles programas televisivos demonstrou “as suas qualidades de comunicador, aliadas a um apurado sentido crítico e a uma rara capacidade de leitura cristã dos acontecimentos” – escreveu o diretor do «Correio de Coimbra», padre António Jesus Ramos, numa crónica dois dias depois da sua morte. Após prolongado sofrimento, no dia 24 de março de 1998, faleceu, em Lisboa, este homem nascido em S. Clemente de Basto, na diocese de Braga, a 21 de maio de 1928. Depois de frequentar os seminários daquela diocese foi ordenado a 5 de julho de 1953. O então arcebispo de Braga, D. António Bento Martins Júnior, mandou-o estudar para Roma (Itália) onde se doutorou na Pontifícia Universidade Gregoriana com a tese «A Doutrina do Evo em S. Tomás de Aquino. Ensaio sobre a duração da alma separa». Depois de uma séria formação humanística, filosófica e teológica, o jovem António Ribeiro cedo foi lançado para a ribalta da Comunicação Social.
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Para além de trabalhar na área da comunicação social, o futuro bispo auxiliar de Braga (eleito a 3 de Julho de 1967) foi assistente nacional e diocesano da Liga Universitária Católica e ainda das associações profissionais de médicos, farmacêuticos, juristas, engenheiros e professores.
“Ninguém estranhou, deste modo, que o jovem sacerdote fosse chamado a assumir o múnus episcopal aos trinta e nove anos de idade. A Igreja escolhera-o para suceder, na diocese moçambicana da Beira, ao carismático |
D. Sebastião Soares de Resende. Era uma tarefa difícil, o que demonstra bem a confiança que a Santa Sé nele depositava. Só que Deus escreve direito por linhas tortas. A sua figura ao mesmo tempo aberta e tranquila, a serenidade da sua postura perante os problemas mais difíceis e a prudência firme das suas posições eram necessárias em Portugal num período que, naquele final dos anos sessenta, se adivinhava conturbado a diversos níveis” – redigiu o padre A. Jesus Ramos no «Correio de Coimbra» de 26 de Março de 1998. |
Maio 2015 |
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Dia 15 de maio* Espanha – Ávila - A Universidade Católica de Ávila, em Espanha, promove uma competição de fotografia, literatura e cinema no contexto do V centenário do nascimento de Santa Teresa de Jesus e no âmbito de um congresso interuniversitário.
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* Suíça - Saint Maurice - Encerramento do encontro sobre a radicalização do islão promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa.
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* Lisboa - Igreja do Sagrado Coração de Jesus - Celebração dos 50 anos de sacerdócio do cónego António Janela presidida por D. Manuel Clemente
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* Aveiro - Casa das Irmãs Dominicanas - Encontro «À conquista de castelos» sobre a espiritualidade de Teresa de Jesus
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A cidade de Ílhavo vai receber esta sexta-feira o interescolas da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), da Diocese de Aveiro, onde são esperados mais de 3000 alunos e o bispo da diocese. Esta 14.ª edição tem como tema “EMRC: Em marcha no rumo certo!”.
Decorre nos dias 16 e 17 mais uma edição do Dia Nacional do Movimento Juvenil Salesiano, destinado a pré-adolescentes, adolescentes e jovens do MJS dos ambientes salesianos ou com referência salesiana.
O domingo é assinalado em várias cidades do país por jornadas dedicadas à família, pela Igreja Católica. Em Coimbra, Chão de Couce acolhe a Festa Diocesana das Famílias. Já a Diocese de Leiria-Fátima vai realizar uma grande festa, tendo como epicentro o Parque da Cerca (Marinha Grande), para coroar o biénio de atividades pastorais à volta da família como “comunidade de fé, de amor e de vida”. O setor da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa e a Vigararia de Sintra organizam a 2ª edição da Festa da Família, que vai acontecer no Mucifal, em Colares, Sintra.
