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Octávio Carmo
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Foto da capa: Agência ECCLESIA Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,. Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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Peregrino da paz em Sarajevo
Encontro Ibérico debateu rádio católica
Santos do povo, festas populares
D. Manuel Linda | Octávio Carmo | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Agostinho Jardim Moreira |
Nem rolo compressor
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Octávio Carmo
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A religiosidade popular é um fenómeno complexo, que convive bem com a dimensão universal (católica) da Igreja, que não pretende ser uma religião de elites. A sua história faz-se dentro dos povos, com os seus membros diversificados, a sua tradição e cultura, a sua história e os seus projetos. Admita-se que a relação entre religião “oficial” e manifestações populares nem sempre foi pacífica. Seria errado, no entanto, ver esta relação numa chave de contraposição ou, pior ainda, de anulação das respetivas identidades: o catolicismo não é um rolo compressor, que destrua tudo à sua passagem, nem uma bola de neve gigante que incorpore indiscriminadamente dentro de si tudo o que vai encontrando pelo caminho. Vale a pena lembrar que a conversão da Europa, iniciada logo no século I, ainda pela mão dos primeiros discípulos de Jesus Cristo, foi um longo e lento processo que só em 1387 se completou, por assim dizer, com o “Batismo” da Lituânia – e porque Ladislau II tinha em vista o trono da Polónia. Esta ‘Christianitas’ marcou profundamente os destinos do Continente em todas as suas dimensões, que devem ser descodificadas e valorizadas: a preocupação da Igreja com a difusão do seu credo resultou num processo de síntese e adaptação e não numa simples sobreposição de uma cultura sobre a outra, com destruição, ou obliteração de algumas das práticas ancestrais.
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Em muitas festas e celebrações, contudo, o aspeto folclórico tende a sobrepor-se a este fundo de significações e memórias: a dimensão religiosa está mais colocada ao lado, mas é importante que continue, é necessário garantir o aspeto religioso na festividade, como uma manifestação de júbilo da comunidade. |
Num período de globalização, em que tudo parecer ser igual e em que há tendências para uniformizar a cultura, há uma forte necessidade de as comunidades se identificarem. E essa identificação faz-se, precisamente, através da revivescência das suas tradições, fundamentalmente ligadas ao religioso. |
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“A Igreja conta e quer contar convosco, que sois generosos e capazes dos melhores impulsos e dos mais nobres sacrifícios.” Papa Francisco no centro juvenil São João Paulo II, em Sarajevo, Bósnia-Herzegovina, in Agência ECCLESIA 06/06/2015 |
“Ele [Papa Fancisco] tem uma compreensão profunda de como é que as mudanças se produzem na Igreja.” Austen Ivereigh, escritor e jornalista, autor da obra ‘Francisco, o Grande Reformador: Os Caminhos de um Papa Radical’ à Agência ECCLESIA 09/06/2015 |
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“Nas situações mais difíceis há sempre uma escolha. A minha é esta: digo não.” José Sócrates na declaração sobre a proposta do Ministério Público para ficar em prisão domiciliária com pulseira eletrónica 08/06/2015
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“Não podemos aceitar estatísticas que nos falem impunemente de tantos irmãos sem pão, sem esperança, sem trabalho e sem futuro e que nos deixem insensíveis, inertes e inativos.” D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, homilia do Dia do Corpo de Deus. 07/06/2015
“Quero saudar-vos, a vós, Corpo de Cristo, presente aqui nesta cidade de Lisboa, que sois os cristãos e as cristãs que vos tornais no dia-a-dia das famílias, das empresas, das escolas e também muitos outros lugares, dos hospitais às prisões, às ruas, aos becos, onde for. Sois Cristo continuado, sois eucaristia viva para a vida do mundo.” D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca, procissão do Corpo de Deus em Lisboa 07/06/2015
“Há uns quantos mitos urbanos, um deles é que eu incentivei os jovens a emigrar. Eu desafio qualquer um a recordar alguma intervenção ou escrito que eu tenha tido nesse sentido”, Passos Coelho aos jornalistas, à margem das comemorações dos 75 anos do Portugal dos Pequenitos in Observador 08/06/2015
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Encontro ibérico debateu
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O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais afirmou em Espanha que os profissionais dos meios de comunicação social com identidade católica têm de se “identificar com ela”. “Cada um dos profissionais que trabalham em qualquer uma destas instituições só faz sentido que esteja na instituição identificando-se com ela”, referiu D. Pio Alves à Agência ECCLESIA no fim dos trabalhos do Encontro Ibérico das Comissões Episcopais que coordenam o setor dos media. Para o presidente da Comissão Episcopal de Comunicação Social de Portugal, o ideário de uma rádio católica “não passa por cima da liberdade das pessoas”, mas “é um elemento prévio ao seu ingresso, à aceitação de colaborar num determinado empreendimento, seja ele qual for”. “O modelo de rádio católica” foi o tema em análise pelos bispos de Espanha e Portugal, que realizaram em Guadix o Encontro Ibérico, entre os dias 8 e 10 de junho. |
No documento de conclusões, enviado à Agência ECCLESIA, os bispos das Comissões Episcopais de Espanha e Portugal afirmam que o “ideário” das rádios católicas deve ser “conhecido e respeitado e promovido”. “Esta identidade deve estar presente em toda a sua organização e programação, de maneira transversal. As pessoas que trabalham nestes projetos de comunicação têm o direito e o dever de conhecer este ideário, dá-lo a conhecer e cumpri-lo. Os seus profissionais têm de tornar visível a identidade católica e mostrar proximidade à sua audiência”, sublinha o documento. Os presidente das rádios católicas de Espanha e Portugal, Fernando Giménez Barriocanal, da COPE, e João Aguiar Campos, da Rádio Renascença, apresentaram os projetos de comunicação que têm em curso, referindo a necessidade de formação dos seus comunicadores. No documento de conclusões, os bispos de Espanha e Portugal manifestam disponibilidade para concretizar a necessidade de uma |
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“uma maior formação humana e cristã dos profissionais”, para além do aspeto técnico. D. Pio Alves esclareceu que as “necessidades concretas de formação” devem ser identificadas por cada instituição e, “se transmitidas” à Comissão Episcopal que em Portugal coordena o setor dos media, encontrarão “respostas”. “A |
identificação com um ideário só é possível se se fizer formação. E a Comissão Episcopal vai responder de acordo com as necessidades que nos forem identificadas”, referiu. O próximo Encontro Ibérico das Comissões Episcopais de Meios de Comunicação Social vai realizar-se em Portugal, nos dias 6, 7 e 8 de junho de 2016. |
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Dignidade da pessoa nunca é um meio |
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O cardeal-patriarca de Lisboa pediu aos associados da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores que defendam a “dignidade da pessoa humana”, “o bem comum”, o “princípio da subsidiariedade e da solidariedade”. “A dignidade da pessoa nunca é um meio. É à luz deste princípio que se formulam os restantes: o bem comum, o princípio da subsidiariedade e da solidariedade”, defendeu D. Manuel Clemente na abertura dos 6º Congresso Nacional da ACEGE, sob o tema «Uma Cultura de Gestão e Liderança à Luz do Amor ao Próximo», que decorreu entre sexta-feira e sábado, em Lisboa. D. Manuel Clemente apelou a quatro princípios “permanentes a ter presente numa empresa, na sociedade, na universidade ou na vida política”. A procura do bem comum, sublinhou o cardeal-patriarca na sua intervenção, “é um critério muito operativo e até de aferição” sobre o que se tem e o que falta. Já o presidente da Associação apelou ao ministro da Economia, presente na sessão de abertura, para que o Estado não reconheça empresas que “não pagam pontualmente a outras empresas”, pedindo ainda que |
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seja o próprio Estado a “reforçar o pagamento pontual”. António Pinto Leite pediu para levarem as empresas a aderir ao pagamento pontual, “não contribuindo para o flagelo que isto provoca”. A Associação, referiu o presidente, “não serve para trocar interesses e cartões: este espaço é de Deus e é para Deus”, perseguindo a função de estar “no mundo empresarial, partilhando os valores cristãos com crentes e pessoas de outras religiões”. António Pinto Leite pediu aos empresários para lutarem contra “a economia que mata” e contra as “organizações sem sensibilidade”, referindo o dever de equilíbrio entre a “vida familiar e profissional” e para uma verdadeira possibilidade de as mulheres “conciliarem o seu trabalho e a maternidade”. |
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EMRC como projeto de vida |
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O bispo da Diocese de Aveiro elogiou o “valioso contributo” da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) para a formação dos alunos, como espaço de reflexão pessoal e sobre as “grandes temáticas que afligem a humanidade”. “Com as aulas de EMRC é-vos oferecido um projeto de vida onde não há lugar para o indiferentismo e o comodismo, mas apenas para a radicalidade de ser com os outros, na promoção do bem comum e no assumir responsabilidades, quer no agir pessoal quer na defesa da dignidade de toda e qualquer pessoa”, escreveu D. António Moiteiro, numa nota pastoral enviada à Agência ECCLESIA. Segundo o também vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), a disciplina “projeta” todos para o futuro e a torna coautores da “vida em sociedade, impele à construção do bem e à contemplação da beleza” da verdade e do próprio Deus”. Na nota ‘As aulas de EMRC, um projeto de vida’, o prelado observa que a “tarefa da educação” é missão específica da família por isso desafia os pais a “não” prescindirem e |
desperdiçarem o “tempo e o espaço da aula de EMRC” que é um “excelente complemento à educação recebida em casa e na comunidade paroquial”. D. António Moiteiro realça que a disciplina de EMRC tem a “mesma sistematização e métodos” dos outros saberes escolares e entra em “diálogo” com as demais aprendizagens fornecendo instrumentos para melhor compreensão da “realidade pessoal e social” e intervir com “comportamentos éticos e morais”. O bispo recorda que a Igreja Católica, através do Secretariado Nacional da Educação Cristã, faz às crianças, adolescentes e jovens o mesmo convite de Jesus aos discípulos - Vinde e vede – para descobrirem “a beleza da vida, a ousadia do perdão, a felicidade do serviço e a alegria de ser”. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt
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Bom Jesus de Braga vai ser basílica |
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Religiosidade piscatória e as suas marcas no litoral alentejano
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Francisco visitou Sarajevo
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O Papa visitou este sábado a cidade de Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, onde afirmou que o trabalho pela construção da paz é uma tarefa diária, “passo a passo” e que esta “brota da justiça praticada e vivida”. “Fazer a paz é um trabalho que se deve realizar todos os dias, passo a passo, sem nunca nos cansarmos”, afirmou durante a homilia no estádio olímpico Koševo, onde presidiu a uma celebração Eucarística sob o signo da paz e da justiça.
