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Paulo Rocha
10 de junho
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Foto da capa:D.R. Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,. Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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Celebrar o Corpo de Deus
Nova encíclica a 18 de junho
Portugal e as Comunidades[ver+]
D. José Alves | Paulo Rocha | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Miguel Oliveira Panão | Bento Oliveira | D. António Vitalino |
Ai Jesus! |
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Paulo Rocha
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Desculpem se vêm ao engano. É que não vou referir-me a acontecimentos do mundo do futebol, de todo! As ocorrências em torno de um nome são muitas, tantas que dificultam a aproximação à verdade dos factos. E ainda bem que assim é, pois distancia a sensatez do comum dos mortais do escândalo em causa (e apenas penso em euros).
Falar de Jesus tem de remeter sempre para Uma Pessoa, a que colocou esse nome na História, determinando itinerários pessoais, comunitários e civilizacionais. É essa Pessoa que se mostra nas cidades e aldeias no dia do Corpo de Deus, agora não numa quinta-feira, a que se segue ao Domingo da Santíssima Trindade, no ordenamento do calendário litúrgico, mas, pelo terceiro ano consecutivo, no domingo seguinte. Infelizmente, o que sobra desta Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo é um lamento: “Ai Jesus” que já não é feriado! Mas a quinta-feira de Corpo de Deus não terá deixado de ser feriado porque deixou primeiro de ser Dia de Corpo de Deus? A marca pedagógica da liturgia revela-se de forma particular na manifestação pública que se vive na festa do Corpo de Deus. Adorar a presença de Cristo na Eucaristia acontece, neste dia, não apenas no contexto celebrativo ou em ambientes de interioridade, mas no reboliço de todas as cidades. |
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E será nessa aproximação ao quotidiano das pessoas, crentes e não crentes, que a Eucaristia mostra a sua força transformadora, para quem nela participa e também para os que se interrogam diante da Pessoa que passa por calçadas ou sobre tapetes floridos.
Há dias que se perdem quando se esquecem as suas marcas identitárias, tanto de contornos espirituais e religiosos como sociais ou políticos. E é por vezes fora do habitat natural que se descobre essa necessidade, como o demonstra o mundo da emigração. A celebração do dia 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, é um bom exemplo dessa permanente ligação à identidade nacional, a que se juntam muitas festas religiosas, garantida pela primeira e seguintes gerações de emigrantes na diáspora. Neste, como noutros aspetos, quem fica tem de aprender com quem parte!
Mas voltemos ao princípio, porque alguma coisa vai mal no reino dos vivos quando só por manifestar |
Há dias
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Um dinossauro com as mãos sujas |
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«Nas atuais sociedades, a que o nosso país não escapa, a corrupção é um “cancro” com metástases disseminadas por todo o corpo social. Mascara-se com variados nomes: “suborno”, “luvas”, “cunha”, “favores”, “amiguismo”, “job for boys”, “saco azul”, “tráfico de influências”, “pagamento por baixo da mesa”, “compra de serviços”, “fechar os olhos”… (Padre Jorge Guarda, In: Jornal «Presente»; 04 de junho de 2015).
«Sim, foi um dia bom para o futebol, sobretudo após as revelações dos dias anteriores sobre pagamentos a federações, presentes distribuídos, dinheiros por baixo da mesa e escolhas de organizações de mundiais envoltas em suspeitas de compras de votos e pagamentos de luvas» (Pedro Guerreiro, In: Jornal «Record»; 04 de junho de 2015)
«Os jornais, apesar dos seus excessos, têm ao menos a franqueza das suas páginas poderem ser lidas e discutidas por toda a gente… Assim, para os males culturais que causam há sempre algum remédio» (Joaquim Palminha Silva, In: Jornal «A Defesa»; 03 de junho de 2015).
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Corpo de Deus, uma festa com história |
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O Pároco de Nossa Senhora de Fátima, responsável pela procissão do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo em Lisboa, explica que esta festa “sublinha a centralidade da vida cristã” e não foi afetada pela suspensão do feriado. “Na parte da procissão, na participação dos fiéis a passagem do feriado não alterou a procissão”, comenta o padre Luís Alberto de Carvalho que destaca o trabalho de mobilização e informação para as pessoas “perceberem a passagem da festa para o domingo seguinte”. O Patriarcado de Lisboa contextualiza que a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, vulgarmente conhecida por Corpo de Deus, se celebra, normalmente, 60 dias depois da Páscoa, na quinta-feira a seguir ao primeiro domingo depois do Pentecostes. Neste contexto, a celebração que se assinalava hoje com Dia Santo do Senhor passou para a ser celebrada no domingo seguinte, este ano a 7 de junho, depois de estabelecido entre o Governo português e a Santa Sé que o feriado em dia de semana seria “suprimido temporariamente, por cinco anos”, ou seja até 2017. |
“[Este ano] vamos ter uma surpresa. Convidamos de uma forma especial as escolas católicas da cidade e também as catequeses paroquiais para que as crianças integrem o cortejo”, revela o padre Luís Alberto de Carvalho.
O cardeal-patriarca, D. Manuel Clemente, preside à Eucaristia na Sé de Lisboa às 11h30 deste domingo. Após a celebração o Santíssimo Sacramento é exposto para adoração, entre as 13h00 e as 16h00, e uma hora depois a Solene Procissão do Corpo de Deus vai percorrer diversas ruas da cidade até cerca das 18h30, terminando no Largo da Sé, com a tradicional bênção. À Agência ECCLESIA, o sacerdote que organiza a procissão há cerca de quatro anos revela que sente que o dia do Corpo de Cristo é “bem vivido
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pelos cristãos e é evangelizador” porque não se evangeliza “só quando” se fala explicitamente de Jesus mas pelo “testemunho que neste caso é uma presença orante”. “Esta festa sublinha a centralidade da vida cristã que é o mistério da Eucaristia, o mistério da presença de Jesus sempre, todos os dias na vida de cada um de nós”, sublinha o padre Luís Alberto de Carvalho sobre a manifestação que nasceu na segunda metade do século XIII, com o Papa |
Urbano IV. Existem registos da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo em Lisboa que no século XVII a colocam como a “mais participada”, recorda. Segundo o sacerdote, sobretudo depois do 25 de abril de 1974 existiram anos em que esta festa não se realizou, depois foi organizada por diferentes paróquias da cidade e desde que se “centrou” na baixa lisboeta faz o percurso “original”. |
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Cultura de amor ao próximo
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A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) vai promover entre sexta-feira e sábado o seu congresso com o tema ‘Uma cultura de gestão e liderança à luz do amor ao próximo’. “O que queremos e estamos a propor é uma reflexão muito experiencial, não são teorias que vamos falar no congresso, mas da prática de pessoas que no dia-a-dia estão em cargos de chefia, com responsabilidades, mas têm esta tensão de introduzir novos valores e critérios na sua ação, o novo capitalismo”, destaca o secretário-geral da ACEGE. À Agência ECCLESIA, Jorge Líbano Monteiro revela que ao escolherem o tema ‘Uma cultura de gestão e liderança à luz do amor ao próximo’ para o 6.º congresso nacional, os promotores querem “confirmar” que esta temática “não está acabada” mas é uma marca que a associação quer presente na “gestão da liderança dos empresários”. “Temos muito trabalho sobre este tema, atividades regulares nos nossos núcleos, na direção. No fundo pensarmos como se pode amar o próximo dentro das empresas |
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e como não é uma teoria mas uma prática”, desenvolve.