No Vaticano, o Papa preside este domingo de manhã à Missa de canonização de quatro religiosas: as palestinas Marie Alphonsine Ghattas (1843-1927) e Maria de Jesus Crucificado Bawarti (1846-1878), a italiana Maria Cristina da Imaculada Conceição (1856-1906) e Jeanne Émilie de Villeneuve (França, 1811-1854).
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O que é a oração?
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h30Domingo, dia 17 - Dia Mundial das Comunicações Sociais
RTP2, 15h30 Segunda-feira, dia 18 - Entrevista sobre o bicentenário de nascimento de São João Bosco Terça- feira, dia 19 - Informação e entrevista a Juan Ambrosio sobre a Faculdade de Teologia da UCP; Quarta-feira, dia 20 - informação e entrevista a Maria Teresa Maia Gonzales sobre o livro "Teu nome: Mãe";
quinta-feira, dia 21 - informação e entrevista à irmã Bridget Eason;
Antena 1 Domingo, dia 17 de maio - 06h00 - Dia Mundial das Comunicações Sociais: comunicar em família; relação entre mãe e filho na gravidez; aprender a narrar. Comentário com irmã Irene Guia.
Segunda a sexta-feira, 18 a 22 de maio - 22h45 - O sacramento do Crisma com João Tovar; Festas do Espírito Santo nos Açores com o padre Helder Mendes e a historiadora Margarida Lalanda; Festas do Espírito Santo em Alenquer com o diácono Duarte João e Festas do Espírito Santo na Madeira com jornalista Manuel Gama e o Frei Nélio Mendonça. |
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Ano B – Solenidade da Ascensão do Senhor |
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Olhar o céu, partir em missão |
A Solenidade da Ascensão do Senhor Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Os discípulos e seguidores de Jesus são chamados a concretizar o seu testemunho hoje. Na primeira leitura dos Atos dos Apóstolos, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Ele. Os discípulos missionários não podem ficar a olhar o céu numa passividade alienante; têm de ir para o meio das pessoas, continuar o projeto de Jesus. Uma «Igreja em saída», no dizer do Papa Francisco. A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência dessa esperança de vida plena em comunhão com Deus. Devem caminhar ao encontro dessa esperança de mãos dadas com os irmãos, membros do mesmo corpo, e em comunhão com Cristo, a cabeça desse corpo. «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura... Eles partiram a pregar por toda a parte...» São palavras de Jesus ressuscitado no Evangelho, quando aparece aos discípulos e os envia em missão como testemunhas do projeto de salvação de Deus. E que fazemos nós hoje? É um grande desafio testemunhar no nosso mundo os valores do Reino, esses valores que, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e que o mundo considera serem as prioridades da vida. Com frequência, os discípulos de Jesus são objeto de desprezo e indiferença, de perseguição e morte, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no perdão e no amor, no serviço e no dom da vida.
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O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração. Nesses momentos sabe bem recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.
Olhar o céu implica estarmos atentos aos problemas e às angústias dos homens, sentirmo-nos questionados pelas inquietações e misérias, pelos sofrimentos e sonhos, pelas esperanças e alegrias que enchem o coração dos que nos rodeiam, |
sentirmo-nos solidários com todos, particularmente com aqueles que sofrem. É isso que a Ascensão nos pede hoje e nesta semana: olhar o céu e partir em missão, levando o Senhor no coração. E neste Dia Mundial das Comunicações Sociais, procuremos sintonizar com o convite do Papa Francisco a centrar o nosso olhar na família enquanto ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor.
Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.pt |
Pastoral da Cultura desafia diferentes gerações a debater a Família |
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"Tempo de Cultura, Tempo de Família" é o tema da próxima Jornada da Pastoral da Cultura, que a 29 de maio reúne em Fátima oradores de diferentes gerações, formações, situações profissionais e vivências da condição cristã. O presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d'Oliveira Martins, a maestrina Joana Carneiro e o escritor João Miguel Tavares estão entre os participantes no encontro, que se situa entre os dois Sínodos dos Bispos (outubro de 2014 e outubro de 2015) convocados pelo papa Francisco para refletir sobre a Família. A Jornada, que o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura organiza pelo 11.º ano consecutivo, inclui a entrega do Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes 2015 à personalidade, a anunciar em breve, que a Igreja católica distingue com base em obra reveladora de humanismo e experiência cristã. O encontro, com inscrições abertas ao público em geral, que já decorrem pela internet, inicia-se às 10h15 com o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e |
Comunicações Sociais, D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto. A conferência de abertura é proferida por Guilherme d'Oliveira Martins, com apresentação e moderação de Eduardo Paz Barroso, professor de Estética e Ciências da Comunicação, seguindo-se o diálogo com o público. Pelas 11h45 começa o primeiro painel, com Joana Carneiro e João Minhoto Marques, professor de Literatura Portuguesa Contemporânea, moderado por Maria João Costa, jornalista da Renascença especializada em temas de cultura, que introduzirá novo espaço reservado à interação com a assembleia. Uma instalação do artista e poeta António Barros, marcada para as 14h30, abre o programa da tarde. João Miguel Tavares, Margarida Miranda, professora de Estudos Clássicos, e Samuel Silva, artista plástico, são os protagonistas do painel que se segue, com moderação de Octávio Carmo, chefe de redação da Agência Ecclesia. A sessão de encerramento, prevista para as 16h15, conta com as intervenções de D. Pio Alves e José |
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Carlos Seabra Pereira, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. A terminar, realiza-se o ato de entrega do Prémio Árvore da Vida - Padre |
Manuel Antunes. O encerramento da Jornada é esperado para as 17h30. Programa, informações sobre a Jornada e formulário de inscrição |
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A religiosa clarissa que impulsionou o culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres |
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‘Duas Almas Gémeas: Santa Margarida e Madre Teresa da Anunciada’ é o título do livro do religioso dehoniano padre Agostinho Pinto, que foi lançado esta segunda-feira na Igreja do Santuário do Senhor Santo Cristo, com a apresentação do bispo de Angra, D. António de Sousa Braga. O responsável diocesano destacou a importância deste livro para a “compreensão do sentido de misericórdia divina tão sugestivamente revelada no Ecce Homo, tão bem retratada na imagem do Senhor Santo Cristo”, cujo culto a Madre Teresa soube difundir e aprofundar. Por isso, diz D. António de Sousa Braga, no ano em que o Papa convocou o Jubileu da Misericórdia, “seria bom não perder de vista esta publicação”. O livro resulta de uma investigação sobre a vida de Santa Margarida e de Madre Teresa da Anunciada, “que é coincidente na maioria dos aspetos” desde logo a sua contemporaneidade, o facto de terem entrado no mesmo dia para o convento, de viverem as mesmas dificuldades e tribulações |
mas, sobretudo “pelos esforços que fazem para dar a conhecer um Jesus humano que ama e deve ser correspondido”. “ Para além das coincidências ambas tinham este desejo reparador a partir de contextos diferentes: mostrar que Deus tem coração humano, que palpita, que nos ama e nós temos de ser capazes de devolver e de valorizar esse amor, correspondendo-lhe”, disse ao Sítio ‘Igreja Açores’ o autor do livro. A investigação começou ainda no tempo do anterior bispo de Angra, D. Aurélio Granada Escudeiro, que lhe pediu para fazer uma autobiografia da religiosa. “A imagem que nos passam desta mulher não corresponde ao seu real valor. Na juventude pode ter sido dependente e limitada mas à medida que a sua fé foi amadurecendo e ela tinha a plena convicção que o que defendia era a vontade do Senhor Santo Cristo afrontava toda a gente, inclusive o Rei”, diz o sacerdote, não escondendo “uma verdadeira paixão” pela vida e obra desta clarissa. “Se ela estivesse mais perto de Roma já |
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estava nos altares. A distância e a falta de quem trabalhe de forma árdua e com o coração nesta causa têm impedido que o processo avance” refere o religioso. “É preciso alguém que leve isto no coração, que se dedique de alma para que o trabalho avance”. “Teresa da Anunciada era uma discípula da paixão mas a dimensão reparadora fez dela uma mulher vigorosa”, ressalva o padre Agostinho |
Pinto, afirmando que compara as duas - Teresa e Margarida, com onze anos de diferença - “até como forma de dar um empurrão” à causa da Madre Teresa. A Diocese está neste momento a desenvolver “todos os esforços para nomear mais rapidamente possível um novo postulador” que terá de “residir nos Açores, particularmente em São Miguel”, disse ao Sítio ‘Igreja Açores’ o bispo de Angra. |
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Religiosas de Maria Imaculada assinalam 125 anos da morte da sua fundadora |
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“Temos que reconhecer na criação desta Congregação uma obra da Divina Providência que segundo as necessidades dos tempos envia remédios oportunos”. É com esta frase de Santa Vicenta Maria que se apresentam as Religiosas de Maria Imaculada, uma congregação que nasceu em Espanha, em 1876, no dia da Festa da Santíssima Trindade, e se estendeu aos quatro continentes, tendo hoje comunidades muito |
“expressivas” na Índia, no Brasil e em África.