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O Papa apresentou-se como “mensageiro da paz” e “peregrino do diálogo”. Francisco lamentou que a aspiração e o compromisso para construir a paz colidam com “numerosos conflitos armados existentes no mundo”, naquilo que chamou de “uma terceira guerra mundial travada «aos bocados»”, alimentada por pessoas que “para vender armas, especulam sobre as guerras”. “A guerra significa crianças, mulheres e idosos nos campos de
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refugiados; significa deslocamentos forçados; significa casas, estradas, fábricas destruídas; significa sobretudo tantas vidas destroçadas”.
O Papa lembrou o “sofrimento, a destruição e tribulação” que o povo daquele país europeu atravessou na década de 90, com conflito armado decorrente da divisão entre diferentes culturas, proveniências e credos, estando presentes no estádio alguns feridos e mutilados dessa guerra. A paz, referiu Francisco, não depende apenas do ser humano, mas é um “dom de Deus”. “Não caíamos num moralismo ilusório. A paz é dom de Deus, não em sentido mágico, mas porque Ele, com o seu Espírito, pode imprimir estas atitudes nos nossos corações e na nossa carne, e fazer de nós verdadeiros instrumentos da sua paz”. Nesse sentido, pediu “a graça de um coração simples, a graça da paciência, a graça de lutar e trabalhar pela justiça, de ser misericordiosos, de |
trabalhar pela paz, de semear a paz e não guerra e discórdia”.
A visita prosseguiu com um almoço na Nunciatura Apostólica junto dos bispos da Bósnia-Herzegovina. Da parte da tarde Francisco reuniu-se na catedral de Sarajevo com membros do clero e de institutos religiosos, segundo depois para o centro internacional académico dos franciscanos, para um encontro ecuménico e inter-religioso, no qual reconheceu Sarajevo como a terra onde é possível viver “na diversidade” e construir um “futuro de paz e fraternidade”. “Esta terra pode tornar-se uma mensagem: atestar que é possível viver um ao lado do outro, na diversidade mas na comum humanidade, construindo juntos um futuro de paz e de fraternidade”, afirmou. Na última etapa da visita, Francisco reuniu-se com os jovens no centro ‘João Paulo II’, antes de se deslocar para o aeroporto internacional. |
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Alimentação digna
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O Papa defendeu hoje no Vaticano a necessidade de aprofundar a luta contra a fome e sublinhou que a alimentação é um “direito de todos”, condenando a especulação financeira neste campo. “Preocupam-nos, com justiça, as alterações climáticas, mas não podemos esquecer-nos da especulação financeira: um exemplo são os preços do trigo, do milho, da soja, que oscilam nas bolsas”, alertou, perante os participantes na 39ª conferência da FAO, organização das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura. Francisco questionou os presentes sobre o impacto das “regras” do mercado na “fome do mundo” e apelou a uma mudança de fundo, reconhecendo o valor “sagrado” dos produtos da terra. “São fruto do trabalho diário de pessoas, famílias, comunidades de agricultores. Um trabalho muitas vezes dominado por incertezas, preocupações pelas condições climáticas, ansiedade perante a possível destruição da colheita”, sublinhou. |
O discurso denunciou a “usurpação” das terras de cultivo por parte de empresas transnacionais e países estrangeiros, o que afeta “diretamente a soberania” de muitas regiões, deixando a população local duplamente empobrecida, “porque não tem alimentos nem terra”. O Papa lamentou que a “miséria” de muitos homens e mulheres, num tempo de crise, seja agravada pelas “dificuldades em aceder a alimentação regular e saudável”, e desafiou a uma nova relação com os recursos naturais, “o uso do solo, o consumo, eliminando o desperdício”. “Assim venceremos a fome”, vaticinou. |
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Francisco, revolucionário
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O escritor e jornalista Austen Ivereigh, autor da obra ‘Francisco, o Grande Reformador: Os Caminhos de um Papa Radical’, disse à Agência ECCLESIA que a transformação em curso na Igreja vai marcar as próximas gerações. “Muitas das suas reformas sobre colegialidade, sinodalidade, relacionam-se com a introdução de uma dinâmica na Igreja que está ausente há muito tempo”, referiu o especialista, doutorado em Catolicismo e Política argentinas pela Universidade de Oxford. Para este especialista, há uma “mudança de cultura” no seio da Igreja que é irreversível, tornando-a mais concentrada “na missão, nas periferias, na misericórdia de Deus”. Segundo o jornalista, o Papa tem um “profundo sentido” do que quer comunicar às pessoas, num “estilo imediato, humano”. Neste sentido, Austen Ivereigh elogia a |
capacidade que Francisco tem de viver “em tensão”, promovendo uma “dinâmica fértil”, a partir de opiniões divergentes, para gerar “respostas férteis” em vez de procurar a “saída mais fácil”.“Ele tem uma compreensão profunda de como é que as mudanças se produzem na Igreja”, acrescenta, sem questionar os seus “ensinamentos”.Com prefácio da vaticanista Aura Miguel, ‘Francisco, O Grande Reformador’ apresenta a história de Jorge Mario Bergoglio desde as suas origens familiares à eleição como Papa, passando pelo seu percurso como jesuíta e as responsabilidades na Igreja Católica na Argentina.Para o escritor, que esteve em Lisboa para lançar a obra, é curioso que alguém “relativamente desconhecido” e que “voa por baixo do radar” surja como “um líder, um reformador”.