A ACEGE preparou quatro grandes painéis: “A missão do líder na sociedade atual; Critérios para a tomada de decisão; A empresa como comunidade de pessoas: fundamentos de liderança; As novas dimensões do lucro e da remuneração". Refletir sobre a necessidade de redefinir o lucro é uma das propostas que vai analisar se é só uma questão económica ou é mais ampla pelo “impacto” que a empresa pode ter na comunidade onde está inserida e nos trabalhadores. A sessão de abertura do congresso conta com o presidente da ACEGE, António Pinto Leite; o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente; e o ministro da Economia, António Pires de Lima. |
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Guarda: Diocese empenhada na renovação das comunidades e mentalidades |
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O bispo da Guarda explicou que os católicos da diocese “empenhados” na renovação das “comunidades e mentalidades” à luz do Concílio Vaticano II e na homilia programática, no Dia da Igreja Diocesana, destacou aspetos que “ainda não” foram devidamente assumidos. “Nós temos de ser um povo, uma comunhão de ministérios ao serviço da comunhão de fiéis. Nós temos de ser uma Igreja onde a alegria de participar na vida da comunidade está conseguida e as pessoas de facto participam, não recebem apenas mas dão, têm uma participação ativa”, assinalou D. Manuel Felício à Agência ECCLESIA. O prelado revelou que vão “valorizar e aprofundar” instrumentos de participação que querem “operacionalizar” com o programa a quatro anos, de “revisão de vida das comunidades”, para que em 2017 definam linhas de orientação para o futuro da diocese, numa “grande assembleia de representantes”. “Procuramos que as nossas |
comunidades perante um conjunto de questões que são colocadas, baseadas no Concílio Vaticano II, possam ajudar-nos a descobrir os caminhos de renovação que precisamos”, explicou este sábado. Segundo comentou, a Diocese da Guarda tem feito uma caminhada através dos documentos da Igreja: Em 2015/2016 vão “rever as celebrações litúrgicas” com a Constituição conciliar ‘Sacrosanctum Concilium’; este ano pastoral tiveram presente a Constituição dogmática ‘Dei Verbum’, e com a ‘Lumen Gentium’ já refletiram sobre que Igreja querem ser. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt
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Congresso internacional sobre arquitetura religiosa com marca portuguesa |
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Prémio Árvore da Vida 2015 distingue Lourdes Castro, artista plástica madeirense
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Nova encíclica do Papa a 18 de junho |
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O Vaticano revelou hoje que a nova encíclica do Papa vai ser publicada a 18 de junho, um texto já anunciado pelo próprio Francisco que tem como temática central a ecologia. “Para evitar confusões devido à difusão de informações não confirmadas, comunica-se que a data prevista para a publicação da esperada encíclica do Papa é o próximo dia 18 de junho, quinta-feira”, adianta uma nota oficial da sala de imprensa da Santa Sé. A 15 de janeiro deste ano, o Papa disse que a sua próxima encíclica, sobre a ecologia, iria ser publicada entre junho e julho, ainda a tempo de pressionar a comunidade internacional para decisões corajosas na Conferência do Clima 2015, em Paris. “A última conferência, no Peru [dezembro de 2014], desiludiu-me, esperemos que em Paris sejam um pouco mais corajosos. Penso que o diálogo entre religiões é importante, também neste ponto, e que estamos |
de acordo num sentimento comum”, referiu aos jornalistas, durante a viagem que o levou do Sri Lanka às Filipinas. Até dezembro, em Paris, vão decorrer uma série de eventos destinados a definir um novo acordo climático aglobal pós-2020, centrado na redução de emissões para limitar o aumento médio de temperatura em 2º. A encíclica é o grau máximo das cartas que um Papa escreve; entre os principais documentos do atual pontificado estão a encíclica ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé), que recolhe reflexões de Bento XVI, e a exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), estando a decorrer um Sínodo sobre a Família, em duas sessões. |
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Já a 22 de abril, o Papa associou-se no Vaticano à celebração do Dia da Terra, pedindo respeito pela natureza para contrariar a exploração dos recursos naturais que compromete o futuro. “Que a relação dos homens com a natureza não seja guiada pela cobiça, pela manipulação e a exploração, mas conserva a harmonia divina entre as criaturas e o criado, na lógica do respeito e do cuidado, para a colocar ao serviço dos irmãos, também das gerações futuras”, disse, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro. Em novembro de 2014, durante a sua visita ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o Papa argentino recordou que a Europa sempre |
esteve na vanguarda do compromisso ecológico e da promoção de fontes alternativas de energia, “cujo desenvolvimento muito beneficiaria a defesa do meio ambiente”. O patriarca de Lisboa já confessou ter “muita” expectativa em relação à encíclica que o Papa Francisco está a preparar, um tema que não diz respeito apenas a “insetos” ou “flores”, mas à pessoa. “Às vezes parece que há muita atenção a tudo quanto seja inseto ou outro tipo de animal, flor ou planta, para ser tudo tal e qual como naturalmente é ou deve ser, mas no que diz respeito à fisiologia e ao corpo humano pode-se usar tudo aquilo que a técnica permitir para alterar a bel-prazer, por assim dizer”, afirmou D. Manuel Clemente, em entrevista à Agência ECCLESIA, antes de ser criado cardeal. |
Papa ao lado de trabalhadores que enfrentam despedimento |
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O Papa manifestou a sua solidariedade a um grupo de trabalhadores da ‘Whirlpool’ na Itália, que enfrentam um cenário de despedimento, pedindo apoio para eles e as suas famílias. “Dirijo um pensamento especial aos operários da fábrica Whirlpool de Carinaro e espero que a grave conjuntura do desemprego encontre uma rápida e justa solução, no respeito de todos, especialmente das famílias”, apelou, no final da audiências pública semanal, no Vaticano. Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco admitiu que a situação é |
“particularmente difícil” na Itália e “é importante que se faça um sério esforço para abrir caminhos de esperança”. Em abril, a Whirlpool Corporation, um dos maiores fabricantes de eletrodomésticos do mundo, anunciou 1335 despedimentos em território italiano. O corte vai levar ao encerramento da unidade industrial de Carinaro (Caserta), no sul da Itália, que tem 815 funcionários. Francisco alertou mais uma vez para as políticas económicas que são contrárias à família cujo trabalho “imenso” não é “contabilizado nos balanços”. |
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Cristãos próximos das famílias pobres |
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O Papa alertou para as situações que colocam as famílias em vulnerabilidade, denunciando a guerra, “mãe de todas as pobrezas”, e os sistemas económicos que geram miséria. “Efetivamente, a miséria social atinge a família e às vezes destrói-a. A falta ou a perda do trabalho, ou a sua forte precariedade, incidem de forma muito pesada sobre a vida família, colocando duramente à prova as relações”, denunciou, durante a audiência semanal que decorreu no Vaticano. Francisco defendeu que os cristãos devem estar “cada vez mais perto das famílias que a pobreza coloca à prova”, sublinhando que todos os presentes na Praça de São Pedro conhecem situações de pessoas atingidas pelo desemprego. Na Praça de São Pedro, denunciou as condições de vida nos bairros desfavorecidos, que causam |
“ainda mais dificuldades” às famílias, com impacto na “habitação e transporte” e “redução dos serviços sociais, saúde e educação”. Segundo Francisco, para além dos fatores materiais as famílias são também afetadas por “pseudomodelos” que os meios de comunicação social divulgam, baseados no consumismo e no culto da aparência, que acabam por “quebrar os laços familiares”. Neste contexto, frisou que a Igreja “deve ser pobre para ser fecunda”, com uma “simplicidade voluntária” nas suas instituições e no estilo de vida dos seus membros para “derrubar todos os muros de separação, principalmente dos pobres”. Francisco terminou a catequese semanal a incentivar à ação mas também recordou a importância da oração para ajudar as famílias cristãs a “serem protagonistas da revolução” que é “tão necessária”. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Audiência geral de 3 de junho
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O azeite e o vinho |
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D. Pio Alves Episcopal da Cultura , Bens Culturais e Comunicações Sociais
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Se espera que vou falar de gastronomia ou de agricultura não continue. Vou apenas seguir o rasto de dois elementos da parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus Cristo (cfr. Lc 10, 30-37): “aproximou-se e vendou-lhe as feridas deitando nelas azeite e vinho”. (Recorde o resto da parábola). Paro aqui, nesta expressão, porque fui surpreendido, há dias, por uma sugestiva leitura da parábola, melhor, destes elementos da parábola. Relia então uma obra clássica de um Papa do século VI-VII, S. Gregório Magno. A obra é a Regra Pastoral. Uma obra escrita a pensar nos pastores de almas. O azeite e o vinho da parábola – assim, por esta ordem – desenham a verdadeira relação de proximidade. Numa palavra: desenham a misericórdia. Nem só o azeite; nem só o vinho: o azeite e o vinho. Perdem muito se se mantêm separados. Os pastores “devem ter uma misericórdia tal – escreve S. Gregório – que console justamente, e uma disciplina tal que castigue com piedade. (…) É, pois, necessário que quem governa, para curar as feridas, ofereça com o vinho a mordedura da dor e com o óleo a suavidade da misericórdia. (…) Haja amor, mas que não relaxe, haja rigor, mas que não exaspere” (cap. 6). Quinze séculos depois, outro Papa – o Papa Francisco – escreve algo idêntico na sua recente Bula sobre o Jubileu da Misericórdia: “não será inútil recordar a relação entre justiça e misericórdia. Não são dois aspetos em contraste
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entre si, mas duas dimensões duma única realidade que se desenvolve gradualmente até atingir o seu clímax na plenitude do amor” (20). Este, o amor (amor de amizade, como lhe chamam os clássicos), é o segredo para a junção harmoniosa destes gestos: aparentemente dois, aparentemente contrapostos. Só aparentemente. Na realidade, só os dois juntos, e por esta ordem, configuram e expressam real proximidade. Isolados, adiam, mas não curam; parecem curar, mas matam. A indesejável dispersão é ainda mais perniciosa quando não se assume, mas se embrulha: a indecisão, a incapacidade de assumir a |
verdade das coisas e das essoas, embrulhada em afeto; o autoritarismo, travestido de capacidade de governo. Escreve o mesmo S. Gregório (cap. 9): “os vícios muitas vezes aparentam ser virtudes. Assim, com frequência, debaixo do nome de sobriedade dissimula-se a avareza e, ao contrário, a prodigalidade oculta-se sob o ditado do desgoverno; muitas vezes o perdão desordenado julga-se ser piedade e a ira desenfreada toma-se por veemente zelo espiritual; outras muitas vezes o agir precipitado considera-se como atividade rápida e a demora em atuar como ponderação de juízo”. Em poucas palavras, como na parábola: o azeite e o vinho! |
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Juntos |
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Miguel Oliveira Panão Professor Universitário |
Cruzei-me nos últimos dias com uma entrevista feita a uma teóloga americana, Erin Lothes, que investiga o cruzamento entre ecologia e religião. A um dado momento, Lothes faz uma questão muito pertinente: "parece ser cada vez mais evidente a necessidade de cuidar da criação como expressão de fé (...). A nova questão é, porque não existem mais pessoas envolvidas neste trabalho crítico, dados os graves riscos que enfrentamos?" Importa ter presente que uma parte significativa desses graves riscos implica os mais pobres e necessitados. Aqueles a quem Bento XVI se referiu na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz em 2010 como refugiados ambientais, ou seja, "pessoas que, por causa da degradação do ambiente onde vivem, se vêem obrigadas a abandoná-lo – deixando lá muitas vezes também os seus bens – tendo de enfrentar os perigos e as incógnitas de uma deslocação forçada". Assim, Erin Lothes encetou na procura da razão de termos tanta dificuldade em agir em prol do ambiente através de estudos psicológicos, cognitivos e de padrões comportamentais no âmbito sociológico. O resultado dessa investigação é surpreendente: quando a razão é a fé se intersetam autenticamente, o desejo de agir vem a seguir. Lothes afirma que "quando as pessoas percebiam a ciência, por muito desafiante que isso seja, eram capazes de compreender que o seu desejo, baseado no fé, de trabalhar pela justiça social, estendendo a caridade ao próximo, significava, agora, o dever de trabalhar pela justiça ambiental, preservando a pureza, o frutificar e a estabilidade do ambiente". |
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Nas suas observações, verificou também que uma atitude pessoal concreta como mudar as lâmpadas para soluções mais eficientes, ou reduzir os consumos de água, não ajudam a mudar verdadeiramente de atitude, adotando um novo estilo de vida. Porquê e como mudar? Achei a conclusão de Lothes muito interessante. "Muitas pessoas acham difícil fazer da proteção ambiental uma prioridade porque existe um conflito de interesses. Alguns desinteressam-se, simplesmente. [Mas] falando [deste assunto] com outros torna-se altamente eficaz, de tal modo que as pessoas conseguem ultrapassar as difíceis questões científicas, o sentimento realista de ser demais para a sua cabeça, e algo conflituoso, para encontrar a esperança na construção de soluções juntos". Ou seja, a solução passa por três aspetos essenciais: i) compreender a ciência; ii) agir por amor ao outro; iii) compreender e agir por amor "juntos". |
Quando li esta entrevista veio-me ao pensamento os grupos onde frequentemente os Cristãos estão "juntos". Na paróquia, nos grupos de jovens, movimentos laicais, etc ... e questionei-me se somos exemplo. Será que as nossas comunidades e as estruturas que acolhem as suas atividades são testemunho de um povo que cuida da criação, bem como do relacionamento com essa? Estarão as nossas comunidades devidamente formadas na ciência que sustenta as preocupações para com a questão ambiental, bem como os desafios que lhe estão associados, e que serão alvo de uma das mais esperadas encíclicas de um Papa depois da Humanae Vitae?