“Nós, Religiosas de Maria Imaculada, somos as continuadoras do Carisma e da Missão de Santa Vicenta Maria, na Igreja” esclarece ao Sítio ‘Igreja Açores’ a superiora do Convento da Esperança, a casa destas religiosas em Ponta Delgada, nos Açores.
“A opção por Jesus Cristo, como resposta ao seu chamamento, está na base da totalidade da nossa vida.
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É um rasgo da nossa identidade”, sublinha a Irmã Maria Alice. Os elementos constitutivos do Carisma das Religiosas de Maria Imaculada são: O amor - “Sem este amor-caridade não se poderá levantar o edifício do Instituto”; o desejo de procurar e realizar a vontade de Deus; a “paixão pelas jovens, pelo seu amadurecimento humano, formação, promoção e santificação”; a obediência; a oração a partir da vida e para a vida; o amor a Maria- “modelo de mulher nova e a alternativa de um modo de ser mulher”, para a jovem de hoje” e o amor à Eucaristia.
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“Ela era uma mulher muito eucarística, é aí que ela dedica o amor a Jesus e ao próximo e depois concretiza na missão” destaca ainda a Irmã Maria Alice, lembrando o seu empenho na defesa das jovens, o que a levou a afirmar mais tarde, depois da realização de alguns exercícios espirituais com as jovens e de ter conseguido fundar a congregação “as jovens triunfaram”.
Este ano, a Congregação assinala os 125 anos da morte da sua fundadora que foi beatificada pelo Papa Pio XII em 1950 e canonizada em 1975 por Paulo VI. |
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República Centro-Africana:
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As Nações Unidas dizem que na República Centro-Africana está a acontecer a maior crise humanitária esquecida no mundo. Os números são trágicos. Mas lá, neste país africano, há um missionário que, todos os dias, oferece esperança onde já só havia lágrimas.
República Centro-Africana. A ONU voltou a lançar um alerta para este país que vive “a maior crise humanitária esquecida” no nosso tempo. Os números são assustadores: Cerca de 60% da população precisa de ajuda de emergência. Há 900 mil pessoas deslocadas. As Nações Unidas estão sem recursos financeiros para uma resposta eficaz. A tragédia aí está, de novo. Porém, desta vez há um aparente desinteresse do mundo e um cruel silêncio dos jornais. Parece que há outras tragédias, outras prioridades. Desde 2013 que este país tem vivido surtos de violência protagonizados por milícias muçulmanas, partidárias dos rebeldes de um movimento denominado Séléka, e de um outro grupo, |
que se lhe opõe, os anti-Balaka. Padre Aurelio Aurelio Gazzera é missionário italiano, tem 52 anos, usa cabelo curto, tem a pele escurecida pelo inclemente sol de África e continua a ser um teimoso combatente pela paz. Desde há muito que este carmelita tem levantado a sua voz para denunciar esta tragédia. A cidade de Bozoum, com 25 mil habitantes, é a sua terra de missão. Porém, muitas vezes os seus gestos são incompreendidos. Recentemente quase foi linchado pela multidão. Seguia no meio da cidade quando começaram a atirar pedras contra o carro. Eram muçulmanos. Queriam matá-lo. O Padre Aurelio confessou, mais tarde, que, naquele instante se limitou a rezar o Terço. Sentiu-se impotente. Parecia o fim. Foi então que dois homens, vindos não sabe de onde, se colocaram em frente do carro e gritaram para a multidão. Tudo parou. O Padre Aurelio reconheceu logo um deles. Era um dos mais procurados e temidos líderes dos Séléka. Inacreditavelmente, aquele homem que todos temiam estava |
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agora ali, de braços abertos, a acalmar a multidão como se a tivesse hipnotizado.