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Audiência geral de 3 de junho |
Porcos ou jardineiros |
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D. Manuel Linda
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Schillebeeckx, o grande teólogo belga falecido em 2009, conta uma saborosa e elucidativa historieta que terá visto num cartoon. À beira da floresta, um casal de namoradinhos –um rapaz e uma menina, pois, naquela altura, as ideias não andavam envolvidas em tanto nevoeiro, como na actualidade, e o Primeiro Ministro do Luxemburgo ainda não era Xavier Bettel…- julgando-se sós, permitiram-se algumas liberdades afectivas. Por aquele caminho, a pé, circulava um sacerdote, de batina, nutrido de carnes, ofegante, com a face vermelha e dificuldades de respiração devido aos fumos das muitas fábricas da redondeza. No auge do desespero da sua bronquite e sinusite, só se lhe ouvia: “Porcos. Porcos!”. A menina, fez apelo ao seu natural pudor e ordenou ao rapaz que se portasse bem, até porque o senhor padre já terá visto a cena e, qual voz da consciência, não estaria a gostar nada dela… Mas o rapaz, seguro de si, sentenciou à sua queridinha: “Não é a nós que ele está a chamar porcos. É aos donos das fábricas que poluem e sujam tudo”. Esta «estória» ilustra bem duas épocas e duas mentalidades que se sucedem e não se reconhecem mutuamente. Na cabeça da menina, o pecado equivalia a uma sexualidade desordenada ou à violação da virtude da pureza. Pelo contrário, para o rapaz, isso conta pouco e o grande mal estaria na destruição da natureza, casa comum da pessoa, dos animais e das plantas, sem a qual nem sequer pode subsistir o mais básico de todos os valores: a vida. A menina representa a concepção |
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moral tradicional; o rapaz, a nova sensibilidade ética. Pena é a fixação na exclusividade de cada um deles: que «só» se considere pecado o inerente ao sexto mandamento ou que «só» se veja mal nos assuntos da natureza. No âmbito moral não chega o «ou, ou», mas sim o «e, e». De facto, se pegarmos num manual de ética, até aos anos sessenta não encontramos a mínima referência à ecologia. Mas, a partir dos anos oitenta, este tornou-se um tema recorrente. Desde o Papa São João XXIII, o assunto tem sido abordado cada vez com mais insistência. O motivo é lógico: reporta-se à responsabilidade social pelas condições e qualidade de vida, quer das pessoas do presente, quer daqueles que hão-de vir depois |
de nós. E até pelo respeito devido à Criação, produto bom de um Deus bom. A nível da Igreja, porém, nunca a ecologia foi tratada de forma sistemática e por intermédio de um documento «solene». Por isso, a grande novidade está na anunciada encíclica do Papa Francisco, a publicar daqui a oito dias. Desconhecemos como vai «pegar» no assunto. Mas sabemos que vai constituir um marco histórico, tal como a «Rerum novarum» (1891), de Leão XIII, com a qual se iniciou a chamada «Doutrina Social da Igreja». E que, mesmo que não use a expressão, vai-nos lembrar que Deus é o Senhor do jardim da terra e o homem o seu jardineiro. E que nestas coisas, é válido o conhecido título: “Amanhã já é tarde”. |
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O poder dos santos |
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José Carlos Patrício |
Este mês é marcado pela tradição dos santos populares que, um pouco por todo o país animam as gentes e são também uma marca de fé e cristianismo que ainda ninguém (felizmente) se lembrou de suprimir. De Lisboa ao Porto, passando por muitas outras cidades, as ruas são sinónimo de cor e de festa, as pessoas vestem-se de gala, as igrejas enchem-se de gente e o comércio e o turismo ganham vida com a recordação de homens que, através do seu percurso, deixaram uma pegada indelével na história. É curioso como Santo António, São João e São Pedro conseguem hoje, muitos anos depois do seu desaparecimento físico, ser bem-sucedidos naquilo que os denominados “poderes” de hoje tantas vezes falham: na construção de comunhão e de paz. Querem ver um pouco da “terra prometida” de que fala a Bíblia? Espreitem por estes dias à noite as ruas de Alfama, da Mouraria ou Madragoa, em Lisboa; ou a Ribeira, Miragaia e as Fontainhas, no Porto. Vejam como as pessoas riem e convivem umas com as outras, novos e velhos, famílias inteiras sentadas à volta da mesa, a contarem histórias, com a música a acompanhar. A animação começa ainda antes da festa propriamente dia, com os moradores de cada bairro a juntarem-se no embelezamento das ruas, das casas e igrejas, na montagem das bancas de |
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comes e bebes, na preparação dos arraiais. Uma das minhas boas recordações de infância tem a ver precisamente com estes dias, com estas tradições, a forma como elas uniam as gentes da terra. Sim, também tinham o seu quê de maluquice, que envolvia passar a noite em claro e claro, a mítica |
“saltada sobre a fogueira”. Eu só o fiz em fogueiras pequeninas, era mais avisado… O que importa é que estas tradições não se percam, possam sim prosseguir e ser passadas de geração em geração, para que ensinemos aos mais novos o valor de vidas como as dos nossos santos populares e também a importância da comunhão. |
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A religiosidade popular e os festejos a ela associados, |
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Festas populares com autenticidade cristã
D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, sublinha a importância das festas religiosas que vão marcar o tempo de verão, convidando as comunidades a viver a dimensão cristã fundamental das mesmas. Entrevista conduzida por Luis Filipe Santos
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Agência ECCLESIA (AE) – Na nota pastoral que escreveu, recentemente, sobre «O sentido autêntico das festas cristãs» deixou alguns apelos e normas. Sente que na Diocese de Bragança-Miranda as festas cristãs não têm a vivência correta? D. José Cordeiro (JC) – Algumas situações não estão no verdadeiro sentido de autenticidade do cristianismo. No entanto, reconheço que em muitas comissões e mordomias se vive este sentido cristão das festas, de modo especial as populares. Muitas destas festas realizam-se no mês de agosto devido à concentração de emigrantes, das pessoas que tiveram de deixar a sua terra na busca de melhores condições. Só que, às vezes, estas festas transformam-se em simples entretenimento e com outros |
interesses comerciais e lúdicos e não tanto a vivência cristã. A parte do convívio e da relação é extremamente importante, mas não nos podemos servir dos santos ou dos padroeiros para outros fins.
AE – 50 anos depois da «Sacrosanctum Concilium» (Documento conciliar sobre a Liturgia), estas normas ainda não entraram na dinâmica eclesial. JC – Daquilo que constato e da minha experiência pastoral, ainda estamos muito longe. A piedade popular é um enorme tesouro na vida da Igreja, mas são necessários novos enquadramentos e orientações. Recentemente, um pároco dizia-me: «Dá-me a sensação que nós emprestamos apenas o nome e as imagens dos santos e o resto está sem ordem e sem disciplina». Falta
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o sentido autêntico. O que qualifica a festa cristã é a Eucaristia e o encontro das pessoas na gratuidade. O centro da festa deve ser Jesus Cristo para a maior glória de Deus e a santificação do homem. Se perdemos este horizonte caímos no relativismo. Isso não pode acontecer… |
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AE – A cidade de Lisboa com o Santo António e o Porto com o S. João vivem, nos próximos dias, duas grandes festas populares. Será que as pessoas que vão a estas festas conhecem o verdadeiro sentido destas festividades e alguns registos biográficos destes patronos? JC – Provavelmente muitas dessas pessoas não conhecem. Mas isso também acontece nos meios
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mais pequenos. Os santos são os discípulos de Cristo. Aqueles que são apresentados como modelos e viveram o caminho das bem-aventuranças. São para nós uma motivação e um referencial na peregrinação da vida. As festas ditas populares não podem ser apenas lúdicas como acontece na «festa da castanha» ou a «festa da amêndoa, do mel ou do azeite»…
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AE – Se a castanha tivesse um padroeiro passava a ser também uma festa religiosa… JC – Não basta que seja religiosa é preciso que seja cristã. Esse é que é o nosso desafio e o nosso esforço. Às vezes, nas visitas pastorais, brinco um pouco e digo: «Há pessoas tão religiosas, tão religiosas que não chegam a ser cristãs».
AE – O que fazer para alterar esta mentalidade? Não pode ser apenas com notas pastorais? JC – Isto não se faz por decreto ou nota pastoral. Este documento serve para avivar as disposições que a Diocese de Bragança-Miranda tem desde 2003. Não as alteramos, apenas queremos dar-lhes continuidade. Este trabalho tem de ser feito ao longo do Ano Litúrgico e não só na proximidade das festas. É preciso uma formação permanente dos leigos e, de um modo especial, das pessoas que estão nas comissões e nas mordomias. As festas não podem ser uma coisa desligada do Ano Litúrgico, do Evangelho de Jesus Cristo e com o grande depósito da fé.
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AE – Atualmente, estas festas ainda estão desligadas dessa vivência eclesial porque o lado lúdico e comercial predominam nesses dias. Muitas vezes, o lado cristão destas festas resume-se à celebração da Eucaristia. JC – Exatamente. Em muito lugares acontece isso. Para além da celebração, o resto da festa não tem o enquadramento. Parecem coisas paralelas ou opostas. A festa deve ser integrada e com sentido de unidade do espírito humano e cristão.
As festas não podem ser uma coisa desligada do Ano Litúrgico, do Evangelho de Jesus Cristo e com o grande depósito da fé. |
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AE – Termina a missa e começam as bailarinas a dançar no palco ao lado da Igreja… JC – Se calhar, nalguns sítios, acontece isso. Devia haver um sentido maior do sagrado. O programa das festas deve ser harmonioso. No entanto, reconheço que isto é muito difícil porque foi sendo enraizado ao longo dos tempos. Sobretudo no tempo «das vacas gordas», onde existiam grandes orçamentos para as festas. Nunca se deve perder o sentido da comunidade. O dia da festa não pode ser um dia de evasão. Deve ser integrado no dinamismo da fé e da evangelização.
AE – Lugares privilegiados de evangelização… JC – Verdade. Elas devem ser bem preparadas, celebradas e vividas. Se tal acontecer, são festas evangelizadoras.
AE – A primeira etapa é refazer os programas da festa? JC – Apelo a que se faça um programa harmonioso onde o pároco ou o capelão tenham uma palavra a dizer. Deve haver um diálogo permanente e trabalho de colaboração entre a |
comissão de festas e o pároco. Em relação a este aspeto, reconheço que temos um enorme trabalho já realizado. Gostaria que esse trabalho positivo passasse também para outras unidades pastorais, que se alargasse a todo o território da diocese.
AE – Todavia, reconhece que muitas pessoas vão a estas festas porque está lá o artista conhecido. JC – Não sou contra os espetáculos dos artistas. Eles também têm o seu lugar na festa, mas dentro de um programa integral. Peço é que nunca se perca o sentido comunitário. As pessoas têm o direito a saber, não apenas do programa, mas também das contas da festa.
AE – Uma contabilidade esquecida… JC – Sim… (risos). A transparência deve ser absoluta. Aquilo que é dado, de modo especial, com sentido da esmola tem a finalidade que a Igreja dá aos bens materiais. Uma finalidade pastoral. É para a evangelização, para o culto e para a caridade.
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AE – Até para a recuperação do património. JC – Sim. Em muitas paróquias onde se funciona bem, o saldo é entregue à comissão fabriqueira para o restauro da Igreja. Em muitos casos, temos requalificado o nosso património que é riquíssimo com essas verbas. Estamos a divulgar as boas práticas.