Não sei. Tenho as minhas dúvidas. Alguns acham que podem mudar para um estilo de vida mais ecológico, mais rapidamente, se o fizerem sozinhos, mas se pensarmos bem, se o fizermos "juntos"... iremos mais longe. |
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“Os tais que produzem diamantes…” |
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Sónia Neves |
A semana teve o pontapé de saída com o Dia Mundial da Criança que, por iniciativa das Nações Unidas, desde 1950, tem o objetivo de chamar a atenção para os problemas que as crianças enfrentam. Este ano em Portugal foi assinalado por várias iniciativas que fui vendo divulgadas, de pais e filhos, música, jogos, encontros de gerações, brincadeiras, lanches e lanchinhos. Telejornais apresentados, notícias lidas e comentadas por crianças e até “brincadeiras de gosto duvidoso”. Tudo serviu para comemorar um dia que se parece esquecer nos outros 364 dias do ano. Ser criança… com todos os direitos e deveres. Mas o que é isso hoje de ser criança? Ninguém se lembra do momento do seu nascimento. No entanto os pais não esquecem os tempos em que uma criança chegou à família. “Somos os tais, que viraram pais”… Preparar tudo, adaptar espaços, treinar rotinas. O dia do nascimento de um filho fica gravado na memória. As horas, o espaço, os sons, as palavras, o rosto olhado pela primeira vez. Guarda-se tudo no livro mais importante da biblioteca da memória; o cheiro de bebé, o rosto, as mãos, o primeiro olhar. E aí “fica-nos nos braços” a terrível ou a adorável tarefa de fazer crescer, proteger e amar uma criança. “Firmes e constantes, produzimos diamantes”… O homem e a mulher que viraram pais já não são os mesmos e vão-se adaptando à criança, aprendem, fazem e refazem, ganham |
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experiência, novos horários, hábitos e até temas de conversa. Os diamantes transformaram… mas precisam de ser lapidados com toda a “arte e o engenho”. A arte do amor e o engenho da confiança… Hoje enfrentam-se muitas novidades porque escasseia o tempo para ser mãe e pai e não há, a maioria das vezes, as gerações mais sábias por perto, dando uma ajudinha e uma palavra de alento ou esperança. Há uns dias soube mesmo que há famílias que emigram e entregam as suas crianças a instituições, deixando-lhes a tarefa de educar e formar os homens e mulheres de amanhã. O povo português sempre conheceu esta realidade mas as crianças
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ficavam com avós, tios, primos, os outros familiares… Hoje os tempos são outros e as crianças também têm outras realidades… Já não têm aventuras na rua… não vão ao jardim sozinhos andar de baloiço… e os primos (se os há) vivem longe e não dá para brincar. E as imagens de recordação não param de passar na minha cabeça. Passam horas nas creches, quase doze horas nas aulas e o tempo de brincar é esquecido… brincar simplesmente, brincar com os irmãos ou ter tempo para estar com pais, simplesmente estar. Afinal que país é este que não deixa “os tais” verem os seus “diamantes” a serem lapidados? |
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Portugal e o mundoA celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas está no centro do dossier que se apresenta nesta edição do Semanário ECCLESIA, com entrevista ao secretário de Estado das comunidades, José Cesário, e ao bispo de Lamego, cidade que recebe este ano as comemorações do 10 de junho. A reflexão sobre a data é aprofundada com um texto de D. António Vitalino e duas reportagens junto de comunidades de emigrantes.
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Comunidades portuguesas moldam identidade da NaçãoO secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, concedeu uma entrevista à Agência ECCLESIA a respeito do Dia de Portugal, na qual sublinha a importância da presença de emigrantes e lusodescendentes em todo o mundo como fator identitário e como ativo para o país, a todos os níveis. O responsável elogia ainda o trabalho desenvolvido pelas missões católicas e por todo o movimento associativo na diáspora. Entrevista conduzida por Octávio Carmo
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Agência ECCLESIA (AE) - Há milhões de portugueses e lusodescendentes nos cinco continentes, um sentimento de portugalidade espalhado pelo mundo. Até que ponto é que isso marca a ação governativa?
José Cesário (JC) - A verdade é que Portugal é um país de comunidade. De acordo com as estatísticas que resultam dos dados dos nossos consulados, temos referenciados 2,3 milhões de pessoas nascidas em Portugal espalhadas pelo mundo; temos de somar todos aqueles que têm nacionalidade portuguesa, o que se aproximará dos 5 milhões, no total. Evidentemente, há as ligações que eles têm com muitos outros lusodescendentes que, não tendo a nacionalidade, são pessoas de origem portuguesa. |
Portugal vale no mundo, em termos humanos, não por aqueles que estão cá, mas pelo conjunto de pessoas que estão espalhadas por praticamente todos os países, haverá muito poucos exceções - não temos ninguém referenciado na Coreia do Norte. Isto dá ao país uma dimensão extraordinária, uma mais-valia, mas evidentemente causa também muitas preocupações.
É inquestionável que se tem de ver do ponto de vista positivo: esta presença no mundo é um ativo político, cultural, económico, diplomático, social. É um ativo que tem de ser avaliado sob todos os prismas e tem de ser, tanto quanto possível, trabalhado numa ótica de aproximação, eu diria de proximidade permanente entre todos os que aqui estão - os poderes |
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públicos, também a esfera privada - e os que estão lá. Eu devo dizer, pessoalmente, que é uma experiência extraordinária ter podido ao longo destes anos - mais ou menos 15, de relação mais próxima -, tentar servir da melhor maneira possível esta gente nos diversos lugares por onde passei. É surpreendente, é extraordinária esta presença no mundo e a sua relação com o país de origem. |
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AE - Quais são os principais eixos dessa política de proximidade com as comunidades? JC - Nós definimos já há muito tempo várias áreas em que nos movemos com maior intensidade, para poder garantir essa proximidade: um eixo muito ligado à língua e à cultura; outro muito ligado à esfera administrativa, nomeadamente |
através da rede consular; um eixo que tem a ver com o acompanhamento dos fluxos migratórios, particularmente na ótica social, porque temos aí problemáticas muito complexas; finalmente, a participação cívica e política, não apenas ligada à presença às esferas administrativas do país onde estão mas também a relação com o país de origem, a
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dimensão do associativismo que é muito importante para quem está fora.
AE - Historicamente, há comunidades consolidadas em vários países e movimentos algo diferentes nas últimas décadas, em particular nos anos mais recentes, com alguma amargura na hora da saída. Como é que acompanha todo este processo?