Fome e medoEste país continua sequestrado por grupos armados. Muitos dos que apedrejaram o carro do Padre Aurelio passaram a acantonar-se nos seus bairros à espera sempre do dia em que também seriam atacados. É a lógica da violência sem fim. É preciso inverter isto. Criar pontes. “Uma vez por mês, os nossos paroquianos costumam oferecer algumas provisões e dinheiro para os mais pobres da |
comunidade, os órfãos. Então, falei-lhes na possibilidade de ajudarmos os muçulmanos pobres de Bozoum.” Como iriam reagir? “Eles são todos extremamente pobres, mas reuniram imensos alimentos e juntaram quase 70 euros, o que é uma verdadeira fortuna!”. Afinal, a paz é possível quando se acredita na reconciliação. A Fundação AIS apoia o trabalho do Padre Aurelio. Está nas nossas mãos impedir que a República Centro-Africana seja o país onde está a acontecer a maior crise humanitária esquecida no mundo.
Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt |
Paz e Segurança |
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Tony Neves |
São duas palavras que nem sempre estão na mesma página do dicionário. Habituei-me, em contexto de governo de partido único, a entender que estas duas realidades não podiam andar de braço dado. Sempre que me falavam de segurança, vinha-me à mente um sistema bárbaro e desumano de controlo das pessoas e suas ideias que era posto em prática por gente capaz de tudo, até matar. Era assim que atuava a chamada ‘segurança do estado’ em Angola durante a guerra civil. E desta segurança não tenho saudades nenhumas e fico sempre mal disposto quando me recordo de algumas das suas práticas. Mas aqui estamos a querer falar de outra segurança: a que permite ás pessoas viver seguras, circular á vontade sem serem incomodadas, dizer o que acham que é a verdade, manter um conjunto de condições mínimas para viver, estar numa terra onde os eventuais inimigos internos ou externos não poderão atentar contra a dignidade e os direitos das pessoas. Esta segurança, sim, interessa manter e implementar. É esta segurança, aliada da paz, que o Ano Europeu do Desenvolvimento que estamos a viver quer valorizar neste mês de Maio. A Paz, essa sim, é um valor inquestionável. Ir á procura de guerras para resolver problemas continua a ser moeda corrente, mas não faz qualquer sentido. Ninguém está seguro em tempo de guerra, sem sequer aqueles que a promovem e com ela ganham milhões. A guerra será sempre ato de barbárie e é urgente encontrar caminhos |
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alternativos á violência quando se pretendem resolver problemas. Para percebermos os efeitos bárbaros da guerra, basta darmos uma olhada para o que se está a passar na Síria e no Iraque. O cortejo de destruições e mortes parece não ter fim e fico sem saber quem sairá vencedor. Talvez os fabricantes e vendedores de armas… |
Numa Europa com sinais claros de rupturas políticas (Ucrânia…), económicas (Grécia…) e sociais, há que investir na cimentação de uma paz que crie condições reais de segurança para todos. Mas nunca na lógica de uma Europa que constrói muros, mas de uma Europa-Ponte para o resto do mundo.
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“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”
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