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Queremos que essas boas práticas estejam implantadas em todos os lugares. Todavia, reconheço que é um trabalho de muita paciência. Exige mesmo o martírio da paciência. Temos o dever de ir purificando e ajudando as pessoas a chegarem ao entendimento verdadeiro e autêntico. | |
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AE – Como é que os leigos envolvidos nas confrarias e comissões aceitaram a nota pastoral? JC – Os ecos recebidos são dos mais variados. Isso é bom sinal… Mesmo as resistências são um primeiro passo. Alguns disseram mesmo: «Nunca nos disseram isto e é importante refletir sobre isso».
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AE – Era o peso da tradição? JC – Verdade. Gostaria que a tradição tivesse cada vez mais peso. A tradição é uma coisa muito positiva. É a transmissão do depósito da fé. Agora, as tradições podem ir-se moldando segundo as épocas culturais. As pessoas aceitam outras inovações. A |
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fé e a religião não podem ficar apenas no conceito fixista. Esse fixismo pode ser um bloqueio para a conversão. Estamos a fazer um esforço para que a festa tenha um sentido mais autêntico.
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AE – Não teme que possam existir celeumas entre párocos e comissões? JC – Não temo isso. Tenho muita confiança nos párocos e nas comissões. |
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Frade, teólogo, milagreiro,
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Fernando Martins de Bulhões. Lisboa, a cidade que o viu nascer em 15 de agosto de 1195, celebra-o como António, o nome que assumiu como religioso, e faz dele o santo popular por excelência. Antigo membro dos cónegos Regulares de Santo Agostinho em Lisboa e Coimbra, foi na Ordem dos Frades Menores, como franciscano, que alcançou a fama de santidade que é hoje reconhecida por todo o mundo. Santo António tem projeção universal, com igrejas e capelas a si dedicadas, imagens em templos e casas particulares, azulejos e pinturas, cânticos, festas e peregrinações que unem pessoas de todas as idades e todas as classes sociais. O santo português, foi o primeiro professor de Teologia na ordem fundada por São Francisco de Assis, tendo ficado famoso pelos seus sermões. O Papa Gregório IX canonizou-o apenas um ano depois da morte, em 1232, também após os milagres que se verificaram por sua intercessão. Pio XII, em 1946, proclamou Santo António como “Doutor da Igreja”, atribuindo-lhe o título de "Doutor evangélico". A sua festa conta, por isso, com |
uma preparação espiritual muito intensa, que se inicia treze dias antes, e o pregador deste ano está a centrar-se nas “opções de vida do santo mais popular da Igreja”. “Tenho procurado fazer uma reflexão centrada nas opções de vida de Santo António, desde a infância até ao ser franciscano, a sua pregação, os seus milagres, a sua grande cultura e grande doutrina”, explica o padre Francisco Sales. À Agência ECCLESIA, o frade franciscano revela que na pregação das duas missas diárias desde o dia 1 de junho procura apresentar o santo de Lisboa como “homem de verdadeira fé firme no confronto com as heresias e com as seitas do seu tempo” e a igreja de Santo António tem estado “praticamente sempre cheia” nas duas celebrações. O frei Francisco Sales destaca o “grande intelectual e sábio” cuja grande característica foi saber estar ao “nível do povo” e por isso foi canonizado por ele “ainda em vida”. “Tem um conhecimento profundo em todas as áreas que se conheciam na sua altura desde a medicina, a jurisprudência, a teologia, a |
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filosofia, que nos deixou escrito particularmente nos seus sermões”, observou o pregador que assinala a “graça” que Santo António teve de ter estudado em Santa Cruz de Coimbra, “um dos centros culturais de Portugal e da Europa mais famosos” no século XIII. Durante o período festivo dedicado a esta figura da cultura religiosa e popular portuguesa, a igreja de Santo António de Lisboa vive ainda mais a dimensão universal do seu santo, |
“o mais popular da Igreja”, mas frei Francisco Sales comenta que durante todo o ano, “mesmo nos meses de inverno”, existe muita procura “só ao Santo António”. “No fim do ano fazemos uma estatística dos grupos de peregrinos, não são apenas turistas, e são cerca de 80 países diferentes anualmente. Passam pela igreja mais de 250 mil pessoas em grupos organizados”, contabiliza o pregador franciscano.
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Museu ajuda a reavivar tradição
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Por ocasião das festas populares deste ano, Museu de Santo António em Lisboa associou-se à câmara municipal local para relançar a tradição dos tronos de Santo António, costume que remonta ao período posterior ao terramoto de 1755. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o coordenador do museu recorda a história à volta desta iniciativa, que começou há vários séculos atrás, depois da catástrofe natural que atingiu a cidade. Na altura, com o objectivo de reconstruirem a igreja de Santo António, que tinha ficado completamente destruída, as comunidades alfacinhas realizaram “uma série de peditórios e as crianças também se quiseram associar, erguendo pequenos tronos à porta de casa para pedirem o tradicional tostão de Santo António”, explica Pedro Teotónio Pereira. Ano após ano, esta tradição permaneceu como forma de honrar o santo mais popular de Lisboa, no entanto nos últimos tempos estava a esmorecer um pouco. Foi nesse sentido que o Museu |
de Santo António, em parceria com a EGEAC – empresa municipal responsável pela animação cultural da região de Lisboa, apostou na revitalização dos tronos, “convidando a população a aderir também”. “Os tronos em princípio vão ficar durante todo o mês de junho, a nossa ideia é colocar um pouco a tradição na rua”, frisa o responsável do museu. Além de ter disponibilizado cerca de 80 tronos mais pequenos para serem decorados pelas gentes e coletividades dos vários bairros, o museu tem atualmente exposto um trono dedicado a Santo António, com mais de dois metros de altura Nestes dias de festa, estas peças podem ser vistas e apreciadas por visitantes e turistas, um pouco por toda a cidade, havendo mesmo um roteiro delineado para o efeito que pode ser pedido junto dos serviços do museu. Para Anabela Moisés, dona de uma mercearia em Alfama, “nascida e criada no bairro”, este género de iniciativas “puxam” pelas pessoas e são também uma oportunidade para as pessoas do bairro se juntarem |
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e fazerem a festa. Por isso mesmo, fez questão de participar na iniciativa dos tronos, com uma peça inspirada em “azulejos antigos” e onde não faltam “os noivos” de Santo António e os manjericos, feitos a partir de “cápsulas do café”. Outra comerciante que se associou a esta iniciativa, Anabela Teixeira, mostra orgulhosamente o seu trono com “um Santo António em croché” e decorado com manjericos e flores. “O Santo António é uma base de um |
rolo de uma máquina registradora, para fazer mais peso, e depois enchi com fibra de vidro. Quanto aos manjericos, como faço alguma reutilização das cápsulas de café, resolvi fazer o vaso em capsulas, com um pompom em lã a fazer de manjerico”, salienta. Embora não seja natural de Lisboa, Anabela Teixeira é “devota de Santo António” e acredita que são estas iniciativas que permitem às gentes locais salvaguardarem “as suas raízes, que infelizmente se vão perdendo”. |
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“Por exemplo hoje entrou-me aqui uma senhora que começou a chorar porque se lembrou de quando era nova, o trono que fazia quando era miúda”, conta a vendedora.
Para “mostrar um pouco a Lisboa de Santo António”, o museu preparou ainda um conjunto de percurso pedonais começam junto às suas instalações e que vão até “à igreja do Vale de Santo António, para lá de Santa Apolónia”. Pedro Teotónio Pereira recorda que a referida igreja “marca o local onde Santo António esteve antes de partir para Marrocos”. “Ele esteve aqui em Lisboa, depois foi para Coimbra, tornou-se franciscano e foi evangelizar para Marrocos. Diz a tradição que antes de partir ele passou aqui por Lisboa e o último sítio onde esteve antes de embarcar foi onde foi erguida a igreja do Vale de Santo António”, adianta aquele responsável. Segundo o coordenador do museu, trata-se de um templo “muito bonito”, especialmente pelos seus “painéis em azulejo que incluem uma representação muito especial” do santo “antes de embarcar”. |
Um ano depois da reabertura do Museu de Santo António ao público, com imagem renovada e uma grande aposta nas tecnologias multimédia, o balanço é extremamente positivo.
“Para nós tem sido um ano de avaliação e de perceber a reacção das pessoas e elas têm gostado muito. Estamos a contar a história de Santo António, que muita gente não conhecia em profundidade, e depois estamos a divulgar muito as tradições associadas a Santo António, que são uma característica muito portuguesa e que Portugal espalhou para o mundo inteiro”, frisa Pedro Teotónio Pereira. O especialista destaca a afluência ao museu de visitantes provenientes das mais variadas partes do mundo, especialmente “do Brasil, da Índia, de Goa e do Sri Lanka”. “Nos locais onde Portugal esteve vê-se que vem muita gente aqui e se identifica com Santo António”, complementa. Existem também muitos visitantes estrangeiros que “não associam Santo António a Lisboa, pensam que ele é só de Pádua”, o que representa também um desafio “interessante” para o museu.
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“E depois há mais esse lado das tradições populares, principalmente do Santo António casamenteiro. Há muita gente que vem ainda aqui atirar a moedinha à estátua de Santo António, são coisas que se vão perpetuando”, acrescenta. Para o futuro, o museu pondera novos modos de mostrar Santo António |
às pessoas, sobretudo ao nível da “recolha do património imaterial” existente à volta do santo. É que, em vários pontos do globo, a começar por Pádua, Santo António “é festejado de um modo completamente diferente do que aqui em Lisboa”, conclui Pedro Teotónio Pereira.