JC - Historicamente, os fluxos são muito claros: nos fins do século XIX e início do século XX, essencialmente Brasil e outros países da América do Sul, particularmente a Argentina, um caso pouco analisado, mas muito interessante; também nesta altura, aparece muito a América do Norte, um fluxo com uma dimensão enorme, e a presença em África que, naturalmente, tem muito a ver com a história das nossas antigas colónias. A partir dos anos 50 do século XX começa a haver uma inflexão: o Brasil ainda tem muita dimensão, também os Estados Unidos e o Canadá; nos anos 60 e 70, a emigração começa a ser predominantemente europeia, com a França, o Luxemburgo e a Alemanha a despontar. Nos últimos anos, surgem outros países, como a Suíça e a Espanha, |
que foi um epifenómeno de 20 anos que durou fundamentalmente até 2007, e o Reino Unido, que hoje se destaca. Há caraterísticas sociológicas diferentes entre a emigração que tínhamos até há meia dúzia de anos e a que temos hoje. Agora a emigração é um fenómeno mais urbano e não rural. O emigrante proveniente de meios rurais estava mais predisposto ao sacrifício, para um trabalho mais intenso, mais duro; o emigrante de meios urbanos tem um nível de formação mais elevado, em regra, mas não quer dizer que em termos práticos essa habilitação académica lhe sirva de muito ou que não vá fazer a mesma coisa que os pais e os avós. Estamos a falar de realidades muito diferentes. Começamos a ter uma emigração por opção, que é muito de quadros: como a Economia muda completamente, num quadro completamente globalizado, as empresas não olham para o mercado do seu país, apenas. Olhar para o mercado global significa que o emprego já corresponde a essas necessidades e é por isso que alguém que entre numa dessas empresas - e não estou a falar apenas das grandes multinacionais - leva na sua cabeça um itinerário de vida que passa por vários países. |
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JC - Também não podemos esquecer o que se passou no Oriente, determinando que lá tivessem ficado até hoje comunidades lusodescendentes de grande dimensão e com uma ligação espiritual, cultural muito intensa a Portugal. Este é o quadro em que nos movemos, quando analisamos de um modo geral, quantitativa e qualitativamente, a nossa presença no mundo. Esta realidade é muito diversificada, multifacetada e não deixa de ser complexa para quem quer desenvolver as tais políticas de proximidade.
AE - A Igreja Católica foi criando uma rede própria junto das comunidades e mantém um conjunto de missões portuguesas. Como é que o Governo articular a sua ação com esta presença? JC - Diria que é para nós das entidades absolutamente fundamentais neste diálogo, nesta relação. Através da Obra Católica Portuguesa de Migrações, temos desenvolvido várias ações e parcerias, desde o apoio aos presos portugueses que estão no Peru - 68, neste momento - até ao acompanhamento de pessoas que ficam desempregadas ou |
em situações de exploração, como tem acontecido na Suíça, na Alemanha, em vários pontos do mundo. Essa relação faz-se diretamente com a Obra Católica e pontualmente com as missões. Há uma relação de muita proximidade entre estas e realidades com história, no contexto da solidariedade social, realidades muito portuguesas: as misericórdias, as sociedades de beneficência. São instituições indispensáveis sob o ponto de vista da relação com públicos específicos que têm problemáticas sociais. Não me esqueço de que uma grande parte do trabalho que temos desenvolvido no domínio do aconselhamento a quem quer emigrar - nestes quatro anos realizamos uma campanha destinada a transmitir informação, lançar alertas - decorreu muito em articulação com algumas missões, com a Obra Católica. Esta organização que a Igreja Católica tem, a nível das comunidades, é absolutamente insubstituível, é talvez a grande rede das nossas comunidades. Atualmente há outra que também tem de ser considerada, embora seja muito menos conhecida em Portugal, que é a rede das Academias do Bacalhau. |
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AE - Há um desejo assumido a ajudar alguns dos nossos emigrantes a voltar ao país, além de todos os lusodescendentes que se pretendam instalar em Portugal. Como é que o Governo espera que este processo se venha a desenrolar? JC - Nós estamos a trabalhar nalguns mecanismos que possam vir a facilitar esse regresso ou essa aproximação, de vinda de pessoas que nasceram lá fora. Ainda não estão totalmente |
definidos, mas independentemente disso, não há dúvida de que esse fluxo não deixou de existir, é muito significativo: gente que sem vem fixar cá definitivamente ou tem vidas divididas entre os locais para onde foi, há longos anos, e a sua terra de origem ou aquela que adotaram como sua, em Portugal. Houve uma coisa, sobretudo, que me encheu de júbilo nos últimos anos: foi |
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ver nascer em Portugal as primeiras associações de lusodescendentes. Pessoas que começaram a fixar-se cá, descobriram que Portugal não era o país atrasado que se divulgou durante muito tempo, que é igual ou até mais desenvolvido do que os países onde eles estavam. É um país com uma realidade económica, cultural, seguro, muito interessante. Vieram uma vez, duas, três, quatro, trouxeram amigos, foram-se fixando por cá. É uma realidade muito associada aos fluxos turísticos, são pessoas que à partida têm uma grande facilidade de relação com os que estavam no país de onde vieram, são quadros muito interessantes para as empresas que se dedicam a essas atividades, para a área do imobiliário. Muitas vezes o interlocutor é exatamente um lusodescendente. Este é um aspeto que me enche de satisfação e que é a prova de que Portugal é mesmo o centro claro de toda esta realidade humana que são as comunidades, a diáspora portuguesa. Esta mantém uma relação muito intensa com o seu pais, que às vezes é o dos seus avós, dos seus bisavós. Deixo uma nota final que vale a pena |
ter em consideração e se prende com um facto muito recente. Na última semana, a Assembleia da República tomou uma decisão muito importante, de modo a permitir que os netos de cidadãos nacionais com o mínimo de laços com Portugal possam vir a adquirir a nacionalidade originária, que nunca tiveram. Esta decisão é das decisões com maior alcance político e humano que já alguma vez tivemos, que vai ao encontro de muitas comunidades, sobretudo de países da chamada imigração transoceânica - Venezuela, Argentina, Brasil, EUA, África do Sul - em que havia um fenómeno: as pessoas emigraram e os seus filhos nasceram lá, estavam longe dos consulados, pelo que nunca puderam tratar dos documentos e não adquiriram a nacionalidade; os netos dos emigrantes sofreram essa consequência, que para os pais não era um problema, porque se sentem portugueses, às vezes até são cá proprietários, e não podiam ter a nacionalidade. É uma decisão que representa uma aproximação muito grande a essas comunidades e eu fico muito satisfeito por ver esse passo dado. |
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A língua é a nossa pátria |
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Dentro de dias vamos celebrar mais um Dia de Porugal, das Comunidades e de Camões. Noutros tempos designava-se simplesmente Dia de Camões, o grande cantor da língua portuguesa. No contacto com os nossos emigrantes em países com idiomas muito diferentes do português compreendo bem o sentido e a força da expressão de outro nosso grande poeta, Fernando Pessoa: a língua é a nossa pátria. Nos meus contactos com as |
comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e com os seus agentes pastorais, padres, diáconos, catequistas e outros colaboradores noto a força da nossa língua para fomentar os laços da família e das comunidades. A transmissão dos afetos, da fé e dos valores familiares e cristãos é mais eficiente quando se faz na língua das origens da família. Embora as novas gerações já frequentem ou frequentaram as escolas dos países onde residem
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e para a conversação entre elas usem o idioma da escola, no entanto os valores e afetos têm uma expressão que não passa só por palavras nem por formulários, mesmo que sejam orações tradicionais. Quando nos zangamos ou exprimimos sentimentos de amizade, não é apenas a expressão do rosto que fala. Também surgem as palavras correspondentes que ouvimos e aprendemos no colo ou no berço. Daí a importância da aprendizagem da língua da nossa família, para |
crescermos e fortalecermos a nossa identidade. Quem não faz esta experiência pode acabar por viver inseguro, sem pátria. Sei que o cristão é cidadão do mundo. Em toda a parte é concidadão e não estrangeiro. Mas esta maturidade da vida humana e cristã passa por várias fases, pelo diálogo com a diferença. A diversidade acaba por tornar-se uma riqueza na maturidade da vida. Os emigrantes que têm a possibilidade de crescer e desenvolver-se neste sentido acabam por constituir os cidadãos |
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adultos do futuro e construir a sociedade sem fronteiras, mas não sem pátria. As missões e associações de língua portuguesa, com os seus movimentos e atividades próprias, como catequese, celebrações, ranchos, escolas de formação e aprendizagem da língua portuguesa e do idioma do país de residência são uma grande riqueza para ajudar neste desenvolvimento de inclusão e maturidade, em que cada um contribui com o melhor de si. Aproveito para agradecer a todos, agentes pastorais, instituições e associações das comunidades de língua portuguesa espalhadas pelo mundo, |
que ajudam as novas gerações a conhecer as suas raízes e a integrar-se no país de residência. Estão a dilatar a pátria pelo mundo e a ajudar ao aparecimento da nova sociedade, onde todos são concidadãos e não estrangeiros. A Comunidade europeia surgiu da inspiração de grandes políticos cristãos depois da experiência trágica da segunda grande guerra, cujo fim foi há 70 anos, assinalados com grande pompa sobretudo nos países que dela foram cenário. Direta ou indiretamente toda a humanidade sofreu as suas desastrosas consequências. Todos queremos a paz, mas nem todos a sabem construir no dia a dia. A Comunidade europeia como espaço de mobilidade e de aceitação das diferenças ainda tem muito que aprender e realizar em ordem à integração harmónica de todos os que vivem no seu espaço, mas também dos muitos que a procuram para aí viver e contribuir para o seu desenvolvimento económico e social. Ainda há muitos que são marginalizados ou ficam pelo caminho, porque não conseguem |
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encontrar o seu lugar nesta sociedade. Todos, também as comunidades cristãs, devem dar o seu contributo para a construção dessa sociedade de concidadãos e não de estrangeiros. Precisamente sobre este contributo vou deixar aqui um último pensamento. Como podem as nossas comunidades de língua portuguesa espalhadas pelo mundo contribuir para a construção de uma nova cidadania, sem fronteiras, na riqueza da diversidade de línguas e culturas? Afirmamos que Deus criou a humanidade, com a diversidade de cores e línguas, mas também alguém disse que os portugueses criaram a mestiçagem. Nisto reside a nossa riqueza. Saber viver e conviver com todo o ser humano. Isto tenho |
observado nas nossas comunidades, onde convivem pessoas provenientes dos diversos países de língua portuguesa e também de outras línguas, mas que gostam da nossa maneira de ser, simples e sem complexos. Como membro da Comissão episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana agradeço a Deus esta capacidade e faço votos para que continue e se aprofunde, dando assim um precioso contributo para o surgimento de uma nova sociedade, de conivência pacífica de cidadãos de várias proveniências. Que os diversos agentes pastorais, sejam de que país for, sejam bem acolhidos e saibam ajudar a desenvolver esta capacidade. D. António Vitalino Bispo de Beja |
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Lamego, capital do Dia de Portugal 2015 |
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O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas vai ser em 2015 um momento de especial orgulho e emoção para a população, em que se evocaram as Primeiras Cortes realizadas em Lamego por D. Afonso Henriques, nos primórdios da nacionalidade e o papel relevante do Bispo-Embaixador D. Miguel de Portugal na restauração da independência nacional em 1640. “As pessoas têm de ser visitadas com carinho e ouvidas porque ai ficamos a saber o que é a realidade. Mais do que algum belo discurso interessará que as pessoas se aproximem umas |
das outras e vejam o que as pessoas precisam na realidade”, afirma D. António Couto, bispo de Lamego, projetando as celebrações. A Igreja Católica assume a necessidade de estar junto das populações do interior, tanto dos mais velhos como dos jovens que procuram perspetivas de futuro para a sua vida. Um trabalho que está a ser feito com a sociedade civil, numa colaboração que se tem vindo a revelar muito positiva e recompensadora para todas as partes. O bispo Lamego considera que presença da Igreja tem de ser “muito mais dinâmica e intensa”
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especialmente numa diocese com “população extremamente idosa”, defendendo também os seus direitos nos mais diversos campos, como na saúde. Uma preocupação que se estende à educação, onde a ausência de escolas em funcionamento acentua a sensação de isolamento e abandono. Para o prelado o “envelhecimento radical” talvez seja uma dificuldade maior do que o “problema agudo” da desertificação que origina uma baixa natalidade porque “as famílias em idade fértil” migraram e há poucos casamentos. “Perdemos gente válida, quase 30 mil em 15 anos”, alerta o prelado, com base nas estatísticas e no “estuário” de pessoas para o estrangeiro e para as “grandes cidades do litoral”. |
Segundo D. António Couto ir ao encontro das pessoas “mais idosas” é um “tom imperioso” que se impõe a todo o cristão, por isso afirma que não tem o direito de “fechar as paróquias”.