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Santo António revisitado |
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Cerca de uma centena de artistas portugueses, entre artesãos, escultores, pintores, designers, e joalheiros integram a 14ª Exposição sobre Santo António a decorrer em "A Arte da Terra", num evento integrado no Programa Oficial das Festas da Cidade de Lisboa. O Museu Santo António é o convidado desta edição, apresentando algumas obras do seu espólio, incluindo tronos e uma escultura de Domingos Soares Branco, inaugurada pelo Papa João Paulo II. Esta é uma das maiores abordagens do género a um dos vultos maiores da cultura e da Igreja em Portugal. “Muitos povos orientais e asiáticos questionam quem é a figura masculina com uma criança ao colo que se vê em Lisboa. Está muito enraizado na cultura portuguesa e lisboeta e é interessante para a cultura internacional”, destaca uma das responsáveis da galeria ‘A Arte da Terra’. À Agência ECCLESIA, Filomena Frade explica que desde há 14 anos, nesta altura do ano, desafiam “diferentes artistas com diversas visões e diversos materiais” para mostrar e comemorar o Santo António. |
“Há pessoas que se ferem porque dizem que Santo António não tinha aquela imagem ou que é gozar com a figura mas é arte pura e cada artista quando cria tem uma visão própria. É inesgotável”, desenvolveu a responsável.
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A Galeria ‘A Arte da Terra’ este ano convidou cerca de 90 artistas - artesãos, escultores, pintores, designers, joalheiros - de “diferentes gerações e correntes artísticas” que desenvolveram a peça desde “o mais contemporâneo até ao mais tradicional”. Situada em Alfama esta mostra conta também com a participação do Museu de Santo António, em Lisboa, que disponibilizou algumas obras do |
seu espólio, e no fim da exposição a galeria vai oferecer uma das peças ao museu dedicado ao santo franciscano. |
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Santos Populares
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Os três santos festejados em junho com tanto estrondo de bailes, ceias sardinhadas e fogueiras foram três testemunhas de Jesus Cristo, muito diferentes uns dos outros: um frade do século XIII que assombrou o mundo com a sua sabedoria; um profeta publicamente elogiado por Jesus, que pagou com a vida o seu testemunho acerca da Verdade e um pescador, apóstolo de Jesus, cheio de audácias, de cobardias e de fé a quem Jesus fez seu representante; este selou também com a vida a autenticidade da sua fé. Tanta austeridade contrasta com a forma ruidosa como são celebrados por todo o país.
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Santo António de LisboaA vida de Santo António comporta duas etapas: nascimento e formação em Portugal; desenvolvimento e ação em França e na Itália e morte na Itália. «O santo de todo o mundo» teve nasceu em Lisboa entre 1190 e 1195. Estudou na escola catedralícia e foi admitido à vida religiosa no Mosteiro de S. Vicente de Fora, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Foi para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde desenvolveu e terminou estudos de Filosofia, Teologia e Sagrada Escritura. Foi ordenado sacerdote no Mosteiro de Santa Cruz, em 1219 ou 1220. |
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Cerca de 1220 instalaram-se em Santo Antão dos Olivais em Coimbra, alguns frades franciscanos. Rapidamente o jovem clérigo agostiniano se sentiu atraído pela vida simples daquela Ordem de mendicantes. Encontrou-se ali com os cinco frades que depois veneraria como mártires, os Mártires de Marrocos. Movido pelo seu exemplo transitou para a Ordem dos Frades Menores. Adotou o nome de frei António Partiu para Marrocos, |
grave doença o fez regressar. Impelido por uma tempestade o barco aportou na Sicília. E assim se iniciou a última fase da sua vida. Dela há a reter, sobretudo, uma prodigiosa atividade como pregador contra as heresias em França e na Itália. S. Francisco mandou-o para Bolonha, ensinar. Papa Gregório IX apelidou-o de “Arca do Testamento”. Em 1229-1231 estabeleceu-se em Pádua como pregador. Em Rimini deu-se o |
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célebre milagre da pregação aos peixes. Fisicamente consumido morreu em Arcella a 13 de junho de 1231. Tinha 39 anos. Foi canonizado onze meses depois da morte e proclamado Doutor da Igreja.
São João Batista, profeta, precursor de cristo, mártirJoão Batista acompanha Jesus (precede-O), desde a Anunciação. Ao nascimento de João estão associados |
dois dos mais emblemáticos hinos bíblicos: o Magnificat e o Benedictus, um pela boca de Maria, outro pela de Zacarias. Por sua vez Isabel, mãe de João, reconhece em Maria a Mãe do seu Senhor. João surge como o último profeta do Antigo Testamento e o Precursor do Novo. Na orla do rio Jordão João atinge o clímax da sua missão de precursor quando apresenta publicamente Jesus como o Ungido do Pai, apontando-o como «o Cordeiro de Deus, que vai tirar o pecado do mundo» (Jo 1,29). Definiu-se a si mesmo como uma voz, a voz do que clama no deserto: “endireitai os caminhos do Senhor”. Morreu mártir em defesa da Lei de Deus, porque ousou dizer ao rei adúltero: não te é lícito viver com a mulher de teu irmão (Mt 6,18). Além de ser é o único santo publicamente elogiado por Cristo (Lc 7,28), S. João Batista é também o único de quem se comemoram as datas do nascimento e da morte.
São Pedro, apóstolo e mártirO nome de Pedro é mencionado logo nos primeiros chamamentos de Jesus (Mt 4,18-19. Jo 1,41-42) e ele vem sempre em primeiro lugar nos elencos dos apóstolos. Em Pedro todos nos |
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podemos rever. Ele é capaz de rasgos audaciosos, como das piores pusilanimidades, como quando declara por três vezes nunca ter visto Jesus. Apesar disso, ele reconhece a sua cobardia, entrega-se à misericórdia de Deus, nela confia (ao contrário de Judas) e «chora amargamente». É Pedro quem, como nenhum outro, confessa abertamente a divindade de Cristo (Mt 16,16). É no nome de Pedro que se cimenta entre o pequeno núcleo cristão inicial a fé na ressurreição, expressa num conciso “credo”: «Na verdade o Senhor |
ressuscitou e apareceu a Simão». É a ele que Jesus entrega «as chaves do reino dos Céus»; é a ele que Jesus faz «pescador de homens», é ele que Jesus confirma como alicerce – sobre ti, Rochedo-Pedro, de Deus, edifico a minha Igreja. A tradição transmite que Pedro sofreu o martírio em Roma, sob o império de Nero, por volta dos anos 64/67.
Alberto Júlio Silva Autor da obra «Os Nossos Santos e Beatos» |
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São João, o Maior Profeta |
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Toda a gente sabe que o Ser Humano sempre procurou encontrar o sentir da sua vida e da sua existência. Procurou-o na terra e nas profundezas da terra e do mar. O Cosmos com as suas estrelas era um mistério insondável. Porém o Sol, o astro rei, foi sendo reconhecido como indispensável à vida do ser humano, à criação e desenvolvimento de toda a vida vegetal e animal e aos seus frutos. Sabemos como os Egípcios atribuíram ao Sol a qualidade divina, o deus Sol (Rá) Como os Astecas e os Maias no México lhe dedicavam os seus altares no cimo das pirâmides , como os Incas no Machu Picchu no Peru tinham aí o seu santuário onde estudavam o sol, os dias, os meses e as diversas estações do ano. Não nos admira que também os Romanos adorassem o Sol e festejassem os dias do solstício tanto no Verão como de Inverno. Eram festas marcantes no ritmo da vida e do ano social e religioso. Estas festas não foram anuladas com a chegada do Cristianismo, pois o ciclo dos dias do ano mantém-se. Se no solstício de Inverno os Cristãos de Roma substituíram a festa do Sol pela festa a Jesus Luz do |
Mundo celebrando o Nascimento de Jesus, no solstício de Verão a sua substituição foi mais nominal do que real. Mantiveram-se e mantêm-se as festas populares, a fogueira, a cidreira, o alho-porro, as sardinhas, o convívio alegre e festivo nas Ruas e nas Praças.
As Festas a S. João foram-se mundanizando. Pois o seu carácter de Homem austero, fiel a Deus e à sua Missão até culminar na prisão e decapitação não condizem com os arraiais e as folias. Então recriaram outra personalidade para S. João Batista - Santa rapioqueiro ... e repenica, repenica.... De facto o Santo não tem sido muito venerado e celebrado, como convinha, pelos Cristãos, gostam mais de o colocar nas cascatas do que o celebrar na Igreja. As festas populares de S. João tornaram-se mais um tempo de animação de rua, de bailaricos, de tradições e de cultura. Creio que os Cristãos não se devem deixar levar por esta mundanização e reconhecer em S. João, o Maior Profeta, aquele que veio anunciar a alegria do Messias ao mundo e de o apresentar ao povo judeu e a toda a humanidade como o Cordeiro de |
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Deus que pela sua obediência plena ao Pai e no serviço amoroso e libertador à Humanidade nos liberta do pecado e a todos oferece a Misericórdia Salvadora do Pai. Padre Jardim Moreira Reitor da Igreja de São João Novo, Porto |
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Centro Virtual Camões |
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http://cvc.instituto-camoes.pt/
No passado/próximo dia 10 de junho comemorou-se/comemora-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Nesse dia assinala-se a morte de Luís Vaz de Camões em 1580, sendo também este o dia dedicado ao Santo Anjo da Guarda de Portugal, protetor do país, comemorado com um feriado nacional. Assim, esta semana sugerimos uma visita ao sítio do Centro Virtual Camões, que se encontra disponível em http://cvc.instituto-camoes.pt/. Da responsabilidade do Ministério dos Negócios Estrangeiros o espaço do Centro Virtual Camões (CVC) é uma autêntica mediateca online, dada a diversidade, qualidade e quantidade de conteúdos que se encontram ao dispor do utilizador. O principal objectivo do CVC passa por prestar “apoio ao ensino e aprendizagem do português, bem como a divulgação da língua e cultura portuguesa”, oferecendo para isso uma diversidade de ferramentas práticas que desenvolvem, em regime de auto-aprendizagem e/ou realizando |
um dos seus variados cursos, habilidades na leitura, escrita, escuta e conversação do português. Este espaço virtual, tem como público-alvo não somente os estudantes (adolescentes ou adultos), mas “todos aqueles que procuram aprender, ensinar, conhecer ou traduzir o idioma Português”. Para isso, possui cinco grandes áreas temáticas que são respetivamente, aprender, conhecer, ensinar, tecnologias da língua e por último ensino à distância (nas próximas semanas iremos detalhar cada uma destas áreas). Complementando estes espaços, existe ainda a “biblioteca digital Camões” (BDC), uma ligação à infopédia da Porto Editora (dicionário e enciclopédia de língua portuguesa) e um vasto conjunto de notícias sempre actualizadas respeitantes à promoção e divulgação da língua portuguesa. Na BDC é disponibilizado “um conjunto de textos e documentos de grande relevância cultural e linguística” que pretendem “fazer chegar o Português a um universo cada vez mais amplo de falantes e estudantes do Português” correspondendo assim à missão do Instituto Camões, que é a |
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“promoção da língua e cultura portuguesas desde 1929”. Aí podemos pesquisar por temas, por autor, por obras mais recentes, havendo a possibilidade de descarregar todos esses documentos em formato pdf. |
Claramente este é um espaço que merece uma visita atenta e cuidada, para todos aqueles que pretendem cada vez mais conhecer a nossa língua.
Fernando Cassola Marques |
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Voltar a Jesus |
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José Antonio Pagola dedica-se, há muitos anos, quase em exclusividade, ao estudo da pessoa de Jesus. Neste livro apresenta uma interessante reflexão feita a partir da Exortação Evangelii gaudium e uma proposta de fé e vida cristã que resgata o essencial da sua fonte e origem: Jesus Cristo. Para o autor, o objetivo deste livro é muito concreto: ajudar as paróquias e comunidades cristãs a responderem de maneira lúcida, responsável e entusiasta ao apelo do Papa. Refere José Antonio Pagola que «é muito importante a reforma das instâncias centrais do Vaticano, a renovação do ministério petrino ou a atuação das conferências episcopais; porém, a verdadeira conversão da Igreja decidir-se-á, sobretudo, nas paróquias e comunidades». Uma conversão que, segundo o autor, consiste simplesmente em voltar a Jesus. Assim afirma o Papa: «A Igreja é para levar a Jesus. […] Se acontecesse alguma vez que a Igreja não levasse a Jesus, essa seria uma Igreja morta.» Por isso, é necessário que nas paróquias e comunidades vejamos claramente como devemos |
de encorajar esta conversão a Jesus Cristo, refere Pagola. A renovação que hoje necessitam as nossas paróquias e comunidades não pode chegar por
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via institucional, mas somente por caminhos abertos pelo Espírito. O Papa Francisco adverte-nos que nenhuma renovação será possível «se não arder nos nossos corações o fogo do Espírito». Para gerar uma dinâmica de renovação evangélica, não chega que o Papa Francisco multiplique os seus apelos. É necessário iniciarmos nas nossas paróquias e comunidades processos de conversão a Jesus. Para que isso aconteça, José Antonio Pagola tem uma proposta simples de concretizar. «No Povo de Deus há muitas pessoas que querem conhecer melhor Jesus e viver a sua fé de maneira mais viva e frutuosa. Estes Grupos de Jesus não requerem
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necessariamente a presença de um presbítero. Podem ser dirigidos por leigos, homens ou mulheres. Estes grupos podem introduzir nas nossas paróquias e comunidades o “dinamismo evangelizador que atua por atração” de que fala Francisco.» Para o autor de Voltar a Jesus, «da crise que hoje vivemos podem nascer paróquias e comunidades talvez mais pequenas e humildes, mas também mais alegres e evangélicas, melhor enraizadas em Jesus e mais fiéis ao seu chamamento para construir um mundo mais humano.» |
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Ficha Técnica Preço: 12,50 € |
II Concílio do Vaticano: As frechas luminosas do «Pacto das Catacumbas» |
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Com o aproximar do encerramento do II Concílio do Vaticano (1962-65), um grupo de padres conciliares reuniu-se nas «Catacumbas Domitilla», bem perto de Roma (Itália), e assinaram um documento no qual expressavam o seu compromisso com os ideais desta assembleia magna. Os cerca de 40 bispos presentes – um deles foi o bispo brasileiro, D. Hélder da Câmara – declararam que pretendiam «uma Igreja aberta ao mundo e próxima das pessoas». Os bispos comprometeram-se a viver um estilo de vida simples e a exercer o seu ministério de acordo com os critérios evangélicos. O «Pacto da Catacumbas», assinado a novembro de 1965, recoloca o Evangelho no centro da vida cristã e sonha uma Igreja pobre ao serviço dos pobres. Para realizar este projeto, os prelados propunham-se fazer coisas simples que, se concretizadas, teriam um grande impacto na vida da Igreja e um grande efeito simbólico. Numa das passagens do documento lê-se: “Procuraremos viver segundo o modo ordinário da nossa população, no que concerne à habitação, à alimentação, aos meios de locomoção e a tudo que daí se segue”. Talvez seja conveniente reler alguns parágrafos deste documento: “Para sempre renunciamos à aparência e à realidade de riqueza, especialmente no traje (tecidos ricos, cores berrantes, nas insígnias de matéria preciosa). Devem esses signos ser, com efeito, evangélicos: nem ouro nem prata”. Os bispos – a maioria sul-americanos – escreveram |
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também que não era necessário possuírem bens imóveis, nem contas bancárias, e se tal for preciso deviam estar em “nome da diocese, ou das obras sociais ou caritativas”. Em relação aos títulos e honrarias, os presentes realçaram que recusavam “ser chamados, oralmente ou por escrito, com nomes e títulos que signifiquem a grandeza e o poder (eminência, excelência, monsenhor...). Preferimos ser chamados com o nome evangélico de padre”. Ao nível comportamental, as relações sociais deviam pautar-se pela sobriedade. “Evitaremos aquilo |
que pode parecer conferir privilégios, prioridades ou mesmo uma preferência qualquer aos ricos e aos poderosos”. Do mesmo modo, “evitaremos incentivar ou lisonjear a vaidade de quem quer que seja, com vistas a recompensar ou a solicitar dádivas, ou por qualquer outra razão”. Os bispos comprometem-se também a dar tudo “o que for necessário de nosso tempo, reflexão, coração e meios ao serviço apostólico e pastoral das pessoas e dos grupos laboriosos e economicamente fracos e subdesenvolvidos, sem que isso prejudique as outras pessoas e grupos da diocese”.
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Junho 2015 |
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Dia 12 de junho* Coimbra – Cantanhede - Assembleia diocesana do Clero
Dia 13 de junho
* Fátima - Peregrinação nacional dos Claretianos |
* Santarém – Tomar - Cáritas de Tomar promove caminhada da primavera na Mata dos Sete Montes com o objetivo de angariar bens alimentares.
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Dia 14 de junho* Guimarães - Pavilhão Multiusos - Concerto solidário do padre José Luis Borga de apoio aos cristãos perseguidos e integrado nas festas da Ronda da Lapinha.
Dia 15 de junho* Porto - UCP - Conferência sobre «A Diocese de Penafiel (1770 - 1778)» por José F. Coelho Ferreira e integrada no Seminário «Dos Homens e da Memória: os tempos da Diocese do Porto» promovido pelo Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) da Universidade Católica Portuguesa (UCP), no polo do Porto.
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* Angola – Luanda - II Congresso Nacional do Laicado Católico Angolano promovido pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST). (15 a 21)
Dia 16 de junho* Évora - Fundação Eugénio de Almeida - Ação de formação básica inicial em voluntariado promovida pela Fundação Eugénio de Almeida
* Porto - Paróquia de Nossa Senhora da Conceição - Conferência sobre «A novidade de Jesus sobre a família» por José Carlos Carvalho.
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- A 85ª Feira do Livro, a decorrer em Lisboa, até ao dia 14, vai juntar em torno da figura do Papa Francisco, Daniel Oliveira, Tolentino Mendonça e Pedro Mexia num debate com moderação do jornalista Paulo Rocha. É no dia 13, sábado, às 17:00, na Praça Verde que os intervenientes vão falar sobre «O que nos toca no Papa Francisco».