“Não nos podemos desvincular das pessoas. Enquanto pudermos fazemos celebrações dominicais em todas, quando não pudermos faremos celebrações da palavra”, desenvolve o bispo que tem “bastantes sacerdotes” – 119 -, necessários para o serviço da Diocese de Lamego, com 223 paróquias. As preocupações do bispo de Lamego, capital das celebrações do Dia de Portugal em 2015 (http://www.cm-lamego.pt/10-de-junho). |
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Portugal ali tão perto… |
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A missão católica de Língua Portuguesa de Genebra, na Suíça, já celebrou os seus 40 anos de existência, o entusiasmo e a fé de quem por ali está, passa ou visita tem permanecido. O padre Miguel Dalla Vecchia, Missionário Scalabriniano, natural do Brasil, está nesta comunidade há seis anos e sente-a “viva e pronta a acolher quem chega, numa cidade que conta com 35 mil emigrantes portugueses”. “Ao nível pastoral e social a comunidade está bem organizada e pronta a acolher, procuram-nos para pedir ajuda para morar, informações para os documentos legais e procuramos indicar o caminho a seguir”, conta o capelão. Encaminhar e ajudar moralmente são dois objetivos da missão católica que tenta depois responder aos pedidos de sacramentos, “muito procurados pelos emigrantes, principalmente batizados, crismas e casamentos”. Toda a estrutura de uma paróquia funciona com mais de duas mil crianças na catequese, vários grupos corais, um grupo de escuteiros, |
ligados ao CNE português, e até um rancho folclórico. “Tudo o que se possa imaginar que existe numa paróquia qualquer, existe também aqui, sendo que esta é considerada das maiores da Suíça”, resume o padre Miguel. Uma comunidade muito viva que “tem sempre movimento de dia e de noite” onde os migrantes se reúnem para celebrar a fé na própria língua e a união. Porém os emigrantes portugueses não esquecem as suas origens e, apesar de não comemorarem o dia de Portugal, 10 de junho, têm um grande projeto que os liga ao país de origem através de laços de solidariedade. Todos os anos existe um projeto social para o Brasil ou para África mas um dia surgiu a ideia de “ajudar os compatriotas”, os portugueses que estão em dificuldade em Portugal. “Soubemos de muitas famílias que passavam dificuldades e decidimos começar a angariar roupas e pequenas mobílias para enviar ”, conta o sacerdote scalabriniano. Toda a comunidade se uniu, pedindo ajuda a todos os que conheciam |
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e, num objetivo comum de ajudar “o seu país, o depósito foi enchendo”. No ano passado enviaram roupas para uma casa de crianças, um internato; este ano o projeto concretizou-se no mês de abril, no envio de roupas e calçado para 34 famílias que, na zona de Oeiras, viviam em dificuldade e lhes tinha sido dada uma casa. A comunidade une-se agora em recolha de roupas para enviar para as cidades de Chaves e Coimbra; depois |
será para os hospitais, nomeadamente cadeiras de rodas e material escolar; depois, a longo prazo, será para Albufeira, no Algarve. “Somos universais e não podemos ficar fechados. Portugal está ali tão perto e quando fazemos estas recolhas, todos ajudam e assim também é uma forma de celebrar o 10 de junho, dia de Portugal”, conclui o padre Miguel Dalla Vecchia. |
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Missa em português
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A primeira missa em língua portuguesa foi celebrada a 10 de junho de 1965… Cinquenta anos depois a comunidade de língua portuguesa do Luxemburgo continua grande, bem integrada e a falar português. O padre Rui Pedro, missionário scalabriniano, está na comunidade há um ano e meio e encontrou uma comunidade “bem organizada e com meios para desenvolver a missão”. “É uma comunidade grande e integrada num bairro português, |
rica ao nível associativa e muito viva com leigos empenhados na catequese, liturgia e na solidariedade”, explicou o sacerdote em declarações à Agência ECCLESIA. A comunidade de Esch-sur-Alzette situa-se no sul do Luxemburgo e acolhe muitos dos emigrantes portugueses que chegam “pessoas mais simples, sem grande instrução” que procuram a comunidade na ajuda da documentação ao que o centro de escuta social tenta dar resposta. “Os mais qualificados são mais |
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autónomos, prepararam melhor a sua chegada ao nível de contactos e internet, são independentes ao nível linguístico e esse grupo, devido a não terem ligação com a comunidade (católica) em Portugal, também aqui não a procuram”, esclarece o antigo diretor da Obra Católica Portuguesa de Migrações. Realidades diferentes de emigração…. São cerca de 110 000 portugueses que vivem naquele pequeno país constituído por meio-milhão de habitantes, onde o Padre Rui Pedro encontra perto de 2500 pessoas em cada domingo. Assinalar a primeira missa, celebrada em língua portuguesa, é um dos objetivos para estes dias, pois foi o “primeiro ato público da pequena comunidade que ali existia, com cerca de mil pessoas, onde 200 portugueses estiveram presentes”. |
“A partir deste dia, um grande momento, a missão católica portuguesa foi crescendo e ganhando visibilidade, tendo agora quatro sedes” e tudo foi possível pela grande força dos emigrantes portugueses da altura. Um marco na história dos portugueses no Luxemburgo que continuam a celebrar Portugal e o dia 10 de junho, através de festas populares e momentos de convívio nos fins-de-semana mais próximos.
“Um dos atos simples é o de colocar uma coroa de flores no pequeno monumento de Camões que existe aqui, na capital”.
“São formas de alimentar a ligação com Portugal e continuar dar a conhecer a riqueza da cultura portuguesa, o nosso evoluir político e a nossa identidade junto do povo luxemburguês”, conclui o padre Rui Pedro.
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Obra Católica Portuguesa de Migrações |
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Em 1962 a Igreja Católica sentiu necessidade de estruturar um serviço que coordenasse, acompanhasse e apoiasse o trabalho de muitos sacerdotes espalhados pelo mundo a acompanhar as comunidades de emigrantes, e promovesse o acompanhamento dos mesmos emigrantes, onde este não existisse. Assim, é criada oficialmente a OCPM, por portaria patriarcal a 1 de julho de 1962, o que aconteceu 10 anos após a publicação da Constituição Apostólica ‘Exsul Familia’, do Papa Pio XII, primeiro grande documento da Igreja sobre a migração e com orientações precisas para a pastoral, e no |
contexto de abertura do Concílio Vaticano II, o que foi considerado um grande passo no âmbito das atividades pastorais em campo migratório promovidas pela Igreja em Portugal. A OCPM dá apoio às Comunidades cristãs, aos sacerdotes, diáconos, religiosos/as e leigos/as, assim como a publicações e órgãos de Comunicação Social de inspiração cristã interessados nas migrações e asilo; fornece material litúrgico, catequético, ecuménico e outro às comunidades. A OCPM sensibiliza, em parceria com outras organizações da Igreja, a sociedade civil, as dioceses, as paróquias, congregações religiosas
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e movimentos para a realidade dos migrantes, deslocados, irregulares e refugiados. No seu 50.º aniversário, foi reconhecida com um Louvor (747/2012) do Governo português: “Tendo sido criada para responder às necessidades do grande número de portugueses que saía de Portugal nos anos 60, soube adaptar -se à realidade e passou a atuar também junto dos imigrantes residentes em Portugal, através das dioceses da Igreja Católica no nosso país, e também junto das comunidades portuguesas dispersas pelo mundo. O exemplar trabalho de acompanhamento e de apoio às comunidades migrantes, quer pelo mundo fora, quer em Portugal, é o testemunho do cumprimento do |
objetivo assumido há 50 anos e da capacidade de adaptação aos novos tempos, à nova realidade social e aos novos anseios que a sociedade demonstra ter”. Na ocasião, a Conferência Episcopal Portuguesa apresentou um voto de congratulação. “Muitos milhares de concidadãos nossos, por vezes em situações de extremo desamparo e exclusão, encontraram portas e corações abertos nas missões da Igreja Católica, favorecendo a inclusão na sociedade e no mundo do emprego. Múltiplas comunidades de portugueses no estrangeiro encontraram espaços e pastores que as ajudaram a viver, a celebrar e a crescer na fé, assim como a imigrantes acolhidos no nosso País”. |
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Dar e Receber online |
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É sabido que os portugueses são um povo que, por natureza, responde positivamente a todas as ações de solidariedade. Imbuído nesse espírito esta semana proponho uma visita ao sítio dar e receber. Este “projeto que a Cáritas Portuguesa abraça em parceria com a ENTREAJUDA” é “o assumir do compromisso de por de pé um trabalho que vem potenciar o trabalho já desenvolvido no campo social por muitas organizações”. Ao digitarmos o endereço www.darereceber.pt encontramos um espaço graficamente bem conseguido e com as opções disponíveis perfeitamente enquadradas. Na página inicial além de alguns números em destaque rapidamente podemos escolher se o que pretendemos é “dar” ou então “receber”. Caso optemos por “dar” entramos na opção bolsa de voluntariado que é atualmente o maior sitio português de voluntariado. Aí é-nos dada a possibilidade de preencher os campos do motor de pesquisa que permite obter as várias causas que precisam do seu tempo. |
Por outro lado podemos ainda saber quais são as instituições e empresas registadas. Se quiser conhecer testemunhos concretos de pessoas que dão do seu tempo para o dedicar aos outros basta que clique em “testemunhos”. Pode ainda ler todas as notícias que foram produzidas no âmbito do banco de voluntariado. Vamos agora explorar a opção banco de bens online, que é “uma montra das necessidades materiais de Instituições e de famílias carenciadas, que permite a doação de bens e equipamentos com utilidade quando eles deixaram de nos fazer falta”. Aí podemos logo registar os nossos produtos que temos para dar, inserindo o tipo de bem, o distrito onde ele se encontra, a respetiva descrição e ainda imagens para melhor caracterizar o artigo. Se quiser saber quais os produtos que se encontram disponíveis para dar, basta que clique em “pesquisa de ofertas”. Muitas vezes temos a necessidade, enquanto indivíduos ou empresas, de saber quais necessidades expressas pelas Instituições e organizações registadas no Banco de Bens, para ficar a saber essa informação |
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basta que aceda a “pesquisa de necessidades”. Por último se precisa de ajuda ou conhece alguém que precisa de apoio, pode facilmente encontrar em “ajuda social” a Instituição de Solidariedade que pode dar resposta a essa necessidade. Aqui temos a “um motor de busca que permite pesquisar, de forma simples e intuitiva, as |
respostas sociais existentes (Instituições, organizações e grupos informais) para as mais variadas situações de carência, numa determinada área geográfica”. Aqui fica então a sugestão porque “todos temos algo para dar e para receber”. Fernando Cassola Marques |
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Ecclesia móvel |
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A forma como comunicamos está em profunda alteração. As últimas décadas foram marcadas por uma transformação comunicacional. Vivemos numa sociedade em comunicação generalizada: tudo está em comunicação, tudo se comunica, tudo é comunicação. O religioso, espiritual, vive esta transformação. A Agência Ecclesia, marca da presença institucional da Igreja Católica na comunicação social em Portugal, também tem vindo a passar por esta transformação: reformulou o site, tornando-o mais atrativo e dinâmico, e agora marca presença nas aplicações móveis. Aproxima-se o período de descanso, de viagens, de férias. Mas, queremos manter-nos atualizados, informados. Os utilizadores procuram atualidade, rapidez e intuição na forma como acedem e usam as aplicações. Instalada a aplicação no smartphone ou tablet, o utilizador pode ver de forma rápida as notícias inseridas no portal da agência, ordenadas por data ou por secção. O menu Entrada permite-nos escolher as notícias organizadas por Nacional, Vaticano e Internacional. |
O menu Entrada permite-nos escolher as notícias organizadas por Nacional, Vaticano e Internacional. As notícias estão sempre ordenadas por data, existindo sempre a possibilidade de |
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voltar ou de regressar ao menu Entrada.
A aplicação conta ainda com mais secções no Menu: Entrevistas, Editorial, Dossier e Documentos. Na secção Entrevistas encontramos as entrevistas publicadas no portal da agência. A última, à data em que escrevo este artigo, é Universidade, Fé e Cultura, entrevista feita ao assistente nacional da Pastoral do Ensino Superior, o padre Eduardo Duque. Na secção EDITORIAL estão os vários editoriais escritos para o Semanário Ecclesia. Aconselho a ler o último: Eu gosto é do verão. Não, não é uma música. É o título do editorial da semana passada escrito pelo cônego João Aguiar Campos. Na secção DOSSIER o leitor tem a possibilidade de encontrar e ler vários artigos sobre o Concílio Vaticano II. Não deixem de ler o II Concílio do Vaticano: Sabia que… Aqui encontrará várias informações, que talvez não saiba, sobre o Concílio.
Na secção DOCUMENTOS, como o próprio nome indica, é composto por vários documentos: mensagens do Papa Francisco para os dias Dias Mundiais, Comunicados das Assembleias Plenárias da Conferência Episcopal Portuguesa,
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Notas Pastorais, Discursos, Declarações e Conclusões de encontros nacionais e internacionais. |
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Literatura e espiritualidade |
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A revista «Communio» dedica a sua mais recente edição ao tema ‘Literatura e espiritualidade’ com o desafio de analisar o seu “grande poder” de interpelação como “realidade histórica ou expressão atual”. “Pensar um número sobre ‘Literatura e Espiritualidade’ pode equivaler a abrir uma caixa de Pandora. Correm-se vários riscos: da dispersão de temas, géneros, épocas e autores, à subordinação a critérios de escolha demasiado académicos ou espiritualmente desencarnados”, revela o artigo de apresentação da revista internacional católica. No primeiro artigo "Quando o Novo Testamento cita os poetas (At 17,28). Um mapa para o presente", o padre biblista José Tolentino Mendonça lembra que a literatura tem sido “uma aliada na busca de Deus”, centrando-se no discurso de Paulo em Atenas, destaca “alguns tópicos que permitem relacionar teologia e literatura”. Em ‘A Bíblia como literatura’, José Augusto Ramos, professor catedrático da Universidade de Lisboa, mostra como do Génesis ao livro do Apocalipse o livro sagrado “se molda num antologia literária e numa |
escrita essencial”. Depois Manuel António Ribeiro, doutorado em Literatura Portuguesa, no texto ‘Reconfigurações de Deus na literatura moderna’ considera que hoje é “pouco comum” a classificação de escritores como “cristãos”. Alfredo Teixeira, do Centro de Estudos de Religiões e Culturas (CERC) da Universidade Católica Portuguesa revisita José Augusto Mourão, padre da Ordem dos Pregadores, falecido a 5 de maio de 2011, destaca a originalidade da sua poesia e valoriza o “dizer que explicitamente invoca e nomeia a divindade”. No texto ‘Do divino celebrado no terrestre’, a professora aposentada de literatura e poetisa Maria Andresen Sousa Tavares recorda traços “constantes” na escrita da sua mãe, a poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, como “espanto, a inquietação e a procura” a partir de manuscritos em textos “inéditos” que considera “lapidar” porque retomam ao início desta poesia. O percurso do bispo de Hipona (354-430) na procura pela verdade é a reflexão da presidente do Centro Cultural de Lisboa Pedro Hispano, Isabel Alçada Cardoso, em ‘Sabedoria
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e eloquência em Santo Agostinho’. O historiador José Eduardo Franco apresenta notas para a compreensão da teologia espiritual do padre António Vieira (1608-1697), que é “essencialmente cristológica e orientada para a ação”. Em ‘Da voz à palavra pelo silêncio. Dos textos ao encontro do outro, em escuta’, o sacerdote Aires Nascimento, da Sociedade Missionária Boa Nova, assinala num percurso histórico que “há vozes mais marcadas que outras” e alerta para “os momentos” em que é preciso “suster a própria voz” e “atender” ao silêncio. |
O padre José Tolentino Mendonça aparece mais uma vez, desta vez na análise que Maria José Vaz Pinto faz da sua poesia onde a professora aposentada de filosofia descobre o “Deus implícito”.‘Porque leio um romance’ é o depoimento de José Maria Seabra Duque, do Movimento Comunhão e Libertação, que revela que um grande livro “educa e faz crescer”, como o “O Senhor dos Anéis" e desenvolve a sua experiência em três pontos. Na seção “Perspectivas”, o especialista em estudos árabes e coptas Adel Sidarus comenta a “situação dramática” dos cristãos no Médio Oriente.