- Os bispos portugueses encontram-se em Fátima, para as Jornadas pastorais que anualmente junta o episcopado português em torno de um tema. Este ano a Vida Consagrada conduz a reflexão entre 15 e 17 de Junho.
- O Centro de Reflexão e Encontro Universitário – Inácio de Loyola, no Porto, promove no dia 16 de Junho, às 20:00, uma conferência sobre o padre jesuíta, teólogo e filósofo, Pierre Teilhard de Chardin. O professor de Teologia José Manuel Lozano-Gotor assinala neste encontro os 60 anos da morte do sacerdote jesuíta.
- No dia 18 é publicada a nova encíclica do Papa Francisco dedicada à Ecologia. A encíclica é o grau máximo das cartas que um Papa escreve e a publicação desta reflexão papal tem por objetivo pressionar a comunidade internacional para decisões corajosas na Conferência do Clima 2015, em Paris, com vista a definir um novo acordo climático global pós-2020.
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Que relação tem a sexualidade com o amor?
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h30Domingo, dia 14 - Santo António de Lisboa: expressões de fé e de festa
RTP2, 15h30 Segunda-feira, dia 15 - entrevista ao padre João Lourenço e a Adel Sidarus sobre os cristãos no Médio Oriente. Terça- feira, dia 16 - Informação e entrevista a Catarina Martins sobre os projetos de apoio aos cristãos perseguidos; Quarta-feira, dia 17 - Informação e entrevista a Helena Barardo sobre o livro "Santuários de Portugal"; Quinta-feira, dia 18 - Informação e entrevista ao padre Fernando Alberto Cabecinhas, sobre os Franciscanos Capuchinhos; Sexta-feira, dia 19 - Comentário à liturgia de domingo pelo padre Armindo Vaz e frei José Nunes.
Antena 1 Domingo, dia 14 de junho - 06h00 - O percurso de Maria de Lurdes e José Soares que estavam entre os 36 casais que a 13 de junho de 1958 iniciaram a tradição das Noivas de Santo António. Comentário à atualidade informativa com o professor José Miguel Sardica. Segunda a sexta-feira, 15 a 19 de junho - 22h45 - O Apostolado da Oração (15); As novidades da Paulinas Editora (16); As publicações católicas da editora Princípia (17); Publicações da Universidade Católica (18); A Paulus e as leituras em tempo de descanso (19).
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Ano B - 11.º Domingo do Tempo Comum |
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Fazer crescer
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Deus, fiel ao seu plano de salvação, continua, hoje como sempre, a conduzir a história humana para uma meta de vida plena e de felicidade sem fim, e convida-nos a olhar para a vida e para o mundo com confiança e esperança. É a mensagem principal da liturgia deste 11.º domingo do tempo comum. Na primeira leitura, o profeta Ezequiel assegura ao Povo de Deus que deve continuar a confiar em Deus que é fiel à sua Aliança e nunca desiste de oferecer ao seu Povo um futuro de tranquilidade, de justiça e de paz sem fim. Na segunda leitura, São Paulo recorda-nos que a vida nesta terra, marcada pela finitude e pela transitoriedade, deve ser vivida com confiança, como uma peregrinação ao encontro de Deus, da vida definitiva. O Evangelho apresenta uma catequese sobre o Reino de Deus, através das parábolas da semente que, lançada por Jesus, fará com que a realidade velha vá dando lugar ao novo céu e à nova terra que Deus quer oferecer a todos. A primeira parábola é a do grão que germina e cresce por si só. A parábola refere a intervenção do agricultor apenas no ato de semear e no ato de ceifar. Cala, de propósito, qualquer menção às demais ações do agricultor: arar a terra, regar a semente, tirar as ervas que a impedem de crescer. A questão essencial não é o que o agricultor faz, mas o dinamismo vital da semente. O resultado final não depende dos esforços e da habilidade do homem, mas sim do dinamismo da semente que foi lançada à terra. É Deus que dirige a marcha da história e que fará com que o Reino aconteça, de acordo com o seu tempo e o seu projeto. A parábola convida à serenidade e à confiança em Deus que não deixará de realizar, a seu |
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tempo e de acordo com a sua lógica, o seu plano para os homens e para o mundo. A segunda parábola é a do grão de mostarda. O narrador pretende, fundamentalmente, pôr em relevo o contraste entre a pequenez da semente e a grandeza da árvore. A comparação serve para dizer que a semente do Reino lançada pelo anúncio de Jesus pode parecer uma realidade pequena e insignificante, mas está destinada a atingir todos os cantos do mundo, encarnando em cada pessoa, em cada povo, em cada sociedade, em cada cultura. A |
parábola é um convite à esperança, à confiança e à paciência. Nos factos aparentemente irrelevantes, na simplicidade e normalidade de cada dia, na insignificância dos meios, esconde-se o dinamismo de Deus que atua na história e oferece aos homens caminhos de salvação e de vida plena. Saibamos nós, ao longo desta semana, contribuir para que a semente do Reino lançada por Deus no nosso coração cresça e dê frutos. Sempre para o louvor do Senhor, como rezámos no salmo responsorial.
Manuel Barbosa, scj |
Famílias que vivem com heroísmo |
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O responsável pela Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização participou num seminário sobre a família, que reuniu bispos europeus e africanos em Moçambique, e destaca o comunicado final de cariz “positivo, de ânimo, que não é derrotista”. “O comunicado refere algumas situações que nos preocupam, mas no seu contexto é de uma linha de esperança e otimismo porque encontramos uma parte significativa das nossas famílias que vive com heroísmo, com alegria, a responsabilidade de ser feliz e fazer felizes os filhos no contexto em que se movem”, explicou D. Manuel Linda, o principal impulsionador desta tónica positiva. À Agência ECCLESIA, o prelado contextualizou que encontram diversas famílias que, por exemplo, vivem “economicamente numa certa dificuldade” mas conseguem tornar um lar “acolhedor, com um ambiente agradável”. “Uma sensibilidade às vezes mais pessimista é capaz de desencadear muitos aspetos negativos mas chegamos à conclusão que há muitos aspetos positivos”, frisou o representante da Conferência Episcopal Portugal na quarta |
cimeira de bispos europeus e africanos onde fizeram uma fizeram uma “reflexão alargada da família” onde partilharam e comentaram “as vantagens, o bem, e as lacunas” nos dois continentes. D. Manuel Linda observa que a “resposta pastoral não é tão fácil” porque encontram pela frente “uma cultura que minimiza a própria dinâmica familiar” e o contributo dos vários membros do casal para que a família se mantenha “estável e unida”. Neste contexto, os prelados têm como objetivo “encontrar critérios” para que a Igreja “esteja sempre presente” com uma pastoral “muito intensa e ativa” de acompanhamento da família desde a preparação do matrimónio e ao longo da vida, porque “os tempos de hoje reclamam-no”. O bispo das Forças Armadas e de Segurança revelou que cada Igreja e realidade tentam responder às problemáticas segundo os critérios que lhes “pareçam mais aptos” e na Europa estão querem dedicar “mais atenção” à fase pré-matrimonial, “fazer aquilo que alguns diziam uma espécie de catecumenato para o matrimónio”. Mesmo com o risco de alguns casais “não recorrerem |
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ao matrimónio canónico” os prelados sentem a “necessidade de alguma exigência”, adiantou. Políticos, autoridades civis e mesmo a comunicação social de massas também foram temas de debate onde a conclusão é que “estas realidades e muitas outras também precisam de ser evangelizadas”, acrescentou. |
O seminário ‘A Alegria da Família’ contou com 35 participantes, 22 dos quais bispos, 11 de cada continente, em ligação com as reflexões que vão ser abordadas na Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família, em outubro 2015.
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175 anos do nascimento
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A Província Portuguesa das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (Confhic) acolhe desde quarta-feira um encontro internacional integrado no esforço de “revitalização e reorganização” da congregação. Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, as religiosas explicam que a iniciativa nasceu no Capítulo Geral de 2013 e terá como tema “Eu sou a Vida. Vem renascer”. “Dois anos” depois dessa reunião, da qual saiu a necessidade da Confhic atualizar dinâmicas e novas formas de missão, é tempo de apresentar o “trabalho” feito, e debatê-lo num “primeiro tempo de sensibilização congregacional”, refere a mesma nota. Até dia 18 de junho, “superioras de províncias e delegações” dos vários continentes vão ter ocasião de traçar “as linhas gerais do programa” da congregação para o próximo triénio. Vão também olhar para a preparação do “jubileu dos 175 anos do nascimento da Beata Maria Clara do Menino Jesus”, marcado para 2018. No dia 15, “dar-se-á cumprimento à Abertura do triénio de preparação do jubileu”, adiantam as religiosas,
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que antecipam “um dia de celebração intensa, toda ela à volta da figura da sua Fundadora”. Este encontro internacional vai contar, entre outros oradores, com a participação do bispo de Lamego, D. António Couto, membro da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização. Nascida em 1871, a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição conta atualmente com 1292 irmãs, presentes em 15 países, distribuídas por sete províncias, duas delegações e casas dependentes do Governo Geral, integrando 150 Fraternidades.
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Presidente da República condecora missionária portuguesa |
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O presidente da República Portuguesa decidiu distinguir a missionária católica Lúcia Cândido com o grau de grande-oficial da Ordem do Mérito, por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
A religiosa das Missionárias Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição trabalha em São Tomé e Príncipe há mais de 15 anos, na área social, na cidade de Neves, distrito de Lembá, a noroeste da capital. A congregação gere um jardim-de-infância, projetos de emprego para jovens e mulheres, lares de idosos. "Eu não faço projetos, não peço projetos aos países estrangeiros, peço que me deem coisas ou tecidos para nós trabalharmos. Não quero roupas feitas, porque a obra dá para ajudar que trabalha nela, para ajudar os pobres que precisam da obra e para desenvolver", explicou a irmã Lúcia Cândido à Rádio Vaticano, a respeito do seu trabalho, numa reportagem da emissora pontifícia sobre a presença de religiosas portuguesas no |
arquipélago lusófono. A Ordem do Mérito destina-se a galardoar “atos ou serviços meritórios praticados no exercício de quaisquer funções, públicas ou privadas, que revelem abnegação em favor da coletividade”. Segundo nota divulgada pela Presidência da República, as 33 condecorações atribuídas por Aníbal Cavaco Silva “serão oportunamente entregues”. O trabalho da religiosa portuguesa foi retratado na série ‘Príncipes do Nada’, na RTP. |
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Papa espera que processo de beatificação do fundador dos Dehonianos termine bem
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O Papa Francisco recebeu no Vaticano os participantes no capítulo geral dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) e afirmou que espera que o processo de beatificação do fundador da congregação “acabe bem”. O padre Leão Dehon (1843-1925) foi declarado venerável por João Paulo II em 1997 e o mesmo Papa anunciou a sua beatificação para 24 de abril de 2005; a morte do santo polaco impediu a cerimónia e Bento XVI viria depois a adiar a beatificação por causa de algumas expressões sobre o judaísmo nos escritos do sacerdote francês. “É um problema de hermenêutica: deve estudar-se uma situação histórica com a hermenêutica desse tempo, não com o tempo de agora”, observou Francisco, no encontro desta manhã. “Rezai por mim, na humildade, também na humilhação, como o vosso fundador vos pediu. Quero que este processo de beatificação acabe bem, rezo por vós”, prosseguiu. O Papa deixou de lado o discurso que tinha preparado e falou da sua |
experiência na Argentina, em particular com o bispo dehoniano D. Virginio Bressanelli, antigo superior geral da congregação. “Conheci tantos bons confessores, homens de misericórdia, gosto deste lema: a misericórdia em comunidade para ir ter com o mundo, com as pessoas. Sair de si mesmos como, permitam-me que o diga, o quase beato Dehon”, assinalou. Segundo o Papa, Leão Dehon “pediu a graça da humilhação e vê-se que Deus lha deu após a morte”. “Uma coisa que sempre me tocou é a oração que ele recomendava fazer diante do Santíssimo Sacramento, todos os dias, pela Igreja, pela unidade da Igreja, sair, mas rezar”, acrescentou. Segundo Francisco, esta oração é “uma boa maneira de ‘perder tempo’, com misericórdia”. “O mundo está ferido, tem necessidade das carícias de Deus. Hedonismo, ódio, querer o poder: o mundo está doente, há muitas doenças”, alertou. O Papa saudou o novo superior geral, padre Heiner Wilmer, eleito durante o Capítulo Geral que decorre em Roma |
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até sábado, e entregou o discurso que tinha preparado, o qual foi publicado pela sala de imprensa da Santa Sé. O texto deixa o desafio de ser “misericordiosos”, recordando todos os que trabalham, “muitas vezes em condições difíceis, em diversas partes do mundo”. “A misericórdia é a palavra-síntese do Evangelho, podemos dizer que é o ‘rosto’ de |
Cristo. E o Senhor chama-vos a ser ‘canais’ deste amor, em primeiro lugar para com os últimos, os mais pobres, que são os privilegiados a Seus olhos”, refere o Papa. Francisco faz votos de que as orientações elaboradas pelo Capítulo Geral guiem os Sacerdotes do Coração de Jesus a prosseguir “com generosidade” o seu caminho. |
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Paquistão: A “Cidade de Jesus”,
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Karachi é uma das maiores cidades do mundo. Um dos seus bairros mais pobres é Essa Nagri, também conhecido como a “Cidade de Jesus”. Por lá vivem cerca de 40 mil pessoas. São quase todos cristãos e andam assustados. Nos últimos tempos, há cada vez mais episódios de violência. A comunidade cristã vive dias de terror.
No Paquistão confunde-se a condição de pobre com a de cristão. Em Essa Nagri, um bairro de lata, não há confusão possível. Todos os cristãos vivem no limiar da pobreza. O desemprego é muito elevado assim como o analfabetismo. É fácil encontrar crianças a vaguear pelas ruas, apesar de ser perigoso. Os pais de Kala Masih nunca mais vão esquecer o dia em que o filho desapareceu. Masih brincava na rua quando foi raptado. Ao fim de poucas horas, a família recebeu o pedido de resgate. É sempre assim. Muito pobres, os pais de Masih não podiam pagar o resgate. Foram salvos por uma ONG cristã que convenceu |
os raptores a libertarem o menino. Esta foi, apesar de tudo, uma história com final feliz. Porém, os pais nunca apresentaram queixa. Tiveram medo de represálias. Essa Nagri é como que uma ferida aberta num corpo doente que é a imensa urbe. A vida neste bairro é a metáfora perfeita para os cristãos no Paquistão. Muito pobres, estão condenados a uma existência miserável. Há menos de 3 anos, um político cristão, Michael Javed, afirmou que em Essa Nagri famílias inteiras vivem um autêntico calvário. No meio da confusão das casas e barracas, há autênticas “celas de tortura” onde são detidas e violadas meninas cristãs. É um negócio. “Para elas – diz Michael - pede-se um resgate de até 100 mil rupias e, se as famílias não podem pagar, elas são torturadas.” Ou então, são forçadas a prostituir-se. Apesar de tudo isto, deste terror quotidiano, quase ninguém denuncia o que acontece às autoridades. É o medo a imperar. É um verdadeiro silêncio dos inocentes. |
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Limpeza étnica
Michael não tem dúvidas. “O objetivo da violência é eliminar a presença cristã da área: somos considerados escravos, indignos de pisar o solo paquistanês.” Para combater este calvário, a Igreja tem procurado combater a pobreza, abrindo escolas, ajudando na promoção dos indivíduos. Um dos sacerdotes mais activos na promoção social dos cristãos da “Cidade de Jesus” é o franciscano Victor John, cujo trabalho é apoiado pela Fundação AIS. “Estas pessoas são todas mal pagas. |
Como vivem sob pressão, muitos já se tornaram toxicodependentes.” A “Cidade de Jesus” continua a ser um bairro de lata no meio de Karachi. Os seus habitantes vivem dias de medo e de provação, apenas por serem cristãos. O padre John é um homem de coragem mas precisa da nossa ajuda. Nós, cristãos, temos esperança de que o destino do Paquistão vai mudar. Assim como o destino de Essa Nagri. Graças a Deus temos a sorte de a Fundação AIS estar a ajudar-nos...”
Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt |
Viva o Santo António! |
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Tony Neves |
Junho é um mês de festas populares. Santo António abre o cortejo. S. João garante a continuidade. S. Pedro e S. Paulo encerram com chave de ouro este tempo festivo. Ao olhar para a vida dos Santos, interrogámo-nos como chegaram eles ao estatuto de ‘festeiros’ por excelência. Em Itália, quando se fala no ‘Santo’ não é preciso acrescentar nenhum nome. Toda a gente sabe que se trata de Santo António. E, como nós sabemos e muitos esquecem, António é português de origem, nasceu em Lisboa, andou por Coimbra e só depois foi parar a Itália onde viveu boa parte da sua vida, morrendo em Pádua. Desculpem-me, mas eu gosto muito, mesmo muito do meu santo padroeiro. Santo António é uma espécie de CR7, um antecessor de Cristiano Ronaldo: digo isto porque a verdade é que António, como Ronaldo, foi um português de sucesso no estrangeiro! A sua vida é um hino à Missão. Quis ser missionário no norte de África para continuar o trabalho dos mártires de Marrocos. Os ventos do Mediterrâneo (ou melhor, os Ventos do Espírito!) desviaram-no para Itália onde teve o privilégio de conhecer Francisco de Assis no início da sua revolução humana e cristã. Francisco viu que António tinha classe, pois era bom, esperto e trabalhador, ou seja, era um português de elite! Agarrou-o logo como grande formador das primeiras gerações de franciscanos e foi por isso que o projeto foi para diante... |
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Era muito bom a fazer sermões (às vezes fico envergonhado quando comparo os meus aos dele!). E mais: interpelava as pessoas, obrigando-as a ser coerentes. Disse:'calem-se as palavras, falem as obras'. Ou seja: não digam uma coisa e façam outra! Foi ao morrer em Pádua que passou a ser uma espécie de Pepe da seleção portuguesa: os italianos acham que ele lhes pertence, pois devia ter
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Cartão de Cidadão italiano... isto, claro está, se houvesse Bilhete de Identidade naquele século XIII. Mas a verdade é que ele ficou para a história como 'o Santo', seja ele cá de Lisboa ou lá de Pádua. É impressionante encontrar sempre, em qualquer parte do mundo, grandes estátuas a Santo António e muitas Paróquias e Capelas a ele dedicadas...
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“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”
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