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II Concílio do Vaticano: As sementes e os esquissos da nova Sé de Bragança |
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O primeiro documento conciliar foi a Constituição «Sacrosanctum Concilium», publicado a 04 de dezembro de 1963 no encerramento da segunda sessão do II Concílio do Vaticano (1962-65). Segundo o bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, a liturgia é a primeira “grande escola permanente da fé e da vida espiritual”. Recuando 50 anos, o então bispo daquela diocese transmontana, D. Abílio Vaz das Neves, teve a iniciativa – com o apoio técnico do Movimento de Renovação de Arte Religiosa (MRAR) de lançar um concurso de anteprojetos para a Sé de Bragança. O primeiro prémio foi atribuído, por júri competente e representativo das entidades interessadas, ao anteprojeto elaborado por uma equipa constituída pelos arquitetos Luís Vassalo Rosa e Francisco Figueira, escultor António Alfredo, engenheiro Eduardo Zúquete e o padre Albino Cleto como consultor. O bispo de então (Ifanes, Miranda do Douro, 8 de Junho de 1894 - Macedo de Cavaleiros, 1974) deu ao anteprojeto vencedor a sua aprovação, que foi confirmada pelo seu sucessor, D. Manuel de Jesus Pereira, e as primeiras entidades que tinham de se pronunciar sobre ele, “fizeram-no favoravelmente” (In: Boletim de Informação Pastoral - Ano VII – Junho – nº 39). Na explicação do projeto da nova Sé de Bragança lê-se que os materiais empregados nas paredes e nas coberturas, cuja natureza “não é mascarada com revestimentos desnecessários, são arrancados ao |
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chão de Trás-os-Montes, e o seu emprego generoso contribui fortemente para identificar o edifício com a paisagem envolvente”. O volume sólido e maciço da nova sé da diocese de Bragança-Miranda “está em consonância com o castelo situado em ponto elevado do outro lado da cidade” (Cf. Boletim de Informação Pastoral - Ano VII – Junho – nº 39) A obra, para ser moderna, “não necessitou de procurar malabarismos de originalidade”. Os seus autores souberam olhar à volta, compreender e exprimir “em linguagem arquitetónica realidades de séculos”. |
A coerência do exterior com o interior é total. Um espaço arquitetónico “não é só definido pelas paredes, pelo chão e pelo teto”. A luz natural é um dos “elementos preponderantes” nessa definição. Também este aspeto foi inteiramente dominado neste caso. Num momento de renovação litúrgico-pastoral e profunda evolução da arquitetura sacra, o concurso teve a revelar entre os projetistas verdadeiros valores. Num total de 12 trabalhos apresentados, “quase todos de bom nível, foi inegavelmente um êxito”, sublinha o texto do BIP.
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Julho 2015 |
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dia 05* Leiria - Auditório da Escola Superior de Saúde de Leiria - Jornadas da Saúde e das Toxicodependências promovidas pela Comunidade Vida e Paz.
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cistercienne» é a primeira exposição em torno da vida monástica, política, económica, artística e intelectual da “abadia mãe” de São João de Tarouca e Santa Maria de Salzedas.
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* Açores - Angra (Salão Nobre dos Paços do Concelho) - Conferência sobre «Confronto entre Franciscanos e os Bispos de Angra no fim do Antigo Regime - a Reorganização eclesial na documentação vaticana» por D Carlos Azevedo, delegado do Pontifício Conselho de Cultura da Santa Sé e promovida pelo Instituto Histórico da Ilha Terceira.
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* Fátima - Curso sobre a Mensagem de Fátima sobre «O triunfo do amor nos dramas da história» (05 a 07).
Dia 06* Bósnia-Herzegovina - O Papa Francisco visita Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, para ajudar na “consolidação” da paz.
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«Uma Cultura de Gestão e Liderança à Luz do Amor ao Próximo» é o tema do 6º Congresso da ACEGE, a Associação Cristã de Empresários e Gestores, que vai decorrer nos dias 5 e 6 de junho, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, retomando o desafio de gerir tendo por critério o mandamento do amor!
Vai decorrer entre os dias 8 e 10, em Guadix, Espanha, o Encontro Ibérico das Comissões Episcopais das Comunicações Sociais. «Uma reflexão sobre o modelo de rádio católica» é o tema em análise por bispos de Portugal e Espanha.
O Papa vai visita Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, para ajudar na “consolidação” da paz. Francisco vai passar 11 horas na cidade, no dia 6 de junho, para se encontrar com políticos e líderes religiosos.
A Peregrinação das Crianças ao Santuário de Fátima vai realizar-se no dia 10 de junho e tem por tema, este ano, «Rezai, rezai muito». D. Francisco Senra Coelho, bispo auxiliar de Braga, preside a esta peregrinação nacional a Fátima.
A próxima edição da ‘Copa América’, entre 11 de junho e 4 de julho, no Chile, vai valer à rede das ‘Scholas’ um donativo de 10 mil dólares por cada golo marcado ou penalti defendido. A decisão foi da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) que se uniu ao projeto «Scholas Ocurrentes» promovido pelo Papa Francisco, para apoiar crianças e adolescentes desfavorecidos.
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Como podemos ter a certeza de que a nossa oração é ouvida por Deus?
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h30Domingo, dia 07 - Religiosidade piscatória. Marcas no litoral alentejano
RTP2, 15h30 Segunda-feira, dia 08 - entrevista a José António Falcão sobre o Festival Terras sem Sombra. Terça- feira, dia 09 - Informação e entrevista a Rosa Ralo e Fernando Moita sobre a disciplina de EMRC; Quarta-feira, dia 10 - Informação e entrevista a Susana Réfega, sobre o Dia de Portugal; Quinta-feira, dia 11 - Informação e entrevista ao padre Manuel Barbosa, sobre o Ano da Vida Consagrada em análise nas Jornadas Pastorais do Episcopado Sexta-feira, dia 12 - Entrevista a frei Armindo Carvalho sobre as festas de Santo António.
Antena 1 Domingo, dia 7 de junho - 06h00 - Percurso de fé do selecionador nacional Fernando Santos. Comentário à atualidade informativa com a jurista Paula Martinho da Silva. Segunda a sexta-feira, 08 a 12 de junho - 22h45 - Comunidade Portuguesa de Genebra, Suiça (dia 08); Comunidade Portuguesa do Luxemburgo (dia 09); Dia de Portugal com D. António Couto (dia 10); o Museu de Santo António (dia 11); a tradição dos tronos de Santo António (dia 12). |
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Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo |
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A Eucaristia, alimento da Igreja |
Nesta Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, que chamamos do Corpo de Deus, as leituras apresentam a Eucaristia como momento central da vida da Igreja. Deste Sacramento do Amor derivam todos os caminhos autênticos de fé, de comunhão e de testemunho.
Tomo aqui alguns extratos de recentes catequeses do Papa Francisco sobre a Eucaristia, inspiradas nos textos da Palavra de Deus que nos alimentam neste dia de festa.
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É por isso que geralmente, quando nos aproximamos deste Sacramento, dizemos que recebemos a Comunhão, que fazemos a Comunhão: isto significa que, no poder do Espírito Santo, a participação na mesa eucarística nos conforma com Cristo de modo singular e profundo, levando-nos a viver desde já a plena comunhão com o Pai, que caracterizará o banquete celestial. |
a Eucaristia sentimos esta pertença à Igreja, ao Povo de Deus, ao Corpo de Deus, a Jesus Cristo. Nunca compreenderemos todo o seu valor e toda a sua riqueza».
Manuel Barbosa, scj |
Famílias em festa no Porto e Évora |
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As famílias do Porto e de Évora celebraram o seu dia diocesano, uma festa que levou milhares de pessoas a manifesta publicamente a sua fé. D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, incentivou o testemunho das famílias cristãs, uma das “melhores e maiores portas para abrir o coração” da Igreja convocada a “anunciar a doce e reconfortante alegria de evangelizar”. “Procurai com o vosso testemunho de vida e com a vossa disponibilidade para a missão, abrir o coração da sociedade, para que se respeite sempre na nossa terra o valor sagrado da família e o dom inviolável da vida, desde a conceção até à morte”, apelou no Pavilhão Municipal de Santo Tirso. Neste contexto, recordou que Igreja está a preparar uma assembleia ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a família e alertou que se deve acolher com “ternura” as famílias que sofrem momentos de provação, situações de dor, mágoas pelas ruturas e apreensões diante do futuro. Segundo o bispo do Porto, abrir a família à alegria do Evangelho “implica” aprender a olhar esta |
realidade com o “olhar de Deus” que “amplia o horizonte” e permite “ver mais longe, ajuda a ver melhor e faz ver mais claro”. “Consiste em descobrir o melhor de cada membro, encontrar a dignidade intacta de cada um, reavivar a chama da esperança que habita os nossos lares e reacender, a partir da família, a luz de novos dias para a Humanidade”, desenvolveu. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o Secretariado da Pastoral Familiar da Diocese do Porto informa que o espaço “foi pequeno” para receber os casais jubilados, que celebraram 10, 25, 50 e 60 anos de vida matrimonial, e os “muitos familiares” que os acompanharam. Em Évora, D. José Alves explicou que a família e as vocações consagradas são os “maiores desafios” desta Igreja pela “amplitude e importância” para a “continuidade” da vida cristã. “A família tem prioridade em relação às vocações. Sem família não há vocações. Mas ambos os desafios são complexos, difíceis de equacionar e sem solução previsível”, disse o arcebispo, na Peregrinação |
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Diocesana das Famílias, em Vila Viçosa. Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o prelado assinalou que é possível perceber na sociedade que os “problemas” das famílias “são muitos e graves” originados na pobreza, na doença ou na falta de apoio social que se “sobrepõe a falta de amor |
mútuo e a falta de fé e confiança no amor de Deus”. D. José Alves pediu “auxílio “para as famílias que se encontram em provação” e “coragem” para as que se “esforçam” por viver em paz e harmonia sejam “testemunhas credíveis da fé” e autênticas igrejas domésticas.
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Vocação de pai de consagrado |
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Quando me pediram para escrever um testemunho, estive mesmo para desistir: não via claro o que se pretendia nem por onde começar. Mas recordando um pouco o percurso da minha vocação, lembrei-me de meu pai – o grande instrumento que Deus usou para me chamar – e como ele conscientemente preferiu “perder-me”, a interferir no chamamento divino. Contaram-me os vizinhos, já lá vão muitos anos, que ele lhes teria dito por altura da minha ordenação: “Deste filho não espero nada quando chegar a velho. Padre, missionário… não espero que venha a cuidar de mim”! Nunca me pôs diretamente essa questão. Por medo que desistisse? Não sei! Só sei que ele preferiu que
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fosse Deus a decidir, e confiou n’Ele. Talvez também pensasse que o outro filho lhe bastaria. Realmente isso aconteceu até certo tempo. Passaram-se os primeiros 15 anos após a minha profissão perpétua. Nessa altura, quando ele tinha já 85 anos, o meu irmão morreu repentinamente, ficando ele a meu cargo, sem que eu descortinasse o modo de o ajudar. Para cúmulo (nosso, não de Deus) nessa altura teve um acidente e começou a precisar da proximidade de alguém. |
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Aí entrou a solidariedade da minha congregação: mais do que procurar uma instituição, ele foi ficando junto de mim no seminário de Fátima. Ficou doze anos e meio. Por várias vezes me disse: “Deus nunca nos tira nada (ficara viúvo desde os 55 anos e perdera já três filhos); quando nos parece que tira algo de importante, logo nos dá outra coisa melhor”. Também nunca soube onde fora buscar a frase já feita, mas que repetia frequentemente: “Deus |
não permite que se feche uma porta sem que nos abra uma janela”. Na verdade o filho que
conscientemente entregara a Deus, pensando que não iria cuidar dele, foi quem Deus colocou a seu lado no sítio e momento certo, quando precisou dele. Isto sem alterar o ritmo de missão que Ele me confiou.
P. Joaquim Valente, svd
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500 anos do nascimento de São Filipe Néri
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O Papa associou-se às celebrações do 500.º aniversário do nascimento de São Filipe Néri, fundador dos padres oratorianos, elogiando a “paternidade espiritual” do sacerdote. “Filipe foi guia de muitos, anunciando o Evangelho e dispensando os Sacramentos. Em particular, dedicou-se com grande paixão ao ministério da Confissão, até à tarde do seu último dia terreno”, escreve. Francisco falou num “estado permanente de missão na Igreja”, o qual exige aos membros da Congregação do Oratório que “não se satisfaçam com uma vida medíocre”, sendo “homens de oração e de |
testemunho para atrair as pessoas a Cristo”. O Papa fala de São Filipe Néri como “apóstolo de Roma”, capaz de “estar com o povo para guiá-lo e apoiá-lo na fé”. “A sua paternidade espiritual transparece em todo seu agir, caraterizado pela confiança nas pessoas”, acrescentou. A mensagem apresenta São Filipe Néri como um modelo para os católicos de hoje. “A sua profunda convicção era de que o caminho da santidade se fundamenta na graça de um encontro, acessível a toda e qualquer pessoa, em todo e qualquer estado ou condição, que o acolha com o espanto das crianças”, realça o Papa. |
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As Cornucópias são um doce típico de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, nos Açores. A massa é feita de farinha, manteiga, banha, açúcar, pão torrado e ralado, amêndoa ralada; é moldada em forma de cornucópia e depois de fria é recheada com ovos moles. |
Sabe-se que este doce regional tem origem na doçaria conventual. Uma cornucópia é um vaso que possui uma forma de corno e o seu interior está repleto de frutos e flores, o que, antigamente, queria simbolizar a fartura, a abundância. |
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A aventura de uma freira italiana na Papua Nova-GuinéO poder de um sorriso |
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Que faz uma freira italiana em Bereina, uma das dioceses mais pobres do mundo? A Irmã Gasparatto ensina a ler e a escrever, combate o consumo generalizado de uma droga tradicional que provoca um rasto de destruição e morte, e até conduz uma camioneta oferecida pela Fundação AIS. A Irmã Caterina Gasparatto tem sempre um sorriso plantado no rosto, até quando sobe para a camioneta e se agarra ao volante, despertando a curiosidade entre os mais novos: “Olhem, a irmã está a conduzir …” É apenas uma pequena camioneta de caixa aberta, oferecida pela Fundação AIS, e que, por ali, serve para transportar tudo o que for necessário. Até pessoas. “Ali” é a Diocese de Bereina, na Papua Nova-Guiné, a região mais pobre de um dos mais pobres países do mundo. Quando Caterina ingressou na Comunidade de Jesus Bom Pastor, aprendeu a dar-se. Sem medos. Um dia, esta irmã italiana cruzou-se com o Bispo de Bereina. Até então, nunca ouvira falar nessa diocese, nem no bispo, D. Josef Tatamai, e muito |
menos sabia onde ficava a Papua Nova-Guiné. “Por favor, vem ajudar!” O bispo lançou, assim, o desafio que iria mudar para sempre a vida desta religiosa. Ela disse que sim, sem saber muito bem ao que ia. Dificilmente a irmã Caterina imaginaria que iria conhecer uma região tão pobre, com tantas pessoas analfabetas, mergulhadas em terríveis tradições ancestrais.
Poder da educação
Em Bereina falta quase tudo. Quase não há escolas nem centros de saúde, as estradas não estão asfaltadas, as casas não têm instalações sanitárias, falta a electricidade e a maioria das pessoas vive em zonas rurais, muito afastadas. Acudir a todos é uma tarefa imensa para esta italiana que abandonou o conforto da sua terra natal para ali, num lugar mágico mas tragicamente abandonado, ajudar a construir uma comunidade menos exposta à pobreza. |
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rendilhado de ilhas, é uma realidade única, com mais de 800 línguas numa população de sete milhões de habitantes. A enorme pobreza material – um terço da população sobrevive com menos de 1 euro por dia – tem sido um detonador formidável de conflitos entre a população. Como combater isso? “Com a educação”, diz a irmã italiana. Esta batalha já começou a dar os seus frutos. Lucas, por exemplo, tem vinte anos. Nunca tinha entrado numa escola “Fui eu que comecei a ensiná-lo”, recorda a irmã. “Nunca mais irei esquecer a felicidade estampada no seu rosto quando escreveu pela |
primeira vez o seu nome. As lágrimas caíam-lhe pelo rosto…”. Pequenas coisas nas mãos de pessoas santas fazem verdadeiros milagres. A Papua Nova-Guiné continua a ser um dos mais pobres países do mundo, onde há um povo inteiro para resgatar da miséria. A Irmã Caterina está a fazer, aos poucos, uma pequena revolução. Através da sua generosidade, está a combater a pobreza, a marginalidade, o abandono em que se encontra toda uma comunidade. Esta é a revolução do amor.
Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt |
Portugueses de gema |
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Tony Neves |
10 de Junho lembra Portugal, Camões e as Comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Porque já andei por muitas partes do mundo e, de tempos a tempos, deixo a terra pátria e vou-me por aí fora… vou sentindo o que significa ser português e o que outras pessoas pensam e dizem de nós. Em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e S. Tomé Príncipe (são os países lusófonos por onde já andei), sempre me senti irmão e acarinhado por todas as pessoas. Talvez por ser padre-missionário. Mas a verdade é que, nestas terras e com estas simpáticas gentes, me sinto sempre em casa. Assim acontecerá em cabo verde, já na próxima semana… A história que liga o espaço lusófono teve sombras, é certo. Mas gerou cumplicidade, fraternidade. Temos cinco séculos de história comum, falamos a mesmas língua oficial, sentimo-nos irmãos. Eu, pelos menos, sinto-me assim e estou feliz por isso. Noutros contextos, o ser português é marcado pela saudade, sem esmagar uma identidade nacional muito forte. Por isso, vibramos sempre com a seleção nacional, cantamos o fado, participamos nas procissões da Senhora de Fátima, organizamos sardinhadas e magustos, temos bacalhau no Natal, fazemos arraiais nos santos populares, temos o nosso clube de coração, seja ele mais azul, verde ou vermelho. Portugal sempre foi um país em saída. Fomos até ao fim do mundo quando era tão difícil viajar, a |
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bordo de caravelas e outros barcos. Rumamos em direção á América Latina nas primeiras décadas do século XX. Viramo-nos para a Europa do centro e norte a partir dos anos 50. Estamos em todo o mundo sem nunca nos perdermos como povo. Hoje, em tempos de crise profunda, acolhemos imigrantes vindos do sul e olhamos para os nossos jovens e menos jovens a fazer-se ao largo, partindo em todas as direções, á procura das oportunidades que cá
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já não se encontram. Mas o discurso politicamente correto é sempre o mesmo: partimos porque tem que ser; voltaremos logo que pudermos. Há traços de identidade que estão já diluídos. Por exemplo, a matriz maioritariamente católica do nosso povo. Mas os valores humanos e cristãos, esses sim, estão firmes e fazem de nós um povo aberto e solidário. Aqui e lá fora, onde quer que existam portugueses.
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“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”
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